Tudo bem, tudo bem, eu não era uma garota que tinha muita sorte. Começando pelo maravilhoso nome que recebi quando nasci, Axl, porque meus pais eram super vidrados em uma banda de rock chamada Guns'n'Roses e quando eu nasci, pronto, deveria ganhar o nome do vocalista da mesma. Não que eu não goste do meu nome, eu até gosto porque gosto da banda e tenho o prazer de dizer "Meu nome é Axl tipo Axl Rose" quando me perguntam o porquê do nome aberração, mas sinceramente eu deveria parar de tagarelar sobre meu nome legal e começar a prestar atenção na história que o taxista está me contando sobre a vida dele.

Olho para a janela observando quão legal deveria ser morar em um lugar como esse  mais conhecido como Bronks o lugar onde todos os nova-iorquinos amariam viver, é claro, depois de Manhattan. Passo meus olhos por cada casa (correção: mansão), antes de avistar a de número 782.

-Pare. -Quase gritei para o taxista, que levou um susto e freou o carro com força, me fazendo bater a cabeça contra o banco. -Me desculpe -Sorri amarela, pagando o mesmo e saindo de lá antes que levasse alguns xingões bem merecidos e andei em direção a mansão quase babando por aquele lugar.

Quase sempre que eu olho para uma porta eu acabo lembrando do Sheldon, que bate na porta dos outros três vezes com uma pausa entre as batidas falando o nome da pessoa, é pertubante, mas engraçado e eu faria isso, porém, infelizmente, a casa tem uma campainha douradinha no canto da porta na qual eu toquei algumas vezes antes de um garoto enorme abrir - eu digo enorme principalmente contando que eu tenho 1,59 e não vou crescer mais que isso já que tenho 17 anos, ele poderia ter quase 1,90 de altura e seu corpo era musculoso fazendo com que eu não conseguisse parar de encarar seu tanquinho (que maravilha da natureza).

Estou lidando com um garoto com repelente de camisetas?

-O que você quer? -Perguntou, me fazendo parar de babar e o encarar. Me xingo mentalmente por ficar encarando sua barriguinha, deixando claro que era o paraíso dos paraísos para qualquer garota, tirando o fato que era Adam, o idiota da escola e, com nenhuma felicidade dizendo, o cara de quem estou comprando o meu primeiro carro.

- Infelizmente, seu carro. -Amasso um papel que continha o endereço do lugar, tentando manter minha calma.

- Lá na garagem -Fechou a porta; saindo e vestindo uma camiseta que estava em sua mão - Eu já te vi em algum lugar. Por um acaso nós já...

Que nojo.

- Não, que nojo, cale essa boca -Falei, balançando minhas mãos negativamente.

- Calma morena, eu só estava perguntando.

E eu estava negando, babaca.

- O carro, só isso, me mostre o carro e eu vou indo -Ele abriu a garagem mostrando um impala 89 preto conservado ou como vou chamar: Ray, o gatinho.

- Ai esta - abriu a porta do mesmo sorrindo, andei até ele e lhe entreguei um maço com o dinheiro do carro, eu quase chorei de tristeza porque ali era o resultado de pouco mais de 2 anos trabalhando em uma cafeteria do Brooklyn de segunda a sexta e às vezes nos finais de semana, tudo aquilo iria para as mãos de um babaca rico que eu não suportava - Foi ótimo fazer negócios com você e se quiser nós pode...

- Fecha essa boca -Falei batendo a porta de Ray quando entrei, liguei-o fazendo com que o mesmo fizesse um barulhinho sonoro.

- Assim você me deixa louco, moreninha -Disse antes que eu começasse a dirigir o carro pra longe daquela mansão dos infernos - Nos vemos por ai.

A ultima coisa que tive que ver antes de sair daquele lugar foi uma loira sorrindo, esperando pelo garoto vestindo apenas uma camiseta que, sinceramente, não tampava merda nenhuma.

Eu gostaria de dizer que Adam era um garoto legal do time de basquete da escola que ganhava o coração das garotas por ser gentil e fofo, mas não era nem 1% disso, ele era o idiota que não se preocupava com nada e brigava com todos que respirassem perto dele e não me pergunte porquê as garotas gostam dele, porque eu não sei. A única coisa que eu sei é que ele bateu em Luke, meu melhor amigo e nerd nas horas vagas, e não uma vez, Eu acho que foram pelo menos dez vezes só ano passado e nenhuma das vezes Luke tentou bater de volta nele; eu sei que ele poderia e conseguiria porque o pai de Luke é policial e obrigou ele a fazer todos os tipos de lutas conhecidas pelo homem desde que era criança, então vamos formular Luke era um nerd fortinho que não batia nos babacas por motivos de: "Eu não ligo, faz parte da vida de ser nerd".

Quando cheguei em casa, gritei por qualquer um que poderia estar em casa e como não obtive nenhuma resposta, fui até meu quarto colocando o iPod para tocar alguma música dos Ramones enquanto me livrava das roupas para tomar um banho. Eram pouco mais da cinco da tarde e eu ainda tinha que correr para o trabalho, de novo.

Liguei o chuveiro fazendo com que a água ainda gelada batesse com tudo em meu corpo e eu estremecesse e quase saísse dali por pura mariquice, lavei meus cabelos e deixei a água ficar escorrendo por mim enquanto ficava encarando o nada pensando em nada, eu sempre fazia isso, era como um momento reflexão sobre nada.

Sai do chuveiro me enrolando em uma toalha e a prendendo entre meus seios para procurar uma roupa que seria a primeira a qual eu encontrasse na bagunça do meu quarto, nunca fui organizada, mas de uns tempos pra cá a bagunça tinha ficado maior e amedrontadora, vesti uma camiseta preta simples e uma calça jeans correndo para pegar meus all stars na porta junto da jaqueta e uma bolsa velha entupida de papel de bala e uma carteira, vesti os all stars enquanto descia as escadas do apartamento e prendia meu cabelo para trás (eu havia esquecido de pentea-los... de novo) saindo correndo pelas ruas para chegar a tempo no trabalho.