Era meio dia em uma cidade chama Kenin City.Um rapaz com cerca de 18 anos, usando um traje de luta, com um facão em uma bainha, nas suas costas entrou em um bar onde tinham poucas pessoas, e se sentou em frente ao balcão.

            - Como vai Jimmi? Como foi o treinamento hoje? – Perguntou um atendente, que tinha a aparência de um senhor de meia idade.

            - Não muito bem. Tive que parar rápido, pois alguns dos capangas do Nuken estavam se aproximando. – Disse o rapaz se apoiando no balcão, parecendo chateado. – Pode me servir o de sempre?

            - Frango com ovo e um suco de laranja saindo. – Disse o homem andando em direção à cozinha.

            Nesse momento um homem demonstrando ser um pouco mais velho que o Jimmi, usando um Kimono, com o cabelo um pouco longo, usando um chapéu de palha e carregando uma espada, entrou no bar e se aproximou do balcão, se sentando ao lado do Jimmi.

            - Posso ajudar? – Perguntou o atendente se aproximando.

            - Eu gostaria de um copo de água. – Disse o homem para o atendente, que foi buscar a água.

            - O que procura em nosso belo fim de mundo, forasteiro? – O atendente perguntou ao trazer a água.

            - Do que está falando? – O homem perguntou confuso.

            - Nossa cidade não apresenta muito a quem vem de fora já há alguns anos, além de que é muito difícil de chegar daqui a outras cidades, e eu duvido que alguém se dê ao trabalho de vir até aqui, apenas por um copo de água. – O atendente explicou. – Principalmente pelo fato de que... – Antes que o atendente pudesse terminar de falar, alguns homens abrem a porta, chutando-a. Cerca de dez homens, todos musculosos, usando facões, que estavam na cintura deles.

            - Olá Don, como vai? – Disse um dos homens, enquanto eles entravam.

            - O que estão fazendo aqui dessa vez? – O atendente perguntou, olhando para os homens.

            - Não seja tão rude, Don. – Um dos homens se aproximou do balcão.

            - Acho que ele merece aprender uma lição. – Outro homem se aproximou também.

            - Tem razão. Acho que para que ele aprenda a ter bons modos, devemos confiscar alguns barris de cerveja. – Ao dizer isso, eles pegaram cerca de três barris.

            Enquanto faziam isso, o forasteiro apenas observava, até que ele olhou para o lado e viu o Jimmi se segurando para não pegar seu facão.

            Após pegarem os barris, os homens jogaram alguns copos e pratos no chão, e saíram do bar.

            - Marginais? – O forasteiro perguntou ao Don, que estava cabisbaixo.

            - Antes fosse. Eles são capangas do novo dono dessa cidade. A décima quinta lâmina, Nuken. – Don explicou.

            - Eles são marginais, que fazem o que bem entendem, por estarem protegidos pelo idiota do Nuken. – Jimmi falou cabisbaixo.

            - E vocês não tentam ir contra isso? – Perguntou o forasteiro.

            - Alguém... Já tentou – Disse o Don, olhando para o Jimmi. – Mas as consequências foram terríveis.

            - Muitas mortes? – O forasteiro continuou a perguntar.

            - Na verdade apenas uma, mas foi algo que afetou a todos nós. – Disse o Don, enquanto Jimmi continuava cabisbaixo.

            Nesse momento algumas crianças estavam brincando, correndo pelas ruas da cidade, até que, de repente, uma das crianças trombou em um dos capangas, fazendo com que a criança caísse no chão.

            - Olha, o que temos aqui. – Disse o homem que foi atingido, jogando o barril no chão. – Essa criança resolveu me bater.

            Assim que o barril caiu no chão, o barulho chamou a atenção de todos por perto, incluindo do Jimmi, do Don e do forasteiro, que estavam no bar. Seguindo até a porta, para ver o que estava acontecendo.

            - Desculpe. Foi sem querer. – Disse o garoto, tentando sair de lá, devagar, mas outro dos capangas se aproximou dele pelas costas, impedindo-o de fugir.

            - Essas crianças de hoje são muito descuidadas. Talvez devamos dar uma lição neles, para que entendam. – Disse o capanga que cercou o garoto.

            Vendo isso, Jimmi novamente se segurava para não sacar seu facão.

            - Esperem! – Uma mulher se aproximou correndo!

            - Cai fora! – Um dos capangas a chutou para trás.

            - Mamãe! – O garoto exclamou.

            - Calma. – Disse outro capanga, segurando o garoto pelo braço. – Tragam ela para cá. – Os capangas pegaram a mulher e a colocaram ao lado da criança. – Sabe, pessoal. Há muito tempo eu quero colocar a minha marca em alguém, para mostrar que eu também posso ser muito reconhecido. Agora a minha dúvida é... Eu faço uma na mulher ou no garoto.

            - Faz no garoto, ele vai viver mais tempo. – Disse o outro capanga, que parecia liderá-los, se aproximando.

            - Boa ideia, Fred. – Disse o capanga sacando seu facão e aproximando-o da criança.

            - Não! Por favor. – Disse a mulher, abraçando o garoto. – Por favor, faça em mim.

            - Quem sabe. Pode ser uma boa ideia. – Dizendo isso, o capanga aproximou o facão devagar do rosto da mulher. De repente algo o atinge, jogando-o para trás.

            Vendo-o caído no chão, os outros olham para o lugar de onde ele foi jogado e veem o Jimmi, com seu facão na mão, pronto para lutar.

            - Não acredito. Jimmi, você realmente fez isso? – Disse o Fred se aproximando. – Não acredito que você atingiu assim um dos aprendizes da décima quinta lâmina. – Enquanto ele falava, Jimmi ouvia atentamente, mas sem baixar a guarda. – Você não vai querer que aconteça o mesmo que da outra vez, vai? Você sabe que não é uma boa ideia irritar o nosso mestre, não sabe? – Ouvindo isso, Jimmi começou a ficar pensativo. – Vamos fazer o seguinte. Eu vou esquecer que isso aconteceu, e vou deixar essa mulher e o filho dela em paz. Mas em troca, eu deixarei a minha marca em você. O que me diz? Afinal de contas, você é mais importante para nós do que eles. – Ouvindo o que o Fred dizia, Jimmi ficou pensativo, parecendo relutante, quando, de repente, abaixou a cabeça, como se concordasse. – Muito bem. Agora coloque seu facão no chão. – Jimmi atingiu o facão no chão, com força, prendendo-o, enquanto Fred se aproximava. – Não se preocupe, não vai doer muito. A quem estou enganando? – Fred aproximou seu facão, devagar, no rosto Jimmi, quando foi atingido por um chute na barriga, que o jogou para trás. Quando todos olharam, viram que era o forasteiro.

- Quem é esse cara? – Fred perguntou se levantando. – Por acaso você sabe o que acabou de fazer?! – Enquanto falava, Fred se aproximava do forasteiro. – Você sabe quem nós...

Antes que o Fred pudesse terminar de falar, o forasteiro o atinge com um chute rápido de lado no rosto, jogando-o contra a parede de uma casa.

- Desculpe. Sou um forasteiro. Não conheço as regras daqui. – Disse o forasteiro sem demonstrar qualquer emoção.

- Então permita-me explicar. Nós somos os aprendizes da décima quinta lâmina, podendo dizer que somos donos daqui. Tudo que acontecer conosco, será levado ao nosso mestre, que resolverá com uma punição mais que severa. – Fred explicou para o forasteiro.

- Devo admitir, isso muda tudo. – Disse o forasteiro, fazendo com que os capangas começassem a rir cruelmente. – Agora me sinto muito mais satisfeito por ter te atingido. – Ouvindo isso, o sorriso dos capangas sumiu.

- Homens. Vamos dar uma lição nele. Acho que o mestre não vai se importar. – Disse o Fred, então todos os dez pegaram cada um um facão, e se preparam.

Vendo isso, o forasteiro não mudou sua expressão, nem sequer sua pose, mantendo sua mão longe da espada, que ainda estava na bainha.

Todos o atacaram, mas o forasteiro apenas desviava dos golpes deles, até que pulou para trás, se afastando. Em seguida, ele tirou a bainha de sua cintura e, vendo-os se aproximando, ele se preparou, e com uma velocidade incrível, atingiu a todos com a bainha da espada, fazendo-os cair no chão, com dor.

- Pessoal. Vamos! – Fred gritou e todos eles saíram correndo de lá. – Você ai pagar por isso!

- Obrigada Jimmi. – Disse a mulher se levantando, junto com seu filho. – E a você também, seja quem for. – Ouvindo isso, o forasteiro apenas assentiu com a cabeça.

- Mas agora, você sabe que eles agora vão chamar o Nuken, não sabe? – Perguntou o Don, se aproximando.

- Perfeito. – Disse o forasteiro, ainda sem mudar a expressão.

- Como assim, perfeito? – Um dos habitantes da cidade perguntou.

- Quem é você, afinal de contas? – Outro habitante perguntou.

- Meu nome é Jon. E eu sou aquele que vai eliminar as 15 Lâminas. – O forasteiro respondeu, fazendo com que todos ficassem em silêncio.

- Em outras palavras “um idiota suicida”! – Disse outro habitante, fazendo com que todos começassem a rir.

Ouvindo isso, Jimmi se afastou, cabisbaixo.

Algum tempo depois, os capangas se aproximaram de uma casa grande, e enfeitada. Chegando lá dentro, eles se aproximaram de um homem, que usava um manto escuro, que cobria quase seu corpo todo.

- Mestre! Mestre! – Os capangas exclamavam, chamando a atenção do homem.

- Vocês são realmente patéticos. O que houve com vocês, que estão cheios de hematomas? – O homem perguntou. – Por acaso a cidade resolveu começar uma rebelião?

- Na verdade não. Um... Forasteiro fez isso. – Disse o Fred sem jeito.

- Está me dizendo que meus aprendizes levaram uma surra de apenas um forasteiro qualquer? – O homem perguntou, deixando-os assustados.

- Bem... É que... É que... – Fred tentou arranjar uma explicação.

- Ele é forte. Muito. – Disse outro dos capangas, e todos concordaram.

- E a cidade não fez nada para ajudar? – O homem perguntou e todos moveram a cabeça para os lados, de forma negativa. – Bem... Parece que eu vou ter que dar um jeito nesse forasteiro. Isso se ele não resolveu fugir. Mas, além disso, devo mostrar a essa cidade, que eles devem ficar do meu lado. Do lado das 15 Lâminas. Pois se não, as consequências podem ser... Brutais. 

Enquanto isso, Jon estava de volta no bar, que estava vazio, tendo apenas ele e o Don lá dentro.

- Acho que não era bem aquela recepção que você esperava quando disse aquilo, certo? – Don perguntou, entregando outro copo de água para o Jon.

- É verdade. Mas não foi isso que chamou mais a minha atenção. – Disse o Jon chamando a atenção do Don. – Aquele garoto que estava aqui antes. Qual era o nome dele?

- O Jimmi?

- Exatamente. Ele não estava rindo como todos. Ele estava cabisbaixo. Assim como quando você contou da pessoa que tentou ir contra aqueles capangas.

- Isso mesmo. Acontece que o homem que tentou ir contra o Nuken, era o irmão mais velho do Jimmi. – Don começou a explicar. – Os dois eram órfãos, e o irmão dele era dez anos mais velho que ele, então ele tomava conta do Jimmi. No dia que ele foi contra o Nuken, ele foi executado, mas conseguiu garantir que nada de ruim iria acontecer com o Jimmi. Isso foi há oito anos. Ele foi executado na frente da cidade toda, mas fez com que todos prometêssemos cuidar do Jimmi, como se fosse nosso parente. Quando ele fez isso, todos colocaram a fé nele, mas ela foi quebrada brutalmente. Parece que eles não querem mais acreditar em ninguém, mesmo que eles pensem que você possa conseguir, eles não querem passar por aquilo de novo.

 - Entendo. Então todos resolveram se conformar a viver assim. – Disse o Jon, pensativo.

- Nem todos. Jimmi treina todos os dias, para que algum dia possa enfrentar o Nuken e derrotá-lo. Mas é difícil treinar, pois ele tem sempre que fazer isso escondido dos capangas do Nuken. Além de que era o irmão dele que o treinava. Agora ele não tem ninguém para ajudá-lo.

- Eu sinto muito pelo Jimmi. Principalmente por ele não poder enfrentar o Nuken. Pois para mim, a única opção é derrotar as 15 Lâminas. – Disse o Jon firmemente.

Enquanto isso, Jimmi estava encima de uma casa na cidade, pensativo, quando de repente ele vê os capangas andando em direção ao centro da cidade, com um homem usando um manto preto logo atrás, até que chegaram ao centro, chamando a atenção de todos.

- Eu soube que alguém deu uma surra nos idiotas dos meus aprendizes. Eu quero saber quem foi. Isso se ele não resolveu fugir. – Disse o homem usando o manto, para todos.

- Eu estou aqui. – Disse o Jon se aproximando.

- Então foi você que deu uma sura neles? – O homem perguntou, em seguida olhou para os capangas, que concordaram. – Eu devo admitir, até que gostei. Eles realmente mereciam uma lição. Estavam muito irritantes. Mas vamos fazer o seguinte. Eu posso te perdoar por isso, mas você terá que ir embora agora mesmo da minha cidade e nunca mais voltar. O que me diz? – Ao sugerir, o homem olhou para o Jon, que o encarou firmemente, sem dizer uma palavra, fazendo com que o homem sorrisse. – Ainda bem. Eu tinha medo que você concordasse. – Nesse caso, darei uma lição em você e, em seguida nessa cidade. – Ao ouvirem isso, os habitantes se assustaram. – Para que aprendam que, se vocês não forem contra quem se opor a nós, também estarão se opondo às 15 Lâminas.

Assim o homem retirou o manto, revelando ser um homem com cerca de 50 anos, usando calça, sandálias, um colete, com cabelo um pouco longo, e com um facão nas costas.

- A décima quinta lâmina... Nuken. Se prepare. – Disse o Jon colocando a mão na bainha de sua espada.

Os dois se entreolharam por alguns momentos, enquanto todos se aproximavam. De repente Nuken começa a atacá-lo com vários golpes, mas Jon desviava de todos.

Nuken continuou atacando sem parar,enquanto Jon continuava desviando, pulando, se abaixando, se movendo para os lados, até que Nuken deu um ataque de lado, fazendo com que Jon tivesse que desembainhar sua espada, para defender. Depois disso, Jon continuou a desviar e se defender dos ataques, sem atacar por um momento sequer. Mesmo com Nuken atacando com o facão, usando uma das mãos, e dando socos usando a outra.

- Vamos lá, mestre! Acabe com ele! – Os capangas do Nuken torciam.

- Como ele pretende vencer essa luta? Ele está apenas desviando. – Disse o Don para o Jimmi, que estava ao lado dele, observando a luta.

- (Os olhos dele... Estão se movendo mais rápido que ele em si). – Jimmi pensou, observando, vendo que os olhos do Jon se moviam em grande velocidade, olhando para vários lugares, enquanto desviava. – Ele está...

Antes que Jimmi pudesse concluir, Jon pulou par trás, se afastando.

- A luta acabou. – Disse o Jon colocando sua espada de volta em sua bainha.

- Eu sabia que você desistiria com o tempo. Mas foi divertido, admito. Faz muito tempo que eu não tenho uma luta boa assim... – Disse o Nuken, até ser interrompido.

- Não foi isso que eu quis dizer. – Disse o Jon firmemente. – Eu quis dizer que a luta acabou para você. O próximo golpe será o último.

- Você consegue ser bem arrogante. – Disse o Nuken sorrindo.

Nesse momento, Jon ficou em uma posição diferente. Colocou o pé direito mais para frente, deixando a perna esticada, enquanto a outra ficou dobrada. Abaixou seu corpo um pouco para frente, tirou a espada e a segurou com a mão direita, enquanto segurava a bainha com a esquerda. Segurando a espada por cima, virada para a direção do Nuken, e a bainha por baixo, virada para o lado oposto, com os dois braços do lado direito do corpo.

Vendo isso, Nuken segurou seu facão firmemente, se preparou e, em seguida, correu na direção do Jon, que também se preparou e, em seguida, se jogou na direção da décima quinta lâmina.

Assim que se aproximaram, Nuken colocou seu facão do lado esquerdo, segurando pela mão direita, e atacou o Jon pelo lado, que defendeu com a bainha, empurrando o braço direito do Nuken para trás e, no mesmo movimento, o cortou abaixo das costelas, até a lâmina da espada chegar na coluna, jogando- o chão, onde ele ficou caído, deixando todos surpresos.

- C... Como? – Nuken perguntou, caído no chão, virado para cima.

- Eu analisei todos os seus movimentos, enquanto desviava dos seus ataques. – Disse o Jon, surpreendendo o Nuken. – Seus movimentos, posso dizer que são muito básicos. Você sempre coloca a perna oposta do lado que você pretende atacar, para que o golpe seja mais forte, fazendo com que assim que atinja o adversário, ele não tenha chances de sobreviver. Mas você coloca toda a força perto de seus punhos, quando você ataca, fazendo com que, se alguém atingir esse ponto, consiga tirar seu braço totalmente da rota, fazendo com que o tempo que você vai levar para conseguir trazê-lo de volta, lhe deixe com a guarda totalmente aberta. Você usa apenas um dos braços com o facão, aproveitando sua força extra, para que, se alguém medir forças com você, um golpe com sua outra mão livre possa dar um jeito, mas ela não ajudará a evitar uma lâmina, fazendo com que a melhor coisa que eu possa fazer é defender o facão com a bainha e atacar com a espada.

- Ele conseguiu analisar tudo isso, apenas desviando durante esses dois minutos? – Don perguntou surpreso.

- E agora... – Disse o Jon se aproximando do Nuken, colocando sua espada em direção ao rosto dele. – Alguma última palavra.

- As 15 Lâminas não serão derrotadas por alguém como você. – Disse o Nuken irritado. Em seguida Jon o atingiu com a espada.

- A décima quinta lâmina foi eliminada. – Disse o Jon firmemente.

De repente Fred pula na direção do Jon, pelas costas, pronto para atingi-lo com seu facão, mas é atingido por um chute do Jimmi, jogando-o contra a parede e prendendo-o.

- Olá Fred. – Disse o Jimmi olhando firmemente para ele.

- Oi Jimmi... Como vai? – Fred perguntou preocupado. Em seguida, Jimmi o atinge com um soco forte, atingindo a cabeça do Fred contra a parede, fazendo-o desmaiar.

- E quanto a vocês. – Disse o Don, junto com os outros habitantes, olhando para os capangas do Nuken. – Peguem o seu amigo desmaiado, saiam daqui, e nem pensem em voltar.

Ouvindo isso, eles saíram correndo, carregando o Fred, enquanto todos da cidade comemoravam.

- Com licença, Jon. – Disse um dos habitantes da cidade. – Gostaríamos de nos desculparmos pela forma como lhe tratamos.

- Por favor. Como forma de agradecimento, você pode ficar em um de nossos hotéis quanto tempo quiser, sem pagar nada. – Disse outro habitante e todos concordaram.

- Eu aceitarei. Mas ficarei apenas por uma noite. E pagarei o justo. Acho que você já tiveram prejuízos o suficiente com as 15 Lâminas. – Disse o Jon para todos, mesmo que ainda sem demonstrar nenhuma emoção.

Anoiteceu e todos começaram a comemorar, exceto Jon, que ficou em seu quarto no hotel.

Durante toda a festividade, Jimmi ficava do lado de fora do bar, pensativo.

- Por que não está comemorando, Jimmi? Eu achava que você seria quem estaria mais animado. – Disse o Don se aproximando, entregando um suco de laranja a ele.

- Eu estava aqui pensando nesse tal de Jon. Algo que nós nos esforçamos tanto, até desistimos, algo que meu irmão se sacrificou para fazer, ele resolveu como se não fosse nada. – Disse o Jimmi para o Don. – Parece que não era para ser eu quem iria ajudar a cidade contra o Nuken.

- Entendo... – Disse o Don, enquanto ouvia atentamente.

- Depois que o Nuken morreu, algo apareceu em minha mente. “O que eu farei agora?” Minha vida tinha como objetivo nesses últimos oitos anos derrotar o Nuken e acabar com a tirania dele. Mas então algo me surgiu. – Ouvindo isso, Don prestou mais atenção ainda. – As 15 Lâminas são muito traiçoeiros, e muito apaixonados por poder. Ou seja, nossa cidade ainda corre perigo.

- E o que você pretende fazer quanto a isso? – Don perguntou curioso.

- Esse Jon disse que pretende acabar com todas as 15 Lâminas, mas talvez ele precise de ajuda.

- Você pretende ir com ele atrás das 15 Lâminas? – Don perguntou, agora preocupado.

- Don. Você sabe que enquanto as 15 Lâminas estiverem agindo, nem a nossa cidade, nem qualquer outra estará a salvo. E ajudando-o, assim que tudo isso acabar, eu finalmente poderei voltar, podendo ver todos felizes, agora sabendo que eles não terão mais problemas com gente como o Nuken para nos reprimir.

- Mas você sabe os perigos que te aguardam, não sabe? Nuken é o mais fraco das 15 Lâminas.

- Mas eu também não passei esses últimos oito anos brincando. Sinto que estou pronto, ao menos para ajudar. Sinto que assim, poderei continuar o que o meu irmão começou.

- Jimmi. Você sabe que todos prometemos ao seu irmão, que cuidaríamos de você, como se fossemos seus parentes. – Disse o Don colocando a mão no ombro do Jimmi. – Mas não somos seus parentes de verdade. E mesmo se fossemos, não poderíamos decidir o que você fará no futuro. Isso é escolha sua. Mas mesmo que você escolha fazer isso, estaremos todos torcendo por você, e pedindo para Deus cuidar de você.

- Don. Obrigado por cuidar tão bem de mim nesses últimos anos. – Disse o Jimmi abraçando o Don, que o abraçou de volta.

- Você agora começará uma nova aventura, Jimmi. Se cuide.

Na manhã seguinte, Jon havia saído da cidade, e estava seguindo seu caminho, até que ele parou de andar.

- Você já está me seguindo há meia hora, pode sair daí. – Disse o Jon e, em seguida, Jimmi sai de trás de alguns arbustos. – O que está fazendo?

- Eu vou te ajudar a derrotar as 15 Lâminas. – Disse o Jimmi para o Jon, que ficou em silêncio por alguns instantes.

- Não. – Jon respondeu e, em seguida voltou a andar.

- Por favor. Me deixe ir com você. Eu até me despedi do Don. Foi uma despedida muito emocionante para eu voltar assim.

- Sinto muito por isso. – Jon respondeu, parecendo não se importar.

- Eu posso ser de grande ajuda. Posso te ajudar a derrotar as 15 Lâminas, ou quem estiver junto com eles.

- Não. Agora volte para a sua cidade.

- Escute. – Jimmi correu até o Jon, ficando no caminho dele. – Eu me preocupo muito com a minha cidade. E sei que as 15 Lâminas podem tentar tomá-la de novo. Por isso que quero te ajudar a derrotá-los antes que isso aconteça.

- Proteger sua cidade não seria mais um motivo para que você fique?

- Sim. Mas sozinho, eu não tenho chance contra um membro das 15 Lâminas e os capangas que andam junto com eles. Mas nós dois lutando juntos, podemos derrotar a todos.

- Não. Agora volte para sua cidade, e deixe que eu vou atrás das 15 Lâminas. – Disse o Jon, seguindo seu caminho, enquanto Jimmi ficava pensativo, até que teve uma ideia.

- E para qual cidade você vai agora? – Ouvindo isso, Jon parou de andar. – Como você está atrás das 15 Lâminas, você deve saber onde procurar. – Falando isso, Jimmi viu que Jon continuava parado sem falar nada. – A menos que você não saiba, e apenas se mova pelas cidades, até que encontre alguma, onde tem um membro das 15 Lâminas. – Disse o Jimmi, mas Jon continuou do mesmo jeito. – Se você quiser, eu sei onde alguns membros das 15 Lâminas estão.

- Como você sabe?

- Nuken falava muito alto, quando ele ia para o bar com os capangas dele, e ficava muito bêbado. E depois de nove anos, ele deixava algumas coisas escaparem.

- Então você sabe a localização das outras 14 Lâminas?

- Se o que ele disse está certo, sei a localização desde a décima quarta até a décima primeira. Mas apenas te direi, se eu puder ir junto com você.

- Eu poderia te dizer que as chances de você sobreviver durante essa jornada são praticamente inexistentes, mas acho que você nem sequer daria ouvidos.

- Exato. E então? Temos um acordo? – Jimmi perguntou estendendo a mão.

- Sinto que não tenho muitas opções. – Disse o Jon apertando a mão do Jimmi. – Para onde agora?

- A cidade onde a décima quarta Lâmina mora é a cidade Celphyer.

- Então vamos.

Assim que Jon disse isso, os dois começaram a caminhar, até que o Jimmi olhou para o Jon e viu que o facão do Nuken estava na cintura dele, perto de sua espada.

- Por que você está levando o facão do Nuken?

- Entregarei para alguém.

- Tem mais alguém com que você está trabalhando?

- Escute garoto. Não fazem nem dez segundos que estamos andando juntos, e você já está começando a fazer perguntas demais. – Disse o Jon parando de andar.

- Certo. Desculpe. – Disse o Jimmi e, em seguida, os dois voltaram a caminhar em direção a Celphyer.

Nesse momento, em outro lugar, um ser usando um manto igual o que o Nuken usava, estava sentado em uma pedra, pensativo.

- A Décima Quinta Lâmina foi eliminada. Como isso é possível? – Disse o ser, pensativo. – Preciso comunicar às outras lâminas.

Décima quinta lâmina coberta

http://nobodyer.deviantart.com/art/Blade-15-covered-367323730?q=gallery%3Anobodyer&qo=1

Décima quinta lâmina normal

http://nobodyer.deviantart.com/art/Blade-15-uncovered-367323917?ga_submit_new=10%253A1366690096