Condomínio 870 escrita por Cah Montgomery


Capítulo 1
Meninas Malvadas


Notas iniciais do capítulo

Um aviso, eu sei que no capitulo estara escrito que elas moram e NYC mas na verdade elas moram no BRASIL ok? Não esqueçam, B-R-A-S-I-L! Isso será importante então não esqueçam BRASIL kkkk Bj ♥



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Meninas aprendam: Todos os homens são idiotas, mas tem uma diferença entre o idiota que faria tudo pra te ver feliz, e o idiota que só
fode a sua vida.

(Meninas Malvadas)

Era uma sexta atarde, aquela sexta feira onde todos –apesar do frio- estariam lá fora. Brincando, conversando, correndo ou simplesmente passando o tempo no condomínio de casa que se localizava na rua principal da cidade (870 7th Avenue NYC, Manhattan). Cada uma das meninas estava em seu apartamento, provavelmente imaginando oque as outras pessoas estavam fazendo e porque não estavam lá fora. Julie provavelmente mexia em seu notebook e tentava acariciar a Framboesa (sua cachorra) ao mesmo tempo, na verdade usar o termo “usar o notebook” é só para disfarçar, na verdade ela provavelmente estaria abaixando a pagina do facebook do Gabriel. Julie era loira, bem loira mesmo, possuía um cabelo longo que começava a fazer cachos bem definidos a partir do ombro, seus olhos eram castanhos e possuía cílios enormes. E Gabriel, bem, ele era loiro, com uma pele bem clara e poucas sardas, seu cabelo parecia estar sempre desarrumado, mas confesso que isso dava um charme a ele. Seus olhos verdes eram o que mais chama atenção em si próprio.

Julie era fofa e muito romântica, sonhava muito alto e pretendia ser dançarina (especificamente fazer ballet). Já Natalie era muito diferente, possuía cabelos “cor de laranja” como ela descrevia, mas fazia questão de pintar seu cabelo todo mês de vermelho, seus cabelos chegavam um pouco abaixo do peito. Seus olhos eram de um azul bem forte como sua personalidade. Ela poderia ser chamada de encrenqueira, ou até barraqueira, pois era exatamente assim que ela era. Adora briga, e era considerada muito chata ao começar a falar sobre a escola, era tão competitiva que cursava quase todas as atividades extras do colégio. Mas oque pretendia mesmo fazer era arquitetura. Ela no momento deveria estar jogando vídeo game, comendo ou até dormindo porque exatamente as 15:15 ela sairá da academia então provavelmente, estava cansada!

Bom já eu, Bariloche, sim isso mesmo meu nome é BARILOCHE. Minha mãe realmente deve adorar aquele lugar. Mas por favor, para diminuir o tamanho da minha vergonha peço que todos me chamem de Babi, ou Baby como a Julie escreve. Bom minha altura, apesar de ser um problema para todos, para mim não me incomoda, Eu tenho 1,60, cabelos castanhos que vão até abaixo do meu peito, meus olhos eram quase cinzas porem tinham um tom de azul bem claro, eu usava óculos, apenas para ler. Minha armação era bem grande e redonda feito aqueles óculos modinha que tem agora. Eu realmente odiava meus óculos. Minha mãe me chamava de branca de neve por causa da minha pele quase transparente mas, um dia eu dei um chilique falando que branca de neve era coisa de criança e nunca mais fui apelidada assim. Eu pretendo fazer cinema ou alguma coisa relacionada a filmes, eu realmente amo meus filmes. Tenho uma lista sobre meus 10 filmes preferidos, mas falo disso depois.

O tédio tomou conta da minha casa e eu realmente não queria ficar a sexta feira inteira ouvindo a Winnie (minha dog) latir. Então fui até meu quarto e liguei meu computador, sim eu tinha um computador, me considere a pessoa mais velha da história, ninguém mais usa computador, todos tem um notebook pequeno e fofo e eu tenho a tralha enorme com uma CPU! Enfim, liguei o computador e fui direto pro Skype chamar a Natalie pra que ela chamasse a Julie e todas nós irmos lá fora procurar algo pra fazer. Depois de 30 minutos esperando a Julie se decidir sobre que roupa usar saímos e demos de cara com quem realmente não pretendíamos encontrar. Paradas na nossa frente estavam elas, Yasmin, Gabrielly e uma garota com quem nunca tinha encontrado. Elas nos olharam de cima a baixo e fizeram a cara de nojo que quase sempre possuíam. Nós ignoramos e passamos por ela indo diretamente ao parque onde tinha 5 bancos enormes de madeira. Começamos a conversar mas o barulho de bola era tão alto que foi quase impossível falar alguma coisa, então eu fui diretamente pra quadra a ponto de querer estourar a bola mas ao chegar lá na verdade eu estava a ponto de cavar um buraco no chão. Lá estava ele, “ele” era o Lucas. Lucas era um menino que eu gostava a 1 ano, rolou um boato que ele também gostava de mim más a 1 ano atrás ele não era o galinha que ele é hoje, eu cheguei lá com a maior cara de pau e para disfarçar pedi pra jogar bola, afinal eu era brasileira, tinha o dever de jogar bola. Chamei as meninas e todas nós encostamos em um canto da quadra esperando para formar time. Eu olhava pra elas tentando puxar algum assunto mais Natalie estava vidrada no seu celular e Julie estava tão vermelha quanto um pimentão só pelo fato do Gabriel estar na quadra.

Depois de um tempo Matheus, o melhor amigo de Julie e meu colega de teatro apareceu na quadra. E então finalmente começamos a jogar, Lucas com o jeito grosso de sempre arranjou um jeito de arrumar uma falta bem no primeiro momento. Ele deu um carrinho na Julie e Matheus já foi se revoltando, meu deus, ele ama muito ela. Depois de cobrar a falta tivemos nosso primeiro gol e só pra constar o time era: Eu, Julie, Matheus e Natalie contra o Lucas, o Gabriel e o Felipe. O Lucas, como não sabe perder, ficou todo revoltadinho com o gol que EU, E-U, fiz e logo tratou de começar a chutar bola forte, infantilidade! O pior de tudo foi que um dos chutes dele pegou na minha perna fazendo com que eu caísse como uma ameba no chão. Nunca senti tanto ódio por ter gostado dele antes. Eu queria levantar dali e arrancar a cabeça dele com a mão. Porém a única coisa que fiz foi chamar a Natalie e a Julie e sair da quadra mancando. O Matheus além de me defender e dizer “poderia ter pegado na Julie” saiu da quadra e pegou gelo pra mim. Logo o Lucas apareceu com aquela cara de idiota dele , e me pediu “desculpas”. Eu estava quase me levantando e atacando ele com um pedaço de madeira. Porem eu só consegui murmurar um “você é um idiota” e comecei a mexer no meu celular. A Natalie e a Julie foram pegar mais gelo e o Matheus foi atrás.

–Desculpa tá?- Ele sentou do meu lado.

–Desculpa? Vai se foder Lucas, tá arrependido né? Fica tranquilo que não foi nada, só sai de perto de mim.

–Desculpas, sério mesmo.

–Lucas, pode parar com seu show, amanhã você volta todo bravinho de novo, oque adianta eu te desculpar? Você sempre faz algo que me deixa irritada. Sempre foi assim.

–Ah é? Oque eu faço que te deixa brava?- Ele falou levantando as sobrancelhas.

–Você escuta funk tão alto que eu escuto da minha casa.

–Tá, isso é normal, você mora do meu lado.

–Você fica com uma menina por dia.- E ele ia protestar mas então admitiu. Droga, ele fica com uma menina por dia. –Viu? Tem muitas coisas.

–Ah, então o fato de eu ficar com uma menina por dia te irrita?

–Não, quer dizer...Hm, o fato de você usar as meninas me irrita.- E depois de ouvir minha explicação corrida e inventada de uma hora pra outra ele abaixou a cabeça e pela primeira vez reparei em sua aparência. Ele tinha um olho azul bem claro, e usava um topete segurado por gel nos seus cabelos bem negros. Sua pele não era tão clara quanto a minha, mais era clara.

–Eu não uso as meninas!- Ele afirmou franzindo o cenho.

–Ah imagina...- Eu virei o rosto e me sentei tirando a minha perna machucada do banco e ele se aproximou.

–Tá ida i, você também faz coisas que me irritam.

–Eu? Tipo oque...

–Tipo, você nunca para de falar de filmes, o tempo todo. Você sempre comenta sobre livros e outras coisas que eu não entendo.

–Haha, você é muito hipócrita pra isso. A culpa não é minha se minha cultura é melhor que a sua.

Ele cerrou os olhos e me olhou. Quando percebi que fazia muito tempo que as meninas saíram percebi que o plano realmente era me deixar sozinha com o Lucas, mas eu não me importava tanto agora, cuidava delas depois.

–Você que é uma nerdzinha.- Ele falou tirando meus óculos. Revirei os olhos e tratei de pegar os óculos e guardar. Ele se aproximou mais e eu sabia exatamente o roteiro desse “filmezinho”. Ele queria ficar comigo de novo, mas eu prometi a mim mesma que não iria entrar na lista de garotas que ele pega então levantei rapidamente.

–E seu pé? Já melhorou?- Ele falou sem graça, eu fiz que sim com a cabeça e me deparei de novo olhando pra ele. Ele percebeu meu olhar e me puxou pela cintura e quando dei por mim já estávamos nos beijando. Então ouvi a voz alta e escandalosa da Natalie e sentei sem graça no banco, eu estava completamente corada. Ele que também estava sem graça pegou sua bola de futebol e voltou pra quadra antes que todos estivessem de volta.

...

Cheguei em casa e fui tomar um longo banho quente, logo me lembrei que as meninas vinham dormir aqui em casa então fui até minha estande de DVDs e escolhi um. Ah é por sinal aqui está a minha lista de DVD’s preferidos:

1.Meninas Malvadas

2.Harry Potter (Qualquer um, do 1 ao 7)

3.Percy Jackson (já li todos os livros)

4.A verdade nua e crua

5.Alice

6.10 coisas que eu odeio em você.

7.De repente 30

8.Sr. e Sra. Smith

9.Enrolados

10.Os incríveis.


As meninas chegaram e fomos até o quarto enquanto a mamãe preparava pipoca.

–Ai vocês viram como o Gabriel estava hoje?- Começou Julie.

–Julie, acho que você poderia começar a olhar para o Matheus ao invés de olhar pro Gabriel.- Eu falei e a Natalie confirmou. Julie se negou pela 10° vez então eu fiquei quieta. Assistimos ao filme Meninas malvadas e logo dormimos. De manhã, após o café a Natalie foi embora para o curso de musica e a Julie ficou me contando que depois que me deixou sozinha com o Lucas ela ficou conversando com o Gabriel e o Matheus, e eu insisti falando que o Matheus ama muito ela e ela só perde seu tempo correndo atrás do Gabriel. Ela se negou a me escutar e foi pra casa praticamente me obrigando a ir na PUB de hoje a noite só porque o trouxa do Gabriel estaria lá.


Depois que ela foi embora eu peguei a Winnie e fui passear pela rua com ela. Eu, claro, não parava de pensar no beijo que tive com o Lucas. E foi bem ele que encontrei no caminho para a padaria. Ele passou como se não me conhecesse e esbarrou em mim quase que de propósito. A raiva tomou conta de mim, como assim ele me beija e um dia e me trata assim no outro? Eu virei pra ele e gritei.

–Vai começar já?-Falei enquanto a Winnie mordia a coleira tentando correr atrás de um carro. Ele pareceu não ligar mas se virou pra mim com cara de paisagem.- Você é um idiota mesmo né?

–O que foi agora Babi? Me deixa.- Ele revirou os olhos como se eu fosse uma simples mosca que o estava incomodando. Eu senti as lágrimas de ódio e tristeza chegarem até meus olhos e me virei o mais rápido possível e ele continuou seu caminho. Eu corri pra casa e cheguei no meu quarto aos prantos. Graças a deus estava sozinha porque eu gritava de ódio. Porque eu insistia em gostar dele?


Logo depois de toda a choradeira peguei meus livros pra fazer a lição para não bombar em física, mas algo me impediu de estudar, a porra da musica brasileira que tocava na casa ao lado era tão alta que eu tinha dificuldade de ouvir meus próprios pensamentos.

Fiz questão de ir até a campainha só para incomoda-lo.

Ele abriu a porta com força e pareceu mais revoltado depois de me olhar.

–Abaixa, por favor.- Pedi seca.

–Não.- Ele falou e começou a fechar a porta. Eu coloquei o braço antes que ele trancasse a porta e voltei a falar.

–Lucas oque aconteceu? Para de fazer assim, para de me tratar de um jeito em um dia e chegar no outro e ser completamente diferente.

–Vai fazer diferença na sua vida o jeito que te trato?- Ele perguntou encostando um braço na porta.

–Sim.- Eu afirmei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.- Você me beijou ontem. Talvez para você não seja nada mais significou uma coisa pra mim.

–A é?- Ele sorriu e se aproximou de mim, eu estava tão confusa com essa bipolaridade toda que só consegui empurra-lo antes que ele me beijasse de novo.

–Oque você tá fazendo?- Falei quase gritando.

–Ok Babi, vou ser sincero com você.- Ele falou e então fechou a porta na minha cara e eu fiquei com uma cara de ponto de interrogação. Me virei pra ir embora mais a porta abriu de novo e dela saiu um Lucas vestido com uma camisa vermelha e uma bermuda preta.- Podemos conversar?

–Por favor!- Eu falei e nos sentamos na porta da casa dele.

–É o seguinte.- Ele começou e eu estava pronta para ouvir várias baboseiras. – Lembra quando ficamos a primeira vez? Naquela vez, no meu primeiro beijo a 2 anos atrás eu senti algo. Senti algo diferente, e eu nunca reparei que o que senti foi porque era você que estava beijando. Eu achava que avia sentido aquilo apenas por estar beijando alguém, e a partir dai eu ficava com quem eu quisesse só para sentir essa estranha sensação que eu senti quando te beijei. E eu nunca percebi, mas eu nunca senti algo assim, ontem quando nos beijamos eu senti isso de novo, senti algo que só avia sentido uma vez quando nos beijamos atrás da arvore. Eu acho que sentir aquilo e saber que nunca sentirei de novo porque Você nunca vai querer ficar comigo me revoltou.

–Lucas, por favor né? Você sabe muito bem que o problema entre nós é que você está sempre ficando com qualquer uma. Você não consegue ter um compromisso.- Eu falei tentando parecer normal, mas na verdade eu estava muito eufórica por saber que ele sentia algo diferente comigo.

–Eu? Eu consigo muito bem ter um compromisso. - Ele afirmou e então a Gabrielly chegou por trás o agarrando pela cintura e começou a cochichar, eu com a maior cara de sem graça não pude deixar de ouvir os cochichos dela com ele que mais pareciam gritos. “Adorei o beijo de ontem anoite, podia rolar de novo hoje né?” Ela falou e viu minha cara de ódio, ela sabia que eu ficaria com raiva. Eu me levantei no mesmo minuto e me retirei dali quase que correndo. Como ele me diz que sou única, especial e depois descubro que ficou com outra? Eu realmente não sei porque continuo caindo na conversa dele. Em meio minuto estava em casa com os olhos cheios de lágrimas de novo, sou muito chorona mesmo, ou muito tonta. Liguei no mesmo momento pra Julie cancelando a balada de hoje a noite e insisti para a Natalie ir com ela pois eu queria mesmo me enfiar debaixo do cobertor e só sai de lá com 300 anos.

Assisti noiva cadáver e logo adormeci no sofá mesmo.


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