The Change With Love escrita por Carol Dantas


Capítulo 14
Psychologist And Other Secrets?


Notas iniciais do capítulo

VAGALUUUMES!
Como vocês fizeram falta hein! Faz mais de um ano que eu não posto aqui. Tanta coisa aconteceu nesse meio tempo. Parents Again, Famous Love, Say Something, Well Away From Us, Amor Famoso Amor... WOW! Sabem que eu não conseguiria nada disso sem vocês, né? Então... Agora que eu tenho mais recursos para conseguir me dedicar mais a vocês, decidi voltar com a minha PRIMEIRA fanfic.

ATENÇÃO: Eu não vou reescrevê-la!

Porque The Change With Love é a prova do quanto uma pessoa pode melhorar na escrita com o passar do tempo. Nossa. Melhorei demais. Claro que a minha escrita aqui não será 100% da melhor qualidade, porque eu não posso mudar tudo num capítulo. Existem coisas dos outros capítulos anteriores que eu tenho que manter durante toda a Fic e venhamos e convenhamos que a minha escrita não era das melhores quando eu comecei.

Sem mais delongas, voltem ao princípio e releiam os outros capítulos se acharem necessário!



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— Peeta, eu não quero ir. — digo na esperança de que ele veja que estou com medo e não quero enfrentar isso sozinha.

Dois dias depois da audição de música na quadra com a Professora Johanna, a diretora Effie e o coordenador Haymitch decidiram que seria uma boa ideia fazer-me frequentar o psicólogo da escola depois do meu ataque no banheiro do quarto. Eu até concordaria com eles se o ser que frequenta o psicólogo não fosse eu.

— Eu sei que não quer, mas é preciso. — Peeta diz passando a mão por meus cabelos loiros.

Encaro seus olhos azuis e resisto a vontade de dar-lhe um beijo. Já estou atrasada para falar com o psicólogo, se algum dos funcionários pega-me beijando meu namorado em dia de semana, coisa boa não vai ser.

Castigo físico.

Porque inventaram um castigo físico para os alunos que descumprem regras? Maltratar não é crime?

— Peeta...

— Amor, por favor. — ele pede colando sua testa na minha. — Eu sei que está com medo, mas eu te garanto que ele é uma boa pessoa. Ele vai te ajudar.

— Eu preciso da sua ajuda. Não de um homem que nunca vi na vida. — contraponho abraçando-o. Seu cheiro me conforta e isso é tudo do que preciso. De Peeta. De seu amor, de seu carinho, de seus gestos e abraços.

— Ele ajudará mais do que eu poderei fazer. — diz afastando-se. Pega minhas mãos e as estende para, em seguida, puxar a manga do casaco verde água que uso. O casaco dele. — Sempre que vejo essas marcas me culpo por não ter feito sua dor cessar antes que você o fizesse na marra. Olhar para elas me dá agonia e imaginar sua dor ao fazê-las é ainda pior. Se ir ao psicólogo não fosse de extrema necessidade, eu juro que não obrigaria você a ir, mas eu não posso sequer imaginar você se machucando de novo, Katniss.

É nesses momentos em que sinto repulsa de mim mesma. Quando Peeta se culpa por algo que eu fiz, algo que ele jamais conseguiria intervir. Se me automutilar foi a única saída para fazer-me esquecer a dor da morte de meu pai, fazer-me esquecer a culpa, Peeta jamais teria conseguido me parar. Jamais teria conseguido salvar-me da dor e da desgraça.

— Você não pode se culpar. — forço a ideia em sua cabeça e ele olha para mim, respira fundo e planta um casto beijo em minha bochecha.

— Eu sei que não. Porém o corpo nem sempre segue as vontades do coração.

Abraço-o fortemente e deposito um beijo em seu pescoço. Quando estou para entrar na sala com uma placa preta pendurada com os dizeres Dr. Cinna, Peeta puxa-me de volta para ele. Beija minha aliança e deixa-me ir, sorridente e tranquila, desta vez.

— Com licença. — peço abrindo a porta depois de leves batidas na mesma.

A sala é quadrada. Paredes em tons de verde musgo, dois quadros brancos, uma poltrona creme com uma pequena mesinha de vidro composta de um simples abajur e uma caixa de lenços, uma grande estante na vertical preta coberta de revistas e livros, outra grande mesa de vidro, porém, bem projetada sob uma janela que vai do chão ao teto coberta por uma persiana branca na horizontal, uma cadeira de couro preta, um jarro de prata com duas folhas verdes dentro sobre um grande armário de chão marrom com gavetas. Na parede branca ao lado mais uma poltrona de cor creme.

Entrando no espaço, noto ao meu lado um divã também verde musgo com almofadas detalhadas em tons de creme e estampa de folhas de palmeira em baixo de um ar condicionado, ao lado, uma porta e um pequeno corredor escondido e coberto por um papel de parede também de folhas. Monocromático, simples, bonito e aconchegante.

— Srta. Everdeen? — pergunta um homem negro e de cabelos cacheados saindo da porta branca ao lado do divã. Um banheiro talvez.

— Só Katniss. — peço fechando a porta atrás de mim e estendendo minha mão para cumprimenta-lo.

— Cinna.

Ele se apresenta e acena para que eu fique à vontade. Aconchego-me no divã e coloco uma das almofadas em meu colo. Recusando a vontade tentadora de deitar-me. Não agora.

— Conversei com a diretora e ela me disse o porquê de querer que eu conversasse com você algumas vezes por semana. — começa ele sentando-se na cadeira de couro. Deixando-a de frente e mais perto de mim.

Não bastava ser uma consulta. Tinham de ser duas por semana no mínimo.

— Gostaria de saber mais sobre o que houve na noite em que você teve de ser levada para um hospital. — pede ele.

Fico em silêncio por um tempo. Não é bom relembrar aquela noite.

— Não é muito comum um estranho pedir para saber sobre uma das piores noites da minha vida. — digo agarrando a manga do casaco com os dedos. — Mais estranho ainda eu contar-lhe o que aconteceu.

— Preciso conquistar sua confiança então. — pensa ele. Confirmo com a cabeça. — A senhorita namora com o Peeta, não é?

— Como sabe? — pergunto sentindo minhas bochechas corarem. Vejo Cinna sorrir diante disso.

— O casaco que você usa é dele, Peeta está usando uma aliança idêntica a esta no seu dedo e porque ele me contou.

— Peeta te contou que namora comigo? Porque ele contaria isso ao psicólogo da escola?

— Peeta já se consultou muito comigo, Katniss. — confessa pegando-me de surpresa. — Anos atrás a escola pediu que o acompanhasse de perto. Cinco dias por semana. Ninguém vem para um internato à toa.

— Ele se consultava com você antes da festa em que ele enjeriu drogas acidentalmente e foi parar no hospital? A mesma festa que causou a expulsão de Glimmer e Delly?

Não é possível. O que Peeta esconde de mim?

— Katniss, existem coisas sombrias sobre todo mundo. Coisas que os donos de seus sofrimentos custam a admitir e muitas vezes escondem. — explica ele.

— Porque Peeta se consultava aqui antes da tal festa? — pergunto erguendo meus ombros de forma agressiva. — Que tantos segredos são esses que ele esconde?

— Katniss, essas são respostas que não cabem a mim contar-lhe. — diz ele cruzando os dedos sobre a barriga. — Existe muito mais do que todos imaginam. As vezes uma simples vírgula, outras um parágrafo e até uma redação inteira. Nem tudo acontece por acaso, mas também nem tudo precisa ser exposto, respondido e revirado.

— Você me diz tudo e não diz nada ao mesmo tempo.

Confesso arrancando-lhe uma risada, mas não é para ser engraçado. É a verdade. Se Peeta confia em mim para ser sua namorada, porque não para contar-me seus segredos?

— É porque não posso dizer-lhe.

— Essa é o tal sigilo médico e paciente? — pergunto.

— Claro. — ele responde sorrindo para mim. — Mas agora que já sabe que eu cuidei de seu namorado por um bom tempo, que tal falar-me de você?

— Que tal eu fazer-lhe mais uma pergunta antes disso? — ofereço.

— Vai parar de fugir do assunto depois que eu te responder? — indaga e eu reviro os olhos concordando com a cabeça. Eu não estou fugindo de nada.

— Peeta continua se consultando com você? — pergunto mais ansiosa pela sua resposta do que por qualquer outra coisa no mundo.

— Sim. A última vez que ele veio aqui foi no dia em que você voltou do Hospital. Ele ficou, realmente, muito nervoso e preocupado.

Apesar de ter vindo falar de mim, Peeta continua vindo até Cinna. Para que? O que ele tem? O que o incomoda? O que é tão grave que o fez frequentar um psicólogo quase todos os dias da semana?

Ninguém vem para um internato à toa.

Qual seria a razão de Peeta estar aqui?

— Sua vez de responder, Katniss. — relembra puxando-me de volta para Terra. — O que aconteceu na noite em que você precisou ir para o hospital?

Respiro fundo encarando meus dedos.

— Glimmer e Delly me jogaram na piscina durante a aula de educação física. Eu não sei nadar, então tiveram que me tirar da água às pressas antes que eu morresse afogada. Peeta quem me ajudou. Na hora do jantar... — paro de falar para tomar fôlego. Aquela noite foi péssima. — O pessoal estava brincando sobre eu não saber nadar e citaram meu pai, mas ele está morto. O assassinaram por minha causa e um monte de coisas vieram na minha cabeça e eu só consegui me trancar no banheiro e tentar tirar meus pensamentos da morte do meu pai cortando-me com um pedaço de vidro.

— Onde você conseguiu vidro? — pergunta sem esboçar emoção.

— Eu quebrei o espelho.

— O que aconteceu com o seu pai?

— Eu... — suspiro escondendo o rosto em minhas mãos e sentindo algumas lágrimas formarem-se em meus olhos. — Eu o matei.

— Ele não foi assassinado? — pergunta Cinna atraindo minha atenção. Suas sobrancelhas franzem a testa e posso ver que ele está confuso.

— Por culpa minha. Eu me envolvi com pessoas erradas e isso causou a morte dele. Indiretamente, eu o matei. — explico sentindo algumas lágrimas passarem por minhas bochechas antes de, com a mão, tirar seus rastros dali.

— Katniss... — ele pensa antes de se levantar e sentar ao meu lado no divã, me oferecendo a caixa de lenços para limpar meu rosto. — Não acho que hoje seja o dia certo para falarmos sobre seu pai, mas eu tenho certeza que não foi culpa sua.

— Diz isso porque não sabe de toda a estória.

— Algum dia eu saberei e tenho certeza de que meu julgamento sobre você não ser culpada estará certo. — garante.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até eu me recuperar do choro e ele logo volta a sentar-se na cadeira de couro. Agora não mais como um psicólogo da escola na qual eu sou obrigada a frequentar e sim como um amigo que está disposto a me ajudar mais do que qualquer um.

— Você disse que Glimmer e Delly te jogaram na piscina. Porque? — indaga curioso.

— Eu não sei dizer ao certo. Existem coisas que aconteceram alguns anos atrás que fizeram com que elas não gostassem do meu grupo de amigos. Acho que é uma rixa chata e incomoda que só atrapalha. — confesso depois de ponderar este lado da situação.

— Acha que elas usariam você para alguma coisa?

— Acho que elas fariam qualquer coisa necessária.

— Ao favor de quem? — pergunta.

— Delas mesmas.

— Acha que elas desconfiavam de que você não sabia nadar? — questiona.

— Se elas não tivessem certeza disso, porque me jogariam na piscina? Se eu soubesse nadar, teria me levantado, saído e, provavelmente, arrumado briga.

— Nisso você tem razão.

— Eu quase sempre tenho. — digo convencida e nós dois rimos juntos.

— Vamos voltar ao dia em que você se cortou. — informa ele e eu suspiro. — Antes daquele dia, você sentiu alguma vez vontade de se machucar?

— Não que eu me lembre. — confesso. — Acho que não, pois sempre tive minha mãe por perto. Mesmo ignorando-a na maior parte do tempo. Tudo piora quando estou sozinha.

— Então precisa estar perto de alguém para não pensar em se cortar?

— Preciso estar com alguém para não pensar na culpa. Não pensar em meu pai. — repondo.

— Existe algo que goste de fazer ou algo que gostaria de aprender?

— Você vai me ensinar? — brinco.

— Sério, Katniss.

— Descobri que gosto de cantar. Vou comandar o grupo de teatro na parte do canto este ano.

— Música, então. — pensa ele piscando seus enormes cílios quando deito-me no divã, finalmente. Fofo, macio e acolhedor.

— Isso.

— Sugiro que continue cantando e se envolva bastante com o teatro. Vai te ajudar. Manter-se longe de Delly e Glimmer também é uma boa pedida.

— Ficar longe delas é fácil, difícil mesmo é fazê-las ficarem longe de mim. — digo e ele ri concordando.

— Certo, certo. Que tal aprender a tocar algum instrumento musical?

— Violão nem pensar. — corto-o. — Todo mundo toca e eu acho um saco.

— Eu estava pensando em algo como... — pensa ele. — Piano.

Piano? Nunca pensei em tentar. — digo rodando a aliança em meu dedo. — Você vai me ensinar?

— Oh, eu não. — diz com a mão sobre o peito. — Não tenho coordenação para tal coisa, mas conheço alguém que tem. Toca muito bem, por sinal.

— Sério? — pergunto entusiasmada. — Vai ser ótimo aprender.

— Você vai gostar das aulas. — garante. — E que tal aprender a nadar?

— Só se for com alguém de confiança! Depois de quase morrer afogada, não entro na piscina com qualquer um nem que me paguem.

— Amanhã é sábado — lembra ele. —, todos estarão indo para casa ou indo se divertir pelo Rio de Janeiro, porque não pede a Peeta para te ensinar? A piscina será de vocês, tenho certeza.

É verdade. Nos fins de semana, quando todos podem sair da escola, quem não vai passear, fica dormindo até mais tarde em seus quartos. Dificilmente usam a piscina.

— Eu vou perguntar a ele. Pode ter certeza. — garanto. — Mas e as aulas de piano? Como a gente faz?

— Pode deixar que isso eu resolvo. — afirma. — Está liberada agora, Srta. Everdeen.

— Apenas Katniss, Cinna. — digo levantando.

— Escute! — ele pede antes que eu saia do quarto. — Não remexa no passado de Peeta por enquanto. Eu te contei coisas que não era para ter contado, mas talvez não esteja na hora de ele te dizer realmente o que aconteceu.

— Eu sei. — garanto rendendo minha curiosidade.

— Cuide dele também. Peeta precisa muito de cuidado, por isso escolheu você.

— Eu preciso de mais cuidado do que qualquer outro, Cinna. — respondo segurando a maçaneta. — Peeta e eu estamos juntos por uma razão: Nada que está inteiro junta-se ao outro. Precisamos estar quebrados para nos completarmos.

— Você está certa. Até semana que vem, Katniss.

— Até, Cinna.

Ao sair de sua sala, corro até o quarto de Peeta. Pulando, saltitando, cantarolando uma música qualquer, pois mesmo que eu saiba que ele esconde-me coisas, sei que não posso cobrar respostas dele, pois essas respostas podem virar perguntas para mim. Perguntas essas que eu não vou querer responder por remexerem meu passado. Se eu não gosto da sensação, Peeta também não deve gostar.

— Como foi? — pergunta ele quando jogo-me em sua cama. Ser considerada problemática tem seu lado bom. Posso ficar no quarto dos garotos por um horário maior do que qualquer outro aluno. Um excelente privilégio.

— Ótimo. — respondo indo para seus braços como uma gatinha feliz. — Cinna me deu uma ideia.

— Qual? — interessa-se ele.

— Você pode me ensinar a nadar nos fins de semana. Já que quase ninguém usa piscina, nós poderíamos usá-la para isso.

— Essa é uma ideia excelente.

— Gostou mesmo, mô?

— Claro. É uma desculpa a mais para poder ficar com você. — sussurra beijando meu pescoço.

— Não tinha pensado por este lado ainda.

— Não?

— Não, mas agora que você falou é mesmo uma excelente ideia. — sorrio beijando sua boca rapidamente. — Só não vamos contar para ninguém. Numa aula qualquer de educação física, isso poderá ser uma ótima surpresa para as duas loiras.

— Como você é maquiavélica. — sorri mirando seus olhos azuis nos meus.

— Muito, namorado.

Ele cutuca minhas costelas com seus indicadores e eu gargalho com as leves cócegas que isso causa. Abraço-o e ficamos deitados até que nossos amigos entrem pelo quarto imitando barulhos de animais e gritando. Chamando-nos para almoçar.

Porque está tudo tão perfeito?


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Notas finais do capítulo

E aí? Como ficou? Sei que não foi tão grande como os outros, mas eu queria voltar logo com The Change With Love.
LEMBREM-SE: COMENTEM.
Foi por falta de reviews que essa fanfic ficou sem atualização por um ano. Ninguém quer que isso volte a se repetir não é?

Visitem minhas outras fanfics! Volto qualquer dia desses, beijos