Estávamos desembarcando em Berlin. Eu estava morrendo de sono por causa da mudança de horário e sentia frio pela mudança de temperatura. Era estranho voltar ali depois de praticamente um ano. Lembrava da ultima vez que desembarquei naquele mesmo aeroporto, sentindo medo de ficar sozinha e de principalmente ficar longe de todos durante um ano. Meu medo não diminuiu quando vi a plaquinha escrita “Willkommen Bella” (Bem vinda Bella).

Naquela ocasião tinham três pessoas paradas esperando por mim. Minha família não era exatamente o que eu esperava. O homem era alto e magro, com os olhos claros e cabelos escuros. A mulher baixa e sorridente tinha os cabelos avermelhados e encaracolados, cortados mais ou menos na altura do queixo. A outra pessoa era um menino. Moreno, alto e forte, de cabelos tão escuros quando a noite e olhos azuis assim como o do homem. Eu não sabia que Joseph se tornaria mais do que apenas meu irmão... Ele se tornaria meu melhor amigo durante todo aquele ano.

Dessa vez não tinha ninguém esperando por nós no aeroporto. Edward segurava firmemente minha cintura e carregava uma das malas e reclamava por não querer deixar que eu carregasse a outra. Eu dava risada sacudindo a cabeça e me concentrando para não começar a tremer o queixo, e pela temperatura da mão, Edward também estava com frio.

Pegamos um taxi e fomos direto para o hotel. Eu não sabia se era por que Edward estava me abraçando ou se era apenas por que estávamos fora do vento, mas estava me sentindo mais aquecida agora. Demoramos, mas em fim chegamos ao hotel onde nossa reserva já estava feita. Não demorou muito e estamos liberados para subir.

Edward sorria para mim enquanto tentava abrir a porta. Assim que ele conseguiu, nós damos um passo para dentro e então estacamos. Com toda a certeza do mundo eu arrebentaria Alice quando a visse.

O quarto que deveria ser calmo e delicado estava transformado. O cheiro forte quase me sufocava, tinha uma fumaça branca saindo de algum lugar (e Edward, pensando no mesmo que eu, foi atrás do negocio que estava incendiando o lugar). A cama estava com os lençóis amarrotados e cheios de pétalas vermelhas. No criado mudo tinha um balde de gelo com uma garrafa, e duas taças de cristal ao lado.

Depois de abrir as janelas para que o cheiro forte saísse, fui até ao banheiro atrás de mais surpresas da minha prima. Eu sabia que ela não tinha feito por mal. Abri a porta do banheiro e tudo parecia relativamente calmo, porem não me deixei enganar. Tinha um pequeno envelope em cima da pia. Ele era cor de rosa, exatamente o que eu temia. O peguei e tinha meu nome escrito, como eu tinha imaginado.

“Bella,

Não posso estar ai para arrumar tudo perfeitamente, mas espero que tenha gostado da mesma forma. ”

Claro, adoro ser intoxicada.

“tente não reclamar muito quando me vê. No momento devo estar torrando na praia tentando convencer Jasper que protetor solar de Fator de proteção cinqüenta não tem muita diferença para o de sessenta, então ele pode ficar despreocupado...

Aproveite a Alemanha e espero que mate a saudade de tudo aí...

Alice, Rosalie e Jessica. ”

Por um momento eu parei, apenas tentando imaginar se o meu plano e das meninas para a lua de mel de Alice teria dado certo...

(música: http://www.youtube.com/watch?v=u_mJnG3mD0I )

Eu ainda estava olhando para a folha de papel rosa, quando senti dois braços fortes abraçando minha cintura. Eu sorri, segurando seus braços e tombando a cabeça para o lado, dando espaço para Edward depositar rápidos beijos por todo meu pescoço.

Ele segurou minha cintura e eu me virei para encarar seus olhos. Ele tinha um sorriso torto nos lábios e seus olhos estavam tranqüilos. Ele se abaixou um pouco, encostando seus lábios nos meus com sutileza. Eu fiquei nas pontas dos pés para que ele não precisasse se abaixar tanto. Seu abraço em minha cintura se intensificou e logo nosso beijo não estava mais tão calmo.

Edward se abaixou um pouco, passando os braços por trás das minhas pernas e me pegando no colo. Ele me olhou com intensidade antes de voltar a me beijar. Eu segurei seu pescoço com força, como se a mínima distancia entre nós fosse demais. Não percebi quando ele começou a andar, apenas quando ele me colocou em cima da cama ainda cheia de pétalas é que vi que não estávamos mais no banheiro.

Ele sorriu para mim e eu sentei de frente para ele. Suas mãos corriam em minha cintura e meus olhos estavam fixos em seus lábios, que ainda não tinham proferido sequer uma palavra. Uma de suas mãos correu para minha nuca, mantendo-a por baixo do meu cabelo. Inconscientemente a minha foi também para seu cabelo o trazendo para mais perto. Edward suspirou pesadamente e ergueu minha blusa lentamente. O contado de suas mãos em minhas costas nuas fez com que minha pele inteira se arrepiasse. Não era nossa primeira vez, mas, no entanto, estava me sentindo tão nervosa como se fosse.

Minhas mãos tremiam um pouco e eu poderia jurar que estavam geladas, por mais que dentro do quarto estivesse muito quente. Com uma força que eu não sabia de onde vinha, eu consegui mover minhas mãos até a barra de sua camiseta e a puxar para cima. Edward suspirou outra vez e se aproximou novamente, beijando meus lábios, bochecha, mandíbula, pescoço e clavícula. Eu suspirei, sentindo os espasmos que passavam por meu corpo, fazendo com que eu me curvasse e colasse ao corpo de Edward, que respirava pela boca e ainda beijava meu pescoço.

Já estávamos sem roupa e ofegando. Edward corria suas mãos pelas laterais do meu corpo e eu tentava não arranhar suas costas com muita força. Meu coração batia aceleradamente, minha respiração descompassada eu poderia jurar que nunca mais voltaria ao normal. Edward não parecia estar diferente de mim, me abraçando cada vez mais forte a cada minuto.

[Edward]

Bella, Bella, Bella. O nome voava pela minha mente, fazendo com cada vez mais eu me sentisse completamente dependente dela. A sensação que sentia era estranha e ao mesmo tempo reconfortante, por saber que era ela que estava comigo e que estaria sempre. Nem por um segundo eu me enganei, achando que ela não era a pessoa perfeita para mim. Sabia que por ela iria até o inferno se necessário. Nunca ninguém fizera eu me sentir dessa forma. Por muito tempo cheguei a acreditar que amor fosse apenas exagero, que não era um sentimento real... Mas não foi necessário muito mais do colocá-la em minha vida para eu querer me prender a ela de todas as maneiras possíveis.

A sensação de estar completo e de bem estar era possível apenas quando ela estava próximo aos meus olhos. Sentir seu calor sob meu corpo apenas fazia com que a alegria existente em mim aumentasse, mesmo eu achando que era impossível. Mas era sempre assim, não era? Quando eu achava que algo não era possível, Bella aparecia e me mostrava que era. Era ela. Eu me dizia o tempo inteiro. Era ela que fazia Edward existir. Por que se não fosse, nada teria muito sentido.

Nossas respirações estavam aceleradas e praticamente doía a pequena distancia entre nossos corpos. Meu corpo se arrepiava inteiro e eu tinha que me controlar para não machucá-la toda vez que a ouvia sussurrar meu nome. Acabei por fim a beijando outra vez.  Me apoiando sobre meu cotovelo e com a outra mão segurando seu rosto. Ela segurou o meu com as duas mãos e me beijou ferozmente, como se estivesse cansada de esperar.

Não esperei muito mais para entrar nela. Ela queria e eu também e era isso que importava no momento.

[Bella]

A dor momentânea que senti não fez com que eu perdesse o foco de seus olhos. Era diferente a maneira como eu estava me sentindo. Não era como se Edward e eu estivéssemos juntos há tanto tempo. Parecia que não teríamos tempo, como se já tivéssemos perdido tempo demais e agora queríamos compensar. Me agarrei a ele, tomada pelo prazer e feliz por poder proporcionar isso a ele também.

[Alice]

Tudo bem que o sol estava lindo e a praia completamente convidativa, mas a idéia de passar a tarde inteira dormindo abraça Jasper era muito mais tentadora. Me acomodei melhor aos braços de Jasper e sorri, beijando seu peito nu. Inconsciente ele me abraçou mais forte, me puxando para seu abraço acolhedor.

Suspirei, pensando o quão feliz eu estava no momento. É claro que eu estava pensando em Bella também, que deveria estar chegando agora na Alemanha e vendo a surpresa prepara para ela e Edward por mim e as meninas. Mandei todos os pensamentos para longe e me permiti dormir um pouco. Foi então que ouvi a porta do quarto sendo aberta e pessoas entrando por ela com pressa.

-JANTAR SURPRESA PARA CASAL RECEM-CASADO! –eu levantei em um pulo e Jasper fez o mesmo, olhando para o homem inteiro vestido de branco a nossa frente.

QUE DROGA É ESSA DE JANTAR? ESTAVAMOS NO MEIO DA TARDE... NÃO ESTAVAMOS?

-jantar? –eu falei, tentando não demonstrar meu desagrado.

-sim senhora, o jantar aqui é servido às oito. –eu arregalei os olhos e olhei para o criado mudo. Oito horas em ponto. Tínhamos dormido tudo isso?

-ah... –dois homens apareceram e abriram a cortina, deixando a vista o jardim enfeitado com candelabros e velas soltas pela grama verde e lisa.

Uma pequena mesa foi colocada no centro do quarto e a luz ficou baixa, deixando o ambiente romântico. Um dos homens carregava um carrinho prateado, enquanto outro estendia uma toalha branca na mesa redonda e começava a colocar os pratos e talheres. O homem sorriu, olhando para nós e fez sinal para que ficássemos a vontade. Eu e Jasper ainda encaramos a tudo com a boca aberta, enquanto os homens se viravam para sair. Mas, antes que pudesse fechar a porta em suas costas, o homem que tinha nos assustado colocou um pequeno envelope azul em cima da mesa...

Era bom que Bella aproveitasse bem os primeiros dias de casada, por que seriam os únicos que ela teria...

[Rosalie]

Tudo bem, de quem foi a grandiosa idéia de deixar uma mulher grávida fazer um cruzeiro? Ah, tá certo... Foi minha. Eu estava ajoelhada no chão do banheiro com a testa encostada na tampa do vaso, enquanto meu excelentíssimo marido me olhava da porta.

-você está bem Rose? –fala sério, eu estava com cara de quem estava bem?

-eu acho que... –eu consegui gaguejar, mas logo senti novamente o barco balançando.

-bem, eu acho que vou atrás de alguma coisa para você tomar. –e então eu ouvi a porta batendo.

Fui cambaleando até a cama e me deitei encarando o teto. Eu poderia ter escolhido milhares de lugares para passar minha lua de mel e principalmente a minha ultima viagem antes dos meus filhos nascerem, mas o que acontece? Eu passando mal até a morte dentro da cabine do navio. Era mesmo o caos.

Depois do que me pareceu horas, Emmett voltou, batendo novamente a porta e fazendo com que eu fechasse os olhos com força por causa do barulho. Senti o colchão se abaixando e a respiração de Emmett em meu rosto.

-tenho uma boa noticia para você. –ele falou tão perto que eu podia sentir o cheiro de seu hálito de hortelã...

BOA NOTICIA? ISSO SIGNIFICA QUE VAMOS PARA TERRA FIRME? Eu pensei já feliz.

-o que? –eu disse virando um pouco e encarando seus olhos.

-eles têm o remédio que você toma. Desculpe, eu me esqueci de colocá-lo na bolsa. –ele falou tristonho. Eu sorri para ele, com o coração apertado por deixá-lo preocupado.

-não tem problema amor, está tudo bem. Eu só preciso de um pouco de água para engolir o remédio. –ele sorriu abertamente com minhas palavras e então correu para o frigobar para pegar um copo de água.

Emmett podia ser atrapalhado, abobalhado, lerdo e lesado... Mas ele sabia ser gentil e carinhoso também.