Lágrimas Do Tridente escrita por Icaro Pratti


Capítulo 7
Capítulo 7 - Surpreendido


Notas iniciais do capítulo

Gente to amando esses reviews! Tive mais leitoras, aumentei para 19 *-----* mas apenas duas apareceram ;-; Agora esse capítulo é destinado para meus novos leitores, fantasminhas ou não.
Principalmente para as duas que deram as caras, Luh e Mari S.
Obrigado e curtam o capítulo!



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A mão que prende minha gravata é a mesma que me puxa para dentro do quarto, e com uma das mãos encontro a porta tentando fechá-la, ainda beijando-a. Annie já conseguira abrir meu terno e passava uma das mãos constantemente pelas minhas costas, enquanto a outra agora estava fixa nos meus cabelos.

Levo minhas mãos até suas costas e seguro-a firme contra meu corpo. O beijo é rompido e a nossa respiração ofegante se encontra em meio ao silêncio do quarto. Nossos olhos pedem por mais, nossos corpos pedem por mais. Pouso minhas mãos em sua cintura e logo ela entende o movimento, entrelaça suas pernas em volta do meu tórax e volta a me beijar, passando a mão pelos meus cabelos.

Encosto-a na parede e passo meus lábios no seu pescoço seguindo de alguns beijos, ela puxa meu rosto novamente para cima e me beija agora com suas mãos abrindo a minha camiseta, deixando-me com ela aberta. Logo encontro seus olhos.
Ela retira suas pernas de mim e volta para o chão delicadamente, leva sua mão até a gola da minha camisa e com movimentos delicados começa a tirá-la passando uma de suas unhas pelo meu abdômen. Um arrepio passa por todo meu corpo e um sorriso escapa do meu rosto. Ela termina de tirar minha camisa e coloca-se de costas para mim arrumando seus cabelos para um dos lados do corpo. Aproximo-me dela e dou um beijo em seu ombro que está livre do cabelo caminhando até o seu pescoço, terminando com uma leve mordidinha em sua orelha, fazendo com que todo seu corpo arrepie enquanto levo uma das mãos até sua barriga, próximo ao começo da saia.

Ela vira de frente desconfortável e dá uma risadinha, me puxa pela gravata e cai de costas na cama me puxando contra seu corpo. Ela ri enquanto me puxa como um cachorro indefeso, entrelaça novamente suas pernas em torno do meu tórax e me puxa para um beijo. Suas mãos agora alcançam minhas costas, o mesmo faço com ela com uma das mãos, e a outra segurando se encontra em seu pescoço.
Suas unhas arranham minhas costas enquanto meus lábios encostam seu pescoço. Ela me puxa para perto do seu corpo e posso ouvir sua respiração pesada no meu ouvido. Começo a beijar sua bochecha, logo depois a testa e vou descendo até seus lábios, onde concluo com um beijo. Estamos na melhor noite de nossas vidas. O rapaz do tridente finalmente encontrou sua sereia.

Ela tenta me jogar para o lado, o que seria impossível se eu não ajudasse. Ela passa por cima de mim e me beija, prendendo meus braços para trás. Logo depois, leva seus lábios até minha barriga e até o meu pescoço, onde deixara com certeza uma marca para uns bons dias, o que pouco me importa.

Não me importo com a sensação de ser controlado por ela. Seria fácil retirar meus braços do comando de uma de suas únicas mãos. Ela me faz arrepiar, passando todas as suas unhas pela minha barriga, de baixo para cima. Ela fica de pé na cama e caminha até a ponta, fazendo com que comece a olhar para seus movimentos. Me apoio em um dos meus cotovelos e com o outro tento ajeitar os cabelos que estão bastante bagunçados.

Ela fica no chão próxima ao banheiro, leva suas mãos para a parte de trás da saia e com um movimento rápido deixa com que a saia caia silenciosamente até seus pés, ficando apenas com o biquíni de conchas e um pequeno short azul que estava por baixo da saia. Ela ri desconfortavelmente, pega a saia em suas mãos e logo depois olha para mim na cama, nossos olhos se encontram e movo meus lábios tentando reproduzir um “Te amo”.

Ela abaixa a cabeça, olha para as saias e para seu reflexo no espelho do banheiro, seus olhos começam a lacrimejar e percebo que isso não está sendo fácil para ela. “Como pude deixar isso acontecer”, pergunto-me. Ela segura a saia firme entre os braços e move seus lábios sem liberar qualquer som, “Te amo também”, consigo entender. Os movimentos são rápidos, ela corre para o banheiro no momento que tento levantar da cama e ir a sua direção.

O barulho da porta fechando é rápido e antes que eu consiga alcançar a maçaneta, ouço o barulho das chaves terminando o ciclo. A porta está trancada. Num movimento único bato de leve na porta algumas vezes, paro no instante em que consigo ouvir seus soluços, fazendo com que um nó se forme em minha garganta. Fecho os olhos e encosto a testa na porta e vou sentando no chão ali mesmo, desolado por tudo que está acontecendo.

– Vamos Finnick – ela gritava pulando as ondinhas, desajeitadamente.

Corria em sua direção e ficava ali na água, horas conversando, jogando água um no outro, tão jovens e uma grande amizade havia se criado antes de tudo que começou com aquele simples beijo. Somos tão ligados pela necessidade que temos um do outro e acabo de criar o maior limite entre nós até então. Espero que ela não tenha vergonha de permanecer ao meu lado como antes, de segurar minhas mãos e me confortar com o leve toque de carinho.

Nossos beijos, nossas conversas, nossas dicas, minha determinação. Tudo passa na minha cabeça como um flash. A primeira vez que a vi na praia brincando com algumas flores e buscando água do mar para molhá-las, uma menina doce e sempre prestativa, independente do ser ou objeto. Cuidadosa, carinhosa, amorosa e gentil, o tipo de menina que não deveria estar passando por tudo isso agora. Poucos dias separam-na daquela maldita arena.

Bato mais algumas vezes na porta e a única coisa que consigo ouvir são suspiros e alguns barulhos de choro misturados a soluços, o que faz com que meu coração se despedace e não tenha como remontá-lo. Fomos rápidos, tantos anos sem tentar avançar tanto pode sumir por uma simples aventura jovem. Temos tantos dias pela frente, ela sairá viva daquela arena, disso tenho certeza.

– Annie – digo baixinho dando alguns tapinhas na porta.

–Finnick, me descul-cul-pe, sai... Por favor – ela diz em meio aos soluços.

Bato minha mão contra minha cabeça algumas vezes e sei que devo respeitar a escolha dela, apesar de não ser isso que eu quero fazer. Quero permanecer ao seu lado, oferecer a minha mão para apoiá-la e dizer que está tudo bem, que isso não foi feio e jamais será, isso só faz com que eu a admire cada vez mais. Ela é minha e sempre será, eu sei disso com todas as palavras possíveis, não precisamos pular obstáculos assim.

Levanto e começo a pegar minhas roupas que ficaram no chão. Quando minhas mãos encontram o terno, uma coisa me leva ao êxtase: o cheiro de Annie sobe em cada movimento que faço com ele. Levo-o até o nariz e o cheiro, inconfundível, assume meus pensamentos e me desconserta. Fico imóvel por alguns minutos até que me dou conta que ainda estou parado, o que deve estar incomodando Annie. Saio do quarto e vou até o meu, passando pelo corredor silencioso. Meu quarto está imóvel e nenhum barulho é capaz de ser ouvido quando fecho a porta atrás de mim.

Encosto uma das mãos na parede e retiro o sapato que, ainda, não havia tirado com todo aquele momento. Deito na cama segurando o terno próximo ao meu nariz e sei que vai ser impossível que eu consiga dormir essa noite. Uma lágrima escorre pelo meu rosto quando começo a lembrar de cada momento que acontecera a menos de uma hora atrás. Mantenho meus olhos fixos no teto do quarto que não oferece qualquer atrativo, mesmo se oferecesse, seria irrelevante.

Levanto da cama e retiro a gravata que ainda estava entrelaçada ao meu pescoço. Jogo-a distante, próxima à entrada. Começo a andar de um lado para o outro, sento-me na poltrona e bato os pés no chão, num ato de impaciência. Levo meus dedos até a boca e consigo roer o máximo de unha que posso, já que a maioria havia sido retirada pouco tempo antes quando me prepararam.

Vou até o banheiro e fico um bom tempo me olhando no espelho e dando alguns tapas em meu próprio rosto. Consigo nomear-me de burro, sonso, anta, imbecil ou qualquer outro adjetivo ruim de nomear alguém como eu. Paro no instante em que consigo ver a marca deixada eu meu pescoço. Levo meu dedo até a marca e é como se sentisse cada momento, os lábios de Annie encostando-se ali, encostando-se aos meus lábios e me fazendo voar para longe dessa escuridão.

Volto para a cama e sinto-me sozinho em meio a tanto espaço, a cama fria não se aconchega ao meu corpo com facilidade e não há qualquer motivo para ficar ali.

Imóvel, com o sentimento de culpa que percorre cada centímetro do meu corpo. O lençol não se adéqua ao meu corpo e cada vez parece estar mais frio. Apenas fico parado tentando encontrar alguma razão para continuar ali. Algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto em um determinado tempo sem mesmo voltar a pensar em nada, meu corpo corresponde aos meus pensamentos, ele sabe o que deve acontecer.

O frio se arrasta por todo meu corpo, me sinto gélido. Coloco meus pés no chão e um arrepio percorre minha coluna. Mesmo ainda de meia, meus dedos conseguem sentir como está frio. Caminho até a porta e abro-a com dificuldade, a maçaneta está como gelo.

O corredor parece ter multiplicado de tamanho em poucas horas, cada milímetro tornou-se minucioso de ser caminhado, ir até a porta dela agora é uma difícil jornada. Está tudo tão frio e não tenho a sua companhia ao meu lado, esquentarmos juntos o nosso cantinho e viver cada segundo juntos, estraguei tudo isso.

Chegar até a porta foi uma tarefa difícil. Hesito antes de conseguir tocar a palma da minha mão na madeira da porta, que também está fria. Meu reflexo no espelho do final do corredor não demonstra aquele Finnick belo que venceu uma edição dos Jogos Vorazes com seu tridente, revela um homem acabado e com o coração fragilizado, um homem que perdera seu rumo.

Desço a mão pela madeira da porta até que meus dedos encontrem a maçaneta. Uma sensação estranha percorre o meu corpo. Espero um bom tempo antes de tentar abrir aquela porta. Ainda não pensei no que poderia falar ou fazer, talvez optar pela opção de ficar calado. Estava sendo inconsequente dos meus atos mais uma vez, o que poderia piorar tudo.

Uma sensação estranha dentro de mim diz que eu tome atitude, sou eu quem deve fazer isso. Está tudo bem, ela não deve ter vergonha de mim, jamais. Mas ela é uma moça, indefesa e simplesmente perdida em tudo que está acontecendo. Como não pude perceber isso... Rodo a maçaneta.

A maçaneta dá um giro incompleto e volta, a porta não se abriu, fora trancada por dentro. Ela não quer me ver hoje e devo respeitar isso. Tento bater mais algumas vezes na porta e apenas escuto o barulho de ventilação que corre pela tubulação em torno dos cômodos. Está tudo imóvel, volto minha mão para a maçaneta em uma última tentativa.

– Não faria isso se você – uma voz me interrompe.

Volto meu olhar para o espelho e consigo encontrar os olhos de serpente e ao lado dois pacificadores. Ele está imóvel, sua boca sangra de um dos lados e ele seca com um dos paninhos que tira do paletó. Sua expressão imutável me congela e sei que não posso fazer nada. Annie está morta, devia ter consciência disso e me tirado dessa edição.

– Finnick Odair – ele começa. Precisamos conversar... Vamos descer – ele completa.
Meu corpo não reage a qualquer movimento que tento fazer, minhas mãos ainda estão grudadas na maçaneta. Tiro-as pela primeira vez e deixo meus braços caírem ao lado do meu corpo num balanço ritmado. Agora a única coisa que sou capaz de escutar é a minha respiração. Esqueço-me de mover e logo sou lembrado pela advertência de duas armas serem levantadas para altura da minha cabeça. Ele acena e as armas voltam a serem apontadas para o chão, quando começo minha difícil caminhada.

A caminhada passou a ser mais difícil do que ir até a porta do quarto de Annie. O silêncio assola meus pensamentos. Um sonho seria Alfred sair de seu quarto e tirar toda a atenção dos olhos de cobra de mim. Preciso de ajuda. A caminhada é lenta e dolorosa, é como se estivesse caminhando para a morte e ninguém aparece para me ajudar. Todos os meus melhores momentos passam em minha cabeça tão rápido, sei que daria tudo para vivê-los novamente.

Chego ao seu lado e sua mão encontra meu ombro em uma forma de cumprimento, seus lábios se esticam e uma risada consegue deixar seus lábios. Uma risada seca e sem emoção. Os olhos cruéis sugerem morte, nenhum piscar, nenhuma pausa, ele veio com um objetivo certo e irá fazer isso em alguns minutos. Conseguimos chegar até perto da mesa de jantar, o frio faz com que todos os poucos pelos que sobraram no meu corpo se ericem. Estou sem reação e não serei capaz de dizer qualquer palavra que seja.

– Venho fazer um trato – diz, sentando-se na cadeira da ponta. – Não vai sentar Odair? Irá causar maior desconforto? – fala ele apontando para uma cadeira próxima.

Dificilmente caminho até a cadeira, puxo-a e o barulho em contato com o assoalho faz com que me agonize de cada movimento. A minha respiração está mais pesada, olho em volta e os pacificadores estão próximos ao corredor ainda.

– Você pela menina salva – ele propõe. Ela volta ao Distrito 4 e você mora na Capital, ao meu lado.

– Aceito – respondo, sem hesitar.

Uma gargalhada ecoa pelo cômodo e um sangue acabara de escorrer do canto dos seus lábios. Ele pega o lenço e seca delicadamente o canto que acabara de escorrer tal líquido. Um líquido escuro, como o sangue que saíra dos bestantes que fui obrigado a matar e quando um machucado profundo era feito nas pessoas em que tive que atirar o tridente em minha defesa.

– Achei que aceitaria assim, então o acordo está feito – ele aplaude seguindo de sua risada.

A risada me dá um pânico, é ameaçadora. Seus olhos voltam para os meus e sei que não tenho nada para dizer, quero Annie viva independente de qualquer coisa.

Mesmo que não possa desfrutar minha vida ao seu lado, quando envelhecer, caso ela não tenha arrumado alguém melhor que eu, poderei estar ao seu lado. Eu um dia serei mais um objeto descartável da Capital.

Olho para o canto do local, para onde dá entrada ao corredor. Os pacificadores não se encontram mais ali, eles não saíram pela porta que está atrás de mim, tenho certeza disso. Não tenho forças para levantar e lutar, eles estão armados, qualquer reação minha resultaria em mortes, não quero que ninguém aqui morra, quero todos vivos. A única pessoa que deveria morrer aqui está na minha frente e seus olhos ameaçadores desejam apenas o meu mal, mas não posso fazer nada, ele deixou com que Annie ficasse viva.

Os pacificadores trazem Annie presos em seus braços, cada um segura um de seus braços e ela ainda está com a maquiagem de ontem. Apenas sua roupa, uma roupa branca com azul simples. Consigo ver detalhes que me indicam que fora feita pela sua mãe. Meus olhos se encontram com os seus, cheios de lágrimas e não consigo evitar que uma lágrima percorra minha bochecha.

“Perdoe-me” – tento dizer sem soltar qualquer palavra.

“Te amo Finnick” – move em seus lábios.

Meu coração se aperta e sei que está a cada momento ficando despedaçado, cada beijo, cada abraço, cada cheiro. Um dia ela vai entender minha decisão, estou decidindo por ela, ela é minha vida, sem ela não há qualquer possibilidade de Finnick Odair existir.

Os pacificadores param próximos ao local onde se encontra meu nome e o de Maggs na parede, com Annie fixa em seus braços. Seus olhos estão lacrimejantes e a maquiagem está borrada pela sua bochecha, o que não fui capaz de ver antes. Ela está imóvel, agora seus olhos encontram com o chão e ela não é capaz de dizer nada. Continuo com meus olhos fixos em seu corpo, mas ela não levanta a cabeça para corresponder. Eles soltam-na e ela fica em pé próxima aos nomes da parede.

– Seu querido amante aceitou minha proposta, você poderá ir embora – diz secamente. – Despeçam-se, não tenho todo o tempo do mundo. – diz gritando e batendo com a palma da mão na mesa, e depois solta uma gargalhada.

Não consigo reagir a tal ideia, queria que tudo isso fosse diferente. Ela não levanta a cabeça, preciso me despedir dela. Levanto com dificuldade, todo o meu corpo treme e meus pés rastejam pelo chão que está mais frio do que nunca. Todo meu corpo está dormente, não consigo sentir mais nada. Aproximo-me de seu corpo e dou um beijo em sua testa.

– Te amo – é a única coisa que consigo sussurrar.

Vou me afastando com os olhos em lágrimas, tentando secá-las com as costas da minha mão. Não é possível mais controlar meus sentimentos. Volto para a extremidade do corredor e fico olhando os pacificadores apenas pedindo para ela ficar parada enquanto conversam com Snow na extremidade da mesa. Nossos olhos se encontram pela última vez.

– Desculpe – tento dizer, mas nenhuma palavra sai da minha boca.

Os pacificadores levantam as armas em direção à Annie e puxam o gatilho duas vezes. Seus olhos mórbidos e vazios são capazes de se encontrar com os meus antes de dizer adeus. Meu corpo trava e não consigo me mover. Não sinto frio, não sinto calor, estou morto também.

– Não falei que ela voltaria viva para o Distrito 4 – ele ri gabando-se de suas palavras.

Meus pensamentos param e o corpo de Annie cai no chão, sua pele está clara e seus cabelos caem por todas suas costas. Ela ainda se meche, se contorce de dor. Na parede, meu nome está borrifado com sangue de Annie. Volto meu olhar para ela, seu corpo sobe e desce. Perco os sentidos e corro ao encontro dela. Preciso defendê-la, preciso fazê-la voltar à vida.

Começo a dar meus primeiros passos, eles entendem meu movimento e movem a arma ao encontro da coluna de Annie. Dois tiros são ouvidos. Seu corpo não se move mais, sua respiração não está mais visível. Corro até seu corpo, viro-a sobre meu colo e seu sangue escorre pelos meus dedos e pelas minhas pernas. Coloco a mão sobre seu peito. Não há respiração, não há mais batidas cardíacas. Está morta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, próximo capítulo sai em breve! *-------* Já comecei a escrever :3