O Passado do Seu Coração escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 8
Capítulo 08 - Te encontrar em sonhos.


Notas iniciais do capítulo

Pensem em um capítulo guerreiro! -.-'

Desculpem a demora, gente. Na verdade, este capítulo já estava pronto há um bom tempo, mas graças ao meu novo programa de digitação, ele ficou com a formatação horrivel. Então eu não iria coloca-lo desorganizado, né?

Cheguei a pedir ajuda para um beta, mas quando vi que iria demorar mais um pouco (já que eu irei viajar, e não queria deixar de postar antes do ano novo - também porque não gosto de ficar segurando capítulo! ¬¬'), resolvi me virar e aqui está! XD

Agradeço a todos os comentários! *.*
Me surpreendi pela quantidade, mas fiquei muito feliz em saber que estão gostando! Muuito obrigada mesmo por lerem, comentar e me dar sua opinião!

Então, sem mais enrolação...

Boa Leitura!



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Já fazia um bom tempo, que eu não te via.
Ao te ver novamente, me rendi a tua magia”

 

(Carlos Correia)

 

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CAPITULO 08 – TE ENCONTRAR EM SONHOS

 

    - Você queria falar comigo? - falou Byakuya ao adentrar o escritório de seu avô.

 

Ginrei estava de costas para ele, olhando o sol recém surgido além da janela. Virou-se para fitar o neto no centro da sala.

     

    - Não irei tomar muito o seu tempo, Byakuya. Sei de seus compromissos. Apenas quero lhe entregar algo... - andou calmamente até a mesa, pegando uma peça de roupa sobre a mesma – Acho que já está na hora de você carregar um dos patrimônios mais valiosos de nossa família.

 

Byakuya ficou surpreso ao ver o que era. Olhou para as mãos estendidas do avô, depois retornando a face de Ginrei.

     

    - Você tem certeza?

    - Sabes muito bem que não costumo cometer erros, Byakuya. Creio que seu pai adoraria passa-lo para você, mas... Espero que não se incomode de receber das mãos de seu avô.

 

Ele poderia falar algo, mas ao envés disso, continuou a observar o cachecol pertencente a gerações da família Kuchiki. Era passado de pai para filho, e havia chegado a sua vez de usa-lo. Para os ignorantes, aquilo era apenas um assessório nobre, porém, significava mais. Além de seu valor monetário - capaz de chegar ao valor de dez mansões de luxo -, ainda havia o orgulho...

 

Orgulho de ser daquele Clã. Honra de lidera-lo.

 

Para Byakuya, isso era o que mais importava. Foi para isso que treinou desde sua infância - Com o intuito de se tornar digno de ser um Kuchiki.

 

Poderia ser irônico, mas usar aquele objeto era umas das maiores provas de que estava perto...

     

    - Eu agradeço a confiança que tens em mim, vovô. - disse ao finalizar de colocar o cachecol envolta do pescoço. - Espero nunca desaponta-lo.

    - É o que espero também. - Ginrei deu de ombros, segurando com firmeza a abertura de sua capa branca, sobreposta em seu kimono azul claro de seda. As vestes casuais de um nobre.

    - Estou indo para o 6º esquadrão.

    - Sim, claro. Aproposito, Byakuya... - impediu que ele chegasse até a porta – Ukitake me falou sobre algo que esta acontecendo nos territórios do 13º esquadrão. Algo relacionado a uma experiência de Kurotsuchi Mayuri. - se assentou em uma cadeira próxima a mesa – Por acaso, isso tem haver com...

    - Rukia. - Byakuya completou – Sim.

    - Foi o que imaginei... Ukitake esta preocupado com essa intervenção do 12º esquadrão em seus territórios, além de está muito interessado em saber o que se passa.

    - Kurotsuchi Mayuri está trabalhando em uma forma para ajudar Rukia. Para isso, precisara do espaço onde ocorreu a luta, e de acordo com a informação passadas por ela, foi nos territórios do 13º esquadrão.

    - Entendo... - levantou-se novamente, andando em direção a janela – Apenas torçamos para que isso não cause problemas á nossa convidada. Então é bom que você acompanhe-a quando Kurotsuchi solicitar a presença dela, Byakuya. Como uma forma de precaução...

    - Sim. - assentiu.

 

Na verdade, já havia decidido isso há muito tempo.

 

~o~o~o~

 

    - Então... Você se divertiu?

    - Ah, sim. - Rukia respondeu a pergunta da irmã, caminhando ao lado dela pelo jardim da mansão Kuchiki.

    - Verdade? - a garota assentiu novamente – Que bom. Eu queria muito que você tivesse um tempo para se distrair.

    - Eu agradeço a sua gentileza, Hisana-sama.

    - Já disse que é o mínimo que posso fazer. - sorriu.

 

Rukia olhou brevemente para o lado, se encontrando com o rosto tão parecido com o seu. Piscou algumas vezes, abaixando a cabeça novamente e fitando os próprios pés. De alguma forma, não conseguia olhar Hisana. Porque? Sentia-se errada. Tecnicamente, ela beijou o marido da própria irmã. Como poderia agir diante este constrangimento e falta de respeito?

     

    - Byakuya-sama me contou tudo.

 

Naquele momento, Rukia parou. Ergueu o rosto assustado, ficando confusa e temendo qual assunto ele havia falado. Porém, sabia que foi sobre o que aconteceu na noite passada, mas mesmo assim...

Poderia agir como se não entendesse? Talvez...

     

    - Sobre o q-que, Hisana-sama? - tentou sorrir para disfarçar o nervosismo.

    - Sobre o que aconteceu no jantar.

 

Pronto! Rukia queria se tornar a folha de uma árvore e ser arrancada daquela mansão pelo vento. Queria sumir! Mas ali, só poderia fazer uma coisa... Encarar.

     

    - Me desculpe, Hisana-sama. Eu sinto muito. - fez uma reverência, fechando os olhos com força – Me desculpe. Eu não deveria... Eu... A senhora pode me mandar para outro lugar se quiser... Eu não me importo! Eu... Me desculpe...!

    - O que você esta falando, Rukia!? - Hisana ergueu o rosto dela com urgência. Rukia se assustou com essa atitude – Como assim mandá-la para outro lugar!? Eu jamais faria isso!

    - M-mas... Foi uma falta de respeito de minha parte... Eu compreenderia se...

    - Por favor, não diga isso! - abraçou-a com força – Eu nunca iria manda-la embora! Nunca! Você é minha irmã, Rukia! Eu amo você! Eu quero ficar ao seu lado! Eu me arrependo tanto de tê-la abandonado... Eu... Se eu pudesse voltar no tempo como você... Se ao menos... - as palavras ficaram presas em sua garganta.

 

Rukia sentiu algumas lágrimas molharem o seu ombro. Ela estava chorando?

 

Não pensou que ela fosse ficar dessa forma. Imaginou uma reação diferente. Totalmente diferente! Mas... Ela não se importou com o beijo ou com nada. Hisana apenas... Ficou com medo de que ela fosse embora.

 

Engoliu seco. Sentia-se desconcertada por aquele abraço. Não sabia como agir, por isso permaneceu parada.

 

Tinha que falar algo. Não poderia ficar assim!

     

    - Er... Hisana-sama... Eu... Por favor, pare de chorar...

    - S-sim. - afastou-se aos poucos, limpando o rosto com os dedos finos – M-me desculpe, Rukia. Acho que... Eu me descontrolei um pouco...

    - Tudo bem. - tentou esboçar um sorriso, no entanto, não deu muito certo.

    - Escute-me... - Hisana ficou mais calma após alguns segundos – Eu não fiquei chateada. Eu entendo a situação que você estava. E não fui eu que lhe pedi para ir até lá? A culpa não foi sua ou de Byakuya-sama. Está tudo bem, Rukia. Na verdade, eu que deveria lhe pedir desculpas por coloca-la em meio a-

    - Não. Por favor, não faça isso. - ergueu ambas as mãos, balançando negativamente – A senhora não tem culpa de nada. Verdade! Não faça isso...

    - Se é o que você deseja. - sorriu – Bem... O que você acha de retornamos para a mansão? Eu pedi para que trouxessem alguns tecidos para que você escolhesse.

    - Sim. - o assunto foi mudado rapidamente. Sentia que para Hisana já havia um ponto final, mas para ela... não.

 

Em momento algum conseguia desviar os seus pensamentos daquele beijo. Isso fez com que sua mente ficasse em completa confusão, se confrontando pelo gesto compartilhado. Sinceramente, não sabia como agir na hora. Tentou falar, mas ele ignorou. Ficou sem saída...

 

Byakuya fez o que Shunsui pediu para se ver livre daquela situação tão constrangedora e vergonhosa, ela sabia disso – Compreendia. E não foi algo demorado. O beijo durou apenas alguns segundos, e... Não era o tempo que a atormentava, mas sim... O fato de ter sentido e desfrutado daquela ação. O fato de ter fechados os olhos para sentir os lábios dele contra os seus.

 

Esse era o problema. E não sabia como resolvê-lo.

 

Se surpreendeu por Byakuya ter dito a Hisana. Ele era tão sincero com ela... A cada dia ele provava o quanto a amava. Sentia-se estranha ao ver o comportamento dele ao lado da irmã. Ele mudava. Ele ficava mais... gentil, doce? Incrível como aquelas palavras não explicavam o jeito de Byakuya. O casamento deles era...

 

Espera um pouco! Casamento...

 

Seria este o momento de reavivar aquele assunto?

     

    - Hisana-sama... - sim, tinha a oportunidade.

    - Sim, Rukia?

    - Há quanto tempo a senhora e Byakuya-sama estão... casados?

 

Hisana dirigiu os olhos á ela.

     

    - Bem, creio que há...

 

As palavras de Hisana foram interrompidas ao ver uma pequena borboleta negra ficar em frente as duas. Rukia ficou surpresa com a presença do mensageiro, vendo-o voar próximo de seu rosto. Uma mensagem?

 

Estendeu uma das mãos e a borboleta pousou sobre seus dedos.

     

    - O que diz, Rukia? - Hisana perguntou após alguns segundos.

    - É de Mayuri Taichou. Ele quer que eu vá até ele. - disse calmamente, observando a borboleta se afastar.

    - Agora? Por que?

    - Não sei... Acho que é sobre algo que queira saber ou que tenha descoberto. Faz vinte dias que ele não solicita a minha presença.

    - E você... vai?

    - Sim. - deu de ombros – Não sei quanto tempo vai levar, Hisana-sama, mas espero não demorar.

    - Espere, Rukia! - impediu que ela andasse – Não acha melhor falarmos com Byakuya-sam? Talvez ele possa acompanha-la. Acho que...

    - Não! Por favor, não! - retrucou rapidamente – Hoje é o primeiro dia de Byakuya-sama como capitão. Não quero atrapalhar!

    - Mas...

    - Não se preocupe, Hisana-sama. Eu irei tomar cuidado. - sumiu em paços de shunpo antes que ela falasse novamente.

 

Hisana levou as mãos ao peito, olhando apreensiva para o lugar onde a irmã não estava mais.

     

    - Tome cuidado, Rukia.

 

~o~o~o~

 

Finalmente conseguiu chegar aos territórios do 13º esquadrão. Claro, tentou ser invisível no trajeto, sentindo como se pertencesse á um dos ninjas do 2º esquadrão. Sentiu graça de si mesmo por ter sido assim. Como foi parar nessa situação? - Se questionava por muitas vezes.

 

Mas agora estava mais tranquila. Sua única companhia era as árvores daquele lugar, que conhecia muito bem. Passou vários momentos ali. Treinando, ou simplesmente caminhando. Uma das épocas de sua vida que guardava com carinho.

 

Resolveu vir sozinha. Além de não querer incomodar Byakuya, o mais importante era que não estava pronta para encara-lo. Ainda não. Uma hora teria, mas preferia adiar um pouco. Era melhor assim.

 

Perguntava-se sobre o que Mayuri queria com ela. Teria encontrado a solução? Realmente não sabia. O que sabia era que ele estava trabalhando no lugar onde ocorrera a sua luta contra o hollow. Disse que isso era essencial, e era para lá que estava indo agora.

 

Apesar de estar um pouco contente por Mayuri ter lhe chamado, despertando aquele pequeno fogo de esperança que tinha; não conseguia ignorar o fato de ter chegado perto e o louco capitão ter lhe atrapalhado.

 

Por pouco não descobriu a verdade. Por pouco poderia saber onde realmente estava.

 

Droga! E agora? Como iria perguntar novamente?

 

Deveria achar outra oportunidade. Tinha que saber. Teria que se preparar para o futuro.

 

Suspirou. Eram tantas informações que sabia, mas que por estarem em confronto em sua mente, tornavam-se difíceis se pensar. Eram um peso.

 

Os outros não percebiam com clareza. Não viam o quanto ela se sentia... fraca. Sem forças de encarar. Suportava com determinação, mas não curava totalmente aquele sintoma de fraqueza e confusão. Fatos que invadiam até os seus sonhos durante a noite.

 

Ergueu a cabeça para o céu calmo da manhã. Como queria ter aquela paz dentro de seu ser agora.

     

    - Ei, você! O que faz aqui? - uma voz autoritária ecoou. Os olhos de Rukia se arregalaram ao ouvi-la, sendo que os seus paços ficaram grudados ao chão. Pareciam ter se fundido a ele.

 

Era para ser uma voz desconhecida. Era para ser algo novo. Mas não era... Não era uma voz desconhecida, mas sim... Uma voz esquecida. Inegavelmente a conhecia, mesmo que o tempo tenha tentado apaga-la totalmente de suas lembranças.

 

Ela se virou vagarosamente para fitar o seu dono. E naquele instante, ela perdera a capacidade de respirar.

     

    - N-não pode ser...

    - Hã? Quem é você? - o dono daquela voz perguntou novamente, erguendo as sobrancelhas de forma estranha.

 

Ela não disse nada. Ficou estática. Falar? Ela perdeu esse dom. Perdeu o dom de raciocinar. Era apenas um corpo parado, olhando algo inalcançável. Algo que arrancou de si. Com as próprias forças, havia tirado umas das razões de sua existência.

 

Só que agora, ele estava á sua frente...

 

Sentia como se reconstruíssem o seu interior em poucos segundos.

 

Não! Sentia como se estivessem despedaçando o seu interior.

 

Queria sorrir, chorar, se enterrar por baixo da terra, sumir, gritar... Tantas coisas sem sentido, e que seu corpo se viu imune a transparecer. Não sabia o que sentia.

 

Rukia estava neutra.

     

    - Você está bem? - se aproximou dela – Eu sou Shiba Kaien, tenente do 13º esquadrão. E você é...?

 

Minha nossa! Era ele!

     

    - Você é surda? - ele ficou tão próximo dela, que os seus narizes poderiam se tocar. Mesmo assim, ela não se moveu – Fala alguma coisa, mulher!

    - Ai! - no cumulo de sua paciência, Kaien depositou um 'peteleco' na testa de Rukia. Ela voltou a ter sentidos naquele momento, sentindo a dor pelo ato.

 

Levou as mãos na testa, massageando o local dolorido.

     

    - Ahá! Está viva! - sorriu zombeiro – Agora, poderia me dizer quem é você e o que faz no meu esquadrão? - pausou. Até que revirou os olhos pensativo – Bom, tecnicamente não é o meu esquadrão, já que eu sou um tenente, mas o Taichou vive doente e... Não interessa! Quem raios é você!?

 

Ela continuava olhando-o. Aquele jeito extrovertido, confuso, autoritária, normal... único. Ele era o mesmo. O mesmo...

 

… Kaien.

 

Seu tenente, mestre, amigo, seu... Era ele!

 

O corpo começou a despertar sua reação. Os olhos começaram a ficar marejados. Rukia depositou uma das mãos no peito, sentindo cada vez mais a visão ficar embaçada pelas lágrimas que começaram a se formar, mas que ficaram presas em seu azul.

     

    - Nani? Você esta chorando!? - ele ficou surpreso. - Eu fiz alguma coisa pra você!?

 

De repente, ela se lembrou. Lembrou-se da realidade confusa e do limite que possuía sobre si. Lembrou-se onde e em que época estava.

 

Aquele era Kaien. Mas não o seu, somente.... Shiba Kaien, tenente do 13º esquadrão.

 

Não poderia deixar as emoções tomarem totalmente a sua lucides. Não poderia ignorar a situação que estava e cometer um erro. Aquela não era a sua realidade.

 

Teria que ser normal. Era complicado, mas para ela, ele deveria ser somente um estranho.

     

    - N-não. Eu não estou chorando. Só foi um... cisco que caiu no meu olho. - limpou os olhos com as costas das mãos.

    - Como seu eu fosse idiota pra acreditar nisso. - falou entediado – Qual é o seu nome?

    - M-meu nome?

    - Você não tem um!?

    - N-não! Q-quero dizer, sim! Eu tenho um!

    - Então você poderia me dizer? Eu já estou ficando irritado com essa sua cara! - fez uma expressão azeda. Somente ele fazia isso.

    - Ah, eu me chamo... - engoliu seco - Rukia. - somente o seu nome já bastava.

    - Rukia, huh? - olhou-a dos pés a cabeça – Pela sua roupa, você parece ser nobre também.

    - Nobre? Eu não...

    - Isso não importa! O que você está fazendo aqui? - mudou o foco da conversa, apontando para a sua curiosidade – É proibido andar pelos campos do esquadrão sem ser um shinigami.

    - Mas eu estou aqui porque... Porque tenho que falar com Mayuri Taichou.

    - Então você quer falar com aquele louco? O que uma pessoa como você quer com um doido!?

    - Bem, é que... - piscou os olhos várias vezes, procurando uma resposta aceitável – Eu... Eu...

    - Você tem algum problema? Porque fica gaguejando? - suspirou em tédio – Tá, não precisa me dizer. Eu não vou me meter na sua vida. Nem te conheço! - deu de ombros – Mas já que você está aqui, vou ajuda-la a chegar até onde aquele louco está.

    - Não precisa. Eu sei como...

    - Bla, bla, bla! Não se preocupe, eu levo você. Você está aqui no meu esquadrão e é meu dever ajuda-la. - virou-se novamente para ela, sorrindo – E se você quiser me chamar de Capitão Shiba, eu não me importaria. Sou eu que tomo conta de tudo por aqui!

 

Ela ficou estática novamente.

 

A mesma frase...

 

Rukia deu um leve sorriso.

     

    - Vou pensar nisso... - respondeu.

    - Faça como quiser, Rukia! Agora vamos!

 

Ele começou a andar. Rukia viu que o único jeito era segui-lo, e foi isso que fez. Talvez por Kaien achar que ela era apenas uma pessoa comum, não resolveu usar o shunpo. E preferia que fosse dessa forma. Era isso que ele deveria achar dela.

 

Ao ficar ao lado de Kaien, movimentou o rosto levemente para o lado com o intuito de olha-lo. Vagarosamente subiu o olhar pelos braços dele, encontrando o emblema de tenente. Logo após, encontrou os ombros, pescoço, rosto, olhar...

 

Não sonhava! Estava ao lado de Shiba Kaien!

 

Este era um de seus sonhos. Um sonho incapaz de se tornar possível, sabia disso. Sempre soube. Mas agora... O sonho virou realidade! Minha nossa!

 

Sentia-se uma perfeita idiota por repetir isso várias vezes em sua mente, entretanto...

 

Era ele! Ele!

     

    - Por que me olha assim? - ele falou de repente.

    - Hã? - percebeu o quão boba estava – Me desculpe. - abaixou a cabeça em vergonha.

    - Arrã. - olhou brevemente para ela, até voltar-se novamente para o caminho.

     

Seguiram em silêncio. Rukia tentava controlar os instintos, que queriam olha-lo para se certificar mais uma vez que não estava sonhando. Era difícil agir dessa forma, tanto que mordeu o lábio inferior para continuar firme.

 

Não poderia se esquecer onde estava. Não poderia!

     

    - Não faço a mínima ideia do que esses loucos do 12º esquadrão estão fazendo. - Kaien disse mais uma vez. Era como se o silêncio não o deixasse ficar quieto; ela sabia disso. - Eles invadiram os nossos territórios para trabalhar em uma experiencia e não deram satisfação nenhuma!

 

Ela olhou para ele, piscando a visão em dúvida.

     

    - Er... Mas vocês não podem ver? Digo... falar ou-

    - Você vai entender o que eu quero dizer, Rukia. - parou.

 

Foi então que ela percebeu que haviam chegado. Ao olhar para frente, a primeira reação que teve foi...

     

    - Minha nossa! - exclamou, arregalando os olhos.

 

Simplesmente não havia mais 'território'. Toda o espaço que aparentava ter sido usado em sua luta, de acordo com as coordenadas; foram cobertos por uma grande cúpula de metal. Ao redor estava normal, mas o interior... Como estaria? Não poderia saber. A 'cortina de ferro' cobriu tudo!

     

    - Tsc. - Kaien crispou os lábios em raiva, começando a andar novamente – Se o Taichou deixasse, eu expulsava todos daqui com um belo chute no traseiro! Anda logo, Rukia!

 

Ao ouvir o seu nome, ela percebeu que Kaien já se afastava. Teve que apressar o passo para poder andar ao lado dele novamente.

 

A grande cúpula começou a ficar tão próxima, que Rukia teve a impressão de que não ouvesse mais nada ao seu redor. Sentia-se como uma formiga ao lado de uma maçã. Como ele pode fazer isso em apenas vinte dias!? Incrível, mas Mayuri conseguiu assusta-la ainda mais.

 

De repente, um discreto som pode ser ouvido. Vinha de dentro da cúpula? Exato. Comprovou isso ao ver uma abertura se formar em meio àquele metal 'cinza-chumbo'. Uma capa branca apareceu, e logo após... O rosto pintado de Kurotsuchi Mayuri, com o seu chapéu irreconhecível e exagerado.

 

Ele dirigiu os olhos estranhos para os dois intrusos, na verdade, um.

     

    - Shiba Kaien, acho que deixei ordens para que ninguém se aproximasse desse território restrito.

    - Oh, acho que você está no esquadrão errado, Kurotsuchi. Saiba que eu posso expulsa-lo daqui em poucos segundos, junto com essas sucatas! - mesmo que não pudesse, teve que retrucar à altura. Não podia... ainda.

    - Insolente!

    - Mayuri Taichou! - Rukia interferiu rapidamente – Estou aqui, como me pediu.

 

Ele olhou para ela com desprezo.

     

    - Kuchiki Rukia, está atrasada.

    - Sinto muito. Tive que tomar cuidado na hora em que estava vindo para cá e-

    - O que? Você é uma Kuchiki? - ouviu Kaien perguntar com surpresa.

 

De imediato percebeu o que havia acontecido.

 

Droga! Por que Mayuri tem que chama-la assim!?

     

    - Ah... - ela resolveu abrir a boca. - ... - nada saiu.

    - Agora eu me lembro... - o Shiba continuou a falar diante o silêncio dela – Você é idêntica á esposa de Kuchiki Byakuya. Mas acho que o nome dela não é Rukia. Então... Quem é você?

 

Ela ficou sem reação. Antes não sabia como agir, e agora estava mais longe de saber.

 

Droga! Droga!

     

    - Este assunto não é de seu interesse, Shiba Kaien. - uma voz profunda soou atrás de si.

     

Rukia soluçou em surpresa. Ao virar vagarosamente o rosto para traz, pode enxergar....

 

    - Byakuya-sama.

     

    Continua...

     

 


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Notas finais do capítulo

Quem acertou!?
Sim, era Kaien Shiba a 'voz esquecida'.
Bem, só posso dizer que esse encontro será muito importante para os acontecimentos futuros. Vão notar no decorrer da fic...

E acho que foi o primeiro capitulo que não teve uma interação muito profunda da Rukia com o Byakuya, né?
Espero que não tenha ficado monotono por isso, mas como disse, foi importante isso! A interação Rukia-Kaien.

E agora? Nosso Byby já esta usando o cachecol, huh? XD
Na minha opinião, a passagem do cachecol da familia para o Byakuya não teve muita enrolação. Acho que foi algo mais pessoal. Então... Devem ter visto isso agora! O Ginrei dando pessoalmente a ele e em particular.

Pois bem, diga-me sua opinião, sim?
Adoraria saber o que esta achando!

Enfim, próximo capitulo ano que vem! XD
(Não se preocupem. Nem esta tão longe! Hehe! ;P)

Colocarei a preview no meu perfil quando estiver proximo para postar, ok?

Feliz Ano Novo e que Deus abençoe você e sua família! /

Beijos! ;*