Aquela Menina Estranha escrita por Panda Rafa


Capítulo 5
Pais mesquinhos


Notas iniciais do capítulo

Desculpem toda essa demora, é que eu estou com muitos deveres escolares e fiquei sem internet quase uma semana, estou sem capitulos e irei escrever mais, prometo! Enfim, vamos ler cookieeees



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– Hum... O Antônio pediu para... A gente tirar algumas fotos...?

– Fotos? – Pietro pergunta um pouco confuso

– É para que tenham a certeza de que namoramos!? – respondo

– Fotos? – Pietro repete

– Sim, fotos! Vamos sair do carro, por favor?

– Fotos?

– Sim, Pietro, fotos! FOTOS!!! – falo irritada já

– Ah, mas não se irrite! – ele diz imitando Chaves.

– Pietro, Pietro...!

Ele não diz nada e saímos do carro, vejo aquela casa que é capaz de acabar comigo! Apesar de ganhar o que ganho com as Lutas, não consegui comprar uma casa melhor, fora os roubos da Ângela (alguns dizem que ela é minha mãe),

– Pietro? – ouço uma voz masculina vindo do alto das escadas

– Sim? – Pietro responde fechando a porta de entrada

– Achei que chegaria só... Amanhã... – ele diz com uma sobrancelha arqueada

– Hum... Mudança de planos! – ele diz com uma expressão de tédio, belisco discretamente sua cintura – Essa é a...

– Valquíria Marques! – ele sorri malicioso, me fazendo estremecer um pouco com sua ironia – Fico muito feliz em saber sobre esse ‘namoro’ de vocês...

– Pai, chega! – Pietro diz autoritário

– Chega? – ele ri debochado – Meu único filho está namorando uma lutadora de MMA e eu não posso dizer o que eu acho?

– Não, não pode! – Pietro pega em minha mão, a puxando – Vamos, Val!

– Pietro Vicent Andrade! – o pai dele fala, nervoso

– O que foi? – ele diz bravo

– Só mais uma coisa: continue o quanto quiser com essa brincadeira, mas sofra sozinho com as conseqüências!

– Sempre sofri sozinho tudo, se tiver conseqüências, será apenas mais uma!

– Vamos, Val! – ele me puxa bruscamente escada acima

– Pietro... Pietro... Volte aqui Pietro! – ouvimos o pai dele gritando desesperadamente até que fechamos a porta de seu quarto

– Me desculpe Val! – ele diz jogando a mochila encima do sofá que havia em um dos cantos do quarto enorme

– Tudo bem... Não posso te julgar, não tenho uma das melhores relações com a minha...minha... Argh! Minha mãe!

– Esse velho deveria morrer! – ele diz entre dentes

– Vamos deitar, venha! – Falo o puxando enquanto tiro as cobertas da imensa cama

– Val... – olho para ele – Você desculpa mesmo meu pai?

– Está tudo bem, Pietro! – falo tentando ser mais sensível possível (impossível, eu sei)

– Ele só disse isso para você pensar que ele se importa, mas ele vai usar nosso namoro a favor dele! Velho aproveitador...!

– Pietro, você já fez dezoito? – pergunto cortando o assunto

– Sim, por que isso agora?

– Então você pode sair de casa uai!

– Sim, só estou ainda por causa da minha mãe!

– Pietro, meu filho... – entra uma mulher muito bonita no quarto abraçando Pietro – Que saudades, guri!

– Se calma, mãe! Fiquei apenas dois dias fora! – ele diz segurando o rosto da mãe entre as mãos, vendo todo o carinho dos dois, eu acabo ficando meio triste, com muita raiva em saber que não sou assim com minha mãe, sigo, discretamente para o banheiro e lavo meu rosto, logo alguém bate na porta que estava aberta, me chamando a atenção, olho e vejo que é Pietro fazendo um gesto para que eu o siga, o obedeço e descemos até a cozinha, nos sentamos e eu olho para Pietro, confusa.

– Se dependesse de mim, eu viveria em meu quarto, desde que tivesse comida e você o tempo todo! – ele cochicha em meu ouvido e eu abaixo a cabeça envergonhada, poxa, nunca estive em um almoço assim, quer dizer nunca tive um namorado, é tudo estranho para mim, não tenho etiqueta e muito menos paciência, não sei como vou agüentar os pais bipolares de Pietro!

– Então, Valquíria... – a mãe de Pietro quebra o silêncio

– Sim? – falo sorrindo desengonçada

– Seu pai trabalha em que? – meus olhos se enchem de lágrimas e eu abaixo minha cabeça, Pietro pega em minha mão tentando me acalmar

– Mãe! – Pietro diz, tentando repreendê-la

– O que foi meu filho? Não posso querer saber sobre o pai da minha nora? – ela pergunta um pouco rude

– Meu pai faleceu ha dois anos! – falo ainda de cabeça baixa

– O que aconteceu, querida? – pergunta o pai de Pietro

Me levanto e sigo para o quarto de Pietro, me jogo na cama e fico ali por um longo tempo, não me importando em deixar as lágrimas caírem, até que adormeço.

Narradora

Depois que Val sai da mesa, a mãe de Pietro diz:

– Que menina mais mal educada!

– E ainda segue para o quarto de Pietro, como se a casa fosse dela! – continua o pai de Pietro

– Vocês querem o que? Ela tem trauma pelo que aconteceu com o pai dela, se sente culpada pela sua morte, a própria mãe a rouba desde que ela começou a lutar! Não se entende com ela, tudo que é tem é mágoa, mágoa! – Pietro diz e se levanta – Estou com nojo de vocês!

– Meu filho... – sua mãe o chama e ele se vira – Nós não queríamos parecer rudes, mas a garota é o oposto de você!

– Que bom, por que assim, não vou virar um mesquinho idiota! – Pietro pega e sai da sala de jantar

Pietro fica observando Valquíria na cama, deitada chorando, até que adormece. Pietro acha Valquíria uma guerreira por tudo que passou, ela, o vê como um porto seguro, aquele que é capaz de acalmá-la. Suzana, a empregada, que criou Pietro praticamente, chega com uma bandeja enorme com muitas porcarias comestíveis! Pietro agradece e entra com a bandeja segurando a bandeja e fechando a porta! Ele coloca a bandeja em uma mesinha e tranca a porta, logo indo chamar Val!

Valquíria narrando

Acordo com beijinhos em minha bochecha e dou uma leve risada ao ver Pietro ao meu lado. Me sento e vejo que ele pega uma bandeja repleta de porcarias comestíveis, nos olhamos e começamos a comer...

– Gostou? – ele pergunta, quebrando o silêncio

– Sim... – falo de cabeça baixa

– Val?

– Oi...

– Está tudo bem?

– Sim...

– Você sabe que pode me falar, não sabe? – ele me olha com certa preocupação

– Sim eu sei! Está tudo bem. – ele me olha, sem acreditar, com a mesma preocupação, me sinto como se tivesse mentindo – Hum... Tenho treino! Preciso ir, ainda vou passar em casa!

Me levanto, corro para o banheiro e troco de roupa, pego minha mochila, junto com meu celular e meus fones, não vejo ninguém quando chego na sala, escuto vozes, olho para onde está vindo o som e vejo duas sombras, fico parada até que vejo que são os pais de Pietro, eles param em minha frente e eu falo:

– Hum, me desculpem por ter saído daquele modo... Hum... Eu não falo com ninguém sobre os meus pais... Eu sei que sou o oposto de Pietro, mas eu gosto dele, se não concordam, eu entendo...! – faço uma pausa e olho para os dois – Se vocês virem ele, por favor, avisem que fui embora? – eles fazem que sim – Hum... Então... Tchau Sr. E Sra. Andrade! – falo passando entre eles e quando coloco a mão na maçaneta, ouço a mãe de Pietro falando:

– Eu sabia que você iria desistir, é só olhar na sua cara! Você é igual sua mãe, não possui amor algum, vai fugir como se as pessoas em sua volta não tivessem sentimentos! Vocês são todos iguais! – eu a olho com lágrimas nos olhos

– Não... – falo entre dentes – Sra. Andrade, com todo o respeito... A sra. Não pode falar nada pois não sabe o quanto batalhei para chegar onde cheguei! O quanto sofri por ter de continuar sozinha depois que perdi meu pai, o quanto sinto sua falta, ele era meu treinador, hoje, eu treino com uma pessoa desconhecida, minha vida está de cabeça para baixo, não sei como agir... Então... Por favor, não fale como se me conhecesse! – abro a porta e saio, decido ir correndo até a academia, que não é muito longe

Chego, coloco minhas coisas em um banco, tiro meu tênis e começo a aquecer

– Sem treinos hoje, Val! – escuto meu treinador dizer

– Por quê?

– Antônio pediu para que você descanse essa semana, somente 40 minutos de esteira por dia, entendido? – faço que sim e corro para atender meu celular

– Oi?

– Val, onde você está?

– Na academia, Pietro!

– Por que não me disse nada?

– Pietro, resolvi não ficar na sua casa...

– Calma! Você vai demorar a sair da academia?

– Não, já estou saindo!

– Me espere!

– Não, Pietro, eu vou correndo!

– Me espere!

– Mas...

– Val! Já estou saindo de casa!

– Tudo bem!

...

Uns 20 minutos depois e Pietro chega, entro em silêncio no carro e seguimos para a minha casa, não há paparazzi, repórteres, pelo menos à vista!

– Vamos entrar! – falo saindo do carro, mas Pietro segura meu braço – O que foi?

– Só troca de roupa, vamos sair! – ele beija minha bochecha e saio do carro



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Notas finais do capítulo

Reviews? De noite sai mais um SE TIVER REVIEWS!



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