Eu estava pegando papéis, pesquisas sobre o fantasma quando escuto alguém bater na porta. Rapidamente fui abrir, mas como não sou descuidado olhei pela brecha da porta.

- Oh, finalmente conheço o lendário John Winchester

- Fiquei sabendo que tem trabalho para mim

Ele foi entrando, não parecia tá de bom humor. Mas ignorei, caçador é caçador, nada na nossa vida nos faz ficar de bom humor. A não ser cortar algumas cabeças, queimar alguns ossos depois de salgar eles. Fechei a porta, notei que os meninos não estavam com ele.Nem fiz questão de pergunta-lo. Peguei alguns pedaços de papéis, mostrei a ele e conversei bastante. Mas não achava o principal, a história do nosso fantasma quando era vivo.

- O que está procurando?

- Um papel muito importante

- E o que teria nele?

- Uma coisa que iria te deixar de boca aberta.

Achei. Estava caído no canto da minha. Peguei apressadamente e entreguei a folha a John. Minha mão estava tremendo, eu não sei se é por estar na presença daquela lenda ou simplesmente por frio. O frio era demais naquela época. Me lembrei do pobre vendedor de jornais. O pobre não tinha uma se quer roupa. John começou a ler o papel que o entreguei. Lia, sua expressão não mudava, nunca, em todo meu tempo de caçador, antes de depois de conhecer o Winchester, vi algum caçador tão duro como ele. Mas algo o preocupo, sua expressão mudou. Não sei definir qual seria o tipo de sentimento que estaria tendo naquela hora. Horror? Pavor? Medo? Raiva? Ódio? Seria ódio mais provável. O demônio que John caça todos esses anos tinha algo com a morte do tal fantasma.

- Preciso ir, tenho um fantasma pra cuidar

- Tudo bem

John pegou uma pasta que separei para ele e saiu logo em seguida. Não demorei muito pra ouvir ele acelerar no Impala. Nossa e que carro hein...

Fui sair um pouco, espairecer, poder conhecer o local. Fui atrás da tal floresta que descobrir ser umas três horas daquela cidade. Voltei a pensão, peguei meu casaco. Escutei uma voz suave. Olhei para trás, ninguém. Ignorei. Sai, entrei no carro e fui em direção a floresta.

Chegando lá, fui procurar exatamente aonde teria tido o assassinato. Não demorei muito pra achar. Havia bastante sangue no local, como também, sinais de que a vítima lutou até a morte. Senti um frio, uma névoa me enrolava tampando toda minha visão.

Acordei na pensão. Será que aquilo tudo foi um sonho? Se tivesse sido real, quem me trouxe para cá? Meio zonzo, estava com fome, já era mais de sete na noite. Peguei meu casaco, calcei os sapatos. Até isso tiraram de mim. Procurei no meu casaco se algo tinha sumido. Estava tudo ali. Desci. Caminhei até uma cafeteria perto da pensão. Era o que eu precisava, de café. Entrei no estabelecimento e notei que o dono já fechava. Foda-se o café, vou ir encher a cara. Enquanto saia do lugar, olhei em direção ao outro lado da rua e via a loira de hoje de manhã. Me encarava como se fosse uma ameaça para ela. Para ter certeza de que estava me olhando, me virei para trás para ver se havia alguém. Quando a olhei novamente, não estava mais la.