-Hum, vou fingir que acredito... -Aria ironiza.
-Não acredite! -Respondo.
Porque Aria estava agindo assim comigo esse últimos dias? Como se a cada segundo ela quisesse saber o que eu estava a fazer com Avan, eu queria apenas contar que nós QUASE nos beijamos e ela já vem falando coisas loucas.
-Ei, desculpa, é só que... Ah, esquece! Onde está Lary? -Ela pergunta, como ela não sabia? Oh minha nossa, esqueci de falar para ela.
-Ela está com Saahora, a minha neurologista, lembra? 
-Oh certo. Vic, o que você faria se você, bem, descobrisse coisas assustadoras? -Pergunta Aria.
-Depende do que você queira dizer com o termo assustador. -Digo, aquilo não fazia sentido, Aria não perguntaria aquilo sem nem um motivo. -Mas o que você quer dizer com isso?
-Eu só quero que você fique bem, acima de tudo bem. Eu apenas preciso disso. -Diz.
-O que poderia acontecer? E por quê todo esse mistério? 
-É só que, essas coisas acontecendo, a mãe de Lary morrendo, Avan aparecendo na cidade do nada, é estranho né? 
-Certo, coisas estranhas podem acontecer sempre, não significa que Avan seja culpado! -As atitudes que Aria tomava, o jeito como ela falava, parecia que ela queria que Avan fosse o culpado, o culpado dessas coisas estranhas.  -Aconteceu algo? 
-Não, você só precisa saber com quem você anda, você confia em Avan? -Claro que eu confiava, que pergunta era aquela? Certo, Avan poderia até ser diferente ou estranho, mas havia algo que me chamava atenção nele, algo que balançava-me.
-Você provavelmente sabe a resposta.
Nós trocamos alguns olhares, Lary adentra pela porta.
-E então? -Pergunto. -Como foi?
-Sabe, eu tenho certeza que eu não vou me recuperar tão cedo disso, por quê não é todo dia que você pode acordar e dizer o quanto você ama sua mãe... E falar aquilo que ficou engasgado. -Ela pausa e respira. -E-Eu só preciso de pelo menos um mês, eu não posso sair por aí distribuindo sorrisos, eu só quero sentir o que eu estou sentindo e não o que as pessoas querem ver... Eu quero chorar e não quero que todos tenham pena de mim. Eu só não quero ser uma fraude. -Ela senta no poof e começa a desabafar -Eu perdi a minha mãe... nem tive tempo de colocar um sorriso em sua boca e falar "mãe eu me formei em medicina" ou outra droga em que eu queria me formar. Ela era tudo pra mim... Eu não tenho mas ninguém nesse mundo, meu pai morreu, eu não tenho irmãos, e minha mãe... bem, minha mãe... -Aria a interrompe.
-Desculpe, eu não posso deixar que você saia por aí falando "Eu não tenho mas ninguém nesse mundo" por que eu sou alguém e a Vic é alguém e nós sempre estaremos aqui. -Lary deixa escapar a primeira lágrima. -Por quê irmandade é pra todo o sempre. -Eu e Aria nos levantamos e nos agarramos em Lary.
Aquele foi o abraço que eu sentia falta em anos.
Lary abri um sorriso, logo em seguida eu e Aria repetimos o mesmo ato.
-Eu amo vocês. -Digo.
-Eu amo vocês. -Diz Aria.
-Eu amo vocês além de tudo! -Diz Lary.
-Quer saber, vamos mudar de assunto? Isso tudo ta muito meloso e blá blá blá. -Aria faz uma careta.
-Sabe, que tal irmos ver como está o imóvel da sua família? -Eu me referia a casa dos Kyle, que provavelmente ficaria na responsabilidade de Lary ou da minha mãe, já que ela estava responsável por ela agora.
-Sério? Isso é tão chato... -Diz Aria.
-Aqui não tem nada pra fazer, então vamos sair um pouco, dai se minha mãe ligar, eu tenho uma desculpa!
-Vamos Ari, vai ser divertido! -Lary fala limpando algumas lágrimas.
-Ari? Jura que você me chamou assim? Eu odeio quando as pessoas me chamam assim! É muito gay! -Diz Aria, Lary abri um sorriso malicioso.
Alguns tapas por meio de travesseiros acontecem, até eu pedi trégua.
-Ok garotas, vamos logo! -Falo empurrando Aria da cama e puxando Lary do poof.
-Tem doritos aqui? -Lary sempre amou doritos, ela sempre gostou, pelo menos desde que eu conhecia ela.
-Sim, dentro da gavetinha da geladeira. -Digo.
Sem mas nem um "piu" ela correu para a cozinha e pegou o doritos.
-Okay, agora, podemos ir! -Diz ela abrindo o salgadinho com um barulho irritante.
-Isso vai ser tediante. -Fala Aria por fim.
[...]
Logo chegamos, o local onde os corretores e responsáveis por imoveis ficavam, chamado basicamente de "Imobiliária de San Ives".  Era um prédio grande, azul cristalino. A sua frente era bem chamativa, tinha várias plantas, flores etc...
-Recapitulando, o que estamos fazendo aqui mesmo? -Logo após o termino da pergunta, Aria tira uma mão cheia de doritos do saco.
-Parece que vai ser tediante certo? Mas se nós conseguirmos vender o imóvel, o que acontecerá? Teremos dinheiro e se tivermos dinheiro poderemos comprar um carro, e se tivermos um carro, Aria terá outro local para transar com Mike sem que seja na casa da sua vó! -Ironiza Lary.
-Atah, pelo menos eu tenho com quem transar né Lary? Diferente de você que está ai encalhadona se entupindo de doritos!
Logo em seguida ela pega brutalmente o saco de doritos e joga fora.
-Olha o que você fez! -Diz ela lambendo os dedos.
-E eu faria pior! -As duas se encaram mortalmente.
-Parem vocês duas! -Grito. Aquelas duas se amavam, mas as vezes chegavam a um ponto extremamente irritante.
As vezes eu ficava imaginando, por quê será que Lary sempre implicava com Mike? Porquê ela sempre tinha que implicar logo com o "Mike"? Porquê não outro garoto? Um simples nerd como Martin ou Edward? Será que ela tinha uma quedinha por ele e não queria demonstrar?
Flashback ON
Narrador ON
Era exatamente uma quinta-feira, Laryssa e Aria ainda não conheciam Victoria, ambas ainda não se conheciam formalmente, eram só parceiras de baladas, algumas noites se esbarrando ou até mesmo dividindo drinks. As duas primeiras estavam na "ballad tireless" uma das pistas de dança mais conhecida de San Ives. Laryssa se divertia beijando garotos e fazendo coisas inapropriadas, já  Aria estava apenas dançando e bebendo ilegalmente -não, ela ainda não tinha 18 anos- e como de costume Laryssa derramou champanhe em Aria e elas se cruzam novamente.
-Eai menina, você por aqui de novo? -Laryssa diz limpando a saliva que o ultimo garoto deixara na boca dela.
-Pois é, e o que você está fazendo aqui?
-Estudando que não é! Você é virgem? -Laryssa pergunta descaradamente.
-O quê? -Aria fica confusa, ela era como um cordeiro inocente perto do leão que Laryssa carregava em si.
-Nada não! -Ela cai em uma gargalhada por quase seis minutos.
-Então tá... -Aria faz uma cara de "Que merda é essa?" -Hey, eu te desafio à uma coisa! -Lary amava desafios.
-Fala! -Ela responde animada
-Te desafio a transar com aquele garoto essa noite! -Aria aponta pra ninguém menos que... MIKE!
-O-Oque? -Não, não, obviamente havia algo errado nessa história! Lary poderia transar com Mike se ela quisesse, afinal, quem não quer uma loira dos olhos verdes pra si? Laryssa tinha tudo pra conquistar Mike, ela era bonita, gostosa, tudo que um garoto desejasse. Mas Mike não era qualquer garoto, ele era pra casar! Bonito, alto, sexy e... não ficava com todas... ou seja? Pra tentar pelo menos tirar a camisa dessa delicia tinha que ter o coração dele em suas mãos. E Laryssa gostava dele ou simplesmente tinha uma "paixonite". Resumindo tudo: Aria queria que Lary transasse com um garoto que ela estava apaixonada, e quando estamos apaixonadas o que fazemos meninas? Ficamos envergonhadas com o garoto, pelo menos 89% de todas nós somos assim certo? E ela não podia simplesmente chegar lá e fazer um pedido tão estranho assim! Mas voltando...
-É tão difícil assim? Vamos lá, mostre o seu GirlPower! Quer saber? Não mostre! Aprenda com a mestre! -Aria levanta da mesa e vai até Mike.
Ela derrama "acidentalmente" um drink nele, eles conversam por pelo menos dez minutos, até ambos se levantarem.
Laryssa continua sentada na mesa do bar da balada e em uma fração de segundos Aria e Mike -com as mãos em sua cintura- passam perto de dela e única coisa que ela sussurra rapidamente nos ouvidos de Lary antes deles dois irem provavelmente para um lugar mais calma foi:
-Perdeu playboy.
Flashback [narrador] OFF
Não, isso seria impossível, Lary jamais gostaria de Mike, eles eram praticamente rivais.
Sem mas nem um olhar malicioso, adentramos a porta do local.
-Nossa, quanta gente aqui! -Lary fala admirando o local.
-Será que é por quê estamos em uma cidade, uma cidade grande? -Aria estava extremamente irritante esta manhã.
-Vocês vão continuar se alfinetando? -Reclamo. 
Ambas reviram os olhos, mas ou menos com a expressão de "Cala boca Vic, isso é entre mim e ela.".
Quando adentramos na Imobiliária, percebo que o ambiente era bem receptor, internamente tinha vários objetos que davam um ar de "local chique". Havia pessoas discutindo sobre imoveis, carros, motos, casas abandonadas. 
-Nossa que gatinho! -Lary aponta para um dos vendedores, ele percebe.
-Laryssa! -Grita Aria.
Ela faz uma cara de deboche e vai para perto do vendedor. Ele era bonito, musculoso, olhos castanhos claro, cabelos liso e aquela farda de vendedor lhe caia muito bem.
-Não, não, hoje não! -Sussurro para mim mesma.
-Bom dia senhorita... Em que posso lhe servir? -Ele pergunto abrindo um sorriso cativante. Lary, logo joga seu "olhar sedutor".
-Me sirva seu telefone. -Diz.
Eles se encaram por uns cinco minutos e ela morde os lábios.
-LARYSSA! -Grito e logo umas quatro pessoas começam a me encarar.
Claramente  que eu deveria fazer algo! Não permitiria que Laryssa ficasse dando em cima do primeiro que visse.
-Não entendi senhorita. -Obvio que ele entendeu! Apenas não podia "brincar" em serviço.
-Ela quis dizer que quer falar com o responsável do imóvel da família Kyle. -Aria intromete-se. Logo ela puxa ele para longe de Lary.
-O que você ta fazendo? -Pergunto com uma pontada de raiva.
-Ah, qual é Vic, vamos lá! Eu sou vacinada, tenho 57K, acabei de perder minha mãe e tenho um imóvel que vale praticamente uma fortuna! Eu tenho que fazer um herdeiro para tudo isso né? -Ela abre um sorriso sarcasticamente sarcástico. -E como eu vou fazer um herdeiro sem um marido? Aquele ali parece um alvo fácil! -Ela fala afastando-se cada vez mas e logo percebo que estou sozinha no meio de um bando de desconhecidos.
Vou correndo atrás dela.
Nós paramos perto de um vendedor mais velho.
-Senhor... -Ela olha para o fardamento do homem de aparência não muito sedutora  e logo percebe o seu nome. -Senhor Henderson! Que bom ver o senhor aqui! -Diz ela.
-Desculpe senhorita, não me recordo de tê-la conhecido. -O homem abre um sorriso, mostrando seus dentes levemente amarelados.
Obviamente ela não conhecia aquele senhor, só estava se aproveitando da boa vontade do velho para saber o nome do garoto que acabará de nos atender.
-Ta certo, eu também não te conheço -Sussurra em tom cômico. -Mudando de assunto, qual é o nome daquele garoto ali? Fortinho, bonitinho, tesu... -Tampo a boca de Lary antes que pudesse sair algo não muito agradável com "dinho" no final da frase.
-Ai! -Ela morde minha mão! Que vadia! -Sua filha da mãe!
-Tenta de novo colega. -O senhor Henderson logo sai de perto de nós três, percebendo que não eramos educadas o bastante para entramos naquela imobiliária.
-Lá se vai minha chance de novo, por culpa de quem? 
-Olha aqui Laryssa, chega de piadinhas sem graça beleza? Vamos logo resolver a droga desses negócios, porquê eu tenho um teste de inglês daqui à menos de duas horas! -Aria discute irritada.
-Okay, okay, eu paro e fique sabendo que... -Alguém interrompe Lary, um velhinho!
-HESTIA! HESTIA TRUDYSON! HESTIA TRUDYSON! VOCÊ ESTÁ VIVA! -O velhinho estava louco! Ele gritava esse nome apontando para Aria! Porquê?
-Ai meu deus... Aqui não... -Ela sussurra baixinho, aponto de quase não deixar-me ouvir.
-O quê? O que está acontecendo? -Diz Lary.
-SUA MÃE MORREU QUEIMADA, AQUELA VAGABUNDA! -Gritava o velho.
-NÃO FALA DA MINHA MÃE!! -Ela grita mais alto que ele.
Todos olham à nossa volta.
De repente o telefone dela toca, e então ela sai correndo sem mais nem menos.
-ARIA! -Grita Lary que logo sai correndo atrás dela.
-Cala boca! -Grito pro velho. -Você tá ficando louco ou o quê? Nunca mais ouse tocar no nome da mãe dela ta escultando? -Aria ficava exatamente assim quando falavam da mãe dela, ou ela chorava desesperada ou saia correndo.
-Quem é você pra me mandar calar a boca? Sua adolescente incompetente! Você não sabe meio terço da história da sua amiga! -Ele fala, os olhos daquele velho... os olhos dele... estavam com fúria, raiva e dor...
-História? Que história? -Pergunto curiosa.
-Hestia Trudyson não deveria habitar entre nós! Ela é um ser imprevisível... Que é capaz até de... MATAR! Agora me dê licença que eu não devo satisfação a você! -Aquilo não fazia o minimo sentido, Aria e Matar? Não combinavam na mesma frase. Aria não mata uma abelha se quer! Mas ele não falava apenas de Aria, ele clamava Aria com outro nome... Essa tal de ´´Hestia´´ será que... será que isso poderia ter algo haver com as coisas sobrenaturais que vem ocorrendo? E tem mais, ele se referiu a Aria não como pessoa e sim como um ´´ser´´ tudo bem que a pessoa é um ser humana, mas ele falou como se ela fosse um animal, um monstro...
-Me da seu telefone? -Aquilo soou estranho, mais parecia uma garota querendo ficar com um velhinho do que uma garota querendo pesquisar sobre a melhor amiga.
-O que? 
-Eu tenho informações sobre essa garota! -Devia pensar rápido, aquele homem era minha única resposta.
Sem pensar em nada, ele pega um pedaço de papel e coloca o número de telefone.
-Obrigado Senhor.
-Se essas informações forem realmente uteis, eu posso lhe mostrar a segunda face de sua ´´amiga´´.