The Host - A New Down escrita por Tati


Capítulo 4
Capítulo 4 - Visitas inesperadas




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Na manhã seguinte tudo estava silencioso. Silencioso até demais. Normalmente assim que aparecia os primeiros raios da manhã, algumas pessoas acordavam e já iam fazer suas tarefas.

Eu olhei para o lado e notei que Ian não estava mais no quarto. Estranho, porque ele nunca saia e me deixava sozinha.

Decidi então ir procurá-lo, e ver o motivo do subito silêncio de todos. Sai do quarto, andando pelos corredores, que também estavam vazios, não conseguia ouvir nada, só o som dos meus pés batendo no chão. Continuei andando até chegar na praça da grande horta, a essa hora devia ter alguém por lá. E qual não foi minha surpesa ao chegar e ver que também estava vazio. Tudo isso estava muito estranho. Será que aconteceu alguma coisa? Mas se tivesse acontecido teriam me avisado, Mel, Jamie, Ian, não me deixariam aqui. Mas então, o que aconteceu? Onde estavam todos? Porque esse silêncio todo e o sumiço de todos da caverna? Perguntas e mais perguntas que pareciam não ter respostas.

Eu me encaminhei rápido pelo corredor silencioso, ficando ansiosa já, tentando ao menos escutar algum barulho. Tentei me acalmar, parei um pouco e o único som que conseguia escutar, era o som da minha respiração.

Continuei andando. Passei pela cozinha, que estava vazia. Pela sala de banho, vazia também. E pela sala de Doc, também vazia.

Queria entender o que estava acontecendo. Até que ouvi várias vozes juntas, como se estivessem discutindo. Aquele som que durante todo esse tempo eu anseei escutar. As vozes iam ecooando pelo corredor e a medida que eu me aproximava, o som ia ficando mais alto.

Fui seguindo o som das vozes pelo corredor, e a medida que eu chegava na entrada da grande caverna, eu podia ouvir as vozes mais claramente e até reconhecia algumas delas, até que cheguei a onde costumavamos fazer as reuniões. Adentrei a sala e lá estava. Todos os rostos conhecidos da caverna.

– Peg! – disse Ian assim que me viu parada na porta da sala – Entre.

– Eu, não estou atrapalhando? – perguntei um pouco indecisa, talvez constrangida.

– Claro que não, querida. Você tem o direito de saber das coisas que acontecem aqui também. – respondeu Trudy me olhando.

– Coisas? Que coisas? – perguntei olhando de Trudy para Ian, sem entender mais uma vez, o que estava acontecendo.

– Não! Ela é como ele, e se ela ajudá-lo... Porque foi mais do que provado que eles se conhecem.

– Chega Maggie! – cortou Jeb não deixando ela terminar de falar. – A Peg é como todos nós aqui, e como a própria Trudy disse, merece saber também. Só ela poderá nos dizer se o conhece ou não.

– Peg... – chamou Ian. – Hoje pela manhã tinham alguns buscadores rondando a caverna. Eles estavam seguindo uma alma, mas nós não sabemos o que essa alma estava fazendo pra esses lados. Ele até conseguiu despistar os buscadores, mas acabou desmaiando aqui próximo, então Kyle e Jared o trouxeram aqui pra dentre, mas os buscadores não desistiram dele, a manhã toda eles ficaram procurando, tanto de carros, como de helicópteros. Eles não vão desistir, ainda mais depois da alma que eles estavam perseguindo, ter sumido do deserto, misteriosamente. – quando Ian terminou de falar eu reparei que todos estavam me olhando, acho que querendo ver qual seria a minha reação.

– Vocês vão tirar a alma do corpo dele também?

– Nós iamos, só que ele disse uma coisa, mais especificamente um nome, que ninguém esperava, e foi isso que motivou a gente a fazer essa reunião, porque ele quer falar com essa pessoa e não para de chamá-la. É como se ele sentisse que essa pessoa está próxima dele. – Ian me respondeu cautelosamente.

– Nome? Ele chamou pelo meu nome, não é isso? – perguntei já deduzindo que era isso. Afinal, a Maggie disse que ele me conhecia e todos estavam esperando pelo o que eu ia dizer ou fazer, então devia ser a mim que esse estranho chamava mesmo. Mas uma única pergunta não saia da minha cabeça. Se era a mim que ele chamava, quem ele era?

– Sim. Ele está chamando por você, Peg. – Ian me respondeu, segurando um pouco mais forte minha mão, enquanto eu o olhava com os olhos arregalados.

– Eu quero vê-lo. – eu pedi um pouco ansiosa.

– Leve ela Ian, nós precisamos saber mesmo quem ele é, e Peg pode nos ajudar. – Disse Jeb a Ian.

Ian segurou em minha mão e foi me levar até onde a alma que chamava por mim estava.

Voltamos pelos corredores que tão pouco tempo atrás eu estava procurando por eles. Passamos pela praça da grande horta onde já havia algumas pessoas que chegavam para fazer seus trabalhos. Fomos direto para o túnel oriental. Eu já sabia onde que a alma estava “presa”, afinal, muitos dias da minha vida eu passei naquele lugar também e aquele túnel, aquele escuro e vazio túnel, eu já conhecia muito bem..

Nós já estávamos quase lá. Já tinha me acostumado a contornar aquela esquina, tanto tempo fazendo esse caminho. Aquela escuridão também tão conhecida. Fui passando minha mão pelas paredes, seguindo pelo tato a parte interna pontiaguda do ângulo. Nós viramos no beco sem saída iluminado do túnel.

Chegamos até a prisão e ao mesmo tempo a dispensa. Pude reparar na forma máscula que se encontrava de costas pra mim, próxima aquele minusculo buraco. Ele era alto, mas não tanto quando Ian ou Jared. Tinha os cabelos escuros e arrepiados. Não podia decifrar muito bem o seu tom de pele, mas era de um bronzeado, meio avermelhado, acho que isso tinha causa o tempo que ficou vagando pelo deserto.

No fim do túnel tinha uma bandeja, junto à parede, com uma garrafa d’água e um pedaço de pão, e uma travessa de sopa aparentemente vazia.

Em momento algum o misterioso homem virou, continuou parado com a cabeça encostada na parede. Eu tinha uma sensação de que o conhecia, mas isso não era possível, eu não conhecia ninguém fora da caverna, exceto as almas, mas aqui elas poderiam estar no corpo de qualquer pessoa, o que não me deixaria reconhecê-las.

Calmamente eu vi o homem se virar e me olhar com os olhos esperançosos. E mais uma vez aquela estranha sensação de que o conhecia tomou meu corpo.

– Peregrina? Peregrina, é você mesmo? – o homem perguntou me avaliando.

Eu não entendia isso, como ele podia me conhecer? Quem era esse misterioso homem?

– Sim, sou eu. Mas, quem é você? – perguntei hesitante.

– Sou eu Peregrina, seu amigo. Armadura de Luz.

Não era possível. Meu Deus. O que ele fazia aqui? O que Armadura de Luz estava fazendo aqui? Depois de tanto tempo, será que isso poderia acontecer?



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