Tentei entender o que acontecerá no ultimo dia, mas parecia impossível, nada fazia sentido. Desde que cheguei, eu já havia participado de 3 festas das quais em nenhuma bebi nada, afinal, a ultima vez que bebi causou-me sérios problemas e alem de trazer muita dor... Bem... Também sei que estava enlouquecendo, Isabella agia como se quisesse algo a mais de mim e quando eu tentava dedicar-me a ela eu era, simplesmente, ignorado e odeio ser ignorado pelas pessoas.

Eu era o único que lembrara o que acontecera na primeira noite em Veneza e sabia os motivos pelos quais acordamos no gramado... Foi interessante, depois de todos terem bebido até cair, arrastei-os para o carro velho de Felipe e levei-os de volta para casa. Tudo começou com Alice e Isabella que resolveram dançar no meio do gramado. Como os demais estavam bêbados e idiotas, acompanharam-nas, fiquei apenas de longe observando aquela cena vergonhosa. Isabella viera para cima de mim e tentara me seduzir com uma dança, mas ela estava tão bêbada que não conseguiu tirar mais nada de mim além muitas gargalhadas. Se alguém quer me conquistar, garanto que não é dessa maneira.

Após quase uma hora fazendo graça, todos deitaram no gramado e ali dormiram com exceção de mim.

Tentei afastar certos pensamentos, mas fui levado até o dia em que tudo mudou e que tudo o que acontecera trouxera-me até aqui... “Aquela noite... Ainda sinto sua falta...” Repeti diversas vezes em minha mente...

No dia seguinte, tivemos mais uma festa, foi divertido e, mais uma vez, todos beberam, mas não muito, dessa vez.

No dia que se sucedera, deram uma festa na casa. Admito que comecei a ficar cansado de tantas festas e de ter que arrumar um bilhão de desculpas para não beber. Tentei isolar-me indo para o quarto com Isabella, não tive segundas intenções, apenas queria ficar longe, mas, para variar, ela me ignorou novamente. Por isso, decidi pegar meu notebook para usar um pouco a internet e conversar com meus amigos de NY. Sentei-me em frente à janela do meu quarto. Gosto de brisas frias, ainda mais quando está de noite.

A festa durou só até as 3h da manha, logo após, a casa caiu em um silencio mortal, porem, permaneci trancado em meu quarto longe de tudo e todos.

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- Mister boring! - *senhor chato!* Alguém gritara isso diversas vezes em meu ouvido fazendo-me levantar bruscamente.

- Ashley! – Revirei os olhos. Ela estava rindo aos montes com Isabella e Alice.

- Que é? – Perguntei nervoso, odeio ser acordado.

- Não reparou nada de errado em você? – Perguntou ela enquanto gargalhava.

Senti uma leve brisa que me fez tremer, olhei para os meus braços e não encontrei a roupa que estava vestindo quando fui dormir e, ao olhar para as pernas, percebi que acontecera a mesma coisa. Estava apenas com minha Box branca. Rangi os dentes nervoso enquanto elas ainda riam de mim. Expulsei-as, uma a uma do meu quarto, mas Ashley não saiu. Ignorei sua presença e fui vestir uma roupa.

- Quem é? – Perguntou olhando para o papel de parede do meu celular. - Kate – Dei de ombros.

- Ela não era loira? – perguntou.

- Como você sabe que ela não era morena? – Perguntei quando ela discordara de mim.

- Porque você disse. – Deu de ombros.

- Não, eu não disse – Respondi. – Como sabe que ela é loira e não morena? – Levantei uma sobrancelha ao perguntar.

- Ouvi falar. – Respondeu indiferente. - Você a amou? – Perguntou.

- Por que pergunta isso?

- Porque você a tem como papel de parede, americano lerdo.

- Isso não significa nada, britânica intrometida. – Disse meio nervoso.

- Você a amou. – Afirmou. – Não sei como alguém como você pode amar – Refletiu.

- Se você me conhecesse saberia, mas, como eu disse, Londrinos são tão egocêntricos que não ligam para as pessoas à sua volta. – Respondi. Ashley saiu do quarto xingando-me até em japonês. Sendo sincero, eu não tinha raiva dela, só não queria ser legal com ela.

Desci do meu quarto e encontrei todos no sofá reclamando de dor de cabeça, principalmente Isabella que estava com uma ressaca 10 vezes pior do que a dos demais.

- Hmpf, mereceu. – Dei de ombros ao passar por ela. Senti ser fuzilado pelas costas.

Em pouco tempo, o tédio tomou conta por completo do recinto. Isabella viera para cima de mim e tentara beijar-me, mas virei o rosto impedindo-a. “Você quer brincar? Ótimo, também sei brincar” Sorri quando percebi que ela ficara nervosa com meu gesto. Em seguida, ela trouxe um violão para a sala e começara a tocar uma musica italiana que deixara-me ainda mais entediado. Pedi o violão emprestado, no inicio, ela recusara, mas mudou de idéia quando Sthefan pediu. “Hm... Sthefan, interessante.” Pensei quando vi sua reação ao pedido dele.

Toquei uma musica americana que eu conhecia, eu não tocava há muito tempo, sendo assim, lembrava-me de poucas músicas, porem, essas poucas musicas agitaram o recinto, ou melhor, deixaram todos mais apaixonados. Alice abraçou Sthefan, Isabella saiu de perto deles nessa hora. Felipe tentou fazer o mesmo com Ashley, mas ela não quis. “Ela não gostava dele?” perguntei mentalmente. Aquela ação instigou minha curiosidade que logo chegou na conclusão de que ela não ficava com alguém apenas por ficar, entretanto, eu ainda iria “investigar.” Uma outra musica que toquei, apenas Ashley conhecia então ela me acompanhou na hora de cantar, devo admitir que formamos uma ótima dupla, sem falar que todos pensaram a mesma coisa ao ouvir o dueto que fizemos. Ela tinha uma voz angelical, mas, ao mesmo tempo, um timbre forte de rock.

Mais tarde, quando a cantoria havia cansado, Sthefan e Alice desapareceram em um dos cômodos da casa, com um olhar que parecia significar outra coisa. Felipe ficou ao lado de Isabella conversando sobre assuntos variados e Ashley estava na varanda observando as estrelas. Caminhei até ela e, na porta da varanda disse:

– Uma noite bem estrelada... – ela permaneceu muda. – Pensando em alguém?

– Não... Só trazendo boas lembranças de volta... – Suspirou. – O que você está fazendo aqui? – Perguntou.

– Nada... Só pensando... – Sentei-me ao seu lado para observar as estrelas e percebi que, mesmo ao redor de tantos bons amigos, eu permanecia sozinho em meio à multidão...