What If escrita por Olivia Hathaway, Maria Salles


Capítulo 16
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oiieee gente!

Primeiramente, um Feliz Natal atrasado e um Feliz Ano Novo adiantado! Espero que esteja tudo bem com vocês. Bom, depois de mais um tempo sumida eu finalmente estou postando o último capítulo da fanfic o/ agora só falta o epílogo!

Escrevi esse capítulo ontem o dia inteiro, já que a criatividade só resolveu se manifestar nesse dia xD Queria agradecer a Dani pela ajuda, já que eu ainda ando meio enferrujada.
Espero que gostem!

Leiam as notas finais.

PS: contém cenas de BP!



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E esses segundos foram o suficiente para dois Strigoi se aproximarem e me atacarem com suas forças sobrenaturais, pegando-me completamente desprevenida.

Acertei uma cotovelada em um dos Strigoi, que era uma mulher, fazendo-a cambalear um pouco. O outro, entretanto, ainda mantinha seu aperto forte no meu braço, tentando torcê-lo. Reuni toda a minha força e chutei o Strigoi, conseguindo fazê-lo afrouxar o aperto. Aproveitei a chance para mexer minha mão livre, mergulhando minha estaca em seu peito.

Quando vi seus olhos esvaírem de vida, fui jogada contra a parede pela Strigoi. Tudo em questão de segundos. Minha visão borrou, e eu desesperadamente tentei me levantar. Mas ela era incrivelmente rápida.

“Merda!” exclamei quando ela agarrou meus ombros e me empurrou de volta contra a parede.

Foi então que eu o vi.

A poucos metros de mim, jogado no chão, estava Dimitri. Seu corpo estava imóvel e pálido. Meu desespero apenas aumentou, ainda mais depois que notei o Strigoi loiro se abaixando, sua boca indo em direção a garganta de Dimitri.

Um grito ecoou pela caverna. O meu grito.

Ele congelou onde estava, e ergueu seu rosto, seus olhos vermelhos fizeram contato com os meus. Havia maldade e diversão em seu olhar, e quando ele sorriu, notei que seu lábio inferior estava sujo de sangue. Sangue de Dimitri.

Raiva ferveu dentro de mim, e eu tentei atacar a Strigoi que me segurava. Eu iria matá-lo. Destruí-lo. Não deixaria Dimitri ter sua alma roubada por um monstro. A morte não iria tirá-lo de mim assim.

Com uma força que achava que não tinha, eu consegui escapar da Strigoi a tempo de cortar parte de seu peito. Isso a fez urrar de dor, e eu aproveitei para fazer meu movimento e afundar minha estaca em seu coração.

Entretanto, não pude comemorar a vitória, pois quatro Strigoi se aproximaram. Eu desesperadamente olhei para os lados, em busca de alguém para me ajudar, mas não havia ninguém lá. Eu estava sozinha. O que era estranho. Muito estranho.

Os guardiões deveriam estar aqui, ajudando a evacuar. Eu lembro disso. Até mesmo da Sra. Carmack queimando um dos Strigoi que iriam me atacar, e minha mãe lutando para nos ajudar. Eu não estava sozinha.

Não, você sempre esteve sozinha. Você desafiou as ordens de retirada para salvar Dimitri.

Tive que ignorar a confusão que minha mente se tornou para tentar me defender dos Strigoi. Pânico me envolveu quando eu percebi que havia muito mais Strigoi se aproximando de mim, deixando claro que era impossível eu sair viva de lá.

Eu estava ferrada.

Tentei reunir todas as minhas forças e os ensinamentos que eu tinha aprendido nesses últimos meses para mata-los, mas foi inútil. Os quatro Strigoi me agarraram e me imobilizaram de um jeito que fez todos os membros doerem. Olhei para a minha estaca bem a tempo de vê-la escorregando da minha mão e... dissolvendo.

Arfei. Mas que merda era aquilo?

Uma gargalhada fria me fez desviar o olhar de onde a estaca havia desaparecido para onde o Strigoi loiro estava. Ele parecia se divertir com a minha descrença e desespero. Sua mão tocou o pescoço de Dimitri.

"Ele tem o sangue bom para um dhampir, sabe?" ele lambeu os lábios. "Rico e doce. Mas eu tenho planos melhores para ele. Seu amante não deve ser desperdiçado como um simples lanche”

Imediatamente eu percebi o que ele queria dizer com aquilo. E meu sangue gelou. “Não!” gritei. “Você não pode!”

“Você não se encontra em posição para me impedir” ele disse, alargando ainda mais seu sorriso para exibir um par de presas. Ele se ajoelhou onde Dimitri estava, e ergueu sua cabeça, deixando exposto o seu pescoço. Ainda mantendo contato visual comigo, ele esticou seu próprio braço e o mordeu. Sangue escorreu, e ele o pressionou contra a boca de Dimitri, fazendo-o engolir.

No mesmo segundo meu corpo foi tomado por emoções que jamais pensei em sentir. Não naquela intensidade. Eu gritei, lutei para tentar me libertar. Mas foi tudo inútil. Era como se eu estivesse presa a colunas de pedra.

Tinha alguma coisa muito errada aqui.

Nada está errado, Rose. Isso é muito real. E seu pior pesadelo está prestes a virar realidade.

“Isso não é real!” gritei. “Dimitri não virou um monstro. Ele não pode!”

O corpo de Dimitri começou a ser tomado por espasmos. Meu coração martelava freneticamente no meu peito. Minha visão, mesmo prejudicada pelas lágrimas, notou quando sua mão agarrou o braço do Strigoi pressionado contra sua boca.

O Strigoi apenas me olhou, com um sorriso vitorioso. “Sim, ele pode”

Não, não e não. Isso não podia ser real. Dimitri não poderia ter se tornado um Strigoi. Era impossível. Uma criatura totalmente cheia de vida e força não poderia se tornar um monstro.

“Eu salvei ele!” exclamei, ao perceber que minhas memórias eram reais. Ergui meu queixo. “Eu o salvei logo depois que destruí você!”

Eu havia salvado Dimitri, tanto que ele estava bem vivo ao meu lado no carro quebrando os limites de velocidade para nos levar de volta à Academia. Porque Lissa estava prestes a ser assassinada por uma usuária de espírito completamente insana.

E com isso, eu usei toda minha vontade para voltar para Lissa, terminando essa fantasia horripilante.

O esforço foi excruciante, mas de repente, eu me encontrei olhando para o quarto em St. Vladimir. Eu me foquei em Avery que estava olhando para mim e Lissa. Ela pegou a memória que me atormentou mais, tentando me confundir e me tirar de Lissa com o meu pior pesadelo. Eu lutei contra armadilha da mente de Avery e me sentia orgulhosa disso – apesar da dor no meu coração. Eu queria poder me comunicar diretamente com ela e fazer alguns comentários sobre o que eu pensava sobre os jogos mentais dela. Isso estava fora de cogitação, então ao invés disso, eu joguei minha vontade em Lissa mais uma vez, e juntas, saímos da beira da janela e pisamos no chão do quarto.

Avery estava visivelmente suando, e quando ela percebeu que perdeu sua guerra psíquica, o rosto bonito dela ficou muito feio. “Tudo bem,” ela disse. “Tem jeitos mais fáceis de te matar.”

Reed de repente entrou no quarto, parecendo mais hostil do que nunca. Eu não fazia ideia de onde ele tinha vindo ou como ele sabia que era para aparecer ali, mas ele foi direto em direção a Lissa, as mãos esticadas. Aquela janela aberta estava atrás dela, e não era preciso um gênio para adivinhar as intenções dele. Avery tentou fazer Lissa pular usando compulsão. Reed ia empurrar ela.

Uma conversa mental voou entre Lissa e eu no espaço de um segundo.

Ok, eu disse a ela. A situação é a seguinte. Vamos ter que fazer uma pequena inversão de papéis.

Do que você está falando? Medo passou por ela, o que era compreensível, já que as mãos de Reed estavam a segundos de distância de agarrá-la.

Bem, eu disse, eu acabei de fazer a luta psíquica. O que significa que você vai ter que lutar. E eu vou te mostrar como.

O que –

Abaixe!

Eu acho que foi a sua surpresa que a fez responder tão rápido. Ele se jogou no chão. O movimento era desajeitado, mas removeu seu corpo da direção do ataque de Reed e a colocou, principalmente, fora do alcance da janela. Ele ainda colidiu com ela no ombro e com no lado da cabeça, mas isso apenas a chocou e causou-lhe um pouco de dor.

Claro, “um pouco de dor” significava coisas totalmente diferentes para nós. Lissa tinha sido torturada algumas vezes, mas a maioria das batalhas dela eram mentais. Ela nunca tinha estado numa confrontação física um-a-um. Ser jogada contra uma parede era um ocorrência normal para mim, mas pra ela, uma pequena batida na cabeça era monumental.

Engatinhe para longe, eu ordenei. Vá pra longe dele e da janela. Para a porta, se possível.

Lissa começou a mover-se pelas suas mãos e pés, mas ela era muito lenta. Reed conseguiu agarra-la pelo cabelo. Eu meio que senti como se estivéssemos participando do jogo do telefone. Com a demora entre eu dando as direções e ela tentando entender como responder, eu podia muito bem estar passando a mensagem por cinco pessoas antes de chegar nela. Eu queria poder controlar o corpo dela com um fantoche, mas eu não era um usuário de Espirito.

Isso vai doer, mas se vire da melhor forma que puder e bata nele.

Oh, isso doeu. Tentar girar seu corpo significava que o aperto dele nos cabelos dela puxava muito mais dolorosamente. Ela ministrou isso razoavelmente bem, entretanto, e deu um soco em Reed. Os socos dela não eram assim tão coordenados, mas eles o surpreenderam o suficiente que ele largou o cabelo dela e tentou se defender. Foi ai que eu percebi que ele também não era tão coordenado assim. Ele era mais forte do que ela, verdade, mas ele obviamente não tinha nenhum treinamento de combate além de socos básicos e lançar seu corpo como arma. Ele tinha não vindo aqui para uma luta de verdade; ele tinha vindo só para empurrá-la pela janela e pronto.

Saia daí se você conseguir; saia daí se você conseguir.

Ela se levantou do chão, mas infelizmente seu caminho de fuga não dava a ela acesso a porta. Ao invés, ela se moveu cada vez mais para dentro do quarto até suas costas baterem numa cadeira com rodinhas.

Pegue isso. Bata nele com isso.

Mais fácil falar do que fazer. Ele estava bem ali, ainda tentando pegá-la e tira-la do chão. Ela segurou a cadeira e tentou afastá-lo com isso.

Eu queria que ela pegasse a cadeira e batesse nele com ela, mas isso não era tão fácil assim para ela. Ela conseguiu, no entanto, ficar de pé e colocar a cadeira entre eles. Eu mandei ela continuar batendo nele com ela em um esforço de fazer ele se retirar. Isso funcionou um pouco, mas ela não tinha força o suficiente para machuca-lo.

Enquanto isso, eu meio que esperava Avery se juntar a luta. Não teria sido muito esforço para ela ajudar Reed a subjugar Lissa. Ao invés, pelo canto do olho de Lissa, eu vi Avery sentada perfeitamente parada, seus olhos desfocados e levemente vidrados.

Ok. Isso era estranho, mas eu não tinha nenhuma reclamação sobre ela estar fora do conflito.

Uma brilhante aura dourada iluminou a visão periférica de Lissa. Ela olhou para lá só o suficiente para ver Adrian na entrada. A expressão em seu rosto era cômica, mas chocado ou não, ele tinha entendido o suficiente para mirar em Reed. Era a compulsão de Adrian que estava segurando o Moroi no lugar agora. Lissa se retorceu para longe, ainda tentando se manter fora da maldita janela aberta.

“Segure ele!” gritou Lissa.

Eu fui obrigada a sair da cabeça dela por causa de uma freada brusca. Pisquei, de repente encarando os portões da Academia se abrindo bem a nossa frente. Não esperei o carro entrar.

Rapidamente saltei para fora do carro e comecei a correr em direção ao dormitório Moroi. Bem atrás de mim eu poderia ouvir passos e os gritos de Dimitri. Infelizmente, eu não poderia espera-lo. Não quando Lissa, e agora Adrian, corriam perigo.

Apesar de não ter visto muito do ambiente onde Lissa estava, eu sabia onde ficava. Pequenos detalhes que observei enquanto lutava contra Avery tinham revelado que era uma das salas do dormitório Moroi.

Mas eu não sabia explicar qual era a sala. Meu subconsciente apenas sabia.

O restante passou como um borrão. Não lembro quanto tempo passou até eu chegar lá e ver Lissa e Adrian lutando com Reed, e agora Simon. Eu apenas corri diretamente para o meu alvo principal: Avery.

Desde pequenos fomos ensinados a respeitar os Moroi, especialmente os da Realeza. Não agredi-los, somente quando estes representassem uma verdadeira ameaça. Avery continuava parada e com os olhos vidrados exatamente como antes, sem atacar ninguém. Mas ela era uma ameaça. Uma enorme ameaça que tinha o poder de manipular qualquer um com a mente, que tinha acabado com toda a minha paciência e com qualquer vestígio de uma dhampir civilizada que eu tinha mostrado ser até aquele momento, de forma que, assim que entrei no quarto, a joguei contra a parede.

Seus olhos voltaram ao normal, encarando-me de forma desafiadora. Ela praticamente ordenava para que eu fosse até ela e quebrasse seu nariz pontudo. E, bem, foi isso o que eu fiz.

Um filme se passou pela minha cabeça: Tudo o que Avery havia feito a Lissa, o modo como quase a matou e como vinha brincando com sua mente todos os dias, a deixando bêbada para que não pudesse reagir. Antes que eu percebesse, meu punho havia acertado sua cara, fazendo com que sua cabeça batesse na parede.

Avancei para um próximo golpe, porém Avery agachou-se a tempo e desferiu uma joelhada contra minha coxa, fazendo com que eu cambaleasse. Infelizmente, parecia que ela tinha mais experiência em se meter em briga do que Lissa. No momento em que ela se pôs de pé novamente, minha perna enlaçou sua canela, de forma que ela perdesse seu equilíbrio. Projetei meu corpo para frente e soquei seu abdômen antes que ela caísse.

Suas mãos tentaram me empurrar, mas sua força era muito menor do que a minha. E Avery estava sem saída. Ela percebeu isso, pois terror surgiu em seu olhar. Eu sorri internamente. “Eu acho que devo terminar de te lembrar o que eu te disse depois da reunião com seu pai sobre o que aconteceria se você aprontasse nov-”

Não consegui terminar porque meu cabelo foi puxado de uma forma violenta, e que só aumentou ainda mais a minha raiva. Olhei para trás, encontrando um muito irritado Simon tentando me afastar de Avery. Oh cara, pensei, você definitivamente não tem amor pela sua vida.

Ele se preparava para me acertar um soco, mas eu fui mais rápida ao agarrar sua mão. Meu cabelo foi puxado com mais força pelo movimento, mas não me importei. A expressão dele endureceu mais do que de costume. Abri um dos meus melhores sorrisos sarcásticos. “Bem, você pediu”

Em um rápido movimento, eu o puxei para o chão e avancei para cima dele. Simon podia ser um guardião, ser mais alto do que eu e até mais forte, mas ele aparentemente não tinha os reflexos e a agilidade que eu tinha. Muito menos a raiva que me deixava ainda mais perigosa. Eu também tinha treinado duramente com um cara que era quase o dobro da minha altura e considerado um deus da guerra. Então Simon era fichinha para mim.

Ele tentou revidar, mas não obteve sucesso. Meu punho fez contato direto com seu rosto uma, duas, três vezes... até eu sentir seu corpo ficar mole. Então eu voltei para a minha atenção principal.

Avery não teve tempo de correr. Ela nem tentou na verdade. Havia algo estranho com sua expressão, especialmente com seus olhos. Foi quando percebei que ela provavelmente estava reunindo forças para lançar algum ataque psíquico. Não, eu não a deixaria fazer aquilo novamente.

Puxei seu cabelo castanho com força e novamente acertei um soco no seu rosto já sangrento. Aquilo a fez sair do transe, e ela começou a gritar.

Só que, antes que eu pudesse socá-la mais uma vez, Avery tentou desferir um soco contra mim, mesmo que tenha sido de uma maneira descoordenada. Agarrei seu punho e o torci para trás de seu corpo, imobilizando-a. “Agora” falei, me aproximando ainda mais. “Vamos terminar”

Imagens do sonho induzido que ela introduziu em minha mente vieram à tona, e senti a fúria invadir meu corpo mais uma vez. Ela tinha que pagar. Ela tinha que saber que ninguém mexia com a princesa Dragomir sem enfrentar a fúria de Rose Hathaway. Uma fúria que eu estive guardando há semanas desde que ela começou a estragar minha amizade com Lissa.

“Rose!” ouvi uma voz chamar. Havia urgência nela. Eu a ignorei.

Eu só parei quando dois pares de braços fortes me puxaram para longe. Acertei uma cotovelada em um, e estava prestes a tentar lutar quando vi que eram Dimitri e Adrian. Adrian tocou seu queixo, fazendo uma careta de dor. Seus olhos verde esmeralda brilhavam. “Deus queira que eu jamais apronte contra sua pessoa. Você bate forte, pequena Dhampir.”

Minha raiva instantaneamente sumiu. “Eu, hm... desculpe” olhei ao redor, vendo que o lugar estava com uma atmosfera absurdamente estranha. Lissa estava encolhida contra uma parede com Christian ao seu lado, completamente desgastada e com a respiração pesada. Reed estava a poucos centímetros dela, inconsciente e com um enorme corte na cabeça. Simon também estava desmaiado, e com cortes piores do que Reed. Já Avery... seu rosto estava completamente ensanguentado e destruído, seus olhos abertos e completamente perdidos de um jeito nem um pouco humano. Eu só sabia que ela ainda estava viva pelo movimento de sua caixa torácica.

“Meu deus” sussurrei, percebendo o estrago que havia feito. “O que eu fiz?”

A mão de Dimitri apertou meu ombro, e poucos segundos depois ele disse, em uma voz incrivelmente calma. “O que tinha que ser feito: o dever de proteger seu Moroi”

***

Se Kirova ainda estivesse aqui, eu seria expulsa sem a menor sombra de dúvida por ter literalmente quebrado a cara de um Moroi. Não importava se ele tivesse ou não tentado matar alguém.

Acabou que depois daquela cena todos nós fomos enviados para a enfermaria. Como eu tinha pouquíssimos ferimentos, fui liberada logo em seguida – para um longo e cansativo interrogatório com o diretor e os guardiões.

O pai de Avery ficou literalmente louco quando soube do que aconteceu, não sabendo exatamente o que fazer. Saber que sua filha era um usuário de espírito já era algo surpreendente, especialmente porque eram raríssimos. Mas saber também que sua filha era uma psicopata que estava usando esse elemento para manipular os outros só acabava por piorar as coisas.

E apesar de ter sido eu quem quase matou sua filha, ele decidiu não me expulsar. Eu sinceramente não esperava aquilo. Para mim, Eugene faria de tudo para vingar sua filha mesmo que ela estivesse errada.

Logo depois de ter sido liberada da última reunião, fui até a enfermaria ver Lissa. Enquanto passeava pelo campus, eu me senti feliz em saber que nenhum dos estudantes sabiam o que tinha acontecido. Porque eu não estava no humor de ter mais atenções dirigidas a mim e a Lissa. E isso significava uma enfermaria completamente livre de bisbilhoteiros.

A Dra. Olendzki não ficou nem um pouco surpresa ao me ver lá. “Você quer ver a princesa”

Eu apenas assenti, e ela me conduziu até uma sala que ficava do outro lado do corredor. Eu senti alívio preencher o laço antes mesmo que eu entrasse na sala.

Lissa estava sentada em uma cama, seu cabelo loiro platinado puxado para trás. Notei alguns arranhões em seu rosto, e vi que sua mão direita estava envolvida em curativos.

“Rose” ela disse suavemente, mas eu detectei incerteza em sua voz. Ela estava cautelosa, com medo de que eu me afastasse novamente dela.

“Hey” falei caminhando até ele e sentando na cama, ao seu lado. “Como está se sentindo?”

“Estranha” disse ela, encarando suas mãos. “Eu não sei... meu corpo dói. Mas acima de tudo, sinto que minha mente está uma bagunça. É como se eu tivesse me libertado de ser uma marionete e tudo mais”

“Mas você foi” falei. “Avery estava te enganando há semanas, usando compulsão”

“Avery enganou a todos nós” disse ela, raiva em sua voz. “Eu não sei como foi tão estúpida em não ter percebido isso antes! Não sei como ela conseguiu esconder de todos que ela era uma usuária de espírito. Isso é impossível”

“Ela tinha poder o suficiente para fazer isso, porque ela drenava as energias de Simon e Reed”

Ela levantou seu rosto para me encarar de forma abrupta. “Como isso é possível?”

Eu contei a ela. Tive uma breve conversa com Adrian algumas horas atrás, onde ele tinha revelado que Avery além de ser uma usuária de espírito, tinha matado Reed e Simon para torna-los seus shadow-kissed. Assim, ela tinha como sugar forças dos dois para poder camuflar sua verdadeira identidade. E o motivo que a fez perder completamente a cabeça foi quando ela tentou controlar a mente dos dois para que pudessem nos tirar do caminho para que ela tentasse matar Lissa.

Lissa respirou fundo depois que terminei, tentando acalmar sua cabeça que estava processando aquelas informações a todo vapor. Entretanto, outra coisa a perturbava.

“Rose –“

“Não” eu disse, levantando minha mão para que ela parasse. Sabia onde ela queria chegar. “Não há nada para perdoar. A culpa não foi sua”

“Não foi inteiramente dela!” exclamou ela, girando seu corpo para ficar de frente para mim. Havia culpa, raiva, e uma profunda tristeza e arrependimento em seus olhos jade. “Eu realmente fiquei chateada quando descobri sobre seus sentimentos para Dimitri. Parte de mim foi completamente egoísta, e eu não olhei seu lado. Por favor, Rose” suas mãos agarraram as minhas. “Deixe-me pedir desculpas pelo que eu fiz. Eu não tinha o direito de dizer aquelas coisas horríveis que eu disse”

Senti suas emoções me envolvendo, fazendo-me suspirar. Meu coração doía. “Liss...”

“Eu preciso terminar” cortou ela, desespero em sua voz. “A verdade é que eu quero que você seja feliz com ele, porque eu sei o quanto você o ama e o quanto ele te ama. Eu vi isso. E vou entender perfeitamente se você pedir para proteger outro Moroi”

“Diabos!” exclamei, praticamente pulando da cadeira. Porque o que ela sugeria era um absurdo completo. “O que a Dra. Olendzki fez com você? Errou na dosagem das drogas?”

“Rose!” censurou ela, chateada. “Estou falando sério!”

“Pois eu falo ainda mais sério: em nenhum momento eu pensei em desistir de te proteger. Eu nunca faria uma coisa dessas”

Eu vi lágrimas escorregando pelo seu rosto. “Eu não mereço você. Não depois de tudo o que eu fiz” ela passou a mão no rosto. “Mas você promete que as coisas entre nós voltarão a ser como eram antes?”

“Não, isso eu não posso te prometer” Desviei meu olhar do dela. Meu coração doía ao dizer isso, mas era a verdade. E a verdade, pelo que aprendi durante esses dezoito anos, quase sempre era dolorosa. “Porque nada voltará a ser como antes”

Logo que saí da enfermaria eu encontrei Dimitri.

Era como se ele estivesse me esperando sair da enfermaria, pois o encontrei embaixo de um enorme pinheiro que ficava nas proximidades do dormitório dos Dhampir. Ele estava usando seu tradicional sobretudo de couro preto, seu cabelo castanho solto batendo em seus ombros.

“Você poderia ter me avisado que estaria me esperando” eu disse, me aproximando. “Porque daí você não estaria passando frio”

Ele se desencostou da árvore. “Eu estava tranquilo aqui”

“Yeah” cruzei meus braços. “Eu esqueci que você tem aquela super resistência ao frio por causa da Sibéria. Um pequeno detalhe”

Aquilo arrancou um daqueles meio sorrisos que faziam meu coração palpitar. “Rose, Rose, sempre achando que a Sibéria é como a Antártida”

“E não é?” provoquei.

“Não” suas mãos pegaram as minhas. Encarei nossas mãos entrelaçadas por um segundo, surpresa com seu gesto. “Rose” meu nome sendo pronunciado me fez levantar meu olhar para seu rosto. Seus olhos castanhos se prenderam com os meus, poderosos e infinitos. “Eu preciso saber de uma coisa. Quando estávamos no carro, houve um momento em que você começou a gritar, como se tivesse perdido o seu mundo”

O braço do Strigoi pressionado contra a boca de Dimitri, para que ele bebesse seu sangue.

Dimitri viu o assombro em meu olhar, pois seu aperto aumentou. “Diga-me”

“Ela me prendeu no meu pior pesadelo. Naquela caverna...” Minha voz mal passava de um sussurro. “Ela me fez te ver sendo transformado em um Strigoi”

Dimitri apenas ficou em silêncio. E segundos depois, fui envolvida por seus braços e puxada para ele. Encostei minha cabeça em seu peito e fui inundada pelo seu cheiro intoxicante. Não percebi que estava chorando até que Dimitri limpou minhas lágrimas com as costas de sua mão.

Suspirei. “Eu não quero que isso aconteça. Estive tão perto de te perder uma vez... eu não quero que isso volte a acontecer. Sei que é impossível porque somos guardiões, o que significa que nossas vidas sempre estarão em risco. Mas -”

“Roza” sua voz estava embargada de emoção. Seus dedos deslizaram pelo meu rosto, enviando ondas de calor. “Eu também não quero chegar perto de te perder outra vez. Quando eu finalmente aceitei assumir meus sentimentos, uma parte foi porque eu sabia que poderia te perder a qualquer momento por causa da nossa vida. Eu percebi que desperdiçar essa chance era completamente errado, e que eu poderia me arrepender no futuro. Eu quero viver o presente, e o futuro com você, até onde me for permitido”

“Você esqueceu apenas de um detalhe, camarada” falei, puxando seu rosto para o meu, nossos lábios a centímetros de distância. “Se estivermos separados, lembre-se de que sempre acharei uma maneira de te encontrar”

NOTAS FINAIS

*to postando aqui porque o local certo só come meu texto ¬¬*

Final tosco e clichê, eu sei ‘-‘ foi muito difícil terminar!

Espero que tenham gostado do capítulo! Tive que colocar e resumir a cena da luta de BP, porque ela realmente tinha que estar aí. Tentei deixar essa luta Rose e Avery +- do jeito que vocês queriam, espero ter acertado...

Desde o primeiro capítulo de WI, eu sabia que tinha que ter essa cena da Lissa e da Rose, onde a Rose diz que nada será como antes (em se tratando da amizade entre as duas), porque as coisas que a Lissa fez foram – mesmo sob controle da Avery – foi um tanto imperdoável. É bom que a Lissa aprende alguma coisa, e a Rose pare de ficar sempre colocando ela em primeiro lugar e tal.

Queria agradecer a todos os comentários do post passado, pelo apoio de vocês! Sério, eu fico tão feliz quando leio as opiniões de vocês!! Isso além de me motivar a escrever, me faz pensar no que eu devo melhorar e tal. O carinho de vocês é maravilhoso ♥ ♥ ♥ Não sou de ficar pedindo comentários, mas acho que essa é a hora dos meus queridos leitores fantasmas aparecerem ao menos para me contar o que acharam da fic, já que o próximo é o epílogo o/ os dedinhos não irão cair hihi Quem quiser aproveitar para recomendar, sinta-se a vontade ^^ mas só se a fic estiver merecendo, ok?

Bom, acho que é isso! Só lembrando que o epílogo é a formatura de SB adaptada, ok? Prometo que postarei até o último dia de Janeiro haha

Beijos e obrigada pelo carinho de vocês!


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