Uma Vez Mais escrita por AnaMM


Capítulo 18
Cala a boca, Adriano!


Notas iniciais do capítulo

Eeee FatDinho ♥

espero que vocês gostem desse capítulo ;)



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-Ô Lia, o que significa isso?

-Ele me beijou de surpresa, eu juro!

Adriano riu. Qual seria a desculpa de Lia para o dia anterior?

-Eu resolvi confiar em você, eu acreditei que a primeira traição tinha sido apenas uma recaída, mas você fica beijando esse cara pelas costas!

-Um absurdo, eu terminaria na hora!

-Cala a boca, Adriano! – Lia queria pular no pescoço do ex e empurrá-lo para Sal naquele momento.

-Eu sabia que você ia ficar mexida, tanto é que eu relevei da primeira vez, mas quantas outras vezes foram?

-Pelas minhas contas...

-Cala a boca, Dinho! Foi só uma vez!

-Que a gente transou, mas também rolaram uns-

-Dinho! – Lia não sabia como calar o aventureiro, que parecia estar se divertindo horrores.

-Chega! Como eu pude ser tão idiota? Lia, eu vi vocês conversando numa boa nesses balanços, eu não sou cego! Eu só queria ver até onde isso iria e, pelo jeito, não me enganei! Eu cansei de ser enganado! Você faz aquele teatrinho de vítima em público, mas assim que está sozinha chama esse cara! Cansei de ajudar quem não quer ser salvo!

-É assim que você fala de mim, marrentinha? Eu sou o Darth Vader agora? Eu não tenho super poder nenhum, príncipe Vitor, a Lia não resiste a mim porque me ama, fim da história.

-Eu não te amo, eu te odeio!

-Conta outra, vai, essa já cansou até os chifres do Vitor!

Lia não se agüentou e deu um tapa no rosto do ex-namorado. Dinho levou a mão ao rosto, mas não se irritou. Esperava pelo tapa, havia passado do limite outra vez. Marcela provavelmente o repreenderia, mas não era inteiramente sua culpa se Lia havia traído o namorado e Vitor precisava saber. Era apenas serviço de utilidade pública, justificava.

Enquanto Lia agredia o ex, Vitor se retirou. Não disse a nenhum dos dois, não ia dar esse gostinho ao canalha do Adriano, mas enquanto os observava de longe, percebeu algo que ainda não tinha reparado. Pela primeira vez, via Lia e Dinho conversarem civilizadamente, com o companheirismo que uma vez tiveram. Não era difícil perceber como o cafajeste dos contos dava lugar a um garoto normal, como qualquer outro, que segurava as mãos de Lia com cuidado e carinho e que beijava sua testa com zelo e amor. Talvez Adriano não fosse o Dinho papão do qual ouvia falar. Parecia ser um traidor nato, era arrogante, impulsivo, inconseqüente, mas olhava para a ex o tempo inteiro como se ela fosse a única que lhe importasse. E Lia correspondia. Olhava para Dinho quando ele estava distraído e seu sorriso para ele no balanço parecia haver iluminado a praça inteira. Vitor jamais a vira sorrir para ele como sorria para Adriano. Lembrou-se dos olhares quando se reencontraram ao ver a cena na praça. Dinho não era confiável e o moreno de olhos azuis não queria perder a roqueira, realmente gostava dela, mas talvez não fosse sua escolha. Não poderia proteger Lia. Não os entendia, não sabia pelo que aqueles dois haviam passado, a roqueira apenas dizia que ele a fizera sofrer muito, como Vitor agora sofria em chegar à conclusão de que deveria deixar Lia livre para fazer a sua escolha. Se a roqueira gostasse dele de verdade, voltaria para seus braços, mas precisava resolver o assunto pendente com o ex-namorado sem culpa.

-Vitor? Vitor! – Lia chamou pelo namorado, que não olhou para trás. Seguiu para o jardim secreto, a roqueira saberia onde encontrá-lo.

Lia correu atrás do motoqueiro, deixando Dinho sozinho na praça. O aventureiro sabia que havia errado novamente, que havia desperdiçado mais uma chance, não aprendia nunca. Voltou para o hostel, onde encontrou Fatinha e Bruno. Pareciam se entender, mas o irmão de Ju fechou a cara assim que avistou o garoto.

-Como você quer que eu confie em você morando com esse cara? – Bruno apontou para Dinho.

-O Dinho é só meu amigo, Bruno!

-Amigo que eu vi você beijando!

-Isso foi há um ano! – Dinho interveio, pasmo com o exagero do irmão de Ju.

-E quem garante que vocês não ficaram mais vezes? Aliás, você –apontou para Fatinha- ficou com o Dinho na frente da minha irmã e, não contente, ainda pegou o Gil quando ela tava afim dele! E você – apontou para Dinho –, além de ficar com a Fatinha na frente da Ju, ainda traiu a minha irmã na frente do colégio inteiro com a Lia, que também foi traída por você com a Valentina! E vocês querem que eu acredite que não está rolando nada? Nenhum dos dois presta e vocês se merecem!

Dinho partiu para cima de Bruno, querendo defender a amiga, mas foi segurado por Fatinha pela gola da camiseta.

-Dinho, não vale a pena, vai dormir, vai...

Adriano riu da colocação da amiga. Desde que descobrira o problema de Dinho, a funkeira começou a agir como uma mãe super protetora, exagerada como era.

-Você tem certeza? Porque eu arranjo força e bato nesse cara aqui mesmo!

Fatinha sorriu para o amigo, que por algum tempo fora seu único amigo. Tanto tempo, tantas mudanças e ainda era o mesmo Dinho inconseqüente que faria de tudo para defender aqueles que amava. E o mesmo Adriano que tinha uma rixa de mais de ano com Bruno. Se dependesse dos dois, já estariam brigando no meio da rua, feito dois moleques, mas Fatinha não podia deixar, por mais que fosse amar a cena. Não era a adolescente mais madura do mundo, mas sabia que o amigo não estava bem e que precisava de cuidados. A última coisa que Dinho precisava era apanhar de Bruno. Ou bater em Bruno... E então a funkeira desejou mais do que qualquer coisa, mais até que uma reconciliação com Bruno, que pudesse algum dia ver os dois se enfrentando, não importava quem vencesse, nem quem apanhasse. Queria apenas o amigo bem. Depois ela se acertava com Bruno, se é que ele ainda a merecia...

-Ei, Fatinha, o que foi? – Tinha esquecido que o ex ainda estava ali. Tentou esconder a lágrima solitária que escapava, mas já era tarde. Bruno notou a súbita mudança de expressão da loira e se aproximou, secando o rastro úmido no rosto da garota. Seus rostos estavam próximos, mas Fatinha não tinha cabeça para ser usada e jogada fora novamente pelo ex.

-Você pode ir embora, por favor?

Por um momento, Bruno se sentiu culpado. Acatou o pedido da ex, mas não se afastou do hostel. Precisava ver como ela estava realmente e ainda tirar uma dúvida. Seguiu para a janela do quarto da loira, por onde a observou. Dinho estava dormindo vestido e no colchão ao lado da cama, como a periguete garantira. Acompanhou o olhar de Fatinha em direção ao “amigo”, mas não era um olhar de desejo, ou de quem dormiria com ele. A garota mirava Adriano com zelo, enquanto sentava ao seu lado e o observava como uma irmã mais velha, como Bruno tantas vezes cuidara de Ju. Lembrou-se do que a funkeira havia falado no outro dia, que Dinho estava mal, e, na sequência, do que Ju e Lia haviam comentado sobre o garoto. Não acreditara na época, mas, pela cena que via, parecia ser verdade. Ainda não confiava nos dois dormindo no mesmo quarto, mas pelo menos naquele momento não estavam se pegando.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e comentários são sempre bem-vindos :) até o próximo capítulo!



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