Anna escrita por Rukia Kuchiki


Capítulo 10
Conversa


Notas iniciais do capítulo

Velho chato u_u



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— Sempre que ela me toca, mesmo que sem querer, sinto uma ardência no corpo inteiro, como se a chama se acendesse e queimasse até as unhas… Não controlo a vontade de retribuir aos seus abraços e suas doces palavras, tão suaves e sem malícia, ela não sabe o que eu sinto quando sussurra que me ama… Talvez… Talvez seja por isso… Q-que eu tenha feito uma bobagem – calou-se, não iria dizer mais que isso, sua boca era um túmulo, Anna poderia estar num túmulo agora, não é? Assim como Matt.

— Seus pensamentos estão evoluindo, querida… Você está cada dia mais ciente do que sente por Milly, o que é importante para a sua autoaceitação – o homem disse com uma voz doce que chegou a dar nojo à Anna.

— Não me chame de querida – sussurrou com os olhos fechados – e eu não tenho que me aceitar, eu a amo e sei disso, do que está falando?

— Sua sexualidade – disse como se fosse óbvio e fez um gesto com as mãos – sabe Anna… Você deveria se assumir pra sua família… E contar à Milly o que sente por ela.

— Ela já sabe porra – gritou – e eu não tenho que ouvir seus conselhos, seu trabalho é me ouvir e não julgar,  lembra?

— O seu caso é especial, sabe disso – disse com certa irritação e pegou sua prancheta – agora, temos outro assunto a tratar… Seus pais me passaram uma tarefa… Eu sei o que você fez e eles também sabem… Anna, a perícia foi feita e você foi descoberta, seu DNA estava em várias partes do corpo do jovem assassinado… Que por coincidência era namoradinho da Milly…

— Ele não era namorado dela… Eu não fiz nada – sentiu seus olhos encherem-se de lágrimas – n-não fiz… Não foi eu… Foi… Foi eu – desabou em um choro profundo.

O doutor não sabia o que fazer, em 40 anos de trabalho nunca havia passado por algo do tipo, queria poder dar a boa notícia de que seus pais subornaram a justiça – que é uma bosta e aceita qualquer dinheiro sujo – e que por isso sua ficha estaria limpa, mas não tinha coragem de abrir a boca quando olhava para Anna e via seu mundo desabar.

— Eu matei – sussurrou após longos minutos – aquele desgraçado… Eu arranquei a língua dele… Mas eu avisei-o, ele pediu…

— Anna, se acalme, por favor – disse enquanto discava o número da recepção no telefone fixo.

O telefone foi atendido em dois toques e o velho pediu que trouxessem o calmante mais forte, iria dopar Anna, como fazia em algumas sessões.

— Anna, você não vai ser julgada pela morte do menino… Seus pais deram um jeito e você está com a ficha limpa… Eles pediram que você agisse como se não soubesse que eles sabem… E Milly não pode saber… Era só isso – falou enquanto entregava o comprido à menina – tome isso.

Anna estava tremendo, mas assentiu e engoliu o remédio a seco mesmo, levantou-se e sentiu seu corpo pesar, pegou seus pertences na mesa de centro do escritório e saiu do lugar. Estava cansada, queria dormir, queria abraçar Milly e pedir desculpas pelo que havia feito… Queria não ter dito que gostava dela… Queria apenas ser normal e ter sua antiga vida de volta.


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Notas finais do capítulo

Byebye ♥



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