Acordei em um chão duro e com as mãos soltas. Eu não estava mais presa, mas estava em um lugar totalmente escuro e algo me dizia que era apertado também. Me encolhi feito uma bola e deitei em um dos cantos da parede. Eu comecei a chorar. De repente, percebi que eu não estava sozinha ali, eu podia sentir o calor de outro corpo sentado perto de onde eu estava.

- Nora? – Patch perguntou.

- Patch! Onde você está? Venha aqui. Pude senti – lo se arrastando até mim na escuridão. Ele me abraçou forte e eu chorei mais forte.

- Não chore Nora. – sua voz estava triste também.

- Eu vou morrer Patch, como não chorar.

- Veja pelo lado bom, nós vamos morrer juntos.

- Não tem lado bom. Você vai escapar, eu vou dar um jeito de tirar você daqui. Se você não tivesse me ajudado, nada disso teria acontecido..

- Não pense nisso Nora. Nunca. – isso o deixou nervoso.

- Eu te amo Patch.

- Eu te amo mais. – ele disse e ficamos ali deitados juntos e tentando não temer os nossos destinos.

- Levanta. – Lucas disse para mim. Abri os olhos e vi que estava claro. Patch estava com as mãos acorrentadas e eu não. – Vamos Nora, eu não tenho o dia todo.

- Para onde vamos? – eu disse sem me levantar.

- Sabe Nora, eu sempre tive uma quedinha por você e pensava em você de todas as formas. Então, antes de você ser levada, eu vou brincar um pouquinho com você.

- Nunca. – eu gritei.

- Solte – a. – Patch gritava furioso enquanto Lucas me pegava pelos braços, me levando para fora. Ele me colocou em um quarto grande e me fez sentar em uma cadeira que ficava na frente de um espelho. Dabria entrou e ele saiu.

- Então, vamos deixar você bonita para o Lucas. Sabe, ele gosta muito de você, mas você escolheu outros caminhos.

- O que está acontecendo aqui? Lucas já deixou bem claro que me odeia e você também. Vocês são psicopatas.

- Calma Nora. Vocês não vão morrer, não ainda.

Dabria soltou o meu cabelo e começou a penteá – lo. Ela passou um spray com cheiro de frutas e começou a enrola – lo. Ela fazia tudo com um sorriso estranho no rosto e cantarolando uma canção. Ela começou a me maquiar e meu medo começou a aumentar.

Dabria foi até uma porta e pegou um vestido de seda vermelho sangue. O vestido era deslumbrante, certamente perfeito para outro tipo de ocasião. Ela me fez vesti – lo e saiu para chamar Lucas. Eu estava tremendo de medo, literalmente. Lucas voltou.

- Devo admitir Nora, você superou todas as minhas expectativas. – ele pegou no meu braço enquanto falava. Ele estava me arrastando por um corredor escuro, enquanto Dabria voltava para o quarto de onde eu saíra.

Lucas me levou até uma sala aconchegante. O carpete era vermelho e as paredes eram pretas. Havia uma mesa com uma toalha branca e uma cama de casal a minha frente. Parecia os quartos que as pessoas eram mortas em filmes de terror.

- Dance comigo.  – ele falou e me puxou para os seus braços. Enquanto nós dançávamos, ele apertava a minha coxa e puxava os meus cabelos. – Você está muito bonita e cheirosa. Olhe para mim Nora. – ele falou e eu olhei. Ele puxou o rosto para perto do meu e me beijou. Eu retribui o beijo e passei a mão pelas suas costas a procura de alguma arma.

- Está procurando por isso? – ele falou se afastando e pegando um revolver. – Nora, você me decepcionou. Eu estava planejando uma noite maravilhosa com você, mas parece que vamos ter que pular etapas. – ele falou e me fez desmaiar.

Eu acordei no mesmo quarto, só que desta vez eu estava amarrada na cama. Eu estava vestindo somente calcinha e sutiã e tinha um pano na minha boca que impedia que eu gritasse. Quando caiu a ficha, eu comecei a gritas e chorar. Eu ia ser estuprada por Lucas.

- Não se desespere Nora. Eu tenho certeza que você já fez isso com Patch, agora é só fazer comigo. – ele estava sentado em uma cadeira na frente da cama. Lucas se levantou, andou até mim e parou no meu lado. Virei meu rosto para olhar para ele e me arrependi de imediato. Ele passou a ponta dos dedos na minha bochecha e um segundo depois me deu um tapa forte. Eu tinha certeza absoluta que iria ficar um hematoma no meu rosto. Comecei a chorar e gritar mais alto, mas isso não o impediu de continuar.

Eu não tinha mais forças para gritar. Meu corpo estava mais roxo do que branco e não tinha um lugar que não estivesse dolorido. Eu estava deitada na cama chorando em silêncio e Lucas estava sentado na cadeira.

- Foi tão ruim assim Nora? Para mim foi ótimo. – ele estava sorrindo.

- Seu monstro. – sussurrei. Lucas estava vindo na minha direção, quando escutamos o barulho da porta abrindo. Era Patch e ele não estava sozinho.