Terra Nova escrita por Julio Is A Writer


Capítulo 3
II




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Acordei com alguém puxando minhas cobertas.

- Acorda, peste! - disse Brenda, minha irmã, segurando minha coberta.

Ela era dois anos mais velha, e tinha o cabelo longo e liso, e bochechas redondinhas. Ela era uma médica no Royal Hospital.

- O que você tá fazendo na minha casa?! - exclamei. 

Ela me deu um meio sorriso, e não me respondeu - O café está na mesa.

Brenda girou nos calcanhares e saiu do meu quarto.

Grunhi e me levantei, andando para o armário. Tirei um jeans preto e um moletom cinza dali de dentro, vestindo-os.

Desci a escada estreita, e entrei na cozinha. 

O cheiro de café fresco preenchia o ambiente, e meu lugar estava posto à mesa. Nenhum sinal de Brenda - ela tinha vergonha de me ter como irmão, mas eu entendo.

Suspirei e me sentei, enchendo minha caneca de café. 

Após terminar, coloquei os pratos na lavadoura, e me joguei no sofá, ligando a televisão.

Eu tinha vários seriados e filmes da época que a gente ainda vivia na Terra.

Meu seriado favorite era Sherlock, e o filme, Ratatouille, mesmo que fosse para crianças.

Após algumas horas, ouvi uma batida forte na porta.

Abri-a, e encontrei meu pai, vestido em sua farda militar. Ele trazia alguém consigo - parecia ser uma mulher, vestida toda em preto, sem poder ver sua pele. Ela tinha uma sacola preta na cabeça, e suas mãos estavam presas com algemas.

Eu sabia que ela era uma Aurum. Eles escondiam Aurums no meu sótão, para que a população não ficasse com medo, e eles achavam que estavam todos mortos.

Eles ficavam na minha casa por tempo indeterminado, até serem levados para serem dissecados, ou usados como serviçais nas casas da alta sociedade.

- Olá, Matthew. - ele disse, friamente - Vou colocá-la no sótão.

Ele começou a se direcionar para a escada, levando a Aurum em sua frente. Ela não tropeçou nem uma vez.

Suspirei. 

Matthew. Nunca Matt, ou Matty, como mamãe me chama.

Nem parecia que éramos da mesma família.

Subi para o sotão, e vi que ele tinha colocado-a presa à uma barra de metal que tinha lá. 

- Não converse. - ele só me disse isso, e saiu do recinto. Segundos depois, ouvi minha porta da frente bater com tudo.

Me aproximei dela, e tirei a sacola de sua cabeça.

Ela era como todos os outros: um olho diferente do outro, pele cinza, lábios azuis, mas tinha algo diferente. 

Se olhasse bem fundo em seus olhos, você podia ver que ela era mais inteligente que os outros.

Eles tinham o QI mediano, meio baixo. Eles entendiam o que falávamos, mas não sabiam falar a língua.

Bem, pelo menos todos os outros que pegamos não sabiam.

- Encarar é rude, sabia? - ela disse, suavemente. 

Meus olhos arregalaram, e sorri para ela. - Desculpe-me.

Eu sei o que ele disse, nada de conversar, mas e daí? 

Ela sorriu de volta. - Alaya.

Os Aurum eram extremamente amigáveis. Mas quando se mata um deles - o que fizemos na primeira semana - , seus lados hostis mostravam.

- Matthew, or Matt. - eu disse. 

Ela era mais inteligente que os outros - sabia falar nossa língua.

Mas como?


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