The Nimolok And The Tamer. escrita por lovemachine


Capítulo 3
Doma Ravena.


Notas iniciais do capítulo

Moin, moin~
Bem, aqui está o último capítulo ♥ Lembrando que não é linear, ok? Não quero falar muito agora, então boa leitura, pessoal~



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– Darwin! Darwin! Vamos, acorde! Darwin!

E foi com a sutileza dos gritos de um garotinho deslumbrado que me levantei àquela manhã. Ele provavelmente me mostraria algum animal que eu já estava mais do que acostumado, um fruto que brilhava ou quem sabe inovasse e me trouxesse algas marinhas – ri com escárnio da ideia.

– Do que está rindo? – perguntou com aqueles olhos grandes e a expressão curiosa.

– Nada, pivete – dei-lhe um peteleco na testa e ele exclamou um “Ei!”, mas não ficou bravo realmente.

– Não sei por que me chama de pivete se se recusa a dizer sua idade – murmurou, esfregando onde lhe atingi anteriormente. Revirei os olhos e me levantei, indo lavar o rosto e vendo, no espelho, o estado em que meu cabelo encontrava-se. Naturalmente bagunçado, do jeito que eu gostava.

– Por que me acordou dessa vez?

– Você precisa ver isso! – exclamou, parecendo lembrar-se do porquê de estar ali. Ia sair porta afora correndo, mas impediu-se ao me ver desabando novamente na cama – Pô, Darwin, me erra, vai.

– Eu provavelmente já vi tudo o que você pode achar interessante por aqui, Anísio.

– Mas a cidade inteira está olhando!

– Cidade...?

– Tá, Reino, que seja – revirou os olhos, puxando-me por uma mão – É lindo!

Concordei em ir com aquela criança birrenta apenas por ele ter dito que todos estavam olhando. Era um Reino novo, eu não costumava vir para as montanhas, preferia as boas e velhas Rapsódias. Mas se era pra interagir com o povo dali, façamos direito.

Apenas para irritá-lo, montei em suas costas, deixando todo meu peso para seus bracinhos. Tudo bem, seus brações. Anísio, apesar da altura – 1,60! – era forte e rápido, o que provavelmente lhe conferiria grande vantagem em batalha. Mas não comentei nada disso com ele, não quero ver aquela criança lutando, muito menos correndo algum risco sério de vida pela espada de outro.

Me afeiçoei a ele, de alguma forma.

Me prendendo firme às suas costas, saiu correndo pelo corredor, rindo e provavelmente acordando a acomodação inteira. Se eu bem conhecia minha equipe, todos ainda estariam no vigésimo sono. Descemos as escadas espiraladas e finalmente chegamos ao salão principal do enorme castelo da guilda que nos recebeu nas tão incríveis Montanhas da Liberdade.

Saímos à rua e eu desci de suas costas, percebendo sua respiração já ofegante. Não estava, é verdade, com as roupas que um Nimolok deveria trajar em aparições públicas, mas estar com Anísio era sempre assim: simples, sem preocupações, engraçado e, bem... era bom estar com ele.

– E aí, o que tem aqui de tão extraordinário? – perguntei, pronto para rir e bagunçar seus cabelos estranhamente negros, contrários aos de quase todos ali – inclusive os meus –, que eram de um loiro esbranquiçado. Falta melanina por aqui, entende...

– Aquilo – apontou para o lado oposto ao que estávamos e, antes de olhar para cima, pude ver que realmente muitas pessoas admiravam o céu naquele Dia Negro.

Por mais que o céu estivesse, como sempre, escuro e sombrio, pequenos pontos de luz azulada pincelavam aquela paisagem, como as estrelas que víamos na água quando lá fora era uma bela Noite Branca. Caíam como neve, lenta e calmamente, iluminando cada parte daquela escuridão. Mas dissolvia-se metros antes de chegar ao chão, para o descontentamento de tantos.

– É lindo... – murmurei involuntariamente, fixando meus olhos na luz que há tanto tempo eu não via, desde que deixara meu Reino para liderar a guilda naquela missão maluca proposta por Anísio.

– Eu disse que sim – disse, mas suas palavras chegaram ao meu ouvido com um tom terno e carinhoso. Sorri-lhe e abracei-o pelos ombros, enquanto ele circundava minha cintura e assistíamos juntos aquele espetáculo que eu tanto gostaria de saber como era possível.

Porém, pouco a pouco a poeira brilhante foi diminuindo, deixando tudo escuro novamente. Pequenas exclamações sem um real sentido foram sendo ouvidas e até mesmo eu me senti frustrado por não poder mais apreciar. Porém, antes que alguém pudesse pensar em ir embora, um rompante, uma sombra, um som, algo saiu da caverna!

Daquela sombra, mais e mais brilhos iam caindo, fazendo a população vibrar. Eu não conseguia identificar o que era aquilo, mas conseguia distinguir a imagem de uma pessoa por causa do brilho. Então, todos começaram a exclamar, eu não entendia nada, mas tentei prestar atenção ao que diziam.

– É Doma! – Sim, é! – Doma Ravena! – Ele está nos presenteando! – Doma! – Doma!

– Quem é...?

Mas foi aí que eu vi. De alguma forma, seu rosto foi iluminado e ele olhava-me, olhava diretamente para mim, com os olhos profundos e a expressão indecifrável. Me olhava. Ou era o que eu queria acreditar. O maravilhoso garoto que eu vira na noite anterior estava novamente em minha presença, sanando-me de uma vez a dúvida sobre se aquilo fora ou não um sonho. Ele montava no mesmo dragão de antes, mas agora eu conseguia vê-lo mais claramente por causa do brilho que o garoto estava distribuindo para o povo.

Era enorme e de uma cor alaranjada, bem escura. Tinha escamas e parecia, na realidade, feliz, diferente do que eu imaginaria de uma fera de quase dez metros de altura. Voava com suas asas graciosas, deixando-o ainda maior, às vezes impedindo minha visão do menino. As orelhas eram pontudas assim como os dentes, mas eu o achei lindo. Uma criação e tanto de nossa natureza.

Por fim, o espetáculo teve seu fim definitivo quando o dragão entrou junto com o garoto em uma caverna nas montanhas. Ouvi Anísio soltando uma exclamação e só então notei que meu querido amigo estava tão ou mais atônito do que eu.

– Aquilo... Aquilo era...

– Sim, Ani, era um dragão.

– Isso é impossível! – exclamou, abrindo os braços e ficando à minha frente, sua expressão dizendo exatamente o contrário do que seus lábios evocaram – Ele era maravilhoso!

– O dragão?

– É claro que é o dragão! – disse – Ele chegou todo girando com aquelas coisas brilhando e depois foi tipo vush e então, BAM, ele sumiu! – o que dizer? Eu mesmo não entendi nada do que aquele destrambelhado disse, mas não foi necessário entendimento, pois outra pessoa juntou-se a nós.

– Bom Dia Negro, Anísio – desejou Dhrakar, aparecendo atrás de nós dois. O respeitável seria ele cumprimentar-me primeiro, afinal, eu era o Nimolok da guilda que ele estava seguindo, mas como ele era uma espécie de protetor de Anísio, sempre colocava o pirralho à frente de qualquer coisa – Nimolok.

– Bom Dia...

– Dhrakar! – exclamou Anísio, me interrompendo – Você viu aquilo? Viu aquele dragão? Não foi incrível?!

– Sim, de fato foi – sorriu gentilmente para seu protegido – Sabem o que era?

– O que? – perguntamos nós dois. De alguma forma, Dhrakar sempre sabia de tudo e de todos, tendo informações na ponta da língua sempre que quiséssemos saber – ou o curioso Anísio perguntasse.

– Era cinza de dragão. Dizem que quando os dragões estão perdendo a tenacidade, sua chama passa a brilhar, também suas cinzas. Mas é raro ver uma labareda brilhante por causa da idade do dragão, entendem... – olhou para cima, onde poucos brilhos ainda podiam ser visto – Ravena fez um ótimo trabalho – comentou, mais para si mesmo, fazendo Anísio e eu o olharmos curiosos.

– Era o moço que estava montado? – perguntei, cheio de curiosidade, mas tentando conter o timbre.

– Sim. Doma Ravena, é seu nome – respondeu, sorrindo para o nada – Somos velhos... Conhecidos.

– Você e... ele?

– Sim – disse, olhando-me curioso.

– Onde o conheceu? – perguntou Anísio, poupando-me da pergunta impertinente.

– Por aí...

Eu dei de ombros, sabia que seria impossível arrancar algo dele depois de uma resposta vaga. Me despedi dos dois e entrei para o castelo novamente, precisava acordar a horda de preguiçosos para avisar que havíamos, enfim, encontrado nossos dragões.

O problema agora seria como convenceríamos Doma Ravena a nos doar seus dragões para nossa nova aventura...

Mas isso? Isso é história pra outra história.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do "final"? Dá pra entender o que acontece depois? x3
Bem, a continuação desse casal só em outra história, mas ainda White Nights Series ♥ Nem sei o que escrever ainda, mas trago algo x3
E aí, fujoshis, decepcionadas? hahaha
Enfim, obrigada a todos que leram e comentaram, vocês são umas lindas ♥ Moyashi-chan, espero que tenha gostado ;3;
Auf Wiedersehen,
lovemachine~



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