Acordei com um barulho que parecia alguém arrastando uma cadeira. Olhei a minha volta e parecia que estava em um tipo de balcão enorme, aquele no qual seria normal ver containers que levariam mercadorias. Tentei me levantar, mas estava presa. Minhas mãos e meus pés estavam presos com algemas nas paredes.

- Pensei que você não fosse acordar. – Lucas falou. Ele estava sentado em uma cadeira a alguns metros de mim. O sorriso brincalhão continuava no seu rosto, mas dessa vez ele tinha uma arma na mão.

- Sabe Nora, não foi tão difícil assim de te achar. Eu vi vocês saindo do apartamento e os segui até o aeroporto. Pensei que você fosse mais esperta, mais forte. Eu vi que não.

- Por que você está fazendo isso comigo? O que foi que eu te fiz? – eu estava gritando. No momento em que eu parei, eu ouvi um grito vindo de algum lugar de trás de onde estávamos.

- Nora! – Patch gritou.

- Me solte. – eu gritei e tentei me soltar. Eu levantava e caia e Lucas estava rindo da minha cara.

- Pode tentar, mas nunca vai conseguir. Gostou do modelito? – eu olhei para baixo e vi que não estava vestindo as roupas de quando desmaiei. Dessa vez, eu estava com um suéter caramelo, uma saia rodada curta e preta, meias ¾ e botas que vinham até o joelho. Eu estava parecendo uma universitária daquelas que não saiam da biblioteca. Eu estava pensando em como me trocaram, esse pensamento me fez ruborizar.

- Não se preocupe. – Lucas falou. – Não fui eu quem te trocou.

- Por que você está nos mantendo aqui? – perguntei sem olhar para ele.

- Você saberá em breve, mas por enquanto não posso lhe dizer nada. Não se preocupe Nora, seu sofrimento acabará logo. – ele disse sorrindo enquanto passava os dedos na minha bochecha.

- Pensei que você fosse meu amigo, pensei que poderia confiar em você.

- Pensou errado. Você escolhe pessoas erradas para amar Nora. Você nunca amou uma pessoa certa e nunca amará.

- O que você está fazendo com Patch?

- Não se preocupe também, logo você o verá. Você foi uma tola, não fugindo enquanto podia. Você era mais inteligente. Eu realmente gostava de você, e muito. Mas você escolheu o Cipriano e agora não há nada que eu possa fazer.

- Você é doente. – eu sussurrei, eu não queria que Patch me ouvisse de novo. Meus punhos estavam machucados por causa das algemas e meus joelhos estavam ralados. – Eu vou te matar, eu juro. Eu te odeio Lucas.

- Nossa isso partiu o meu coração. Como você ficou patética desse jeito? – ele estava falando e recebeu uma ligação.

- Pode vir. Sim, eles estão aqui. Venha rápido. – ele estava um pouco ansioso ao telefone. Ele desligou e se virou para mim.

- Hora de tirar uma soneca. – ele falou e me bateu com um cano de ferro, me fazendo desmaiar.