Meu Novo Irmão, Meu Namorado... escrita por Marina Batista


Capítulo 3
Morre, assassino!


Notas iniciais do capítulo

Olá Gente! Capitulo novo, coisas sobre a vida de Luc começam a aparecer, por isso espero que gostem =)



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Luc estava prestes a explodir quando chegou ao quarto, queria paz, era um pedido simples. Quando estava no orfanato aquilo que mais queria era atingir a maioridade e começar a percorrer o caminho com os seus próprios pés, com o passar dos anos percebeu que não seria fácil. O mundo para ele nunca foi sorridente e sabia que essa sorte não iria mudar, e não ia ser uma família rica que o via como um objecto que necessita de caridade que ia mudar esse pensamento.

Com o corpo estendido de bruços sobre a cama, deixou descansar a face no travesseiro e lentamente deixou-se embalar, em questão de segundos estava a dormir.


O corredor estava as escuras senão fosse a luz que provinha no luar que iluminava apenas uma pequena parte. Ele tremeu de medo, não gostava da escuridão.

Lentamente avançou até a última porta que estava encostada, sabia que provavelmente não devia prosseguir mas o arrepio que lhe correu a espinha ordenou que ele abrisse a porta.

Um corpo coberto de sangue encontrava-se no centro do quarto, os múltiplos golpes no abdómen arruinaram por completo o vestido azul florido que a mulher jazida no chão tanto gostava.

Com passos cautelosos avançou até ao cadáver, a pele estava acinzentada, os lábios roxos estavam abertos numa espécie de berro mudo, os olhos azuis tinham perdido maior parte da cor, encontravam-se fixos num ponto do tecto.

Com as lágrimas a correr pela face o pequeno rapaz cobriu o peito da mulher com a sua cabeça, esperava ouvir o coração a bater. As grandes mãos massajavam o cabelo moreno e sedoso.

-“A culpa disto é tua” – ouviu a voz junto ao seu ouvido.

Rapidamente levantou a cabeça e viu aqueles olhos sem vida a analisá-lo num acto sobrenatural

-“Mãe?” – A voz tremula pouco se ouvia.

Num movimento o corpo morto agarrou o rapaz pelo pescoço.

-“Tu és um assassino” – As lágrimas corriam pelo rosto másculo e geralmente sem emoção, enquanto fintava o rosto branco e morto da mulher. –“Odeio-te, ser desprezível” – O ódio que transbordava da voz feminina cortava cada pedaço que ainda sobrava do seu coração –“Mereces morrer, acho que vou fazer as honras” – A mão que apertava o seu pescoço fez mais pressão, ele sentia o oxigénio a faltar. Os olhos sem vida continuavam vidrados nele

-“Sabes que a mãe te ama muito, não é?” – Foi a última coisa que disse antes de desfalecer.

O Rapaz recuou os passos sentindo a fria parede contra as suas costas, de repente as mãos pareciam húmidas e pegajosas, com cuidado baixou o olhar e viu-as cobertas de sangue.

De novo olhou para o cadáver para o encontrar com a cabeça levantada fintando-o.

-“Morre, assassino” – Falou aquele corpo com um sorriso de gozo nos lábios.


Luc acordou, a respiração estava descontrolada sentia-se a sufocar, com o corpo trémulo e suado deixou-se estar na mesma posição. Aqueles pesadelos eram frequentes sentia-se quase a enlouquecer depois de todos aqueles anos, cenas diferentes mas sempre a mesma mensagem.

Cerrou firmemente os olhos quando todas as dolorosas lembranças invadiram a sua mente. Os berros e gritos de dor e horror ecoavam na sua cabeça fazendo-a latejar, sentia o cheiro a mofo junto ao nariz devido aos cobertores velhos que cobriam o seu corpo trémulo, sabia o que vinha a seguir, o silêncio, a luz a bater nos olhos e por fim a dor.

O rapaz levantou-se da cama com o corpo completamente tenso, precisava das suas telas e do seus pinceis, as únicas coisas que faziam a sua mente esquecer tudo aquilo. O sítio onde podia libertar todos os pensamentos e tormentos dolorosos.

Vagarosamente andou até a porta do quarto, precisava de apanhar ar, sair de dentro daquelas quatro paredes. Avançou pelo corredor, desceu as escadas e caminhou até a sala, onde havia uma grande porta de vidro que dava ligação ao espaço exterior. Uma grande piscina ocupava o centro do jardim que estava cuidadosamente arrumado, a relva estava aparada e bem tratada, ao lado da piscina existia uma pequena casa T0, num canto mais afastado existia uma grande e bonita mesa onde, provavelmente, se fazia muitos jantares e almoços em família, o ambiente era agradável.

Luc expirou o ar fresco, devia ser óptimo crescer numa casa como aquela, com uma família como aquela, eles pareciam incrivelmente unidos. Houve tempos em que sonhou e desejou esse tipo equilíbrio, na verdade ainda o desejava muitas vezes.

Depois de longos minutos o sono retornou, Luc lentamente deixou todos os pensamentos desaparecer e voltou para o seu quarto.


Não demorou muito para que tornasse a acordar com a respiração ofegante e um nó na garganta. A noite ia ser longa.





-“Mãe, preciso de conversar contigo” – Declarou o Kyle olhando para a mulher loira e apressada a sua frente.

O loiro encontrava-se sentado a tomar o pequeno-almoço com a irmã ao seu lado.

-“Kyle desculpa mas já estou atrasada, logo conversamos” – India meteu uma bolacha a boca enquanto ajeitava o seu casaco.

Kyle suspirou, precisava conversar com a mãe sobre o castigo, de maneira nenhuma ia passar férias sem a sua namorada e amigos.

-“Até logo, meninos”- Saudou

No momento em que a mulher ia sair do compartimento, Luc entrou.

-“Bom dia” – Falou visivelmente cansado, não tinha conseguido dormir nem uma hora, todas as vezes que fechava os olhos imagens pouco saudável assaltavam a sua memória. –“India, eu preciso…” – Olhou em volta visivelmente incomodado. –“Poderíamos falar um pouco á sós, por favor” – Os olhos castanhos da mulher ficaram arregalados.

Luc nunca lhe tinha dirigido tantas palavras de uma só vez. Não ia perder a oportunidade.

-“Claro, sim” – Falou enquanto dava passagem ao moreno e o acompanhava.

Marinne desviou o olhar para o irmão que parecia tenso e com os olhos fixos na saída.

-“Com ciúmes Kyle?!” – O tom brincalhão não foi aceite pelo rapaz, que rapidamente se levantou e pousou a loiça na máquina.

-“Não estou com espirito hoje” – As palavras saíram na boca do rapaz antes de se virar para a morena. –“Como é que conseguiste aceitar isto tão facilmente?” – Perguntou depois de alguns segundos a finta-la.

-“Bem, não vale a pena ir contra. A decisão já está tomada” – Respondeu encolhendo os ombros, em seguida agarrou a loiça e pousou-a na máquina de lavar loiça, ficando ao lado do irmão.

-“Eu não gostei dele” – Afirmou com firmeza.

-“Deu para perceber isso ontem a noite” – Declarou referindo-se a discussão que tinha acontecido.

Marinne encostou a cabeça ao peito do irmão e olhou-o.

-“Dá-lhe uma oportunidade” – Pediu em seguida com um sorriso encorajador. O loiro deu um sorriso fraco antes de pousar os lábios sobre a testa da irmã.

-“Quando ele mostrar que vale a pena” – Afirmou enquanto afastava gentilmente a rapariga –“Clare, vem cá passar o dia” – Rapidamente mudou de conversa


-“ Queria pedir-lhe um favor” – Luc sentia-se envergonhado por lhe estar a solicitar algo.

India olhou atentamente para o rapaz.

-“Se pudesse, poderia arranjar-me algumas telas, uns pinceis e algumas tintas?” – Falou com a voz um pouco embaraçada

A mulher agarrou as chaves do carro

-“Não fazia ideia que pintavas” – falou com um grande sorriso. –“Sim claro, vou tratar disso hoje. Se precisares de mais alguma coisa basta me ligar. Agora eu tenho de me despachar que já estou atrasada” – Comentou passando a mão um gesto de carinho sobre cara um pouco áspera devido a barba de um dia. –“Tens de desinfectar isso” – Apontou para o ligeiro ferimento que o rapaz tinha no lábio –“E tem um bom dia” – Despediu-se antes de avançar até a porta de saída.


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Notas finais do capítulo

Bem, sei que foi um capitulo um pouco pesado, por causa do pesadelo do Luc, razão porque o teve? Há-de ser explicado mais a frente.
De todas as formas espero que tenham gostado, e não deixem de comentar, sim?
Marina Batista*



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