Alicia Fermont

Caminhava calmamente, estava adiantada para o colégio, se quisesse demorar meia hora caminhando chegaria 10 minutos antes da aula. Como eu odiava missões noturnas... Dês dos meus 13 anos acho que não tive uma noite de sono decente... Embora para meus amigos eu fosse apena Alicia Fermont, a garota alegre, doce e gentil que eles adoram, para as criaturas da noite eu era Alicia Contatore.

Dês de pequena treinei para ser uma verdadeira Contatore, saia todos os dias, dês dos 6 anos com, meu antigo tutor Orion e minha irmã gêmea Luna, para fazer tarefas diárias, desse jeito não parece nada de mais, porém essas tarefas eram caçar pequenas criaturas das sombras, mas não saiamos da nossa pequena dimensão. Existem vários mundos que contem vida, e assim também existem varias realidades e dimensões distintas, nosso dever e viajar por essas varias realidades mantendo o equilíbrio entre a luz e as trevas, sem nunca permitir que um seja maior que o outro, tudo precisa de um equilíbrio, e mesmo que haja mais luz do que trevas isso leva ao caos.

Como Orion sempre dizia “quanto maior a luz, maior a sombra será”.

Bocejei. Como eu odiava missões noturnas, sempre acabava indo sem dormi para aula, e no que isso sempre dar? Passo as primeiras aulas dormindo... Daí o senhor Nathaniel vem encher minha cabeça de advertências...

– Irei falar com o supervisor... Eu realmente preciso dormi a noite... E não ir para onde Judas perdeu as bostas botar algum Rei maluco em seu devido lugar...

- Alicia! – Escutei uma voz baixa e doce. – Você parece cansada...

– Ola Viollet. – Sorri para ela. – Não precisa se preocupar, tive uma crise de insônia essa noite, não consegui pregar o olho...

– Outra crise? – Ela me olhou preocupada. – Não seria melhor ir ao medico? Todos os dias são assim, isso faz mal para sua saúde.

– Todo remédio que passam não faz efeito... – Dei de ombros, mentir... Faço isso dês de criança, se tornou algo tão natural mentir para manter o meu segredo, que as vezes acredito que o que digo realmente e verdade.

– Hum... – Viollet olhou para baixo, meio tristonha. Ela queria me ajudar, porém não havia como.

Chegamos na escola, sentei no lugar de sempre e deitei minha cabeça sobre a carteira, já sentindo meus olhos pesarem.

– BOM DIA! – Alexy, por que ele sempre tem que entrar gritando tão animadamente na sala? Eu realmente quero dormi!

– Bom dia Alexy. – Levantei a cabeça, não adiantaria mesmo tentar dormi com ele aqui, então era melhor nem tentar.

– Bom dia... – Disse Viollet do meu lado, sua voz não passando de um sussurro.

– Sabe Ali... Eu não entendo... – Ele se sentou na carteira a minha frente e se virou para mim.

– O que você não entende?

– Por que você e sua irmã praticamente nunca vem juntas para a escola?

– Sabe que não sei? – Dei de ombros. – As vezes quando ela acorda mais cedo que eu me deixa dormi mais por pena das minhas crises de insônia, então faço o mesmo que ela.

– Isso deve ser de família né? – Disse Armin que se sentou do meu outro lado, já ligando seu PSP.

Conversamos, os outros alunos foram chegando e se sentando em suas carteiras, a aula finalmente começou, Alexy e Viollet pararam de conversa comigo, e por mais que eu tentasse prestar atenção na aula de física não conseguia. Meus olhos pesavam tanto que era impossível me manter acordada.

– Alicia Fermont! – Acordei com o susto, o professor havia batido a mão na minha carteira. – Como sempre dormindo na hora da aula, não sei por que ainda me surpreendo! Nathaniel, a leve para a diretoria!

Suspirei, meus amigos olhavam para mim, eles sabiam que me esforçava para ficar acordada, mas só eles reconheciam este esforço. Me levantei e andei ate a porta da sala, onde o meu querido Nathaniel já me esperava, como eu adorava este horário da manhã!

– Eu não entendo! Como você consegue sempre dormi na aula! – Começou, assim que ele fechou a porta começou a falar...

– Você deveria passar a ser mais responsável Alicia! – Murmurei.

– Você deve... Você já decorou o meu discurso! – Disse ele ainda mais indignado.

– Eu sinto muito... Mas minhas crises de insônia só pioram... – Comentei.

– O pior, e que não a como discutir, a cada dia você parece mais cansada. Já foi a um medico?

Balancei a cabeça afirmativamente. Logo estava na diretoria, e a diretora começou a gritar comigo, mas eu nem prestei atenção, a mosca que voava perto da cabeça dela era bem mais interessante.

As aulas acabaram e fui para casa. Não fiz as tarefas apenas me joguei em minha cama e dormi... Antes de cair no sono eu percebi, não havia visto minha irmã o dia inteiro... Ela não aparecera em casa nem no colégio “ela e grandinha, sabe se cuidar sozinha”, foi isso o que eu pensei e então cai no sono.Porém quando eu acordasse com minha mãe desesperada pelo desaparecimento de minha irmã, eu perceberia, que eu deveria ter me preocupado.