Única Esperança escrita por Wynara Rebel


Capítulo 1
Capítulo 1




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Paulo fala:
Quando vamos nos ver pessoalmente?

Rosa fala:
Temos que nos ver pessoalmente?
Paulo fala:
CLARO, eu estou louco para ver como você é, nem foto você que mostrar.

Rosa fala:
Acredite, estou te fazendo um favor, você não ia gostar de saber quem sou.

Paulo fala:
Como pode ter tanta certeza?

Rosa fala:
Isso eu não sei, só sei que sei e isso já me basta.
Paulo fala:
Mas...


Paulo levantou a cabeça e respirou fundo, ia enlouquecer, essa menina o estava tirando do serio, queria vê-la, queria tocá-la, queria dizer que ela era incrível e abraçá-la, mas ela se recusava a encontrá-lo pessoalmente e a falar qualquer coisa que pudesse levá-lo a achá-la, passou a mãos pelos cabelos, por que tanto mistério?

Paulo fala:
Se você pensa que posso ser um daqueles caras que mentem na internet e tudo mais, pode ficar tranquila eu não sou.

Rosa fala:
E se fosse, você me falaria?


Paulo bateu na testa, agora provavelmente ela pensava que ele era “um daqueles caras que mentem na internet”

Paulo fala:
É não falaria...mas de qualquer forma eu não sou um homem de mais de 30 anos que entra na internet dizendo que tem 17 só para iludir meninas novinhas.

Rosa fala:
HUM...e se eu fosse uma mulher que mente na internet...eu poderia ser uma psicopata.

Paulo fala:
Uma mulher não teria coragem de fazer nada disso, mulheres são frágeis.

Rosa fala:
Você nunca assistiu “menina má.com”?
Paulo fala:
Não, por que?

Rosa fala:
Por que deveria, você ia ver do que uma mulher é capaz. Tenho que ir, beijos, tchau.


Rosa parece estar offline.

Paulo fechou os olhos enraivado, ela sempre saia assim, sem da explicações, estava farto disso, logo depois ligou para locadora e pediu “menina má.com”.

Valéria desligou o computador o mais rápido que pode quando ouviu o barulho do carro do pai, desceu as escadas correndo, tropeçando nos degraus e abriu a porta para o pai que entrou e jogou o casaco, a pasta e o chapéu em cima de Valéria , sem falar nada ele encaminhou-se para a cozinha, ele não era seu pai biológico, mas ele a vira nascer, era marido de sua mãe, Valéria nunca falou com seu pai biológico, e considerava ele seu pai, e o amava, na verdade não o amava, nunca o amou mas sempre se esforçou para isso, mas ele matara sua mãe, matara ela de desgosto e estava fazendo o mesmo com Valéria, que aos poucos ia perdendo a vontade de viver. Valéria guardou a pasta, o casaco e o chapéu e se dirigiu a cozinha, enquanto Mark, seu pai, comia, as vezes ele lhe dirigia um olhar, mas quase sempre estava olhando para o prato, quando acabou, olhou para Valéria e ficou assim, dez minutos depois, Valéria ousou se mover e ouviu um grito como resposta.


Mark: ISSO É O QUE VOCÊ CHAMA DE COMIDA? - Valéria nem ousou responder.
Mark: ME RESPONDA SUA PUTiNHA.


Ela nem teve tempo para abrir a boca, em segunda, sentiu a palma da mão de Mark contra seu rosto, em um tapa tão forte que fez seus joelhos dobrarem e ela caiu sentada no chão.


Mark: na próxima vez, eu quero uma comida que preste.


E saiu, Valéria ouviu os passos, dele subindo as escadas, o som da porta batendo e o ruído do chuveiro, só então teve coragem para se levantar, subiu correndo as escadas até seu quarto, olhou-se no espelho, deparando-se com uma grande marca vermelha em sua bochecha direita, sentou na cama, pensando como faria para ninguém ver esse enorme vermelho no seu rosto na escola amanha. Paulo chegou cedo, ainda abismado por que Rosa havia desligado tão rápido ontem, distraído, se bateu com uma garota, de cabelos Castanhos, ele olhou para ela e sabia que a conhecia, puxando do fundo da memória e lá estava ela, Valéria, uma menina da sua sala, como esquecera dela? Era a menina mais inteligente da sala, tivera notas altas em todos os trabalhos e provas e nunca os dois haviam se falado, ele olhou diretamente para o rosto dela, estava com uma enorme marca vermelha, será que ele a havia machucado?

Valéria: desculpa. - Ela já ia se distanciando, ele a segurou pelo braço.

Paulo: fui eu quem te machucou?-Ele apontou para o rosto da menina e viu que a parte que não estava vermelha do rosto dela, foi corando levemente.

Valéria: não.


E saiu sem falar nada, Paulo praguejou, será que toda mulher tinha mania de sair e deixá-lo falando sozinho?

Valéria foi direto para o banheiro, olhou-se no espelho, irritada com esta marca vermelha que fizera Paulo olhara com pena, não era pena o que queria dele, e sim amor, o ódio era tanto, que o que deveria ser um sussurro, saiu como um grito “eu me odeio”, as lagrimas que foram guardadas ontem a noite, começaram a chegar agora, sentia-se frustrada pelo amor não correspondido por Paulo, no primeiro dia de aula, a dois anos atrás, Valéria vira Paulo pela primeira vez e se apaixonara por ele, pela alegria que ele tinha de viver e que ela já não tinha a muito tempo, com o passar dos dias, essa paixão foi aumentando e se tornando um amor intenso, que a deixava sempre a beira de ataques de frustração como esse, Paulo nunca a amaria, então criara a Rosa, e o encontrara na internet, não foi difícil e a dois meses eles conversaram e Valéria sentia-se bem de pelo menos conversar com ele, mas de umas semanas para cá, a situação de Valéria foi ficando critica, pois ele insistia em vê-la e se ele visse? Iria ficar furioso por causa da mentira, tentando limpar as lagrimas que ainda insistiam em cair, foi correndo para a sala de aula.

Paulo: O filme é muito legal, a menina é louca.

Daniel: e você só assistiu esse filme por que essa tal de Rosa disse para você assistir?

Paulo: foi.

Jaime: você esta gostando dela?
Paulo: estou e isso não é novidade para ninguém, nem para mim.


Nesse momento, Valéria entrou na sala, Paulo observou que seus olhos estavam inchados e vermelhos, será que ela andara chorando? E afinal por que ele estava se preocupando? Ela passou direto por todos e se sentou em seu lugar habitual.

Daniel: é impressão minha ou o rosto da Valéria esta vermelho?

Jaime: Só o rosto?Os olhos dela também estão vermelhos.
Professora: Bom dia crianças.
Alunos: Bom dia.


A aula transcorreu normal, como sempre, Valéria respondia a maioria das perguntas, até que, na aula de filosofia, Paulo teve seu primeiro sinal da identidade de Rosa, mas ele nem ao menos percebeu na hora.
Professor: Hoje em dia, é muito mais fácil entra na internet e conhecer pessoas por lá, viajar por lá, as pessoas acham muito mais seguro.
Valéria levantou a mão e todos os olhares se voltaram para ela, que corou de vergonha.


Professor: Diga Valéria .

Valéria: eu não acho que seja mais seguro, eu vi um filme “menina má.com” que mostra bem como podemos ser enganados na internet.
Professor: eu também já assisti Valéria , e infelizmente quando nos encontramos na internet com alguém, corremos o risco de encontrar pessoas assim, como Marley era no filme.

Valéria:mas as vezes, na internet encontramos coragem para ser quem realmente somos ou falar com alguém quando não temos coragem cara a cara.


Paulo estava atendo a aula, mas nem chegou a pensar que Valéria poderia ser uma dessas pessoas que só criam coragem para falar com alguém quando estão atrás de uma tela de computador.

Paulo fala:
Eu assistir aquele filme que você me falou.
Rosafala:
E gostou?

Paulo fala:
Gostei, hoje uma menina na minha sala falou dele.

O coração de Valéria disparou.

Rosa fala:
Foi?
Paulo fala:
Foi...o nome dela é Valéria, eu não falo muito com ela, mas ela é a garota mais inteligente que eu “conheço”.

Rosa fala:
Por que conheço entre aspas?

Paulo fala:
Por que eu não falo muito com ela, as vezes parece que ela foge de mim.

Valéria respirou fundo, ela realmente fugia dele, mas adorou saber que ele a achava inteligente.

Rosa fala:
Você deve esta enganado..por que ela fugiria de você?

Paulo fala:
É uma boa pergunta... hoje ela estava com o rosto vermelho e um pouco inchado.

Rosa fala:
Você imagina o que pode ter sido?

Paulo fala:
Imagino que ela tenha batido o rosto em algum lugar.

Rosa fala:
Deve ter sido isso.

Paulo fala:
E quando vamos no ver?

Rosa fala:
Não precisamos nos ver, esta muito bom assim, nos falando pela internet, você não ia gostar de saber quem sou.

Paulo fala:
Odeio quando fala assim, eu estou louco para te ver de verdade.

Rosa fala:
Falo a verdade.

Paulo fala:
Pelo menos umas foto..deixe-me ver uma foto sua.

Rosa fala:
Não.

Paulo fala:
Então me da uma dica...uma dica sobre você.

Rosa fala:
Estudo na sua escola, desculpa, tenho que ir, tchau.

Rosa parece estar off-line.



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Notas finais do capítulo

Bem vindo""
chuva de coments em 1....2....3...