– Augusto? - sussurro

– Sim, fica calma, vai ficar tudo bem... - ele me abraça fortemente e beija minha testa

– Como você sabe? - olho para aqueles olhos verdes, que me transferem uma enorme calma

– Eu apenas sei! - abaixo minha cabeça mais uma vez, sentindo o conforto daquele abraço

E se eu estiver sendo enganada mais uma vez? E se Augusto for como Pietro? Não quero passar por isso mais uma vez, de novo não! Já basta o agora, já basta Pietro! Me afasto bruscamente de Augusto e saio correndo, desesperada, confusa, cansada, exausta e, acima de tudo, com medo, muito medo. Medo de confiar, de se iludir mais uma vez, de ser enganada mais uma vez... com raiva, raiva de Pietro por ter me enganado, raiva por ser tão burra por acreditar em Pietro. Ouço Augusto gritar desesperado correndo atrás de mim, mas não quero escutar, não quero!

– Val, cuidado! - escuto um grito desesperado, olho para o lado e a ultima coisa que vi, foi uma luz branca muito forte e depois.... tudo ficou escuro...

...

– Val? - ouvi uma voz bem distante

– Val, está me escutando? - disse uma outra voz, mais proxima

Abri meus olhos com dificuldade, mas logo fechei por causa da luz forte... fui abrindo mais devagar e me acostumei vagarosamente com a luz em minha volta, vi um garoto ao meu lado e um médico do outro. O garoto abriu um sorrisão ao me ver de olhos abertos, seus olhos brilhavam ao perceber que eu olhava para ele, mas eu não me lembrava de quem seria, só sabia que conhecia ele de algum lugar, mas não sabia de onde, sinto um amor gigante por ele, mas como posso dizer isso para ele, sendo que não sei quem ele é?

– Está tudo bem? - O médico perguntou e eu fiz que sim - Você se lembra qual é o seu nome?

– Valquíria - respondi baixo, o médico acenou positivamente com a cabeça e anotou alguma coisa

– Quantos anos? - ele perguntou

– Hum... 18 - o garoto ao meu lado me olhava com atenção e eu não me contive - É... me perdoe, mas... quem é você? Eu te conheço de onde?

– Val... não se lembra? - o garoto me olhou decepcionado - Sou eu... Seu irmão... Thomas...

Comecei a rir, gargalhar da cara de choro de Thomas e disse: - Seu idiota, claro que sei quem você é! Venha cá, peste.