What If escrita por Olivia Hathaway, Maria Salles


Capítulo 12
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Hey genteeee!

Por MUITO pouco que vocês não ficaram sem capítulo hoje! Comecei a escrevê-lo hoje que nem uma desesperada porque essa semana eu estive ocupada com outras coisas: irmãos chegaram de férias e porque estou trabalhando no site do @KozlovskyBR (to lá na equipe o/ e ta ficando tãaaao lindo *------------*)

Tive que cortar esse capítulo por motivos de: preguiça de meter mais coisa aí.
E tipo, acho que esse foi o pior capítulo que escrevi. Vocês já vão ver por que...

Dias linda foi minha beta *o* obrigada pela paciência, viu??

Ps: contém cenas de BP!
Nos vemos lá embaixo :3



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Eu não gosto da solidão.

Ela poderia ser bem vinda em algumas horas – para esfriar a cabeça e pensar bem fundo a respeito de algo, mas na maioria das vezes eu a detestava. Fazia de tudo para sempre ter companhia, não importasse quem fosse. Ficar sem conversar com alguém me deixava louca aos poucos.

Isso eventualmente me levava ao tédio. Odeio ficar parada, sem nada para fazer. Minha natureza exige que eu esteja sempre em movimento, fazendo qualquer coisa. Inclusive coisas que me fariam pegar detenção mais tarde.

Estava tentando resolver um exercício de álgebra pela milésima vez quando finalmente desisti. Então decidi entrar na cabeça de Lissa.

Eles tinham chego na Corte na noite anterior, e por isso não tiveram como aproveitar. Lissa tinha acabado de ir para seu quarto se trocar quando anunciaram que ela teria uma pequena reunião. E enquanto ela esperava o pessoal chegar no escritório que tinha em seu apartamento, me permiti explorar suas emoções.

Ela estava com raiva. Mesmo que a rainha estivesse do outro lado do mundo, Lissa sabia que ela arrumaria um jeito de meter as garras nela. Tatiana não era burra.

Mas para a surpresa dela, um guardião apareceu no lugar de uma família da Realeza que ela tanto esperava. Ele beirava os cinquenta anos, tinha o cabelo e o bigode grisalhos. Cheirava a cigarro. Ele fez uma reverência.

“Princesa Dragomir” falou. “Peço desculpas pelo meu atraso. Estava em uma reunião urgente e por isso demorei”

“Não tem problema” Lissa disse suavemente forçando um sorriso educado. Eu não sabia quem era esse cara, mas ele cheirava a alguém importante. Momentos depois, meu instinto provou estar certo: ele era Hans Croft, chefe dos guardiões da Corte. O cara mais poderoso de toda a hierarquia dhampir. E ele estava ali por causa de Tatiana.

“A Rainha me pediu para selecionar dois dos meus melhores guardiões para serem seus”

Surpresa estampou o rosto dela. Descobrir que seu visitante era um dhampir já a tinha surpreendido, e com essa bomba... bem, Lissa não conseguiu se segurar. “Não preciso de guardiões. Eu já tenho” ela tropeçou em suas últimas palavras, e Hans percebeu isso. Seu rosto se iluminou.

“Bom, me foi dito que o Guardião Belikov continuaria com seu cargo. Quanto a Srta. Hathaway, ela não tem tanta certeza. O fato é que você precisa ser protegida agora por três guardiões”

Eu sabia que Tatiana me detestava. Ela nunca escondeu isso. Não apenas por eu ter um histórico um tanto peculiar, mas também porque ela achava que eu estava com Adrian – seu adorável sobrinho-neto. Ela tinha planos de casá-lo com Lissa para manter a linhagem Dragomir e dar mais influência para sua família, o que me tornava um empecilho. Ela estava louca para se livrar de mim, e essa reunião com Hans era a prova viva disso.

Senti a raiva de Lissa crescer mais, e não era de mim, o que me surpreendeu. Era de Tatiana. Ela estava brava por causa da audácia de Tatiana, o que era incrível. Eu jurava que ela aceitaria na hora me trocar por outro guardião, mas não. Lissa poderia continuar magoava e com raiva de mim, mas ela não faria isso tão cedo.

Entretanto, ela também não pretendia abrir mão de Dimitri, o que tornava as coisas piores. 

“Rose será minha guardiã” ela disse. “E não há nada a ser alterado.”

Ele deu de ombros. “Isso não importa. Ela terá que provar que é digna de protege-la, e vamos ver isso na formatura. Como não sabemos ainda, estamos tomando precauções”

“Eu já disse que não preciso de outros guardiões!”

A expressão de Hans se tornou irritada. “Eu sigo ordens. Se a Rainha determinou isso, então assim será.”

Ela estava prestes a retruca-lo quando uma ideia surgiu em sua mente. Foi tão rápida que nem eu tive tempo de me recuperar.

Lissa poderia esconder a maior parte de suas emoções, mas vez ou outra eu conseguia captá-las. Ela estava arrependida por ter dito para Dimitri e eu terminarmos. Profundamente arrependida. Ela também estava com medo de que eu não a perdoasse -– e sinceramente, eu demoraria para perdoá-la por isso. Agora eu estava experimentando suas emoções, vendo o quão devastada ela estava por tudo. E a ideia que ela teve era para tentar consertar as coisas entre nós. Interessante.

“Olha” ela disse calmamente, tentando controlar seu repentino entusiasmo. “Está bem então. Pode selecionar os guardiões como a Rainha lhe ordenou.”

Hans arqueou uma sobrancelha grisalha, seus olhos estavam especulativos. “Mas a senhorita acabou de me dizer que não gostaria de substituí-la”

Ela balançou a cabeça. “Não, eu não vou. Mas quero deixar um de reserva caso...” ela franziu os lábios “caso aconteça alguma coisa”

Ele estava prestes a retruca-la, mas algo o fez desistir da ideia. Ele empurrou duas pastas para ela. “Tudo bem então. Esses arquivos são os dossiês dos guardiões escolhidos. Você gostaria de agendar para conhece-los pessoalmente?”

Lissa pegou as pastas e assentiu. “Claro. Amanhã de manhã está bom para você?”

Um meio sorriso surgiu em seus lábios. “Perfeitamente”

Hans saiu logo depois de combinar mais alguns detalhes, deixando Lissa livre para finalmente se arrumar. Ela tinha combinado de se encontrar com Mia e os outros, e estava atrasada.

E enquanto ela se trocava, seus pensamentos ficavam cada vez mais agitados. Tristeza, raiva, esperança. Ela estava novamente relembrando da briga que tivemos, pensando na reação de Dimitri caso ele soubesse que ela tinha pedido para mim desistir dele já que seríamos seus guardiões.

Ela se sentia suja por causa disso, e estava mais do que desejosa para consertar isso.

Uma batida na porta a fez voltar para a realidade. “Já vou!”

Ela abriu a porta e se deparou com Avery ali. “Oh, hey. Eu já estava indo lá, mas acontece que tive alguns imprevistos”

Avery entrou no quarto, e só então Lissa percebeu como ela estava vestida. “Você não estava com eles”

Avery balançou a cabeça e abriu um sorrisinho culpado. “Não. A garota loira queria treinar magia com Christian e a Belezura. E você sabe que essa coisa de lutar não é comigo... Então decidi passar aqui”

Lissa mordeu o lábio. “Achava que eles iriam me esperar”

Ela balançou a cabeça. “Acabou que não. Eles não conseguiram se segurar por mais tempo” Avery se jogou na cama de Lissa, seu cabelo castanho se esparramando no cobertor. “Deus,” disse ela. “Você acha que Reed poderia me envergonhar mais? Duas pessoas tentaram ter uma conversa com ele, e ele continuou as afugentando. Ele na verdade acabou de mandar Robin Badica calar a boca. Quero dizer, yeah, ela não parava de falar, mas ainda sim... Aquilo não foi legal.” O dramático olhar de exasperação de Avery enfraqueceu enquanto ela percebia a cara de Lissa. “Hey, o que está errado?”

Imediatamente, Lissa trancou aquela preocupação e arrependimento. Aquilo estava consumindo ela, sufocando-a aos poucos. E ela encontrou conforto nos olhos azuis de Avery.

“Eu preciso sair daqui.” Lissa deu uma funda e calmante respiração. “Lembra de toda aquelas coisas legais sobre as quais você disse que sabia? Quando isso vai acontecer?”

Eu entendi onde ela queria chegar: Lissa queria desestressar e esquecer de seus problemas. E Avery sabia exatamente onde e como fazer isso.

Avery sorriu. “Assim que você quiser.”

Eu voltei para a minha cabeça por causa de batidas na minha porta. Enquanto eu me levantava, eu tentava absorver o que tinha acabado de acontecer. Era confuso ainda saber que Lissa estava desesperada arrumando um jeito de endireitar as coisas entre nós, e ao mesmo tempo agindo tão diferente.

Abri a porta e me vi encarando a figura alta de David. Ele tinha um sorriso convencido e travesso no seu rosto, como se soubesse que iria me pegar totalmente desprevenida. Ele usava um gorro preto que deixava as pontas dos cachos do seu cabelo a mostra. “Sinto que cheguei bem na hora. Você parece que está prestes a arrancar os cabelos de tédio”

Ele tinha razão. Já estava considerando fazer isso. Abri mais a porta e o deixei entrar. “Como você consegui chegar até aqui?”

Ele deu de ombros. “Arranjos podem ser feitos”

Não o questionei. David era conhecido também por causa de suas artimanhas, que muitas vezes rivalizavam com as minhas. E como a maioria dos funcionários estava de folga, entrar nos dormitórios estava mais fácil do que nunca.

“Tudo bem, agora me diga o que você está fazendo aq-“ a realidade então me bateu: o torneio de bilhar. Merda. Com todos aqueles acontecimentos, eu tinha definitivamente me esquecido do jogo que ele me chamou para participar. Como eu não tinha ido para a Corte com Lissa, eu não tinha mais motivos para recusar.

“Nós combinamos um jogo, lembra?” respondeu, cruzando os braços e me observando com diversão.

“Yeah, agora eu me lembro” passei a mão no meu cabelo. Eu estava dividida: uma parte de mim queria ficar e tentar dormir a tarde toda, enquanto a outra queria aceitar o convite porque seria uma forma de me distrair e de socializar um pouco. Acabou que decidi optar pela segunda.

A expressão de David rapidamente se iluminou. “Ótimo! Não precisa trocar de roupa, só coloque um casaco. Todos já estão lá embaixo”

Peguei um casaco preto e o segui até o salão de jogos. Rodney e seu irmão, Jared, já estavam lá, junto com mais estudantes que eu imediatamente reconheci. A maioria era dhampir, mas também havia alguns Moroi – mas penas um era da realeza.

Lancei um olhar para David. “O que Xander Badica está fazendo aqui?”

Ele me conduziu para uma das mesas, onde Rodney e Jared disputavam uma partida com dois Moroi. “Ele brigou com os pais porque eles decidiram contar sua mesada.” disse baixinho. “Há boatos de que eles também o deserdaram”

Olhei discretamente para onde Xander estava, procurando ver seu rosto. Ele não estava triste, nem bravo por seus pais terem feito isso com ele. Na verdade, ele estava com um sorriso bobo no rosto enquanto flertava com uma dhampir que reconheci imediatamente: era a Meredith.

Tentei esconder minha cara de nojo. Eu gostava de Meredith, mas não muito de Xander. Ele era um babaca na maioria das vezes, e um aproveitador.

“Não estou acreditando no que meus olhos estão vendo” a voz de Rodney me fez desviar o olhar. Ele estava segurando um taco e me olhava com um enorme e caloroso sorriso. “Rose Hathaway voltando as origens, isso mesmo?”

Devolvi o sorriso. “Cuidado. Não me provoque porque não estou afim de te fazer chorar nesse jogo”

“É mesmo?” ele pegou um taco que estava encostado na parede e me entregou. “Então é bom você se aquecer para eu não te fazer chorar.”

“Isso vai ser interessante” falou Jared, vindo até onde eu estava e me dando um abraço. “Estamos felizes por você está aqui, Rose” ele se afastou para que pudesse ver meu rosto. Seus olhos verdes brilhavam, animados. “Quando Snow me falou que tinha te chamado para jogar com a gente, eu quase não acreditei. Ainda mais porque você tinha esquecido da gente”

“Claro que não esqueci de vocês!” falei espantada. Eu não tinha esquecido deles, mas é que minha vida estava tão fora de série nos últimos meses. “Muita coisa aconteceu, vocês sabem”

Igor, um Moroi loiro, se aproximou de nós. “Sim, realmente aconteceram muitas coisas. Imagino que aquele boato sobre você e o Guardião Belikov deve ter deixando as coisas mais complicadas ainda”

Nem fiquei surpresa com o comentário. Eu sabia que eles acabariam surgindo. “Jesse e Ralf estão procurando um jeito de se vingar, e decidiram inventar essa. Nunca os vi tão desesperados”

“E eles acabaram se ferrando” falou ele, sorrindo amplamente. “Porque além de terem sido suspensos, pegaram detenção. E é Belikov que os está supervisionando”

Juntei todo meu autocontrole para não demonstrar meu choque. “É mesmo?”

Ele fez que sim com a cabeça. “Uhum. Falaram que é para eles se sentirem arrependidos por terem dito aquilo sobre vocês dois. Lazar estava querendo expulsá-los por isso, mas acabou que os pais deles tiveram que implorar”

“Eu juro que pagaria para vê-los limpando as carteiras na frente de Belikov. Ainda mais porque ele é super severo e amedronta qualquer um só com um olhar” David disse, parando para o lado. Percebi que ele segurava duas latas de cerveja. Os guardiões faziam de tudo para impedir a entrada de bebidas alcoólicas no campus, mas os aprendizes tinham seus truques. “Acho que nem dormir eles estão conseguindo depois dessa”

“Aqueles dois tem medo até do próprio reflexo” falei tentando segurar o riso.

“Isso é verdade” Rodney disse, com um sorriso zombeteiro no rosto. “Uma vez Jesse tentou roubar a vez do Alex nos alimentadores, e só foi eu lançar um olhar para ele que ele começou a se contorcer e desistiu disso”

“Ok gente” David disse, gesticulando para a mesa de bilhar. “Vamos voltar a jogar. Só temos mais três horas antes deles fecharem aqui” ele estendeu uma lata para mim. “Trouxe para você”

Balancei a cabeça. “Não quero, obrigada”

Ele me olhou surpreso. “Por que não? Você sempre gostou dessa marca. E outra: é feriado! Hoje e amanhã podemos fazer o que quisermos”

“Dave”

“Por favor”

Eu ponderei. Era feriado, meu Moroi não estava aqui para eu manter um olho nele e uma simples lata não iria me deixar bêbada. O que me impedia de fazer isso era aquela voz desaprovadora de Dimitri no fundo da minha consciência me dizendo: “Você não pode. Seu trabalho não permite isso”

Bem, eu não poderia fazer isso no trabalho. Mas na folga? Diabos, eu poderia fazer o que quisesse. Silenciei aquela voz e peguei a lata da mão de David. Ele me olhou com aprovação e anunciou que seríamos os próximos a jogar.

Quando terminamos a quinta partida, decidi que já estava na hora de ir embora. A fome tinha despertado, e eu ficava de mau humor facilmente quando estava com fome. David se ofereceu para ir comigo no refeitório e eu prontamente aceitei.

Enquanto esperávamos nossos sanduíches, eu pensava no que tinha acabado de acontecer. Passar uma tarde jogando bilhar me fez lembrar da minha antiga vida, onde eu não tinha tantas preocupações e problemas. Eu tinha me desligado completamente dos meus problemas e aproveitado o momento, sendo aquela velha Rose amava se divertir e se dava com todos. E para a minha surpresa, eu tinha me divertido de verdade. Há tempos que isso não acontecia.

Eu também estava feliz porque ninguém tinha me perguntado sobre o que tinha acontecido comigo e com Lissa, mesmo que eles estivessem loucos para fazer isso.

David finalmente apareceu com nossos sanduíches, e logo depois voltamos a caminhar pelos corredores da Academia.

“Hoje a noite vai ter uma festa no quarto do Jared” ele comentou enquanto eu dava a última mordida no meu sanduíche. “Você vai?”

Balancei a cabeça e joguei o papel no lixo. “Não posso. Preciso estudar” Era mentira. Eu queria ir, mas minha mente me dizia que eu já tinha tido diversão demais em um único dia. E outra: eu não queria encorajá-lo mais.

Era impossível não perceber que David ainda tinha sentimentos por mim. Ele tinha deixado claro isso durante o jogo, quando beijava minha bochecha e segurava minha cintura. Eu tinha conseguido me esquivar bem a tempo de evitar um beijo. Mas ele não tinha desistido.

“Por favor, Rose” disse me encarando com seus grandes olhos azuis. “Vai ser divertido. Uma festa sem Moroi da realeza para encher o saco. Você sabe o quão difícil é isso acontecer?”

“Claro que sei” eu inclusive apreciava mais festas sem esses Moroi porque elas tendiam a ser mais divertidas e raras. Meu olhar vagou pelos prédios ao nosso redor. “Mas Dave, eu só não posso, ok?”

“Foi por causa do que aconteceu hoje a tarde?”

Eu estava prestes a responde-lo quando a figura alta e imponente de Dimitri apareceu. David rapidamente arrumou sua postura.

“Boa tarde Guardião Belikov” ele disse.

“Boa tarde, Sr. Snow.” Dimitri sequer olhou para ele. Seu olhar estava em mim. “Estava procurando por você, Rose”

Tentei ler seu rosto, mas ele estava inexpressivo. “O que aconteceu?”

“Eu já vou indo” David disse, fazendo nossas atenções se voltarem para ele. Ele novamente me olhou com um ar suplicante. “Pense bem, ok?”

“Eu prometo” falei. Antes que eu pudesse fazer algo, ele se inclinou e me beijou minha bochecha.

“Nos vemos mais tarde então” David se afastou e foi em direção ao dormitório dhampir.

Percebi que Dimitri estava quieto ao meu lado, olhando ele se afastar.

“Você não deveria encorajá-lo” falou, ainda observando-o.

“Não seja ridículo.” Eu zombei. “Claro que não o estou encorajando. Não tenho culpa se ele tem uma queda estúpida por mim”

“Eu diria que é bem mais do que uma queda” murmurou, se virando. Eu automaticamente o segui. Sabia para onde iríamos.

“Onde está sua mochila?” perguntei. “E a garrafa térmica com café? Sinto que você terá crise de abstinência a qualquer momento se ficar sem ela”

“Estão lá na cabana” respondeu, mas sem me olhar. Eu senti o clima ficando cada vez mais pesado entre nós.

Decidi arriscar. “Aconteceu alguma coisa?” perguntei. “Você está zangado comigo porque estava jogando bilhar?”

Aquilo provou ser um erro. A expressão dele endureceu mais ainda. E eu comecei a me perguntar se ele não estava com ciúmes. “Isso tem algo a ver com David?”

Já estávamos subindo os degraus para a varanda da cabana quando ele respondeu. “Não, não tem nada a ver com ele”

“Meu deus!” exclamei, tentando conter uma risada. “Você está com ciúmes dele!”

Ele girou para que pudéssemos ficar cara a cara. Sua expressão era irritada, assim como seus olhos castanhos. E foram neles que vi que ele realmente estava com ciúmes. “Pare de falar bobagens, Rose”

“Quem me dera” falei me aproximando dele. Centímetros separavam suas costas da porta de madeira da cabana. Ele não tinha saída. Na verdade, ele poderia me tirar da sua frente se ele quisesse – mas ele não o fez. Ergui meu rosto para fazer contato visual e coloquei minhas mãos em seus braços. “Eu sei que você está com ciúmes. E tenho algo para dizer: não estou nem um pouco interessa em David. Você é o único cara que me interessa.”

Suas mãos agarraram as minhas em um forte aperto. Ele deu um passo para mais perto “Eu já disse que não estou com ciúmes. Não sei de onde você tirou isso, mas é uma ideia estúpida e absurda. Eu confio em você”

“É mesmo? Então prove isso”

Seus lábios então esmagaram os meus, me pegando completamente de surpresa. Sua boca se movia contra a minha ferozmente, explorando-a e exigindo uma resposta. Eu retribuí o beijo e passei meus braço em volta do seu pescoço, trazendo seu rosto mais para baixo. As mãos de Dimitri tinham descido até a minha cintura, e me puxaram para que eu ficasse mais colada contra ele. A intensidade do beijo aumentou, assim como o desejo. Uma de suas mãos então subiu para meu cabelo, e seus dedos se emaranharam nele.

Eu estava atordoada demais para pensar. Achava que ele iria me afastar ou dar uma resposta esperta antes de irmos ver o que ele tinha traduzido. Mas não. Ele decidiu ir pelo caminho mais inesperado. Claro, eu não estava reclamando e tampouco desejava que ele parasse.

E depois de um momento, eu percebi que isso seria impossível.

Em um hábil movimento, Dimitri entrou na cabana e me jogou na cama. Eu encontrei seu olhar, e ofeguei com a chama de desejo que encontrei naqueles profundos olhos castanhos. Nunca o tinha visto com tanta fome. Minha respiração acelerou, e meu corpo ardeu em antecipação.

Ele se abaixou, e novamente capturou meus lábios com os seus. Nossas línguas passaram a travar uma batalha de dominação. Minhas mãos começaram a desabotoar sua camiseta, enquanto as deles tentavam tirar meu casaco. Era praticamente uma luta para quem iria terminar de tirar a roupa do outro primeiro.

Eu tirei sua camisa, e toquei seu peito. A pele dele – que era quase tão bronzeada quanto a minha - era quente e macia contra minhas mãos, e só aumentaram ainda mais o calor que eu sentia. Ele moveu seus lábios dos meus, até meu pescoço e ombro, puxando a alça do sutiã para baixo enquanto ele cobria minha pele com beijos famintos. Seu nariz contornou minha clavícula, e seu hálito quente contra minha pele provocaram arrepios pelo meu corpo.

Suspirei. “Então você está cumprindo sua promessa de me fazer perder o controle em segundos?”

Ele ergueu seu rosto para que eu pudesse olhá-lo. Eu vi um brilho de malícia em seus olhos. “Não, Roza. Mas esse dia ainda vai chegar” sua voz me disse que aquilo era uma promessa. E provavelmente ela seria cumprida logo.

Eu o beijei novamente, mordiscando levemente seu lábio inferior, e senti uma de suas mãos deslizando pelo meu estômago, indo até o cós da minha calça. Ergui meus quadris, e rapidamente ela se foi. Antecipação e ansiedade acenderam cada parte do meu corpo, e a vontade de tê-lo foi ficando cada vez mais insuportável quando seus lábios desceram para meu estômago. Senti a ponta de seus longos e calejados dedos passeando pela minha coxa - quase não aplicando nenhuma pressão, mas ainda assim deixando meu corpo ardendo em chamas. Fechei meus olhos.

“Eu ainda sinto que você quer me provar algum ponto” eu disse com a respiração pesada.

“Não tenho nada para provar” ele disse arrogantemente enquanto desabotoava meu sutiã. “A única coisa que aconteceu foi que você queimou minha mente outra vez”

“O que voc- Oh!” boca dele tinha atingido um lugar extremamente sensível, que acabou arrancado um gemido de mim. Puta merda.

Dimitri parecia saber exatamente onde e como me tocar, assim como meus pontos sensíveis. Era como se ele conhecesse cada célula do corpo e minha reação. Eu percebi então que aquela conexão que partilhávamos não era apenas emocionalmente, mas também fisicamente. Meu corpo respondia o seu assim como o dele respondia o meu. E isso era quase tão poderoso quanto.

Ele parecia estar bem ciente sobre isso, pois seus lábios e mãos continuaram me explorando até que seu corpo finalmente sucumbiu ao maior de todos os desejos. Eu me agarrei nele, e o que fizemos então foi muito além de paixão animal. Queríamos estar juntos de uma maneira que apenas nós sabíamos.

Quando terminou, eu me deitei em seu peito, tentando acalmar minha respiração e meus batimento acelerados. Uma mão de Dimitri descansava nas minhas costas, enquanto a outra alisava meu cabelo. Pouco a pouco, eu ouvi seus próprios batimentos desacelerarem.

Eu me sentia completa, e saciada. E completamente feliz. Uma parte de mim pensou que era apenas uma questão de tempo para que cedêssemos aos nossos instintos mais primitivos. Especialmente porque essa cabana fazia antigas lembranças virem à tona.

Me aconcheguei mais em seu peito. “Se eu soubesse que você fosse ceder tão rápido por causa de um ex-namorado, eu teria te provocado antes”

Senti um leve bufar e segurei um sorriso. Levantei minha cabeça e me apoiei em seu peito. “E isso eventualmente nos leva a descoberta número dois: seu controle é mais fraco que o meu”

Aquilo arrancou uma risada dele. Ela era alta, rica e melodiosa, fazendo seu peito vibrar. Eu queria ficar assim para sempre. Só nós dois, felizes e de guarda baixa. Sem Moroi para nos preocuparmos. “Rose, quantas vezes eu preciso dizer que meu controle é milhões de vezes maior que o seu?”

“Eu sei que não é” dei a ele um dos meus melhores sorrisos comedores de homens. E pelo flash de desejo em seus olhos, vi que tinha funcionado. Essa vitória serviu apenas para me animar ainda mais. “Porque eu acabei de ter a prova”

Ele deu um mínimo sorriso e sua mão subiu lentamente por meu ombro até tocar meu maxilar, deixando uma trilha de fogo na minha pele. Eu o olhei esperando uma resposta, já que eu sabia que ele nunca daria o braço a torcer, mas ela não veio. Seus lábios pousaram nos meus de novo e a magia – como há minutos atrás acontecera – voltou a me inundar.

Eu já não conseguia raciocinar direito, nós erámos um só ali. Não havia Lissa, não havia loucura, não havia deveres e nunca o senti tão leve. E tão entregue a mim. Ele apartou nossos lábios minimamente e nossas respirações se mesclavam.

“O que te faz pensar que teve uma prova consistente sobre isso?” Mordi os lábios diante de sua provocação. Seus lábios sopraram cada palavra roçando nos meus.

Subitamente nossas posições foram invertidas por ele, e logo o sentia sob mim outra vez. As pontas de seus dedos faziam uma leve pressão em minha cintura e seu nariz fazia uma trilha arrepiante pelo meu rosto. Eu avancei contra sua boca e senti sua cabeça pendendo para trás mantendo-a longe de mim.

Mais uma vez, contemplei sua risada e logo senti seus lábios na ponta do meu nariz. Era uma pena que todo aquele momento estava perto de acabar. Suspirei.

Dimitri se afastou, preocupação e curiosidade estampando seu lindo rosto. “O que houve?”

“Nós vamos ter que sair daqui em breve, né?” minha voz estava triste, e decepcionada.

Ele não concordou. Ao invés disso, um sorriso surgiu em seus lábios. “Na verdade, não.”

Eu me sentei, puxando parte do cobertor - o que acabou expondo seu peito nu. “O quê?”

Vi que ele lutava contra um sorriso por causa do meu choque. Aquilo era cruel. “Rose, meu turno já acabou. Por que você acha que eu estava te procurando?”

“Seu turno sendo carcereiro de Jesse e Ralf?” devolvi, minha voz saindo um tanto seca. Ele percebeu.

“Eu sei que deveria ter contado” ele disse, levantando seu rosto para me olhar melhor. Evitei seus olhos, e aquilo o fez tocar meu braço. “Rose, eu ia te contar no momento em que Lissa apareceu”

Tentei ignorar as lembranças daquele dia, quando Lissa nos viu aos beijos. Fechei meus olhos e pouco a pouco comecei a relaxar. A mão de Dimitri caiu, e quando abri meus olhos, vi que ele me olhava fixamente, como se eu fosse a coisa mais excitante do mundo. "O que foi? Por que está me olhando desse jeito?"

"Seu cabelo"

"O que tem ele?"

Ele pegou uma mecha do meu cabelo, enrolando em seus dedos. "É lindo."

Eu passei a mão no meu cabelo. "Mesmo emaranhado desse jeito?"

Nossos olhos se encontraram, e eu me perdi na intensidade e no calor deles. “Sim. Tudo em você é bonito. Você estava incrível na primeira vez que nos encontramos, e de alguma maneira inexplicável, você ficou ainda melhor. Você sempre foi energia pura e crua, e agora você controla isso.”

Eu senti que poderia chorar, mas não o fiz. Fiquei o olhando como ele havia feito alguns instantes atrás, diante das suas palavras as minhas eram nada. Eu o amava tanto, e ele sabia disso.

"Bom, camarada. Devo dizer que você confirmou tudo que eu já havia falado" Ri levemente voltando a me deitar em seus braços "Tenho provas mais do que consistentes agora."


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Escrevi esse capítulo tão rápido e acho que foi por isso que ele ficou ruim =( Essa cena Romitri que me enrolou, e eu acabei deixando-a de qualquer jeito (sinto que foi isso). Por favor, me digam o que acharam! Achei que ela ficou melosa demais x__x

Mas fora isso, vocês gostaram? Decidi fazer um cap focado mais em Romitri porque sei que vocês sentiam falta deles. Espero que tenha conseguido manter a personalidade dos 2!

Vocês perceberam que a Lissa está se remoendo, né? Não se preocupem porque a Rose não vai perdoá-la tão rápido assim!

E gente: MUITO OBRIGADA PELOS 33 COMENTÁRIOS!!! E MIL DESCULPAS por não ter respondido eles!! Amanhã eu termino de responder, mas já li todos eles *--* >>> expliquei lá em cima o porquê. Raquel, muito obrigada pela recomendação *o* eu AMEI DEMAIS!!! ♥ ♥ ♥

Já falei pra vcs que a fic agora só tem +2 ou 3 capítulos e + o epílogo?? Pois é, já estamos na reta final =(

Muito obrigada por tudo, pessoal! Me falem o que acharam!! ♥ ♥ ♥
Provavelmente irei editar esse capítulo mais tarde pq não gostei....

Enfim, fui!! Estão me pressionando pra ir dormir aqui afff ¬¬
— Anita H.