-Desculpe, mas não posso acreditar em você. – Por uma primeira vez tirei os olhos do espelho, o banheiro parecia tão vazio.

-Não estou pedindo que acredite, estou pedindo que venha comigo e salve Amarantha. – Ela estendeu a mão, saindo do espelho. 

          Hesitante, segurei a mão de Sophie, que sem avisar me puxou para dentro. A sensação era horrível, como ser girada várias vezes no ar, apertei as pálpebras a fim de evitar o embrulho no estômago, senti um impacto forte. Merda! Devo ter batido em algo, me agarrei à grama úmida esperando não vomitar.

          Espere um pouco, eu me agarrei na grama? Abri os olhos, estava deitada em um chão de grama fresca e verde, olhei para cima, Sophie me encarava curiosa.

-Bela aterrisagem. – Ela sorriu divertida, estendendo a mão para me ajudar.

-Obrigado. – Respondi, me levantando. Ao limpar a terra de minha roupa percebi que elas tinham mudado. O uniforme sem graça tinha dado espaço para um espartilho underbust vermelho por cima de uma camisa branca e calças de couro iguais a da ruiva, nos meus pés botas militares marrons davam o toque final. –Como? – Perguntei apontando para o meu corpo.

-Não pergunte. Diferente do seu mundo, aqui deixamos a lógica apenas para os loucos. Quando se mora em Amarantha ficar perguntando como funcionam as coisas faz mal para a cabeça. Vamos? – Ela sorriu, assenti com a cabeça. – Ah, antes de tudo. Não vamos para nenhum lugar perigoso, porém não custa prevenir. – Sophie tirou uma adaga do bolso e deu para mim. – Vamos é um longo caminho.

           Amarantha era linda, uma mistura de floresta densa e muito verde com cidades majestosas e cinzentas. O Palácio de Cristal ficava no meio desses dois cenários, do lado direito uma imponente árvore se apresentava imponente. Do esquerdo uma metrópole caótica demonstrava todo o seu poder.

-Chegamos. – Anunciou Sophie.

-O que nós viemos fazer aqui exatamente? – Perguntei, olhando a beleza do lugar.

-Viemos atrás da sua história. – E assim as portas do palácio se abriram.