We Can't Go Back. escrita por erza stark


Capítulo 1
Olá, Zeref!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/356597/chapter/1

12:45, dezenove do quatro de dois mil e treze. Hoje fazem exatamente uma semana que não falo com Jellal. Não que isso seja uma informação assim tão importante, só que considerando que ele é meu namorado, a situação muda a partir daí. Sinceramente? Não me lembro de nada. Havíamos acabado de sair da sorveteria, tudo estava normal, andamos umas duas quadras juntos, nos abraçando, sorrindo... Coisa de filme, sabem? Pois bem. Visitamos uma das inúmeras lojas que compõem o comercio da Avenida para fazermos compras e combinamos de nos encontrar em quinze minutos frente ao caixa. Cada um seguiu seu rumo, eu segui em direção a ala feminina e ele a masculina, ambos felizes com nosso relacionamento que mal havia completado quinze dias.  O provador feminino estava vazio se comparado aos dias de finais de semana, apenas algumas vendedoras circulavam e traziam roupas para duas ou três mulheres que também estavam ali. Por sorte, conseguia me virar sozinha. A primeira blusa que experimentei havia ficado perfeita, certamente Jellal iria gostar, assim como as duas outras blusas que vesti em seguida. A partir daí as coisas tinham tudo para dar certo, se não fosse, é claro, o grito agonizante de uma mulher. Sai as pressas do provador e me juntei à multidão que havia se formado em torno da funcionária.

‘’ Ele tinha cabelos azuis... ‘’ A mulher lamentava. ‘’ Disse alguma coisa sobre vingança, ‘’ Jellal? ‘’ ... seus olhos estavam escuros, não consegui observar direito,  ‘’ Não seria possível... Seria? Jellal estava normal até alguns minutos atrás! Ela não podia estar o descrevendo. ‘’ e então tudo ficou escuro por alguns segundos, e quando abri os olhos novamente, posso jurar que algo dentro dele pedia socorro. ‘’ Mas, mas... ‘’ Ou eu posso estar enganada... Ele novamente repetiu que voltou para se vingar, eu tentei pedir ajuda e... ‘’ Ela tirou as mãos dos olhos. ‘’ Ele me tirou isso. ‘’ Os olhos. Sim, ela estava sem os olhos. As pessoas ao redor gritaram horrorizadas, essa sem dúvidas era uma cena forte, difícil de lidar. 

-  Meu Deus! – Joguei as roupas sobre uma das araras e sai correndo da loja a procura do azulado. O que foi um fracasso. Primeiras cinco quadras e nada. Arrisquei-me mais cinco e decidi que não valeria a pena, precisaria procurar onde certamente ele iria: Seu apartamento.

Acenei para o primeiro Táxi que passou pela rua e passei o endereço, Rua dos Mercenários, 1157. O caminho até lá fora rápido, normalmente levaria vinte minutos, o tempo foi reduzido em dez minutos.

- Sr. Wakaba? – Chamei calmamente o porteiro que limpava os espelhos do Hall de entrada, ele sorriu ao me ver pelo espelho.

- Erza! Em que posso ajudar? – Ele pediu sorrindo. Forcei um meio sorriso e tirei meu celular da bolsa.

- O Jellal está aqui? – O homem me olhou surpreso.

- Não, senhorita. – Deu de ombros. – Quando ele saiu disse que passaria o dia com a senhorita e que não tinha hora para voltar. Aconteceu alguma coisa?

- Não.. – Eu não iria falar. Tudo bem que o Sr. Wakaba queria apenas ajudar, só que agora não era o melhor momento. – E o celular dele cai na caixa postal, não sei mais o que fazer.

- Vocês ao menos se encontraram? Ele saiu tão feliz daqui falando que ia te encontrar! – Minha vontade era de sair correndo dali e voltar no tempo, ou simplesmente voltar no tempo e jamais ter entrado naquela loja.

- Sim, sim... Só que as coisas se complicaram e tive que ir para casa, desde então não vi mais ele, achei que pudesse estar aqui. – Menti.

- Assim que ele chegar falarei que você esteve aqui, então! – Sorri.

- Agradeceria, Wakaba! – Apesar de saber que ele talvez não voltasse e... Não voltou.

Nas primeiras vinte e quatro horas sem qualquer notícia dele já sentia como se parte de mim estivesse faltando, e das quarenta e oito horas até agora, minhas esperanças estão quase zeradas. Será que ele estava fugindo de mim? O que havia acontecido naquela tarde de sexta-feira quando a mulher perdeu os olhos? Essas perguntas não saem da minha cabeça de nenhum modo. Até que momento Jellal era... Jellal? Meu Deus, eu não sei o que fazer!

Talvez o único lado positivo disso é que eu não faço nada desde então além de comer. Se é que podemos chamar isso de ‘’lado positivo’’. Pacotes e mais pacotes de chocolate e pipoca pareciam não ser o suficiente, e as lágrimas já haviam chegado a um limite.

Sem pensar muito, vesti a primeira roupa que avistei em meu guarda-roupas e segui em direção a porta, já havia esperado demais por Jellal, talvez esse seja o meu limite. Uma semana.

No exato momento em que encostei na maçaneta da porta a campainha tocou, e fui rápida o bastante para abri-la no mesmo instante.

- Jellal. 

- Erza. 

A indiferença em seu olhar era completamente visível. O que eu havia feito? Depois de uma semana era desse jeito que ele me trataria?

- O-Oque... - Ele me interrompeu. 

- Cala a boca, Erza. Aliás, nem sei o porque estou mexendo nas memórias dessa casca, são tão inúteis. '' Erza aqui, Erza ali, Erza lá, ai como eu a amo! '' - Ele interrompeu. - Vida estilo contos de fadas me irritam profundamente. - Ele suspirou. Meus olhos estavam terrivelmente marejados, meu Deus, o que ... O que estava acontecendo? 

- Ah, antes que eu me esqueça, ele esta pedindo desculpas, se é que isso serve de alguma coisa. Maldito Jellal, eu deveria ter o matado antes de possuir o corpo, agora ele fica nesse ''blábláblá'' irritante. - Antes que eu tivesse qualquer reação, ele me empurrou e sentou-se no sofá. 

- Você não vai me servir um drink, vadia? - Definitivamente esse não era o Jellal. Pelo menos, não o -meu- Jellal. - Você tem problemas de audição? - Eu simplesmente estava parada na frente da porta sem saber o que fazer. 

- Tudo bem, Srta. Inútil, eu mesmo me sirvo. Sente-se. - Continuei imóvel, entregando-me as lágrimas. - Ah, querida Erza, chorar não irá traze-ló de volta. - Ele sorriu me fitando. Nesse instante pude ver a tonalidade roxa em seus olhos e dei-me por derrotada. Jellal realmente estava ali? 

- Eu entendo se você não quiser se sentar, querida. Deve ser complicado para você ver que eu estou acabando com a raça do seu namorado... - Ele riu. - Opa, ex! 

'' Fique quieto, Jellal. Quem manda nesse corpo agora sou eu, e se eu quiser chamar essa idiota de vagabunda eu chamo. '' Ele sussurrou se dando um tapa no rosto. 

- Agora de verdade, precisamos ter um papo reto... - Ele pausou como se estivesse sendo atrapalhado pelos pensamentos de Jellal. - vadia. - Ele completou. - Por favor, pare de chorar. Que draminha besta. Não entendo como um homem com a capacidade dessa Casca foi se apaixonar por uma idiota como você. - Ele riu. - Vamos nos divertir tanto... 

- P... - Antes mesmo de conseguir terminar a palavra Jellal me interrompeu. Se é que eu podia chama-ló de Jellal. 

- Nós vamos para a mansão que eu morava antes de ir para o inferno, vadizinha. - Definitivamente eu não estava entendendo mais nada. 

- Por que eu tenho que ir ? - Ele riu alto, talvez mais alto que as outras vezes.

- Você vai porque você vai ser a minha garantia de manter esse idiota vivo, ele vive por você, e sem você... Não quero minha casca destruída. - Ele finalizou fazendo um certo... biquinho? de lamentação. 

- O-O que você é...? - Isso era o mínimo que eu deveria saber, afinal, ele estava no corpo do meu namorado.

- Zeref, minha querida. - Ele deu de ombros. - Voltei do inferno especialmente para tornar essa sua vidinha uma merda. - Ele riu. - Acreditou? - Ele esperava uma resposta? - Brincadeira, não voltei para perder meu tempo com uma inútil feito você, eu vim para fazer algo muito maior.... - Antes que ele continuasse ele me fitou incrédulo. - E você não precisa saber disso, nem o porque estou te contando. Agora apura, pegue algumas roupas que nós tempos uma longa viagem até a mansão. - Por que ele estava sendo gentil comigo? Bom, não interessava. Corri em direção ao meu quarto e coloquei algumas roupas em uma pequena malinha como se ele estivesse invadindo a minha mente e estivesse me obrigando a fazer isso. Minha vontade era de sair correndo, chamar a polícia, e não ficar ali. Ele iria acabar me matando. 

Sai as pressas do meu quarto e o encontrei na sala tomando o resto da vodka que continha na garrafa. 

- Você está se saindo melhor que a encomenda... Se você me ajudar, eu a poupo da morte. - Ele sorriu. - É algo justo, não? 

Antes que eu pudesse questionar, o elevador chegou e nós descemos para a garagem. Sentei-me no banco ao lado do motorista e deixei novamente as lágrimas rolarem. 

- Nós temos uma longa viagem, querida. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? :3 Eu juro, JURO, que tentei.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "We Can't Go Back." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.