O Limite Entre A Morte E A Loucura escrita por Marcela
Notas iniciais do capítulo
Demorou a sair, porque tive alguns problemas esses dias, então só para não abandonar completamente a história, escrevi um final bem curtinho. Sugiro ouvirem Afterlife do Avenged Sevenfold enquanto leem.
Tive que suportar, dia após dia a minha situação. Com o tempo senti que começara a me acostumar com a dor.
Um dia, logo após o almoço comecei a passar mal do estomago. No dia seguinte vomitei só de sentir o cheiro de frango que vinha da cozinha. Fui levada à enfermaria e recebi o diagnóstico: eu estava grávida.
Para o meu desprazer sabia o que isso significava: eu provavelmente teria uma criança, amaria ela e a perderia. Depois começaria a me conformar novamente e aconteceriam novas tragédias, até o fim dos tempos.
Não foi nenhuma novidade saber que a minha gravidez era de risco. Só não parecia fazer sentido um cadáver ambulante preso em seu próprio inferno particular dar à luz a um bebê.
Quando o final da gestação chegou, foi com agradável surpresa que eu peguei no colo a minha filha e soube que ela estava forte e saudável. Eu coloquei nela o nome de Katherine.
Apenas uma coisa era capaz de me afligir naquele momento, saber que cedo ou tarde tomariam o meu bebê e o entregariam à adoção.
Desta vez eu não tentei me conformar com a situação, pelo contrário, decidi lutar com todas as minhas forças para ficar ao lado dela. Armei um plano de fuga e consegui entrar na parte de trás do caminhão que trazia os remédios antes que ele saísse.
Do lado de fora de Briarcliff, com Katherine nos braços comecei a caminhar pelas ruas da cidade, até a velha ponte sobre uma represa. Eu realmente sentia a falta da sensação do vento soprando sobre o meu rosto.
Ouvi de longe uma sirene que rapidamente se aproximou. Eu ainda segurava minha filha nos braços quando policiais e enfermeiros me cercaram e exigiram que eu entregasse o bebê. Eu neguei a ordem dos policias e tentei correr, levando Katherine para longe de tudo aquilo. De nada adiantou, eles me renderam e tiraram ela de mim.
No auge do desespero consegui criar forças e saí correndo desesperada e sem direção. Depois de conseguir despistar a todos sentei embaixo de uma árvore e após outra das minhas crises reflexivas, me dei conta de que se eu estivesse realmente morta, não teria o que perder ao tentar me matar novamente e se estivesse viva ainda poderia cometer o suicídio.
Parte da loucura que me pertence é às vezes pensar demais em coisas inutéis e terminar ignorando as soluções mais triviais da minha vida. Eu precisei passar muito tempo na solitária, perder o Nate e sentir a dor de me ser tirado a minha filha para perceber a simples resposta que esteve na minha frente o tempo todo. Agora ninguém mais poderia me impedir, eu não estava mais em Briarcliff e podia fazer o que quisesse, inclusive morrer.
Caminhei novamente até a ponte onde me tomaram Katherine dos braços, durante o percurso só conseguia me lembrar da doce garotinha que eu era e da mulher amarga que me tornei depois de passar anos naquela clínica psiquiátrica.
Subi na ponte, abri os braços, senti o vento tocar meu rosto novamente e me joguei...
Enquanto caía provei novamente aquela já conhecida sensação de morte.
Me senti presa no limbo novamente, depois acordei em Briarcliff.
Novamente não sei se isso é uma espécie de pós-vida ou psicose e a única coisa que me resta é passar os meus dias buscando a morte ou me acostumar de vez com a ideia de que terei a eternidade inteira neste cruel castigo.
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Obrigada a todos que tiveram paciência de esperar até o fim.