Eu estava correndo em algum lugar frio e cinza, e parecia que nunca escapava do que estava me sugando e eu estava ficando com medo. Parecia um campo de trigo vasto e um rodamoinho estava logo atrás de mim, deixando tudo cinza. Por mais que eu corresse, chorasse, gritasse, nada adiantava. Eu não conseguia sair do lugar. Por fim me cansei e sentei onde estava, esperando o rodamoinho me engolir.

No momento que cheguei ao chão, o vento cessou. E a paisagem cinza fora substituída por algo mais calmo e colorido, com flores e até o sol. Pisquei para o que via deitei na grama macia. Tinha conseguido parar de chorar, quando algo tapou o sol. Patch estava de pé, em cima de mim e me estendia uma mão.

- Como você chegou aqui? – perguntei assim que me sentei a seu lado.

- É um sonho Nora. Estou aqui porque me deseja aqui.

- Ah. Então nada disso é real? Eu não iria realmente morrer?

- Não. O rodamoinho foi algo criado pela sua mente, expressando a confusão que está sua vida agora.

- Mas quando sentei e desisti de tentar, apareceu você.

- O sol veio, porque você desistiu de lutar e aceitou as coisas como elas são. Você não deve se culpar tanto Nora. Deve aceitar os fatos e aprender a conviver com eles.

- Eu sei, mas é difícil quando tudo é culpa minha.

- Você gritou por causa do vento e ele não foi embora, mas quando se acalmou, ele cessou.

- Sim. Eu não consigo controlar a minha vida. Sua irmã morreu, Nina foi sequestrada e eu mandei você embora – meu peito doeu quando me lembrei do ocorrido.

- Sim, porque você quer mudar o que não pode ser mudado. Deixe os dados rolarem, pelo menos uma vez.

- Vou tentar.

- Eu tenho que ir – Patch se levantou e eu tentei agarra lo. Seu braço estava lá, mas quando o toquei não pude senti lo, foi como se ele fosse um fantasma.

- Não vá – eu gritava, mas ele não podia me escutar. Ele apenas andou até desaparecer. Voltei a correr e a gritar, e vento surgiu de novo. Apenas parei de correr e chorei mais rápido, deixando o furacão me pegar.