We Can't Go Back. escrita por erza stark


Capítulo 3
Adeus, Jellal.


Notas iniciais do capítulo

Aproveitei desse capítulo para narrar do ponto de vista de outro personagem, para vocês entenderem nos próximos capítulos o que se passa. Se ficar muito confuso, me avisem que eu tento arrumar, só não garanto conseguir. D:



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Fullbuster, Gray.

‘’ Médicos afirmam que a causa da morte de pelo menos vinte pessoas nas últimas vinte e quatro horas estão sendo causadas por uma espécie de vírus pior que o que causou a ‘’ Influenza A, H1N1 ‘’.

– Acho que temos trabalho, Natsu.

Sentar no sofá para descansar e comer estava sendo praticamente impossível de uma semana para cá. A quantidade de trabalho tem sido assustadora, diversas criaturas desconhecidas estão vagando por ai e se alimentando dos mais variados órgãos humanos.

– Já saquei, Gray. Será que nunca mais iremos jantar em paz? – O rosado resmungava.

– Se continuar assim...

– Meninos, temos informações novas. – Bendita hora que o Makarov tinha que chegar.

– Diga.

– As portas do inferno foram abertas, meus caros. Exatamente uma semana atrás.

– Você só pode estar brincando. - Pausei. Portas do inferno? Se as portas do inferno foram abertas, digamos que eu seja o coelhinho da páscoa. - Por favor, Makarov. Tudo tem um limite, inclusive brinca... - Antes que eu pudesse terminar a frase, o velho me interrompeu.

– Exatamente uma semana atrás um homem arrancou os olhos de uma mulher enquanto passeava com a namorada em um loja. - Ele pausou. - E desde então ele está desaparecido. O que é muito intrigante, pois essas mortes em massa começaram a ser causadas exatamente no dia doze em diante.

– Nós sabemos quem é? - Eu estava prestes a fazer a mesma pergunta.

– Um demônio, Natsu. - Makarov me olhou novamente, dando de ombros. - E pelo que consegui dos meus contatos, ele é o demônio que está mais próximo de Lúcifer.

– E está no corpo de alguém que não tem nada haver com a história... - Eu comentei. Desde quando perdi minha tia por conta de um demônio, soube o nível de desespero da '' casca '', como eles mesmo chamam.

– Está no corpo desse rapaz, Jellal Fernandes. - Disse entregando-me uma foto. - E a ruiva é a namorada dele, foi dada como desaparecida hoje de manhã. - Ele finalizou.

– Temos oficialmente um trabalho, Natsu. - Suspirei. - E como ficam as aulas, Makarov? - Ele riu.

– Irei dar cobertura para ambos. Eu sempre faço isso, não faço? Dessa vez não será diferente. - Antes que ele pudesse completar, encarou o além por alguns minutos e voltou a nos fitar. - Tragam ambos vivos, inclusive esse tal Jellal. Não usem a faca. Entenderam? - Assentimos. Não que eu realmente me importasse, mas sabia que ele tinha alguma ligação com algum dos dois, saquei assim que ele comentou sobre a ruiva.


Scarlet, Erza.

Se do lado de fora a mansão já era gigante, faltou muito pouco para mim não me perder na parte de dentro. Zeref estava sendo realmente muito legal comigo, o que tratando-se de um demônio, devemos desconfiar. Recapitulando:

Tem um demônio no corpo do meu namorado; Nas últimas vinte e quatro horas minha vida inteira virou de cabeça para baixo; O tal demônio, conhecido como Zeref, está sendo quase que um amigo para mim; O único motivo dele ainda não ter me matado é que as memórias do Jellal que lembram de mim estão escondidas, resumindo, Zeref não está conseguindo chegar nelas; Se a barreira que guarda tais memórias se romper, terei somente mais alguns minutos de vida.

A verdade é que eu não me sinto em perigo, não sei... É como se a confiança que eu sinto no Jellal fosse algo impossível de se romper, e acredito que ele sente o mesmo. Inúmeras vezes em que olhei para ele/Zeref, pude ver seus olhos brilhando, minha única garantia de que ele ainda estava ali. O meu Jellal estava vivo.

– Erza, querida. - Ouvi-o no exato momento em que senti sua mão em um dos meus ombros. - Fez o jantar?

– Ah... - Eu fechei meus olhos na tentativa de já estar preparada para um possível tapa em meu rosto. - Eu esqueci... - Dei de ombros voltando a abrir meus olhos.

– Você acabou de perder créditos comigo, vadizinha. - Ele riu. - Só que não tem problema, iremos para o mercado agora e lá você pega alguma coisa para comer. Eu farei o mesmo. - Graças à Deus! Suspirei aliviada, pelo menos não iria morrer agora.

– T-udo bem... - Sorri.

– Vamos, já peguei o dinheiro. Quinhentos dólares é o suficiente para você comer? - Ele só podia estar de brincadeira.

– Eu nunca tive esse dinheiro em toda a minha vida... - Não que ele realmente precisa-se saber disso, apenas havia sentido vontade de falar. - E você está perguntando se isso é o suficiente? Durante a minha vida inteira sobrevivi gastando dez dólares cada vez que ia no mercado, uma vez por semana. - Finalizei.

– Eu realmente lamento por você. - Ele riu com completo desdém. Idiota. – Agora vamos. Não tenho a noite inteira. - Claro que não tinha, eram nove horas da noite. E até chegarmos no carro não trocamos uma palavra.

Jellal, Zeref.

'' Por que você simplesmente não troca de corpo, Zeref? '' Ele realmente iria insistir nesse assunto? Idiota. '' Eu... Eu preciso da Erza. ''

– Eu não quero saber se você precisa ou não dela, esse corpo agora é meu, você é apenas uma infeliz consequência. - Eu sabia que iriamos começar uma briga.

Erza era uma das humanas mais idiotas que eu já havia conhecido. O que ela tinha na cabeça de aceitar vir até a mansão comigo sabendo que eu sou um demônio e posso mata-lá a qualquer momento? O amor que sente pelo azulado que eu possui o corpo? Isso parece não ser o suficiente.

'' Pare de julga-lá, Zeref. '' - Nem pensar eu posso sem que você me incomode, Jellal? Volte a dormir. Não irei mata-lá, não agora.

'' Você não sabe nem meio um terço das coisas que ela já passou, Zeref. Você não sabe! ''

O que você acha que eu não sei, Jellal? O que você fez quando eram mais novos? Trai-lá com sua melhor amiga não é lá a melhor coisa que deve se fazer.

'' Ela me beijou a força! Eu sempre amei a Erza... Mirajane queria apenas tumultuar! ''

Você não percebe o quanto essa garota te ama, Jellal? Até eu que sou um demônio percebo, ela poderia ter simplesmente fugido hoje pela manhã quando apareci em seu apartamento, só que não... Se ela está aqui do seu, nosso lado, é pelo amor que ela sente por você.

'' Eu amo! Para de falar mer... '' Eu o interrompi.

Você a ama, Jellal? Você realmente a ama? O que irá sentir se eu fizer isso?

Deixei um pouco os pensamentos de lado e estacionei o carro pouco antes de chegarmos no mercado.

– Erza.... - Eu não podia negar, a menina realmente tinha uma beleza esplendida, natural... Seus olhos eram um convite para leva-lá a perdição. Aproximei-me dela lentamente, não queria parecer um completo idiota, independente de ser um demônio ou não.

– Ze... - Eu não a deixei completar, ela sabia que não iria beijar o amado, iria beijar a mim, Zeref. Então sem mais cerimônias, nossos lábios se encostaram lentamente, e ai sim pude concluir que ela amava o tal Jellal. Jamais havia recebido um beijo tão... apaixonado? como esse.

'' Você é um demônio, Zeref, não queira parecer fofo... Você não é! ''

Assim que nossos lábios se desgrudaram, encarei-a por alguns segundos a espera de alguma reação que viesse da ruiva.

Não obtive resultados.

'' Para, Zeref! PARA! VOCÊ SABIA QUE SE A BEIJASSE CONSEGUIRIA ENTRAR NAS MINHAS LEMBRANÇAS... VOCÊ SABIA! '' Finalmente ele havia entendido.

Agora você vai dormir, Jellal. Até mais tarde, bebê. - Eu ri. Erza olhava-me perplexa, como se estivesse procurando em meu olhar uma resposta para o que havia acabado de acontecer.

Eu ri alto.

– Então, vadia, vamos brincar? - E deixei os olhos de Jellal - agora meus, - na tonalidade roxa.

– Jellal... - As lágrimas escorriam descontroladas pelo rosto da ruiva, o que me fez rir.

– Sim, Jellal se foi.






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