Na manhã seguinte parece que eu tinha dormido uma eternidade, olhei no relógio e ainda era 7h da manhã, fiquei deitada para não acordar minha mãe, que devia estar muito cansada, é horrível ver minha mãe dedicando toda a vida dela pra mim, como se a dela não tivesse importância, fico imaginando como minha mãe será um assistente social brilhante, até melhor que o Patrick, será que eu chegarei a ver a minha mãe como um Patrick ? Ela disse que se conseguisse passar uma semana fora nesse verão ela conseguiria concluir em dezembro, mas é claro que ela não me deixaria, e eu mais uma vez fazendo minha mãe abrir mão de algumas coisas, meus pulmões estavam cansados, e eu tentava lhes dizer que tudo estava bem, mas eu podia sentir eles se afogando, pensei em dizer para minha mãe, mas o silencio foi a melhor opção, chamei minha mãe que veio pensando que alguma coisa estava acontecendo, olhei pra ela que estava com o olhar preocupado em minha direção – Eu te amo – eu disse, pude sentir meus olhos se encherem, mas não queria chorar na frente dela, então olhei pra cima e cerrei os dentes, ele veio e me abraçou – Eu também te amo Hazel – ela disse com os olhos cheios de lagrimas, - eu estou muito feliz por saber que você será um Patrick, mãe você vai ser o melhor Patrick do mundo – eu disse, ela chorando me apertou mais um pouquinho em seus braços – O sou já nasceu, vamos tomar café?- Ela disse, me desconectando do Bipad, eu gostaria muito de ter um pouco da força que a minha mãe tem, ou demonstra ter, fomos até a cozinha onde meu pai estava sentado tomando café e lendo o jornal, minha mãe fez meus ovos mexidos de sempre, e se sentou para tomar café, eu comecei a comer, com um certo esforço, estava difícil respirar, se bem que eu não lembro o dia que tenha sido fácil, realmente os meus pulmões deviam estar se afogando, depois de comer, olhei para minha mãe que estava muito concentrada num artigo qualquer, pedi licença e fui para a sala, sentei no sofá e minha mãe veio me conectar ao Felipe, enquanto ela me conectava ao Felipe me perguntou se eu estava me sentindo bem, por um momento pensei em mentir, mas eu estava me sentindo muito sufoca – Sinto meus pulmões afogando – eu disse, mais que depressa minha mãe me desconectou do Felipe e me conectou ao carrinho e fomos a caminho do hospital, de casa ao hospital pude ouvir minha mãe falar umas 400 vezes se eu estava bem, logo que entramos no hospital vi o olhar preocupado da Drª Maria em minha direção, ela veio correndo e nos perguntou como eu me sentia, naquele momento eu já estava sentindo meus ombros e minha cabeça doerem, acho que por falta de oxigenação, eu podia sentir minha cabeça explodindo, Drª Maria me levou para o quarto, mas quando eu acordei após não sei se foi um desmaio ou pode ser considerado um sono profundo eu já estava na UTI, com aquela água cancerosa saindo de mim, doía imaginar meus pais do lado de fora, como eles estariam reagindo a mais essa visita ao hospital? Fechei os olhos, fingir que estava dormindo, não queria ver o que estava ao meu redor, minha mãe entrou e deve ter ficado parada em pé na porta, não abri meus olhos pra ver, mas também não escutei a respiração dela perto de mim,  até que senti a mão dela repousar em minhas mãos, - Eu te amo Hazel, eu te amo muito minha filhinha- disse ela com a voz embargada, eu podia sentir as lagrimas insistindo em rolar pelo seu rosto, não sei porque mas acho , que minha mãe sabia que dessa vez eu não voltaria para a casa, pelo menos é isso que eu sinto, fiquei observando a minha mãe falar, e acabei pegando no sono de verdade.