Agora Valéria o fitou, com uma expressão assustada, que logo foi substituída por apreensão.

Valéria: meu padrasto.

Ele a observou um pouco, estava incrivelmente linda, com os cabelos Castanhos intensos soltos e com aquele casaco, sentiu o desejo de tomá-la nos baços e dizer que já sabia de tudo, e beijá-la, mas seu desejo foi substituído por preocupação, quando ele olhou para o pouco de suas pernas que estavam amostra e viu novas feridas, as de ontem ainda estavam ali, mas haviam novas, ele ficou estático, olhou para Valéria, que lia o livro tranquilamente, e começou a compreender o que poderia esta acontecendo, mas logo descartou a hipótese, impossível.

Paulo: você é linda. - Ela levantou os olhos, surpresa, ele sorriu sem jeito, não era para ter falado aquilo alto.

Valéria: obrigada.

Sua voz saiu tão baixa que Paulo quase não ouviu o que disse, mas ela estava corada, muito corada e aquilo o fez sorrir ainda mais, ela levantou e saiu andando, ele queria pergunta o que tinha sido aquilo nas suas pernas, mas não tinha tido coragem, decidiu então, que perguntaria depois das aulas. Para Valéria a aula passou rápido demais, não queria ir para casa, não queria encontrar Mark, tinha medo do que ele poderia fazer com ela, tinha medo de não conseguir fugir, tinha mais medo do que tivera em toda sua vida, e já havia sentindo muito medo, quando o sinal bateu, ela quase chorou, estava arrumando suas coisas, Paulo se aproximou de Valéria.

Paulo: o que aconteceu nas suas pernas? - Ela quase derrubou tudo o que tinha nas mãos.

Valéria: eu já falei ontem, um cachorro... - Ele não a deixou terminar.

Paulo: existem novos arranhões Valéria.

Ele estava serio, e ela não sabia o que responder, então se apressou e se direcionou a porta, mas ele a segurou, delicadamente pelo pulso.

Paulo: por que não me responde?

Ela não respondeu, ele puxou-a delicadamente, parou na sua frente, olhou dentro de seus olhos, sentiu que ela não queria conversar sobre isso, levou a mão até o rosto dela, acariciou-a, e sorriu, ela estava corada, não sabia por que, mas agora isso o deixava feliz, aproximou seu lábio dos dela, e ela percebeu, quando sentiu a respiração dele tocar seu rosto, que queria muito aquele beijo, mesmo que soubesse que nunca poderia ter nada com Paulo. O beijo foi carinhoso, tanto que despertou, em ambos, uma grande emoção, ela se sentiu tão bem com esse beijo, que diferente do de Mark, ela correspondeu com amor. Talvez tenham passados minutos, horas, dias, meses ou anos, mas quando se separaram, ambos pensaram que tinha demorado muito pouco, ele pensou em falar alguma coisa, mas ela já tinha saído. Valéria chegou quase correndo ao carro, tinha certeza que estava muito corada, e agora Mark ia buscá-la diariamente na escola, ela sentou e viu que ele a olhava com desaprovação.

Mark: da para sentir o cheiro dele em você. - E saiu com o carro, Valéria olhou o tempo todo para a viajem, e mais nenhuma palavra foi dita, chegara em casa e Mark se repetiu.

Mark: da para sentir o cheiro dele em você.

Valéria não respondeu, ele jogou-a contra a parede, e lhe deu um beijo tão rápido que Valéria não deve nem tempo de o empurrar.

Mark: da para sentir o gosto dele nos seus lábios, SUA VAGABUNDA. - O tapa foi forte, e o rosto de Valéria ficou vermelho.
Mark: você o beija, você deixa ele beijá-la, mas para mim, você se nega.

Valéria viu o brilho de ódio e desejo nos olhos dele, tentou fugir, mas ele já tinha agarrado ela pela cintura.

Mark: hoje não, mas em breve, te farei minha, e você vai gostar. - E a soltou, ela correu escadas acima. 

Paulo fala:
Nunca mais você entrou.

Rosa fala:
Estava sem tempo

Era verdade, hoje, depois de uma semana, Mark voltara ao trabalho, deixando a casa vazia a tarde, então Valéria tinha a oportunidade de coloca Rosa em ação.

Paulo fala:
Senti sua falta.

Rosa fala:
Também senti.

Paulo fala:
Quando vamos nos ver?

Depois do beijo, Valéria fugia muito mais dele do que fugia antes, por isso ele resolveu não contá-la que ele sabia que ela era Rosaa, mas essa distancia estava fazendo mal a ele, precisava dela, um dia, ele a seguiu até em casa, viu ela entra com o Mark, eles ficavam lá dentro a tarde toda, nem colocavam a ara na janela, ele passou a ir todos os dias. E então um dia Mark deixou Valéria e saiu, nesse dia, ela entrou no MSN, então ele entendeu que ela só podia entrar quando ele não estava. 

Rosa fala:

Nunca.

Paulo fala:
  Por que você não quer me vê?

Rosa fala:
 Por que você não vai gostar de me ver.
Rosa parece estar offline.

Valéria saiu do computador correndo, ouvira o carro de Mark, chegou lá em baixo e ele já estava no hall, ele fitou-a, mas não disse nada, só passou por ela e subiu as escadas, ultimamente ele não falava muito, só batia nela as vezes, mas estava falando menos, nunca mais tentara nada com ela também, o que a deixara mais tranqüila.