Silent Town escrita por Jhay


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Larissa Briel, Aline Cristina, Miss Mistery por favoritarem. Espero que vocês gostem desse capítulo >w



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10 de julho de 2012. 06h40min

Alyce tentou gritar, mas era como aqueles sonhos que não conseguia falar. Só ficou ali, parada de olhos arregalados e respirando com dificuldade. Viu quando os olhos da mulher mudaram. Passaram de um vermelho vivo para um azul bem claro. As feições ficaram mais suavizada.

– Eu esperei tanto por você - sua voz estava pesarosa.

– Q-quem é v-você? - Alyce sentia o corpo todo tremendo.

– Logo, logo você descobrirá. Mas agora precisa entrar no sótão e encontrar uma caixa de madeira com o nome Regnatimalus entalhado.

Regnatimalus... O que isso quer dizer?

– Everything on its own time, my child - "tudo ao seu tempo, minha criança".

A mulher passou o dedo indicador esquelético na bochecha de Alyce. Ela foi desaparecendo, se transformando em uma névoa que se dissipou, deixando uma Alyce confuso e terrivelmente assustada.

Queria ficar junto com os outros, nos braços seguros de Kaio e do olhar reconfortante de Lucy. Mas uma parte dela, a maior parte, gritava para que ela encontrasse a tal caixa. E sua intuição dizia que aquilo era de suma importância. Ela tinha que achar o sótão. Mas também tinha que achar Leon. Mas se eu for agora e não demorar ninguém vai saber, pensou. Era uma dúvida cruel.

Subiu as escadas podres. no quinto degrau uma tábua cedeu e seu pé direito afundou. Xingou mentalmente aquela casa maldita. Tirou o pé do buraco e continuou subindo, dessa vez com mais cuidado. Parou e olhou para o corredor, que continuava escuro por não ter janelas. Bem no final a porta do sótão estava aberta e a escadinha abaixada. Achou aquilo estranho, mas deduziu que a mulher-fantasma tinha aberto. Você enlouqueceu Alyce, só pode, pensou enquanto andava até lá vagarosamente, parando às vezes para saber se alguém estava acordado. Parou ao pé da escada e olhou para cima. Lá estava muito escuro, não conseguia ver nada, nem mesmo um vulto. Tateou os bolsos. Encontrou o que estava procurando no bolso esquerdo de sua calça jeans surrada. Era uma lanterna bem pequena, mas que durava muito e iluminava bem. Fora presente de Leon...

Ela balançou a cabeça para afastar os pensamentos e apertou o único botão da lanterna, que iluminou imediatamente. Soltou o botão e ela desligou. Colocou a lanterninha na boca e começou a escalar. Parou quando parte de seu ombro já estava dentro do buraco. Firmou as pernas e apoiou uma das mãos na beira do alçapão. Pegou a lanterna da boca e ligou. Agora o circulo luminoso mostrava que lá dentro era bem sombrio. Caixas e mais caixas de papelão estavam tumultuadas aleatoriamente junto com alguns sacos plásticos. Iluminou uma caixa de madeira que estava na sua frente. Colocou a lanterna de volta na boca para continuar iluminando o lugar. Pegou a tal caixa. No mesmo momento ouviu um barulho atrás dela.

Alyce– uma voz rouca e arrastada sibilou.

Alyce sentiu um choque de adrenalina percorrer todo seu corpo. Mesmo contra sua vontade foi se virando vagarosamente, com a caixa ainda em mãos. Só viu quando algo atingiu seu rosto em cheio. Não teve tempo de gritar, mas viu que eram morcegos. Se desequilibrou, ao invés de soltar a caixa e se segurar na escada ela apertou a caixa compra o peito e caiu como uma fruta madura no chão. A escada subiu rapidamente e a porta do sótão se fechou logo em seguida em um baque forte. Ficou olhando para cima abismada. Desviou os olhos para a caixa. Estava escrito algo, mas a poeira estava dificultando as coisas.

Percebeu que aquele barulho iria acordar os outros. Entrou rapidamente no quarto onde antes havia estado com Kaio e fechou a porta. Seu coração estava acelerado e a respiração rápida. A adrenalina corria pelo seu sangue. Foi até onde tinha deixado suas malas, abriu uma delas e pegou lá de dentro uma toalhinha. Tentou tirar o máximo de poeira possível. Regnatimalus. Como a mulher havia dito. Tinha um cadeado trancando-a. Girou a coisa para tentar encontrar algo. Tinha um papel preso com fita adesiva Parecia uma carta. Tirou-o de lá e o colocou ao seu lado. Enfiou a mão na mala e retirou uma mochila lá de dentro. Tinha trago para uma emergência. E achava que esconder a caixa era uma emergência. Colocou a caixa dentro e fechou o zíper com força. Ouviu atenta se alguém havia acordado. Nada.

Pegou a carta, a desdobrou e viu que tinha várias páginas. Começou a ler.


Querida seja-quem-você-for,

Primeiramente devo dizer: Não há mais escapatória.

Por mais que você queira, não poderá sair. Não se continuar da forma como está. Então irei dizer a você o que deve fazer para sair dessa cidade com vida. Veja bem, eu disse COM VIDA, não me responsabilizo por danos permanentes no seu psicológico. Existe algumas coisas que vocês precisa saber antes de qualquer coisa.

1° - Não deixe que os espíritos vejam.

Cara pessoa que está lendo, você deve ter encontrado com algum espírito por ai. Então, bem, não querendo assustá-la, mas já assustando, você vai encontrar muitos outros. Veja bem, essa cidade é uma cidade abandonada, onde as pessoas morreram há um bom tempo - ok, eu também - mas as pessoas dessa cidade libertaram, sem saber, um demônio chamado Regnatimalus, um demônio muito, MUITO, mal. O próprio nome diz tudo: Regnatimalus, que na tradução livre seria Reina o mal. Esse demônio foi preso nessa caixa de madeira que você encontrou junto com a carta. Não abra a caixa até que a hora tenha chegado - isso é de suma importância. Os espíritos não podem ver que você está com a caixa pelo simples motivo de que eles tentariam matá-la. Eles temem esse demônio mais do que tudo nesse e no outro mundo.

2° - Siga sua intuição.

A intuição é uma das coisas mais poderosas e precisas que você tem. Alguns a tem mais precisa do que outros. Se você é um daqueles que tem uma intuição mais aguçada: siga o que ela te diz.

3° - Esqueça.

Se você veio com seus amigos e por acaso algum deles foi levado, não tente encontrá-lo. Digo isso não porque ele já era, mas sim porque ele deve estar sendo protegido. No final de toda essa aventura você irá tê-lo de volta. Se tiver dificuldades em convencer seus amigos de esquecer a procura, bem, eis uma ideia para você: Diga que você encontrou essa carta, e diga que seu amigo está bem, mas para que ele continue bem é importante que eles confiem em você.

4° - Tente.

Você precisa ir para o centro da cidade. Mas cuidado, isso pode ser uma tarefa difícil, pois é cidade é dominada por espíritos, e bem, digamos que outros seres também. Vou abrir o jogo: depois da vinda do demônio Silent Town se tornou palco de um circo dos horrores. Eu lhe aconselho levar alguma arma quando for dar partida a sua aventura misteriosa lá fora. Aqui nessa casa você estará protegida, mas lá fora é cada um por si. Você encontrará criaturas horrendas, tente se esconder, e só em casos extremos as enfrente.


É isso. Quando chegar no centro da cidade haverá mais instruções na estatua central.

Tenha cuidado.

Principalmente em quem confia.

Espírito Anônimo


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Notas finais do capítulo

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