The Host - A New Down escrita por Tati


Capítulo 2
Capítulo 1 - Inicio




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Me chamo Peregrina, mas me chamam mais de Peg, sou uma alma e convivo com os humanos. Há mais ou menos um ano, eu ainda estava no corpo de Melanie Stryder. Mel não era como qualquer outro hospedeiro, ela resistiu a mim e não desapareceu, como era o esperado. Por muito tempo eu lutei contra ela e ela contra mim, ela me odiava pois dizia que eu estava roubando a vida, porém eu não a odiava, eu me odiava, por saber que o fato dela ainda estar presente na minha mente, era porque eu era fraca e não conseguia expulsa-lá de lá. Por um bom tempo ela apenas ficava na minha mente, conversando comigo e na maior parte do tempo, deixando bem claro que odiava esses malditos parasitas, nós, as almas. E com o tempo, eu fui tendo acesso a alguns de seus segredos mais confidenciais, como de quem era Jamie Stryder e Jared Howe e de onde eles estavam.

Quando você toma o corpo de uma pessoa, todas as memórias dela e sentimentos, permanecem lá, portanto o que ela sentia por seus familiares, amigos ou algum alguém especial, você acaba sentindo isso também. E comigo não foi diferente. Melanie era apaixonada por Jared, e as vezes acabava pensando nele e eu conseguia ver as coisas que ela lembrava, dos momentos dos dois juntos, de como ele a tocava, beijava e de como o corpo dela entrava em chamas quando ele fazia isso. E com o passar do tempo, eu queria sentir isso também, eu havia criado sentimentos por Jared apenas pelas suas memórias. Com Jamie também aconteceu, mas foi um amor diferente, um amor maternal, de quem quer colocar no colo e proteger de tudo e todos, eu via o carinho que ela tinha por ele, e podia sentir isso também.

Dias foram se passando, e eu e Mel acabamos nos tornando o que até se pode dizer, amigas. Eu entendia o lado dela, como humana e ela me entendia, como alma.

Nós reencontramos Jared e Jamie e todo o amor de ambas aumentou e com isso veio o cíumes. Mel sabia do meu sentimento por eles, mas não imaginava que quando eles descobrissem que ela ainda estava viva, mas na minha cabeça, fossem me tratar como eles tratavam ela, igual no dia em que Jared me beijou:

"Suas mãos se apertaram sob meu queixo. Eu abri os olhos, e o rosto dele estava a centímetros do meu. Meu coração bateu irregular, meu estômago sofreu uma queda -- eu tentei respirar, mas meus pulmões não obedeceram.

Reconheci a intenção em seus olhos; sabia como ele se moveria, sabia exatamente como sentiria seus lábios. E, contudo, foi tão novo pra mim, um primeiro mas impaciente que qualquer outro, quando sua boca pressionou a minha.

Acho que ele queria apenas enconstar os lábios nos meus, ser delicado, mas as coisas mudaram quando nossas peles se encontraram. Sua boca de repente se tornou firme e crua, suas mãos prenderam meu rosto junto ao seu, enquanto seus lábios moviam os meus em arranjos urgentes, incomuns. Foi tão diferente de lembrar, tão mais forte. Minha cabeça girou incoerentemente.

O corpo se revoltou. Eu já não o controlava mais -- ele me controlava. Não era Melanie -- o corpo era mais forte que qualquer uma de nós agora. Nossas respirações ecoavam alto: a minha, frenética e ofegante; a dele, selvagem, quase um ronco.

Meus braços se libertaram de meu controle. Minha mãe esquerda se estendeu para o rosto dele, seus cabelos, para enroscar meus dedos neles.

Minha mão direita foi mais rápida. Não a minha.

O punho de Malanie deu um soco no queixo de Jared, atingiu seu rosto afastando-o do meu com um som surdo, grave. Carne contra carne, firme e furioso. A força do golde não foi suficiente para afastá-lo de verdade, mas ele se apressou em fazê-lo assim que nossos lábios não estavam mais em contato, boquiaberto e com os olhos horrorizados à minha expressão horrorizada."

Foi a partir deste dia, que Mel percebeu que as vezes, quando estivesse muito motivada, ou se eu estivesse muito fraca, ela poderia controlar o corpo.

Na caverna em que nós ficamos morando, com o tio de Melanie, Jeb, com sua tia, Maggie, e com vários outros humanos, foi onde eu o conheci, Ian O'Shea.

De inicio, ele tentou me matar, porque ele, seu irmão e quase todos da caverna, não aceitavam ter o inimigo morando no mesmo lugar que eles. Jeb o deteve a tempo e ameaçou tanto ele, como os outros que se tentassem me matar, expulsariam eles da caverna, eu me senti mal, pois eu realmente me sentia uma intrusa ali, mas Jeb e Jamie não me tratavam assim, eles me tratavam como uma alma, que estava no corpo da irmã e sobrinha deles, mas que era boa, e que não iria fazer mal para eles.

Com o tempo Ian e eu nos tornamos mais próximos, ele se arrependia de quase ter me matado, e Mel dizia que ele estava começando a gostar de mim, mais que um amigo. Eu não acreditava nisso, afinal, eu não sabia como se descobria isso. Mas ao mesmo tempo eu começei a gostar dele, mesmo sabendo que isso irritava Mel, e mesmo eu ficando confusa quanto a tudo isso, pois eu ainda gostava de Jared.

(...)

Meses se passaram e a cada dia mais eu gostava de Ian, e entre ele e Jared começou a ter um pouco de ciúmes, pois Jared não queria Ian perto de mim e vice-versa. Melanie não gostava de me ver com Ian, pois ela não gostava dele, apenas pelo fato dele gostar de mim, e ela não gostava mais ainda quando ele insistia em me beijar, Ian até pedia para ela nos deixar um pouco a sós, mas nós três sabiamos que isso não era possível. E quando Jared me beijava (o que não foi muitas vezes) ela também ficava brava, porque dizia que eu e Jared estavamos traindo ela.

(...)

Depois da morte de Wes e Walt eu vi que ali não era meu lugar, que eu estava privando Melanie de viver a vida dela  com quem ela gostava, deixando ela ficar apenas trancafiada na minha mente. E também tinha Jamie e Jared. Por mais que eu soubesse que Jamie gostava de mim também, eu me sentia mal, por ter e ao mesmo tempo não ter a irmã dele. E tinha Jared que tinha que passar por tudo isso, tendo a garota que ele ama perto dele, mas não sendo ela. Mas também tinha Ian, que gostava da Peg e não da Mel, e eu ficava com medo da reação dele ao saber que eu queria ir embora, mas não só embora só do corpo da Mel e da Terra, mas sim morrer.

Como eu já suspeitava, ele não aceitou bem, me senti mal, por ter que abandona-lo, eu o amava e tinha certeza disso, e não queria deixá-lo, mas eu tinha que fazer isso, era pela Mel e e ela merecia. Mas as coisas não aconteceram como o esperado, eu sai sim do corpo da Melanie, mas não morri, fui colocada em outro Hospedeiro. E eu não queria isso, não queria mais tirar a vida de ninguém. Mas ao saber que aquela hospedeira iria morrer e que eles me colocando dentro dela foi o que salvou ela, eu não me senti tão ruim, não senti que estava fazendo mal a ninguém. E nela, não tinha nenhuma voz na minha cabeça, resistindo à mim.

No começo foi estranho, já que eu era acostumada sendo a Mel, e conversar com ela, vendo ela, era diferente.

Eu estava feliz, tinha uma irmã, um irmão, já que Jamie ainda gostava de mim como Peg, as coisas com Jared estavam se acertando, não éramos muito próximos, pois ainda era estranho, porque eu ainda, bem lá no fundo, sentia algo por ele, e talvez, ele por mim também. Continuei com meus velhos amigos, ainda contava minhas histórias para o pessoal na cozinha, Jeb ainda me tratava como se fosse sua sobrinha e tinha Ian, que a cada dia que passava, era mais carinhoso comigo  e eu tinha mais certeza, que amava ele.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é como se fosse um pequeno resumo da história da Peg, a partir do próximo começa a mostrar "os dias atuais"



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