2ª Temporada - Ela É A Única Que Pode Me Salvar escrita por Bel Russeal
Notas iniciais do capítulo
Nem demorei tanto dessa vez em ?! ;)
_ Ei já tinha até pensado que desistiu de dançar comigo. – Felipa reclamou minha demora.
_ Desistir de uma dança com você ? Nunca. – falei e a puxei pela cintura nos aproximando e começamos a dançar de uma forma mais quente de acordo com a música que tocava.
_ Nossa que pegada . – ela disse e logo depois riu da forma divertida em que era .
A música mudou e começou tocar uma mais lenta e acompanhamos o novo ritmo.
_ Obrigada. – ela sussurrou.
_ Pelo o quê?
_ Por fazer essa noite ficar melhor, a muito tempo não me sentia mais leve.
O jeito dócil que Felipa falava fez à mim engolir seco, de um jeito de outro eu a estava enganando, mas não tinha outra opção e eu esperava que depois que tudo acabasse ela compreendesse e pudéssemos ser amigos, mas Felipa ainda passaria por muitas provações e decepções e a maior seria quando descobrisse sobre o seu pai.
_É bom saber que ajudei você de uma forma , você é uma garota muito especial não merece passar por tudo que passou e o que vai passar. – Ela me olhou confusa por alguns segundos , talvez por não entender a expressão “ e o que vai passar “ , mas ela apenas deitou sua cabeça em meu ombro.
_ A sua noiva é uma mulher de muita sorte por ter você. – ela levantou a cabeça e fixou seus olhos nos meus.
_ Seus olhos são tão azuis , é possível imaginar o paraíso ao olhar para eles.
_ Você deve ter exagerado na dose , Felipa. – disse rindo.
_ Eu não estou alucinando, seu bobo. Mas me parecem tão familiar , a intensidade deles eu já vi em algum lugar. – ela disse ainda com os olhos fixos nos meus.
_ Queria que não estivesse noivo nesse momento.
_ Por quê?
_ Eu queria poder te beijar.
_E por que não pode ? – perguntei.
_ Você devia saber que não é certo. – Quando ela terminou a frase eu juntei meus lábios ao seu e a sensação não foi ruim.
_Isso me parece tão correto e errado ao mesmo tempo. – ela disse em uma pausa em que nos recuperávamos o fôlego.
_Não pensa em nada, pensa só no aqui e agora. – Essas palavras saíram de minha boca , mas os meus pensamentos estava apenas em salvar Valentina.
Ela me beijou novamente e quando selamos o beijo , percebemos que estávamos no centro do salão e algumas pessoas nos olhavam.
_ Eu acho melhor saímos daqui , ir pra um lugar mais calmo e sem impressa de preferência.
_ Cansado de fleches ?
_ Você não faz idéia .
Ela segurou minha mão e chegamos na entrada da festa onde ficamos parados por alguns segundos e ele me roubou mais um beijo.
_ Pra onde quer ir ? – ela me perguntou.
_ Eu quero ficar à sós com você , sem impressa e adolescentes bêbados.
_ Podíamos ir pra minha casa. – ela sugeriu acertando o ponto chave.
_ Perfeito .
_ Vamos ?
_ Eu vou pegar a chave do meu carro com o Bernardo , só um segundo.
Voltei ao local da festa , Bernardo e Rogério já estavam impacientes.
_E ai conseguiu ? – Bernardo perguntou ao me ver.
_ Que pergunta Bernardo, claro que consegui. – falei e pisquei pra ele que revirou os olhos.
_ Humildade ele não tem.
_Não , mas charme eu tenho de sobra.
_ Ei vocês dois , parem com isso. – Rogério reclamou.
_ Você vai à frente e Bernardo vai seguir você, quero que dê um jeito de encontrar Valentina com maior cuidado, eu chegarei com a policia daqui alguns minutos.
_ Policia? – indaguei.
_ Eu não quero só recuperar sua irmã , eu quero acabar com essa máfia maldita e vingar sua mãe. – Rogério respondeu.
O carro parou em frente a uma casa menos luxuosa que aconteceu a festa e ficava claro o desejo de se esconder de Daniel. Estava perdido nos meus pensamentos observando a casa enquanto Felipa me chamava.
_ João ? Ta em que mundo?
_ não tão distante. – voltei minha atenção à elas.
_ Que tal se concentrar no meu mundo ? – ela disse saindo do carro e eu a segui.
Ela me encostou ao portão da sua casa e voltamos a nos beijar e avistei o carro de Bernardo chegar enquanto estávamos nos beijando, ela separou nossos lábios e me olhava confusa.
_ O que houve?
_ É .. é nada. – falei nervoso.
_ Seu beijo foi diferente dessa vez . Está se sentido culpado.
_ Na verdade..
_ Que verdade?
_ Droga, eu vou quebrar as regras do plano. – falei me afastando e ficando de costas a ela.
_Que plano ? –ela dizia confusa.
_Desculpa , Felipa.
_ Desculpa pelo o que , João?
_ Eu vou te contar o que está realmente acontecendo.
_ Eu acho bom porque está me assustando.
_Seu pai seqüestrou minha irmã e estou aqui por causa desse motivo.
_ O quê ? – ela disse se afastando de mim.
_ Eu sei que parece absurdo , mas..
_ Você ta maluco , garoto?
_ Nã...
_ Acha que porque contei a minha história pra você ,pode fazer essa piadinha ? Meu pai ele pode ser uma pai ausente e uma pessoa amarga , mas um bandido ? - ela dizia com os olhos marejados.
_ É verdade . – Bernardo disse se aproximando.
_ Vocês estão malucos, saiam daqui . – ela dizia tentando abrir o portão.
_ Felipa , precisamos da sua ajuda.
_ Ela é a nossa irmã , eu sei que parece absurdo pensar que o seu pai possa ser um monstro , mas ele é . Ele destruiu a minha vida , a minha família e agora ele ta com a minha irmã caçula e eu não posso deixar ele tirar a pessoa mais importante de mim. – Bernardo disse e Felipa ficou paralisada e já chorava muito.
_Não , não pode ser , ele não é assim, ele não pode ser assim.
_Podemos provar, mas tem que nos ajudar a encontrá-la.
_ Eu sei que parece assustador , mas vamos entrar ai e procurá-la com sua ajuda ou sem ela. – afirmei.
_ Como é a irmã de vocês ? – ela perguntou e tentava se aclamar e limpava as lagrimas que desciam cada vez mais.
_Ela é uma pré-adolescente como ela costuma dizer.- Bernardo soltou um leve sorriso.
_ Tem os cabelos liso e cacheados nas pontas, um louro brilhante que lembra o sol. – falei e olhei para Bernardo que estava abalado.
_ Tem a pele clara e os lábios vermelhos , olhos claros , verdes como os meu e intensos como os do João. – Bernardo dizia com a voz tremula e se encostou à parede.
_ Olhos claros e intensos... – Felipa soletrou e ficou paralisada e a minha atenção e a de Bernardo se encontrou em Felipa que se sentou no chão , seu nervosismos já não permitia ficar de pé.
_ Eu sabia que já tinha visto a intensidade de seus olhos em algum lugar. – ela comentou e me fez lembra de nossa conversa enquanto dançávamos.
“_ Seus olhos são tão azuis , é possível imaginar o paraíso ao olhar para eles.
_ Você deve ter exagerado na dose , Felipa. – disse rindo.
_ Eu não estou alucinando, seu bobo. Mas me parecem tão familiar , a intensidade deles eu já vi em algum lugar.”
_ No dia que chegamos em Londres , meu pai estava estranho e nervoso então resolvi levar um chá à ele , mas ele estava acompanhado de Michael e alguns homens que não conheço e havia uma garotinha com eles.
_ Era ela , Valentina.
_ Eu me aproximei dela , me parecia triste , perguntei o seu nome , mas antes que me deixasse responder meu pai disse que ela tinha que ir .
_ E o que ele disse a respeito dela À você ?
_ Ele me disse que era filha de um cliente , por isso não dei muita importância , mas o olhar dela ficou grudado na minha mente.
_ Precisa nos ajudar , por favor. – segurei a mão de Felipa.
_ Eu vou ajudá-los.
_ obrigado . – Bernardo disse aliviado e ansioso.
_ Mas a casa ta cheia de seguranças , se o meu pai fez isso tudo à vocês deve conhecer os seus rostos .
_ Eu tenho uma idéia , eu e Bernardo nos escondemos no porta mala do carro e você entra e o guarda diretamente na garagem.
_ Essa idéia é ótima, a garagem tem uma entrada direta para casa , eles não vão vê-los.
_ Perfeito,vamos!
...
_ Nossa , não aparenta ser assim por fora. – Bernardo comentou sobre a exuberância da casa.
_Típico de quem se esconde , mas não quer perder os privilégios. – comentei e nem lembrei do quanto já estava sendo difícil para Felipa.
_ Ah desculpa Felipa , sei que já esta sendo difícil.
_ Tudo bem . – ela disse triste.
_ Pai ?- Bernardo falou e percebemos a presença de Rogério.
_ Como entrou?
_ Digamos que a segurança do lado esquerdo da casa não é muito boa.
_ E a policia ?
_ Eles já estão a caminho.
_ Vamos vasculhar a casa então . – Bernardo falou.
_ Sim com muito cuidado , até a policia chegar Daniel não pode saber que estamos aqui.
_ Ele está no escritório em uma reunião. – Felipa comentou.
_ A máfia toda deve esta aqui. – Rogério disse satisfeito.
_ Vamos antes que alguém os veja . – Felipa alertou.
...
Eu e Felipa ficamos de procurar Valentina nos quartos do 1º andar da casa , enquanto meu tio e Bernardo estavam no 2º andar.
_ Ela não esta em lugar algum. – falei decepcionado.
_ Sinto muito.
_ Droga , não pode ser, pra que outro lugar ele a levaria ?!
_ Espera ..
_ Que foi ? Lembrou de algo ?
_ Tem um lugar , uma espécie de porão perto da piscina , meu pai nunca deixou eu entrar lá.
_ Me leve até lá.
Com cautela Felipa me levou até o lugar , mas a porta estava trancada como o previsto. Empurrava e chutava a porta em uma tentativa falha a porta não se abria.
_ Deixa eu tentar. –Felipa disse tirando um grampo do cabelo e botando na fechadura.
_ Eu não acho que isso vai funcionar Fe...
_ O que você disse ? – ela disse abrindo a porta.
_ Nada.
_ Ah bom. – ela deu um leve sorriso.
_ Ei você... João ? Achava que estava morto. – Michael disse nos aproximando.
_ Ah que droga cara , esse nosso lance já esta me cansado. – comentei e ele gargalhava.
_ Não se preocupa ele logo vai acabar junto com você.
_ Sério ? Eu não creio muito nisso.
_ Você não tem 7 vidas garoto e se tiver elas logo vão acabar. Confesso que foi uma boa estratégia pegar nós de surpresa , mas somos bons ,somos muitos bons e vamos matar todos.
_Michael ? – Felipa disse surpresa.
_ Felipa , o que faz com esse garoto?
_ Isso não importa e ele me contou de todas as maldades que você e meu pai fizeram.
_ Chega Felipa , entre na casa e vá para seu quarto. – Michael a puxou a empurrado para longe de nós.
_ enquanto você, sobreviveu de um tiro , vamos ver se consegui sobreviver de vários . – ele disse estendendo a arma em minha direção.
Afastei até encontrar a parede e não veio nenhuma idéia em minha mente , talvez não tivesse escapatória dessa vez , talvez Michael tivesse razão minhas vidas acabaram.
_Adeus Roccher. –Ouvir essa frase soletrada por Michael e logo depois um grande barulho e para minha sorte não era um tiro , vi Michael caindo na minha frente e Felipa com alguns cacos de um vaso na mão.
...
Ao passar pela porta descemos uma longa escada, que deu um lugar escuro e cheirava mau, tateei as paredes e encontrei um interruptor e acendi a luz , o lugar estava com algumas caixas empilhadas , Felipa abriu várias delas , e encontrou armas e ficou mais abalada ainda.
Fui passando entre as várias caixas empilhadas que formavam um corredor e no fim dela havia uma porta , tentei abrir e estava fechada novamente.
_ Felipa ?
_Pode deixar . – ele tentava abrir com o grampo.
_ Dessa vez não to conseguido , a mágica funcionou só uma vez.
_ Deixa eu tentar . – falei a puxando para trás de mim e atirando na tranca e a porta se abriu.
Ao entrar no local ouvi um choro fraco , vasculhava o local com os olhos mas não encontrava ninguém ,tinha apenas uma cama com uma mesinha ao lado e um pequeno abajur em cima com uns pratos de refeição, segui o barulho do choro e no canto do quarto estava ela encolhida ,escondia a cabeça entre seus joelhos e estava assustada , o barulho do tiro talvez a assustou mais ainda.
_ Ah meu Deus , é ela. – falei e um sorriso escapou em meus lábios e nos de Felipa .
_ Valentina ? – sussurrei me aproximando.
_ Não me machuque, por favor. – ela sussurrou escondendo seu rosto ainda.
_ Sou eu , João Vitor , eu não vou te machucar , eu vim te buscar , vamos pra casa?
Seu rosto foi aparecendo aos poucos e seus olhos marejados se fixou nos meus , ela parecia abatida e mais magras suas vestes estavam sujas e seu rosto manchado de poeira.
_ João Vitor? – ela disse se jogando em meus braços .
A segurei no colo a levantei e abracei forte.
_ Eu fiquei com medo, João. – ela disse com a voz dócil e escondia o rosto em meu ombro , olhei para Felipa e ela estava desmoronada e chorava muito.
_ Eu estou aqui , não precisa mais ter medo.
_ Eu sei , eu não tenho mais medo. – Valentina disse me abraçando mais forte.
_ Eu nunca mais vou permitir que alguém te faça um mal . Eu prometo pela nossa mãe.
_ Eu sonhei que você e Bernardo viriam me buscar .
_ Nós viemos , nunca deixaríamos você , ele esta te esperando lá fora e esta louco pra te ver.
O som de alguns tiros soaram do lado de fora do porão , a essa hora o confronto com a policia e os mafiosos já tinha começado. Valentina então pulou do meu colo e voltou pro seu cantinho e se encolheu.
_ Ei meu bem , você não que voltar pra casa?
_ Esse barulho , eu ouvi e quando eu fui segui-lo, eu vi um homem e ele estava caído no chão... Agora eu estou com medo – ela falava chorando e me fez perceber que ela vira Daniel ou outra pessoa matando alguém.
_ Eu não vou deixar que faça nada com você.
Ela continuou parada no seu cantinho e então tive a idéia.
_ Lembra quando era menor e tinha um menino da sua sala que te colocava medo ? – ela apenas afirmou com a cabeça.
_ E você se trancou no armário da escola e de lá não quis sair?
_ Eu estava com medo . – a sua voz doce soou.
_ E o que aconteceu pra você sair daquele armário sem o menino ver você ?
_ Você me levou nas costas atrás do seu casaco , você disse que ele era mágico e eu iria ficar invisível.
_ Então ? – falei tirando o meu terno.
_ Mas esse não é o casaco.
_ Esse é mais moderno e muito mais poderoso. – falei e ouvi uma leve risada de Felipa que nos observava.
Valentina subiu nas minhas costas e eu coloquei o terno sobre ela e passamos pela porta do quarto e atravessamos o corredor das caixas empilhadas.
_ João ? _ Valentina sussurrou em meu ouvido.
_ O que foi ? Não pode falar se não vão descobrir que está invisível. – falei baixinho.
_ Seu bobo, eu sei que casacos mágicos não existem eu já tenho sou bem grandinha ... Mas eu confio em você , é meu irmão sei que vai me proteger.
_Sempre.
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