Consílio Da Terra escrita por Nath TE


Capítulo 2
Prologo - Sem Luar


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o começo da História, divirtam-se!



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Prólogo Sem luar

A noite estava escura, negra como piche, tirando por raios multicoloridos que voavam nos céus, e os focos de incêndio que aconteciam na orla da floresta, em que, com sua luz, mostravam a destruição que tinha ocorrido e a batalha feroz que era travada.

Gritos, sangue, e morte. Era tudo o que se via e ouvia nos gramados, outrora verdejantes, de Hogwarts. Nenhum lado parecia ser o vencedor, poucos combatentes de ambos os lados ainda lutavam, muitos estavam mortos, e outra parcela estava gravemente ferida.

A luta não se resumia apenas nos gramados, era possível escutar lutas de vida ou morte sendo travadas no interior do castelo, explosões eram escutadas, e os choros de crianças. Nada estava a salvo, nada era mais como devia ser.

O garoto de cabelos negros desarrumados corria no meio do campo de batalha erguendo sua varinha, e disparando feitiços a todos os lados, seus olhos verdes como duas esmeraldas já estavam banhados de lágrimas, ele vira colegas, conhecidos, e amigos tombarem. Ele viu Lupin matar Grayback, e perecer junto.

Ele viu Tonks, duelando com Belatrix, e desconcentra-se por causa de Lupin, e não conseguir se livrar da Maldição da Morte. Viu o Sr. e a Sra. Weasley duelando lado a lado contra quatro Comensais, e derrotá-los, e serem atingidos covardemente pelas costas. Viu a professora McGonagall usando as estatuas e armaduras do castelo, e tentando impedir uma horda de aranhas vindas da floresta, conseguira matar todas as aranhas, mas a professora pereceu ao veneno de uma.

Hagrid e Grope lutando contra os gigantes, não conseguiram matar todos, mas levaram consigo a maioria deles. Neville e Luna também lutaram lado a lado, morrendo devido à hemorragia de tantos cortes, mas não sem antes levarem com eles todos os Comensais com que duelaram. Rony e Hermione, Fred e Jorge, Carlinhos, Gui e Fleur lutaram contra comensais dentro do castelo e haviam perecido, todos estavam mortos. Snape e Draco, que eram espiões de Dumbledore, durante a batalha voltaram para seu verdadeiro lado, apesar do espanto de alguns, e morreram lutando corajosamente para defender seus aliados.

Percy Weasley, ele foi um dos últimos da família a morrer, e morreu lutando bravamente, ele apareceu alguns dias antes que antecederam a batalha, ele estava abatido e triste, sua família com certa relutância o acolheu, mas aos passar dos dias a melancolia foi sendo substituída por uma determinação, que se mostrou imprescindível para a guerra, isso acabou impedindo muitas mortes de feridos que recuavam, e de outros membros que duelavam, ele tombou quando entrou na frente de um feitiço que acertaria uma garota que saíra do castelo tentando se livrar dos perigos que lá haviam, depois disso ela conseguiu voltar ao castelo em segurança, ou em uma relativa segurança.

E ele, Harry, tinha que achar Gina, a sua menina. Tinha que achá-la, ele não poderia perdê-la, não podia. Corria desesperado, procurando qualquer que fosse um sinal de cabelos vermelhos voando, mas não via, e seu coração já apertava em seu peito de medo e apreensão. Até que ele escutou uma risada insana, e o barulho de gritos agoniados de uma pessoa que está sendo torturada. Ele conhecia aquela voz, ele sabia de quem era.

Seu coração deu um salto e começou a bater desesperado, sem esperar mais ele avançou no campo de batalha sem ligar para os feitiços que eram lançados nele, ele não via nenhum e não era atingido por nenhum, ele apenas escutava os gritos, até que ele finalmente viu, parando petrificado ao ver a cena.

Gina estava no chão, com algumas contusões e escoriações, mas dava para ver que ela havia continuado a lutar, ela se remexia no chão em plena dor, como se milhões de facas e agulhas a estivessem perfurando, e Bellatrix estavam em pé com sua varinha apontada para a menina, rindo loucamente.

Ela cessou a tortura, mas logo lançou outro feitiço, o Sectusempra, e um imenso corte surgiu na parte superior do troco de Gina, e logo o sangue escorria dali abundante, e sem se dar por satisfeita, a Comensal voltou a torturar a ruiva, que gemia cada vez mais fraca, porém ainda ela não se deu por satisfeita e lançou novamente o feitiço cortante, fazendo agora um imenso corte na parte inferior do troco, arrancando um grito de dor imenso de Gina, o sangue logo brotava do ferimento em grande escala.

E foi nesse momento que Harry acordou, ele sentia algo quente e furioso brotando dentro si, e ele começou a exalar poder. Uma magia pura e intensa foi tomando forma, parecendo uma grande aura pegajosa e branca perolada mais puxada para a prata, que foi crescendo e se expandindo até formar uma imagem indefinida que avançou a todo vapor em direção a Bellatrix, que assim que foi atingida por essa imagem foi lançada com muita força em direção a um tronco de árvore próximo, e batendo de costas, horizontalmente, na mesma, sendo possível escutar o som de sua coluna se quebrando devido ao impacto.

Ele não se importou muito com o que havia feito e correu para Gina, pegando-a em seus braços cuidadosamente, sentindo o sangue dela empapando as roupas de ambos, assim como o sangue escorrer por seus braços. Ele levou uma de suas mãos até o rosto, que ficava cada vez mais branco, dela e seus olhos novamente cheios de lagrimas que escorriam por seu rosto sem pudor.

- Gi-Gina...? chamou com sua voz tremendo um pouco. E nisso a garota abre seus olhos castanhos para ele, com um sorriso fraco nos lábios.

- Harry sussurrou fracamente. Eu... Te amo. conseguiu falar, antes de sua respiração falhar e ela ficar imóvel nos braços do moreno, que começou a soluçar, e apertar a garota em seus braços.

- Eu te amo também... Não me deixe. falou desesperado para o corpo sem vida de sua amada. Não... NÃO! ele gritou por fim, olhando para o céu sem estrelas, e sem lua, e nisso aquela mesma aura de antes cresceu e se expandiu por todo o campo de batalha, tudo ficou envolto daquela aura, tudo parecia parado.

Os raios multicoloridos pararam no ar, as pessoas pararam em suas posições, inclusive o Lord das Travas que estava com uma expressão curiosa em seu rosto, o espaço e o tempo haviam parado, sem que o garoto percebesse.

Mas da mesma forma que ele parou o tempo voltou a correr sem que ninguém notasse, os raios voltavam a se mexer e atingir ou não seus alvos e as pessoas voltavam a se mexer e a duelar. Voldemort que ainda mantinha sua expressão curiosa começou a aproximar-se de seu grande inimigo, o garoto que o derrotará por incontáveis vezes.

- Ora... Ora Potter, o que temos aqui? Por acaso seria sua derrota iminente?- debochou o bruxo das trevas, ele usava disso para esconder seu medo pelo poder que o garoto demonstrara, ao matar Bellatrix. Porém não recebeu nenhuma resposta vinda do garoto, que ainda abraçava o corpo da garota e balançava-se para frente e para trás soluçando.

- Potter! chamou novamente, sem receber nenhuma resposta do garoto. E com um bufo irritado o Lord das Trevas apontou sua varinha para as costas do garoto, a Varinha das varinhas. Crucio!

O jato alaranjado correu em direção ao garoto, mas não aconteceu o que ele esperava, sua maldição bateu em uma parede que afundou levemente e depois voltou ao lugar deixando pequenas ondas se propagarem a partir de onde o feitiço atingiu a parede, assim como acontece com a água e cai uma gota da mesma substancia.

Os olhos de Voldemort arregalaram-se um pouco, ele nunca vira algo assim antes, do que será que se tratava aquilo? Ele tinha vontade de experimentar com outros feitiços negros que conhecia, mas ele não poderia perder tempo com isso, seus comensais estavam ficando cansados e ele queria logo sua vitória e a partir daí dominar todo o mundo bruxo e acabar assim com o mundo trouxa.

- Anda Potter, largue-a e venha cumprir a profecia!- falou novamente, ele sabia que o garoto havia destruído suas horcruxes, assim como ele sabia que o garoto havia novamente sobrevivido a Maldição da Morte, e agora eles iriam cumprir a profecia, um deles iria morrer naquele. Mas o garoto não largava o corpo sem vida da menina ruiva, ele via cada vez mais o corpo do menino tremer com novos soluços. E a constatação disso fez o Lord rir, rir como nunca havia feito antes, e isso chamou a atenção de todos a sua volta, sua risada fria a sem vida faziam todos ali tremerem, menos Harry Potter.

- Ela está morta Potter, morta, não irá voltar para você, porque não encara isso e vem a mim como um bom cordeirinho e morre também!? sua risada fria voltou e cortou o coração de muitos do lado que lutava contra ele, eles viram seu herói caído em desespero. Anda Potter, deixa de ser covarde, a putinha está onde devia estar: morta! ele iria recomeçar a rir, mas não pode fazê-lo, porque ele levou um soco na barriga de uma mão invisível, que tirou todo o ar do senhor das trevas.

Antes que pudesse se recuperar já levou outro em seu rosto, e depois outro em suas costelas, fazendo com que ele sentisse uma dor absurda indicando que ela havia fraturado uma delas, e outro que o atingiu em sua mandíbula a quebrando, o fazendo gemer de dor. Ele olhava para todos os lados a procura do que o havia atingido não vendo nada, e todos aqueles que agora assistiam olhavam espantados para o que estava acontecendo.

- Não ouse falar dela. finalmente ele voltou seus olhos a seu oponente, ele já havia largado Gina, e suas roupas estavam todas manchadas com o sangue dela, e agora encarava Voldemort, mas seus olhos tão verdes agora estavam prateados e brilhando em poder.

E com outro movimento de sua mão outra força invisível atingiu Voldemort de lado o jogando no chão, o Lord arrastou-se alguns metros antes de parar de barriga para baixo e soltando gemidos de dor, porque ao bater no chão foi com uma força considerável. A Varinha das varinhas havia sumido de sua mão, ela escapou da mão do Bruxo no meio do caminho que ele fizera até parar, e parecia que a varinha contribuíra para isso, afinal ela não pertencia aquele bruxo e sim a aquele que tinha acabado de lançar o portador a alguns metros.

- Estou cansado de sua prepotência, cansando de vê-lo agir como se tivesse o rei na barriga! Cada injustiça, assassinato, genocídio, e sua ignorância serão julgados aqui e agora... Harry levantou-se e começou a andar e a cada palavra que pronunciava seus olhos brilhavam cada vez mais prateados. Seu pior pesadelo irá assombrá-lo para todo o sempre, ser derrotado por um garoto que acredita em tudo o que você abomina. o garoto parou a alguns passos do homem com feições ofídicas que olhava para ele de forma assustada, e essa expressão só cresceu ao ver novamente aquela aura branca perolada, puxado para o prateado, aparecer e crescer e circulá-lo e ir apertando a sua volta.

À medida que ela se apertava a volta do corpo do Lord das Trevas ela brilhava intensamente, assim como os olhos do garoto, que estava imóvel apenas olhando para Voldemort, todos que assistiam estavam estupefatos com a demonstração de poder, e com a calma que o Eleito parecia levar as coisas. O invólucro no qual Voldemort encontrava-se diminuiu de tamanho consideravelmente e brilhou intensamente uma ultima vez antes de explodir em estrelinhas que caíram sobre o campo de batalha e juntando-se em volta dos comensais que ainda restavam prendendo-os no lugar.

Os aurores que ainda restavam ainda olhavam para o Eleito que estava parado ainda no mesmo lugar, só que agora seus olhos haviam voltado ao tom esmeralda de sempre, porém eles estavam vazios e só mostravam dor, esses bruxos saíram de seu estado e começaram a comemorar o fato de que eles haviam vencido, mas eles realmente haviam vencido? Essa pergunta caiu na cabeça dos mesmos que pararam imediatamente sua comemoração e de forma agora desanimada começaram a de fato tomar ações com relação aos prisioneiros, e mais tarde com as baixas, que eram muitas.

Pessoas que assistiam do castelo saíram do mesmo e foram correndo pelos campos a procura de sobreviventes, aqueles que por ventura estavam desacordados, mas quase nenhum grito de alerta para esse caso foi feito, a maioria eram lamentos de dor e choro ao ver as vidas perdidas naquela batalha mal fadada. Um choro histérico tirou Harry de seu estado de letargia, e o fez olhar para os agora vermelhos gramados de Hogwarts, era uma mãe que chorava desesperada no corpo do filho que estava deitado imóvel no chão, o menino que sobreviveu sentiu seu peito latejar, ele sabia o que era perder tudo aquilo que lhe importava.

Um choro de criança ao longe atraiu a atenção do garoto que se lembrou abruptamente de algo, ele sentiu seu coração voltar a bater rápido e dolorido. Em um ímpeto ele saiu correndo em direção ao castelo, ignorando as pessoas chamando seu nome, e desviado dos cadáveres de amigos e companheiros de forma quase afoita.

Ele saltou os dois primeiros degraus da escadaria da frente da escola, e subiu o resto com pressa, avançou pelo hall, escorregando em uma poça de sangue, e desviou dos escombros de uma das paredes que ruiu e correu em um dos corredores laterais e pegou uma passagem, saindo em outro corredor e subindo nas escadas que encontrou, e depois virou à esquerda, e subiu outra escada, e saindo no corredor que vira os dois pela ultima vez.

Ele correu sentindo seu coração quase falhar duas batidas, ele não parou enquanto não via a porta que queria, dobrou o corredor e o que viu fez seu coração saltar e acelerar de forma dolorosa, a porta estava arrombada, e estilhaços da mesma estavam em todos os lados do corredor, mesmo assim ele não parou e correu avançando no vão da porta e a cena que viu fez seu coração parar pela segunda vez naquele dia.

Perto da porta ele viu um dos aurores que vieram junto a Quim morto, acertado por um Sectusempra, mas ao menos ele havia conseguido acertar o oponente também, que era um comensal grandalhão, este parecia preso e inconsciente, e em um canto da sala ele viu uma pessoa encolhida e imóvel, como se estivesse protegendo algo, e ele sabia muito bem quem era, era Andromeda Tonks, mãe da Tonks, e ele sabia muito bem quem ela estava protegendo. Com o coração na mão ele se aproximou do corpo sem vida da irmã de Bellatrix e foi ai que escutou um gritinho assustado seguido de um choro de criança assustada.

Quando ele escutou isso ele suspirou aliviado e com pressa aproximou-se do corpo e o virou de forma cuidadosa, revelando o bebê preso aos braços da senhora.

- Teddy, sou eu, Harry, seu padrinho. o garoto falou emocionado, e o escutar essa voz a criança parou de chorar. Harry com cuidado tirou o pequeno garoto dos braços protetores da avó, e o abraçou com cuidado e força, era tudo o que lhe restava, aquela criança era sua corda salvadora. O menino que sobreviveu deixou novamente as lagrimas escorrerem por seu rosto, lagrimas que lavavam suas feridas, lagrimas que remediavam sua dor.

Ele se lembrava do dia que Lupin contara sobre a gravidez de Tonks, e o chamara para ser padrinho daquele pequeno ser, que era uma centelha em dias de muita tormenta, lembrava-se também do dia do batizado do pequeno, foi em um dia particularmente calmo da guerra, ele, Hermione e Rony tinham aparecido depois que haviam conseguido destruir uma das horcruxes, foi um dia lindo e ensolarado, um dia feliz, o dia que ele segurou pela primeira vez aquele pequeno ser nos braços, a vez em que afilhado e padrinho criaram uma ligação forte. Que se tornou ainda mais forte naquele momento em que eles estavam abraçados naquela sala escura do castelo de Hogwarts.

O garotinho aninhou-se nos braços do padrinho, e agora a cor de seus cabelos estavam em um tom negro como a do Eleito e foi o primeiro a anunciar a presença das duas figuras que estavam planando no alto da sala. Harry virou-se e deu de cara com duas criaturas que não via há algum tempo, uma por ele ter soltado em decorrência da guerra e outra por causa da morte de seu companheiro humano. Edwiges e Fawkes.

Sua coruja foi a primeira a piar e tomar uma forma humanóide, assustando o Eleito. Ela tinha longos cabelos de penas longas e brancas, os olhos amarelos e inteligentes, braços longos e com penas formando asas com penas longas e brancas e na ponta mãos com unhas grandes e afiadas, no lugar da boca ela tinha um bico, e ela não usava roupas, seu corpo era todo cheio de penas o cobrindo por inteiro, e possuía longas pernas de coruja, terminando com o seu verdadeiro pé com garras.

A fênix que planava a seu lado tomou forma humanóide também, ele já tinha longos cabelos de penas longas e vermelhas com dourado, olhos negros e sábios, braços longos e com penas formando asa com penas longas de cores que variavam de um vermelho-dourado ao vermelho fogo e as mãos nas pontas dos braços com garras afiadas, no lugar da boca o bico, e assim como Edwiges não usava roupas, seu corpo era todo coberto pelas penas vermelhas, e suas pernas eram de passarinho assim como seus pés.

- O... O que são vocês? Perguntou Harry assustado, enquanto seu afilhado olhava tudo sem entender muito.

- Você sabe quem somos. falou Fawkes com uma voz masculina e melodiosa. Viemos aqui te fazer uma proposta.

- Que tipo de proposta? perguntou desconfiado.

- Nós viemos te observando há muito tempo. falou Edwiges com uma voz feminina e mais simples que a da Fênix. Nós fazemos parte do Consílio da Terra, nós prezamos pelo equilíbrio da vida, e você sempre mostrou qualidades para ingressar no mesmo, devido a sua pureza e senso de justiça.

- O que aconteceu aqui esta noite não tem precedente, e isso tornou ainda mais urgente seu ingresso ao Consílio. - a Fênix suspirou antes de continuar, ignorando a face confusa do moreno. - E o equilíbrio que tanto prezamos se perdeu essa noite, as trevas penderam a balança mais do que sua vitória pode se equivaler.

- Vidas foram perdidas em demasiado, pessoas que não deviam morrer se foram, vidas que no futuro fariam a diferença para manter o equilíbrio. completou a coruja. Por isso além de convidá-lo a entrar no Consílio, queremos propor a você a chance de mudar todo esse sofrimento, a mudar seu passado.

O moreno que tentava absorver todas aquelas informações paralisou ao escutar a ultima frase, mudar seu passado? Mudar tudo aquilo que aconteceu aquela noite, e quem sabe até mais? Ele não se importava de ser chamado de egoísta agora, ou qualquer outra coisa, ele não se importava, tinha alguns momentos que pessoas como ele podiam se dar o luxo de serem egoístas, pelo menos uma vez. E pelo que ele pode entender isso afetaria a vida de todos aqueles que sofreram naquela noite, dar uma oportunidade a todos àqueles que ele viu tombar.

- Eu aceito, mas com uma condição. O moreno falou fitando os olhos de sua coruja. Teddy vem comigo, eu não... Eu não posso deixá-lo aqui, ele... Ele é tudo o que tenho agora. Não sei o que faria sem ele, eu preciso de uma corda, porque a muito eu estou em um buraco profundo. Harry falou demonstrando toda a realidade de seu interior com essas palavras, pela primeira vez ele estava expondo seu interior quebrado.

- Imaginávamos que diria isso. falou Fawkes, e o moreno pode jurar que viu um sorriso. E realmente a presença do pequeno Lupin lhe fará bem, porque o equilibro da balança requer sacrifícios, e os seus serão grandes, e para que tudo dê certo, é necessário que você tenha alguém para lhe amparar.

- Então está combinado. o moreno sorriu aos dois pássaros. Agora, o que devemos fazer, quando vamos poder fazer isso que os dois se referem?

A coruja fitou o garoto de forma carinhosa, todo o tempo que ela estivera com ele como sua coruja de estimação se afeiçoara muito a ele, e vira o quão valoroso ele era, e voltou a falar.

- Em breve, você terá de primeiro resolver algumas coisas aqui, sobre sua vida, para lhe dar oportunidades no novo presente que irá criar. a coruja falou esbanjando sabedoria. Não se da para enfrentar o que não sabemos o que vai ser sem que tenha algo para auxiliar.

O garoto concordou com a cabeça, ele sabia o que devia fazer e já tinha uma ideia de quanto demoraria.

- Então os encontrarei em uma semana aqui mesmo, em Hogwarts. falou o moreno decidido, e os dois concordaram e logo voltaram em sua forma original e saíram voando pelos corredores e sumiram da vista do moreno.

Este ajeitou o bebe de quase um mês em seu colo e seguiu para fora da sala pensando naquilo que devia resolver. Ele saiu andando pelos corredores e viu os muitos sobreviventes fazendo o possível para a com os mortos e feridos da batalha, e agora ele escutava lá fora mais vozes indicando que pessoas que não participaram diretamente da batalha estavam chegando para ajudar no castelo. Vendo tudo novamente ele sentiu a apatia de antes de achar seu afilhado e ver as duas aves, mas algo o impelia a onde estivera Voldemort.

Ele foi andando pelos gramados avermelhados, vendo já os corpos enfileirados mais perto das portas do castelo com mantos por cima, ele suspirou pesadamente e continuou andando, dessa vez ele escutou que os outros o chamavam, ele apenas olhava estes e acenava com a cabeça. Em poucos minutos já se encontrava a frente de uma mancha de sangue em particular, o corpo delicado já não se encontrava lá, mas o sangue que escorrera dos ferimentos fazia o contorno quase perfeito do corpo de Ginevra Weasley.

O que ele notou foi uma varinha comprida e familiar largada a alguns centímetros da mancha, era a sua varinha que ele havia largado ali sem perceber, mas ele ainda fora capaz de fazer tudo aquilo. Ele lembrava-se perfeitamente do que fizera, ele sentira algo correr por ele e assim correr e sair na forma daquela aura pegajosa.

Ele abaixou-se com cuidado, por causado pequenino em seus braços e pegou sua varinha e a colocou em seu bolso, e foi quando ele viu outra forma alongada jogada alguns metros a frente, ele levantou-se e foi olhar e reconheceu, era a Varinha das Varinhas, a varinha que no final pertencia a ele, ele abaixou-se novamente e a recolheu, colocando-a em seu bolso junto a sua varinha. Nesse momento um bruxo do ministério tocou seu ombro atraindo a atenção do garoto.

- Sr. Potter, devemos conversar. falou o bruxo, o garoto apenas assentiu e seguiu o bruxo.

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Já se passara uma semana dês de o final da Segunda Guerra Bruxa, durante toda essa uma semana ele resolveu diversos assuntos, a começar pelo funcionário do ministério que viera falar com ele sobre os testamentos daqueles que morreram na guerra e o consideravam parte de sua família, os Lupin, os Weasleys, e Hegrid. Ele claramente também tratou do enterro de todos eles, e as honras referentes. No testamento de Lupin estava explicito que a guarda do pequeno Lupin era dele, ficando mais fácil a ele cuidar do pequenino.

Nos dias que se seguiram ao enterro dos corpos de seus amigos ele tratou seus assuntos do banco, vendendo tanto no mundo bruxo como no mundo trouxa as propriedades que possuía, vendendo títulos e dentre outros arrecadando o máximo de dinheiro possível, para logo depois sacar todo o dinheiro em malões comprados para tal função.

Fez também compras no Beco, que apesar da guerra era o que tinha reaberto primeiro fazendo um estoque de livros de magia básica a avançada, e de poções igualmente dessa forma, e outros tipos de magias, passou na loja de vassouras e achou um livro interessante sobre a criação de vassouras e outras coisas sobre e o comprou também, colocando em outro malão que fora comprado para isso.

Também durante esses dias os usou para comprar roupas para ele e Teddy, além de arrumar algumas coisas para seu afilhado, como brinquedos e outros do gênero. Além é claro de arrumar um outro malão com seus pertences preciosos, como sua Firebolt, o álbum de fotos dos seus pais, um que seus amigos fizeram para ele, com fotos em Hogwarts e outros lugares, e outros objetos.

E agora ele estava com todos esses malões minimizados e guardados em uma bolsinha igual a que Hermione tinha durante a Guerra, ele carregava com cuidado Teddy que ria e ficava mudando a cor de seus cabelos para cores cada vez mais berrantes por causa de sua alegria infantil, Harry sorria a cada riso solto pelo afilhado sentindo seu coração inchar nesses momentos, ele estava caminhando novamente pelos gramados de Hogwarts, vendo o castelo que era sua casa ainda com paredes caídas e o chão coberto por sangue seco.

Na porta do castelo ele conseguia ver duas figuras paradas, ele sabia bem quem eram, na verdade ele achava que sabia, ele aproximou-se mais e viu que não eram quem ele esperava ver que os esperava, na verdade eram duas mulheres ruivas, pelo que ele conseguia ver daquela distancia. Ele aumentou seus passos e em poucos minutos estava a uma boa distancia e agora ele podia ver claramente a face delas.

A que se adiantou quando ele se aproximou tinha a pele clara, olhos negros, cabelos ruivos cor sangue e cacheados uniformemente, com cachos grandes e perfeitos, a outra foi uma surpresa maior. Ela tinha a pele clara também, cabelos ruivos de um vermelho flamejante presos em um rabo de cavalo, olhos castanhos esverdeados, orelhas pontudas, e uma face bastante familiar, ela era bem parecida com Gina, e isso fez com que o garoto arregalar seus olhos, e um sorriso presunçoso surgir nos lábios da elfa.

- Que bom que chegou Potter, eu sou Crystal, e esta é Amber. apontou a elfa parecida com a Gina. E vamos leva-lo até o Consílio, espero que você esteja pronto.

- Nisso você pode estar certa... ele falou, ainda com os olhos presos na Elfa.

Crystal apenas revirou os olhos e voltou a falar um pouco ríspida.

- Então pegue essa pena e nos encontraremos logo mostrou uma pena negra na palma de sua mão, Harry voltou seus olhos para ela e com certo receio pegou na pena.

E sentiu uma sensação quente e de ser transportado e quando ele se dá conta encontrava-se em uma sala meio escurecida com pessoas sentadas em cadeiras rústicas, na verdade não eram pessoas e sim criaturas humanóides de plantas, animais, além de elfos, elfos domésticos, duendes, e outras criaturas mágicas e haviam humanos também, sentados em um circulo, com uma fogueira queimando no meio, mas uma fogueira que queimava sem deixar fumaça sair, outra coisa que estava no centro era ele e seu afilhado.

Ele viu um brilho negro no canto e viu as duas ruivas aparecerem da mesma forma que eles, mas ele não se manteve muito tempo a ver as duas e continuou a observar o circulo, só haviam uma única figura que não conseguia ver bem, ele ficava na parte mais escura da sala, e foi de lá que saiu uma voz, difícil de se caracterizar, ela era masculina e feminina ao mesmo tempo, com timbres diferentes de uma forma inexplicável. A parte em que a criatura se encontrava iluminou-se lhe revelando.

- Bem vindo Harry Potter ao Consílio da Terra, e a Cidade da Terra, onde o consílio se encontra. falou a criatura que não tinha forma, ela assumia varias ao mesmo tempo, sendo indefinida, assim como sua voz. Pode se aproximar. pelo tom da voz Harry pode supor que ele estava sorrindo, o garoto aproximou-se da figura.

- Vi pelo que passastes, e concordamos que a você será dado à oportunidade de mudar o passado e moldar o novo futuro. Percebo quais são suas intenções, porém eu preciso ressaltar que há coisas que não podem mudar, e outras podem ser adiadas.

O garoto acenou positivamente, ele havia entendido. O que é para ser não pode ser mudado.

- Então, por onde começaremos? ao perguntar isso, a criatura tinha seus olhos brilhando na cor prateada, assim como todos sentados no circulo e aqueles que estavam em pé vendo a reunião. Harry também sentiu novamente aquela corrente de poder em seu corpo, e instintivamente soube que seus olhos brilhavam da mesma forma que os outros, isso fez o garoto sorrir.

- Bem... começou o moreno. Vamos dar oportunidades de algumas pessoas serem felizes, pessoas que não tiveram oportunidade. em sua cabeça surgiu à imagem de três pessoas, um casal e uma moça, e nisso a criatura deu um aceno positivo da cabeça.

E assim estava lançado os dados do novo presente, o novo molde do futuro.

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A sensação do puxão no umbigo sumiu, assim como o aperto em sua mão diminuiu. O garoto abriu seus olhos verdes ao mesmo tempo em que seu afilhado de doze anos falou, com sua voz sendo pouco abafada pela conversa das pessoas que estavam na área do ministério em que se chegavam pessoas via Chave de Portal:

- Está preparado, padrinho? o garoto sorriu mostrando seus dentes brancos, ele estava com sua face normal, os olhos castanho meio amarelados de seu pai e cabelos castanhos com mexas verdes como ele gostava.

- Que venham os desafios, Teddy. sorriu o garoto mais velho de quase dezessete anos, os olhos verdes brilhavam marotos, e os cabelos negros, um pouco mais longos do que costumava usar emoldurando sua face. Que venham os desafios...


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Notas finais do capítulo

Comentem!! Gostaria de saber o que vcs acham :3

O capitulo foi betado pela minha florzinha Juh :3



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