Acordei ainda toda cheia de preguiça,olhei ao meu redor e meu quarto estava escuro,no mesmo momento peguei meu celular e olhei a hora...Uau já passava das dez da noite e eu estava me perguntando. Como pude dormir tanto assim?Eu me levantei e fui a direção do banheiro,caminhei toda destrambelhada,entrei no banheiro,tirei minha roupa e quando eu esta entrando debaixo do chuveiro olhei para o espelho e vi que meus olhos estavam azuis,passei a mão sobre meu rosto para eu ter certeza de que aquilo não era miragem e então notei que meu cabelo que batia no peito estava mais longo,estava sob meu bumbum.Fiquei de queixo caído principalmente quando passei minhas mãos mais umas vez sob meu rosto e de repente minha visão estava em preto e branco.

– O que está acontecendo comigo?-gritei para mim mesma.

Sai correndo enrolada na toalha,acabei esbarrando na minha mala que virou e derrubou tudo no chão,me apressei para guardar as roupas que estavam no caídas e acabei pegando uma peça de roupa que eu tinha usado no hallowen do ano anterior,tirei com minhas próprias unhas alguns enfeites que rodeavam o macacão preto que mais parecia com uma segunda pele.Oh minhas unhas!!!Estavam grandes e vermelhas ainda com o macacão na minha mão,peguei e cortei com minhas unhas e dentes,em três cortes eu tirei a manga do braço direito com pouco do busto,uma parte da barriga e das costas e a perna esquerda,vesti em questão de segundos sai correndo e pus minha ankle boot preta de salto alto,foi então que veio um vento muito forte que abriu minha janela então ao ver a lua eu soltei um alto uivo.

Minha pele queimava,meus olhos não se desgrudava da grande lua cheia.De repente escutei um uivo muito parecido com o que eu tinha dado no mesmo instante saltei sobre minha janela e fui para na rua movimentada e sai correndo e fui a direção da floresta.

Corri muito rápido,tão rápido que mal pude ver o que estava ao meu redor.Tudo estava tão estranho comigo eu não sabia o que estava acontecendo e também não sabia porque eu tinha posto aquela roupa.

Acordei era oito da manhã,eu não sabia como tinha voltado para casa depois de tudo o que aconteceu,eu ainda estava com aquela roupa mexi nos meus cabelos e percebi que eles estavam novamente como sempre foram,peguei um pequeno espelho que estava sobre o criado mudo,meus olhos estavam da castanhos e minha visão tinha voltado ao normal,levantei rapidamente da cama olhei para o meu corpo e vi que eu estava cheia de sangue,corri para o banheiro tirei a roupa.Enquanto a água escorria por meu corpo o sangue seco descia pelo ralo me deu vontade de vomitar mas eu fui firme e me segurei.

Depois de ter saído do banho me enrolei no meu roupão,preparei um café e fui assistir um pouco de televisão.De repente escuto a musica do plantão de noticias,meu coração dispara e fico com um nó na garganta,por algum motivo naquele momento eu estava me sentindo culpada.

– Foi encontrado o corpo de um mendigo próximo a floresta.Os peritos estão no local examinando o crime mas a primeira liminar que saiu aqui mesmo mostra que o homem com aproximadamente 45 anos foi atacado por um animal.-disse a repórter.

– Ai meus deus,eu matei uma pessoa!-gritei.

Comecei a chorar quando escuto a campainha tocar.Meu coração parou,por um segundo pensei que fosse a policia,foi então que fiquei aliviada ao escutar a voz de Marisol e Damon.Enxuguei minhas lagrimas peguei meu cobertor e fui atender a porta.

– Oi safira!-disse Marisol.

– E ai!-disse Damon erguendo a mão como de costume.

– Oi gente, tudo bem?-perguntei com um tom de angustia.

– Estou ótima,mas você está com uma cara de quem não dormiu a noite.- Respondeu Marisol sorrindo.

– Foi difícil dormir aqui esta noite, não vai ser fácil me acostumar.-Mas que desculpa idiota que eu dei.

– Mas não esquenta esta noite você já vai dormir melhor.-respondeu Marisol com aquele sorriso de “eu amo o mundo”.

– Vem gente sente ai.Vocês aceitam café?-perguntei tentando disfarçar que minha cara de preocupada.

Um olhou para a cara do outro responderam como se já se conhecessem a muitas vidas passadas e não apenas 6 meses:

– Agente aceita.

Fui até a cozinha arrumei a bandeja,coloquei frutas e bolachas, posicionei as xícaras e quando estava indo para a sala percebi que somente o Damon esta lá sentado enfrente a TV e a Marisol estava no meu quarto.Sai correndo numa velocidade que nem imaginava que poderia correr então coloquei a bandeja na mesa de centro e fui direto para o quarto,de repente vejo Marisol com meu macacão na mão,nossa neste momento meu coração bateu tão rápido que acho que ele foi parar em Hogwarts.

– Marisol!?

– Teve festinha aqui essa noite senhorita Safira?-perguntou ela com um sorriso sarcástico.

–Não é nada disso que você esta pensando.-respondi rápido.

–Então é o que?-dava para ver que na testa dela estava escrito a sua danada.

– Eu estava reformando para o hallowen.-respondi com uma cara de tacho.

– Mas é fevereiro,está bem longe do hallowen você não acha?-perguntou ela com a sobrancelhas arqueadas,enfatizando o seu bem e com aquele jeitinho de você esta mentindo para mim.

– Como eu te disse estava sem sono.-Tive vontade de desaparatar dali.Desde de pequena sou fanática pela saga Harry Potter,e sempre tenho o costume de usar palavras que nos filmes e nos livros aparecem.

– Amanha eu venho sem o Damon daí você pode me contar o que realmente aconteceu.-respondeu Marisol.Fiquei aliviada em saber que teria mais tempo para inventar uma boa desculpa.

Voltamos para a sala e quando sentamos,comemos umas bolachinhas e quando me toquei Marisol esta petrificada olhando para a TV até que disse:

– Nossa quem matou esse homem deve ser um mostro!

Olhei para e ela e para TV e percebi que ela estava falando justamente o cara que eu acho que matei.Eu não sabia o que dizer.

Ficamos umas duas horas conversando sobre filmes e sobre toda a minha tralha que eu ainda tinha que trazer para minha casa,a verdade era pouca coisa que eu tinha que trazer,apenas alguns artefatos que potterheads como eu colecionamos. Então que Marisol decidiu ir embora.

– Safira já estamos indo,você quer ir almoçar lá em casa?-perguntou Marisol.

– Mas é claro,adoro a comida de sua mãe.-respondi

– Então ande vá se arrumar!-ordenou

– Vou mais tarde tenho que passar na casa da Anastácia e depois na casa do Joseph,preciso perguntar uma coisinha a eles,mas depois eu te conto tudo.-respondi

– Beleza então.Vamos indo Dam?-perguntou Marisol com seu apelido carinhoso.

– Vamos,tchau Safira.-disse Damon.

– Beijo miga.-disse Marisol.

– Tchau gente.-respondi

Os dois saíram,balançaram a mão,fiquei lá parada até não poder mais ver os dois.Então fechei a porta e fui me arrumar para ir a casa de Anastácia e depois de Joseph.Me vesti toda de preto penteei meus cabelos fiz uma maquiagem preta passei meu batom vermelho mate,me olhei para o espelho e vi que tinha mudado pois eu estava gostando daquela sensação de estar tão sensual naquela calça colada,na blusa tomara que caia bem grudada,coloquei minha jaqueta preta e fiz uma maquiagem que deixa qualquer mulher envolvente,puxei debaixo da cama a mesma ankle boot que tinha usado na noite anterior,peguei minha bolsa de couro(falso)e nela coloquei meu macacão ensangüentado,e sai em direção a porta(fiquei imaginando que tive sorte de Marisol não

ver a parte que tinha sangue,se não eu tava frita).Tive sorte ao pegar o taxi pois um casal acabara de descer na frente da cafeteria,durante todo o caminho fiquei pensando como chegar e falar para Anastácia que ela tinha mesmo razão do que acontecia comigo a noite.O taxista parou bem na porta do orfanato,sai do carro o mais rápido que pude e corri até uma estradinha que levava até a casa da minha adorada madrinha.Bati duas vezes na porta e quando Anastácia a abriu ela me olhou e disse:

– Estava te esperando criança.

Anastácia olhou pegou minha mão e me guiou até o sofá.Olhei em para os seus olhos e percebi que ela estava chorando a muito tempo.Ela se sentou no seu humilde sofá enxugou as lagrimas e começou a dizer:

– Como foi sua noite Safira?

– Anastácia o que eu sou?-perguntei antes que ela pudesse falar mais alguma coisa.

– Me responda Safira!-exclamou em um tom rude.

– Eu não sei!-gritei,coloquei minhas mãos sobre meu rosto e comecei a chorar.

No mesmo instante Anastácia levantou e caminhou até seu telefone.Seu rosto estava preocupado ela estava aparentando ter muito mais que 48 anos,de tanta preocupação.Com a pessoa do outro lado da linha ela respondeu:

– Aconteceu o que temíamos,avise os eles,não vou conseguir explicar tudo a ela e por favor vá rápido,e cuide para que os irmãos Callegári não saibam sobre ela.-Anastácia colocou o telefone no gancho e veio em minha direção sentando novamente em minha frente.

– Quem são “eles”,e que diabos é esses irmãos Callegári?-perguntei preocupada.

– Eles são seus amigos e os irmãos Callegári dois homens que querem te matar.-disse Anastácia com uma voz calma mas firme.

Meu coração parou,naquele momento eu preferia estar em Azkabam do que ali,dei um suspiro e perguntei novamente:

– Por que querem me matar?

– Eu não posso lhe responder isso agora,mas logo saberá.- respondeu ela.