Two Kinds Of Hope escrita por lsuzi, loliveira


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

oi quero agradecer a vcs POR COMENTAREM PORQUE EU E A JULIETTE ESTAMOS NOS SENTINDO FAMOSAS SABE E ISSO FAZ BEM PRA NOSSA AUTOESTIMA ENTÃO OBRIGADA



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Às vezes, eu odeio meu trabalho. Não é sempre, mas quando eu odeio, azar o de quem esteja me aguentando nos meus momentos de raiva, porque a coisa fica meio feia. Tipo agora, que minha chefe, Holly-Alguma-Coisa fica enchendo minha paciência por causa da grande quantidade de clientes. Eu não sei porque ela está tão irritada, já que isso é lucro para o café. Mas ela está, e fica gritando comigo toda hora. Talvez seja tpm, é verdade. De quaLquer forma, eu não estou nem aí. Só não aguento mais ela, e odeio meu trabalho.

–Café. Mesa dois, Axl.

–Já vai! -Eu digo, jogando chantili no topo de uma caneca de café quente e botando numa bandeja, para Judy, a outra garçonete, pegar e levar para a mesa certa. Ela me olha com um olhar esquisito, mas que eu entendo. Ela também quer matar nossa chefe. Depois que ela pega, eu vou até a bancada e pego o pó de café, jogando na cafeteira, depois jogo água e deixo a máquina fazer o que ela tem que fazer. Vou para as outras mesas. Paro na frente de uma com um casal, todo apaixonado que estão se pegando, me dando um pouquinho de nojo. Limpo a garganta pra ver se eles me escutam, e (felizmente) eles olham para mim.

–O que desejam?

–Bolinhos. -Clientes. Sempre tão... não inteligentes.

–Do quê?

–Chocolate... -A mulher diz, olhando o menu. Eu olho para o homem.

–O mesmo. Com cobertura de nozes. -Anoto no papelzinho, que tem um desenho de um zé palito mostrando um dedo não tão educado,em direção as palavras que eu escrevi. Isso prova que Luke esteve aqui. Eu reprimo uma risada e volto para trás do balcão. Holly Alguma-Coisa aparece de novo, me olhando irritada.

–Café. Mesa dois. Ele está impaciente. -Me ergo pelo balcão pra ver quem é o cliente engraçadinho da mesa dois, e não é com nenhuma surpresa que vejo Adam, o Babaca. Ele dá um sorriso zombeteiro e eu rezo para Deus me dar o incrível presente de aniversário adiantado e jogar um piano na cabeça dele. Aquela coisa de filme e tudo mais.

Infelizmente, nada acontece e Holly grita comigo por estar demorando demais.

Pulo pra dentro, e começo a jogar o líquido do café em uma xícara, e boto num pires, olhando falsamente doce para Adam. Procuro Judy, mas ela não está em lugar nenhum. Então, fazendo a maior cara feia de todas, eu vou até Adam, levanto o café. Quase jogo em sua mesa, e ele levanta as sobrancelhas, fingindo surpresa.

–Nossa, alguém não está de bom humor.

–Cale a boca. -Digo, e saio dali, limpando a bancada, onde um cliente acabou de sair e deixou uma xícara vazia. Viro, para pegar os bolinhos de uma das mesas... que eu não lembro o número. Droga. Mas Judy que se vire para adivinhar.

–Axl, você já...

–JÁ.

–Você não sabe o que ia dizer. -Holly diz, ofendida. Reprimo a vontade de mandá-la a merda.

–Já levei o café para a mesa dois.

–E está delicioso. -Adam diz.

Pausa.

Adam está na mesa dois.

Me viro, de novo e vejo o infeliz sentado na bancada, bebericando o café e olhando com prazer para mim. E quando Holly sai, irritada mais ainda por não ter do que reclamar sobre meu trabalho, ele me analisa da cabeça aos pés, como se eu fosse um pedaço de carne.

Babaca.

Judy aparece e eu dou a ela os bolinhos.

–Obrigada, Axl. -Eu gosto de Judy. Ela é sempre educada comigo, apesar de ser um pouco mais velha. Ela não é aquelas adultas nojentinhas.

–De nada. -Eu digo, soprando a o cabelo para fora do meu campo de visão.

–AXL. -O cara que eu também não sei o nome (e que cuida das comidas feitas na hora) grita. Me viro, olhando exasperada pra ele. Ele desliza para o meu lado um prato com hambúrgueres, ovos e bacon.

–Mesa? -Pergunto, ignorando a presença de Adam, bem na minha frente.

–Quatro. -Como Judy ainda não voltou, eu vou até a mesa quatro, entregando para um cara muito gordo, que olha para o prato como se fosse a última refeição da sua vida. Sinceramente, não duvido de nada. Volto para meu lugar, atrás da bancada, e respiro fundo. Só mais um dia no trabalho.

–Estou vendo que você precisa relaxar. -Adam diz. Por um segundo, eu penso que ele está falando sério. Depois, é claro, eu percebo que ele vai fazer alguma piadinha com isso. Então eu me preparo:

–Nem todo mundo é rico que nem você. Algumas pessoas tem que viver no mundo real, sabe? Trabalhar. Mas é claro que você não sabe o que é isso. Quer mais alguma coisa, bebezinho? -Eu pergunto, olhando para ele como se ele fosse algum cachorro pobre coitado que caiu de alguma mudança.

–Como é o seu nome mesmo? Axl? -Ele diz, replicando.

–Você é um babaca. -Digo. Judy aparece do meu lado. Olho para ela, esperando pela enxurrada de pedidos que ela deve ter anotado. Mas ao invés disso, ela diz:

–Seu amigo, Luke, está te esperando. -Olho para porta e Luke dá um "oi", do carro dele, lá fora. Olho para o relógio e solto um gemido de irritação.

–Faltam quinze minutos ainda. -Digo para ela, depois olho para Luke e aponto para meu pulso, como se indicasse as horas. Ele entende a mensagem, porque uma mensagem no meu celular aparece.

"Estarei esperando. Vou tentar não dormir."

Não respondo. Porque Holly me joga um pano, para limpar a bancada (OUTRA. VEZ). Bufo de raiva, mas limpo, lentamente, pra que ela não tenha nada pra reclamar.

–Não é surpresa você ser amigo do nerd. -Adam comenta (quando eu já estava esquecendo dele), num tom de trepidação.

–Algum problema?

–Perdedores.

–Fútil. Oh, espere, você sabe o que isso quer dizer, não é? -Eu olho para ele, com piedade. Ele não deve nem saber contar até dez.

O.K. Até cinquenta. O máximo.

–Uau. Isso é TPM ou falta de garotos na sua vida? -Ele solta essa. -Acho que é a segunda opção. Você anda precisando de um bom...-Ele ia continuar, mas eu enfio o pano (limpo, pelo menos) na boca dele. Com raiva.

–Cale a boca. -Eu digo, lentamente, olhando com o meu melhor olhar assassino. Não preciso pensar muito pra saber com o que ele ia terminar a frase.

–AXL! -Holly grita. Merda. Estou ferrada. Imediatamente, eu tiro o pano da boca dele. Ele ri, fazendo com que eu e Holly-Alguma-Coisa olhemos surpresas.

–Não se preocupe. Tensão sexual. Ela não consegue aguentar. -Ele diz, e eu fico vermelha. De vergonha e de raiva. Olho para o relógio. Acabou.

Jogo o pano na bancada, tirando meu avental, e dou um olhar gelado para Adam, que grita, quando eu estou saindo pela porta:

–Me ligue se quiser extravasar esse amor por mim, moreninha. -Mas eu ignoro (O.K, eu penso em formas de matar ele, mas por fora, é como se eu não estivesse nem ligando). Então, vejo Luke, fingindo dormir, e não olho mais para trás. Entro no carro, sem nem dar oi, e tento esquecer mais um dia no inferno.


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Notas finais do capítulo

love ya