Sob As Máscaras escrita por Aira Helena Black, LyKa Stark Nightmare


Capítulo 2
01 / Lily Luna


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Esse é o primeiro capítulo oficial da fanfic, e eu gostaria de agradecer a Lalys e Alexia_zabini por favoritarem a fic, mesmo que não tenham deixado Review, esse cap é pra vcs!



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01

Lily Luna Potter

Inferior

Não foi preciso esperar pelo despertador. Eu ainda tinha cerca de meia hora de sono quando fui bruscamente acordada por James Sirius Potter, um marmanjo de 17 anos – eu não sei como é meu parente – que estava saltitando sobre a minha cama, jogando meus ursos de pelúcia para o ar e rindo loucamente. Eu sabia o motivo de tanta animação, o feriado do Natal acabaria às 11 horas, e Hogwarts esperava seus pupilos de volta. E, enquanto Jay delirava, minha única vontade era jamais sair da cama.

“Esta bem, okay? Eu já vou levantar!” Gritei, tapando a cabeça com o travesseiro até James arranca-lo e joga-lo no chão.

“Chega de corpo mole, Lilynda!” Ele gritou, abrindo as pesadas cortinas cor do céu, deixando a luz de fora me cegar “Hogwarts nos espera! Mamãe esta chamando para tomarmos café. Vamos pra casa dos tios, e de lá para a estação“. James saiu batendo a porta e eu afundei o corpo nos lençóis. Não precisava perguntar sobre quais tios estava se referindo, pois, mesmo tendo tantos, tio Ron e tia Mione eram os mais colados conosco.

Olhei para o relógio, constatando os quatro minutos perdidos na discussão com meu irmão, ainda restavam vinte e seis, eu poderia tirar um rápido cochilo. Fechei os olhos, apreciando o silêncio, e acabei não vendo a porta ser reaberta lentamente, nem o balde flutuante. Senti a água gelada até os ossos.

Saltei cuspindo para todos os lados e ouvi a gargalhada no corredor. Minhas bochechas pareciam arder em brasas.

“JAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMES”.

~~HP~~

“Mamãe, pare de rir!” Choraminguei, enquanto Ginny Potter gargalhava ainda mais, todas as vezes que olhava dos cabelos de meu irmão, para os meus. Consegui pegar Jay no meio do quintal, um simples aguamente não foi suficiente para acabar com minha raiva, mas ele teve que mudar de roupas, e por enquanto vai bastar... Por enquanto.

“Desculpe querida, mas eu não rio tanto desde que Fred pendurou Ron pelas calças na janela do quarto da mamãe.” Disse ela, arrumando as panelas e em seguida colocando um prato repleto de panquecas sobre a mesa. James não perdeu tempo, e eu fiz uma careta de nojo ao vê-lo enfiar uma inteira na boca.

Olhei novamente para mamãe. Ela não parecia tristonha, e sim saudosa e melancólica, mas sorria. A verdade é que todos sentiam falta de tio Fred, e nem ao menos o conhecemos. Ele é padrinho do Fred II, tio George disse que não aceitaria outra pessoa, então mesmo já tendo partido há muito tempo, esse posto foi dado a ele. Fred II idolatra o tio herói. Todos nós, aliás.

“Ah, o dorminhoco acordou, afinal. Bom dia, filho!”.  – Mamãe sorriu para Alvo que entrava com os cabelos desarrumados e coçava os olhos devido ao sono.

“Oohh, Sev! Meu caro irmãozinho!” James estalou a língua e sorriu marotamente. Alvo revirou os olhos e sentou-se, colocando salsichas em seu prato e começando a comer muito mais educadamente que nosso irmão mais velho.

”James, eu já disse pra parar de tentar me ofender usando meu segundo nome. Eu tenho orgulho dele. Nada que fizer vai me abalar.” – Al comentou calmamente, e isso só fez com que o sorriso de Jay aumentasse. Oh ouh.

“Bem, então acho que não vai se importar de ficar sem isso.” James levantou uma pequena insígnia esverdeada, que fez Alvo saltar e bater com as mãos sobre a mesa.

“devolva agora!” Exigiu, e mamãe levantou a sobrancelha, o que fez o moreno de olhos verdes se encolher. “Desculpe mãe”.

“O que aconteceu com o ‘nada vai me abalar’, irmãozinho?” Debochou o outro.

“Acabou no momento que pegou o distintivo de monitooor” Cantarolei calmamente.

“Calada!” Disseram ambos.

“Acabou no momento em que pegou meu distintivo de monitor, devolva!”Alvo indagou. Revirei os olhos.

“Que original” Resmunguei e Ginny sorriu.

O fato é que Alvo foi nomeado monitor da Sonserina, e ele tem muito orgulho disso, James e Fred – que não passaram nem perto de serem escolhidos para o cargo – zoaram ele durante todo o verão e os desaparecimentos do pequeno distintivo pareciam infinitos. Com o rumo das discussões não demorou muito pros xingamentos começarem.

“Seu veado!”

“É CERVO, Ranhoso!”

“Pulguento!”

“Cobrinha asquerosa!”

“CHEGA!” Mamãe gritou e os dois sentaram simultaneamente e se encararam mortalmente, em seguida desatamos a rir.

Vou sentir falta disso quando estiver em Hogwarts, por incrível que pareça. Gosto das brigas matinais e das broncas da mamãe, geralmente eu me envolvo mais, atiço meus irmãos, mas hoje a única coisa que eu gostaria é que fosse ainda o começo das férias e eu tivesse um mês inteiro para aproveitar a companhia da minha família sem ter que aturar puxões de cabelo e xingamentos.  É claro que eu sempre poderia me juntar a Alvo, mas isso me faria ficar ainda mais na mira de meus perseguidores.

Não sei em que parte o suspiro de descontentamento escapou, mas as risadas pararam no ato. James assumiu uma expressão séria, pouco típica e me encarou receoso. Ele enfiou o distintivo no bolso e a briga foi esquecida momentaneamente, provavelmente Alvo o encontraria sob a tampa da privada antes de sair. Já Al ficou tenso e frio como um bom Sonserino. Ginny Potter não é tola, ela percebeu a mudança.

“Não esta animada em voltar à escola, querida?” – Não! Eu quis gritar, mas contar a minha mãe as coisas que faziam comigo não me ajudaria em nada. Mamãe provavelmente ficaria tão furiosa que conseguia destruir a barreira de proteção e aparataria direto na sala da diretora, derrubaria metade do castelo, e conseguiria uma expulsão. Depois disso minha vida seria um inferno maior, se é que existe possibilidade de algo assim acontecer. Então eu me contentei a sorrir o mais verdadeiramente que consegui e neguei veemente. “É claro que estou ansiosa pela volta mamãe, devem estar sentindo saudades minhas já”.

Não me preocupei em esconder o sarcasmo na ultima parte, mas mamãe naquele momento olhava o relógio, então não pareceu notar. Alvo e James continuaram a comer, e quando meu irmão grifinório terminou sua refeição ele saltou da cadeira e andou a passos largos em direção à escada. Alvo resmungou e foi atrás.

“Que deu nesses dois?” Mamãe apertou os olhos, desconfiada.

“ Jay deve estar realmente ansioso para voltar à Hogwarts, Al provavelmente foi recuperar o distintivo.” Desconversei e levantei, meu prato ainda pela metade. “Papai chega a tempo?”

Ela sorriu, mas ainda olhava onde meus irmãos haviam desaparecido. “Ele nos encontrará na casa de Ron e Hermione” Então ela finalmente voltou-se para mim “É melhor buscar suas coisas, filha”. Assenti e disparei pela escada. A primeira coisa que fiz foi correr para a porta à esquerda, do quarto de James, que estava trancada. Então eu entrei na da frente, o quarto de Alvo. Ele estava colocando a jaqueta jeans no momento. Encostei-me ao batente da porta, e ele sorriu para mim pelo reflexo do espelho. Um sorriso triste.

“James não aguenta mais essa situação, você deveria denuncia-las.”

“Seria pior, você sabe.”

“Talvez não, você nem ao menos tentou” – Sua voz havia esfriado novamente, como em todas as vezes que conversávamos sobre os abusos que eu sofria, o que acontecia com mais frequência do que eu gostaria.

“Eu não quero arriscar acordar com um balde de dejetos mal cheirosos sobre mim, como da ultima vez.” Sussurrei e ele virou em minha direção. Nos encaramos em silêncio enquanto eu sentia as lágrimas se acumularem. Ele deu três largas passadas cruzando o quarto e me envolveu em um abraço apertado. “Por que não estamos por perto quando fazem isso com você? Não é justo!”

“A vida não é justa, Sev” Digo mansamente, enquanto seco as lágrimas. Ele se afasta e me segura pelos ombros, forçando-me a olha-lo, percebo que seus olhos estão vermelhos de choro reprimido.

“Eu vou ficar de vigia, e você sempre pode recorrer a mim, ou ao Scorpius se tentarem fazer... aquelas coisas novamente.” Eu sorrio para ele, e até chego a dizer um sim resmungado, mas sei que jamais os chamaria em minha defesa. Na ultima vez que toquei no assunto, eles se juntaram e pregaram uma peça com pessoas que não devem mexer. Quem pagou por isso fui eu. Tremendamente caro.

A verdade é que aquele castelo tem uma doença. Sonserinas. Eu as odeio.

E se parar para pensar isso é uma coisa muito irônica por que eu sou uma Sonserina, então talvez eu tenha que admitir que me odeie um pouco também. Odeio-me por ser fraca, e tão ingênua, por deixar que pisem em mim.

Agora é tarde, eu devia ter cortado o mal pela raiz assim que começou, mas como me impor contra quatro criaturas maiores que eu? Na época que tudo teve início eu ainda tinha 11 anos.

Explicando a minha situação o que eu posso dizer é que ser uma Potter pode te abrir portas. As pessoas te tratam bem, olham com admiração não disfarçada e são gentis. Papai e mamãe sempre nos disseram para não deixar que isso nos suba a cabeça, então meus irmãos e eu tentamos nos adaptar a essa fama toda, e continuar sendo humildes. Mas, eu não deveria ser tratada assim, ninguém na verdade.

O problema todo é que algumas pessoas acharam que eu gostaria de ser a princesa da Sonserina, assim como Alvo é tratado como um príncipe pelos demais, mas a minha casa já tinha esse posto ocupado. Narcisa Malfoy foi o meu pior pesadelo nos dois primeiros anos em Hogwarts.

Ela simplesmente não aceitaria dividir seu cargo e atenções com umazinha qualquer, palavras dela mesma. Então Penny Parkson, Annabell Greengrass e Solange Zabini fazem da minha vida um inferno desde então.

No começo tudo o que eu queria era que elas me aceitassem, até que comecei a querer que me deixassem em paz.

Minhas coisas sumiam, elas detonaram meu cabelo no segundo ano e já perdi as contas de quantas vezes fui parar na enfermaria por culpa delas. Eu nunca denunciei, e tenho vergonha disso.

Meus pais não podiam saber, então eu fiz Alvo e James, assim como meus demais primos, prometerem que não contariam a ninguém o que acontece no castelo. Eles não concordaram de imediato, mas mantiveram o bico lacrado.

E isso mata James por dentro.

Ele não aceita o fato de não estar ao meu lado quando me machucam, mas é óbvio que elas não fariam isso onde qualquer membro da minha grande família pudesse vir em meu auxílio. O fato de eu ser a única mulher da família na Sonserina também impede que eles vejam. Alvo esta lá, mas ele não pode entrar no meu dormitório... Elas podem, e fazem.

Mas então, a cerca de um ano e meio atrás, Narcisa me deixou em paz. Ela simplesmente parou de me agredir. Ela não dá mais ordens, não me xinga, e não me bate, mas também não faz nada para impedir. Ela fica lá, como uma representação de Rainha do Gelo perfeita. Vê tudo, não fala nada. E as três brutamontes ridículas continuam a me atazanar.

Não consigo entender por que não nos entendemos. Scorpius Malfoy, o irmão dela, é o melhor amigo de Alvo! Santo Mérlin, até eu gosto de Scorpius!

Bem, talvez agora eu encontre um modo de fugir de tudo isso.

~~~~HP~~~~

“Anda logo, Lily!” Mamãe gritou da porta da frente. Bati a porta do quarto e eu desci a mil, arrastando meu malão.

“Estou aqui, estou aqui” Sorri, e me posicionei na frente da lareira. Após terminar os feitiços de proteção da casa minha mãe ficou ao meu lado “Onde estão os outros?” Perguntei me sentindo incomodada, ela era perceptiva demais.

“Alvo já foi, James ainda não-” Antes que conseguisse completar a frase, Jay apontou no alto da escada. Ele desceu, passou por nós e pegou o pó de Flu, entrando na lareira e sumindo com um alto “A Toca”. Chamas verdes o engoliram e ele desapareceu.

Antes que eu conte a vocês a reação da mamãe, todos devem entender que é lá, n’A Toca, que Tio Ron e Tia Mione estão morando. Vovó e vovô estão realmente velhinhos, e é bom ter ajuda na casa. Ron e Hemione concordaram em ficar lá. Essa foi a desculpa, embora eu ainda ache que Tio Ron só quer ficar mais perto da comida da vovó.

Mas voltando ao assunto anterior, Jay tem que controlar seus ataques de fúria. Mamãe me olhou com o semblante sombrio e eu repeti o gesto de meu irmão, pegando um pouco do pó e entrando na lareira.

“A Toca” Quase gritei, e minha ultima visão foi da sala de minha adorada casa, onde minha mãe me encarava, ainda de pé. Desta vez abertamente preocupada.

~~~~~~HP~~~~~~

A sensação foi nauseante. Rodar e rodar, um verdadeiro terror, embora eu deva admitir que aparatar é pior.

Em questão de segundos eu despenquei no chão d’A Toca, cuspindo cinzas para todos os lados ao som de uma risada contagiosa.

“Cale a boca e me ajude” Exigi, e isso só aumentou a ovação. Mãos firmes me ajudaram a levantar e logo eu estava encarando olhos castanhos e quentes que me fizeram corar.

A cabeleira ruiva de Hugo Weasley me deixava desconfortável, pois me dava uma sensação inquietante de segurança que eu não sentia com mais ninguém. Vai ver é isso que todos sentem com seus melhores amigos, afinal.

Ele me deu um sorriso caloroso e me foi pegar meu malão próximo a sua lareira, enquanto eu batia a fuligem de minhas roupas. Um ploc alto, e mamãe entrou a mil, apenas acenando para Hugo e saiu chamando por Jay.

“Esta tudo bem? James chegou parecendo um furacão. Tio Harry e o papai estão o interrogando.”

Ótimo Jay, obrigada.

“Eu não sei” fui evasiva, e Hugo soube na hora que eu sabia de tudo, pois me deu aquele olhar.

“Claro que não sabe” Ele riu levemente pelo nariz, e eu não consegui conter meu próprio sorriso. É muito fácil ficar perto dele.

Já com meu malão ao lado dos demais, perto da porta de entrada, nós fomos para a varanda.

“Alvo esta lá em cima com Rose. Ela esta uma pilha de nervos por causa do teste de hoje, e ele não sabe como acalma-la por que não tem conhecimento do segredo a minha irmã.” Ele mexeu as sobrancelhas na minha direção, e eu ri. “Do nosso segredo”.

Eu me sentei em um dos degraus da escada de fora e ele ficou ao meu lado. Mergulhou-se um tempo em silêncio, não desconfortável, e tudo o que ouvíamos era o barulho dos gnomos na parte de trás, e das galinhas no galinheiro, mas o tempo cinzento e meus temores foram fazendo aquele momento de calmaria ficar pesado.

“Eu não quero voltar” Soltei, e ele assentiu. Não precisava falar mais do que isso para que Hugo entendesse o que eu estava sentindo. Ele pegou minha mão e eu me senti aquecer por dentro.

“Esse ano vai ser diferente. Nós vamos estar diferentes.” Ele me garantiu, e ainda completou “Rose esta animada com as nossas chances, disse que vai dar certo. Lysander passou o verão todo em Manor Longbottom, com Alice e Rose para que pudessem se aperfeiçoar. Eles vão gostar da gente, e você vai poder ter um tempo de paz quando mostrar o quanto é melhor que elas”.

Eu realmente queria que isso fosse verdade. Talvez Hugo tivesse razão e nossos planos imediatos para o futuro dessem frutos, assim talvez eu pudesse ser outra pessoa, ou então eu mesma de modo mais livre.

Naquele momento eu realmente não sabia que tanta coisa iria mudar ou que meu ano fosse ser tão conturbado e emocionante, tudo foi muito imprevisível, mas todos nós temos que admitir que Hermione Granger é incrível, e suas ideia podem mudar vidas.


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Notas finais do capítulo

E é isso, espero reviews! Please!!!!



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