Bella

Não sabia se perguntava se ele tinha namorada, mas era obvio que sim. Um cara daqueles não ficaria sozinho nunca. Não sei como, mas eu não sentia a necessidade de mentir ou ficar tímida. Poderia contar minha vida toda para ele.

– Você não é da escola. – ele disse. Não era uma pergunta.

– Na verdade sou, mas entrei mês passado porque vim do sul para morar com minha mãe e me matriculei um pouco atrasada.

– É. Eu não tinha te visto ainda.

– Eu também não tinha te visto. – ou me lembraria, com certeza.

Comemos um sanduíche e ele me lavou novamente para casa. No radio tocava uma musica que eu não consegui identificar, mas acho que era do David Guetta.

– Chegamos novamente – ele disse – fique com meu telefone. Se precisar de carona é só ligar.

– Sim. Obrigada. Fique com o meu também– e dei meu numero num papel amassado– Alice também já chegou. – a luz do meu quarto já estava acesa.

– É o quarto dela ali?

– Não. É o meu! O que ela está fazendo no meu quarto?

Eu ia pegar ela de surpresa. Liguei para ela do meu celular.

– Bella– falou ela– não se preocupe. Já estou chegando.

Tinha muito barulho atrás da voz dela.

– Você está dando uma festa no meu quarto?

– NÃO! Nem estou em casa!

Desliguei o telefone na hora. Alguém estava no meu quarto e não era minha mãe– uma vez que ela não estava em casa. Tentei disfarçar o pânico para Edward não achar que o que realmente estava acontecendo era verdade.

– Bom, obrigada pela carona. Ate segunda no colégio. – e sai do carro. Quando sai, me senti com uma angustia inexplicável. Como se precisasse de alguém para me apoiar... Cambaleei ate a porta e com a mão tremendo abri a porta.

Edward

Ela ligou para a irmã e desligou o telefone subitamente.

– Bom, obrigada pela carona. Ate segunda no colégio. – foi tudo que ela disse e saiu do carro. Quando ela saiu, alguma coisa, uma angustia começou a martelar no meu peito.

Ela cambaleou – o que quase me fez sair do carro e segura-la – e foi ate a porta.

Emmett iria demorar, então resolvi dar uma volta no quarteirão. Em vinte minutos eu estava lá novamente. Mas ela não. Não sabia o que fazer, e então liguei o radio. Tocava Double you com Please, don’t go.

Olhei para a janela que agora estava com uma luz acesa, e vi Bella, com uma roupa diferente – o que parecia um pijama bem bonitinho com formas que não consegui saber quais eram– penteando o cabelo.

Então percebi que a luz era de um abajur e ela estava indo dormir. Porem, de repente, uma sombra falou com ela e ela se levantou. Não consegui ver mais. A ultima coisa que vi foi sua mão apagando a luz do tal abajur.

Fui para casa e meus pais estavam dormindo. Emmett– para variar– não tinha chegado ainda. Fui para meu quarto e fiquei imaginando o rosto de Bella. Por que eu estava daquele jeito? Se alguém me chamasse, eu não ouviria. Estava repassando sua voz na minha cabeça.

Será que eu estava gostando dela? Gostando de verdade? Acho que não. Eu estava ficando com sono e sonhando acordado.

Peguei meus fones de ouvido, conectei no meu mp7 e comecei a ouvir minha musica favorita: I feel so free, do Spyzer.