O Recomeço escrita por GabsAgapito16


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Bom, como prometido, postei o capítulo hoje(tecnicamente).Espero que gostem.E me desculpe pelos errinhos, mas digitei com pressa.E eu gostaria de muitos comentários por favor!!!Boa leitura!



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Eu estou vendo, mas não consigo acreditar. Afinal, que diabos ele está fazendo aqui? Não faz sentido. Gale devia estar no 2. Bem longe daqui. Encontra-lo não estava em meus planos.

E parece que eu não sou a única a ter esse pensamento. Pois já conheço Peeta tempo o suficiente para saber que ele está pensando na mesma coisa. Afinal, sua expressão indica choque. E sei que a minha não deve estar diferente.

–Então... prontos para ir? - pergunta Gale, ao perceber que nenhum de nós está acreditando no que está vendo.

–O que você está fazendo aqui? – solto a pergunta sem nem mesmo pensar. O que acaba sendo uma grande grosseria de minha parte, já que não nos vemos há meses.

Por incrível que pareça, minha pergunta faz com que ele sorria, o que me deixa mais surpresa ainda.

–Não sei se você lembra Katniss, mas eu também conheço a Annie.

Sinto o rubor - não de vergonha, mas sim de raiva - invadir o meu rosto, afinal, ele está certo.

–E ai... como vocês estão? - Pergunta ele em um tom amigável.

–Bem – responde Peeta, fazendo com que eu me lembre de que ele está ao meu lado. Estava tão focada em Gale, que simplesmente havia me esquecido da presença dele.

–Ótimo – sua voz esta normal por incrível que pareça – E você Catnip ?

–Bem – digo sendo sendo breve.

Por que estou tão grossa? Afinal, ele é meu amigo, certo? Pelo menos por minha parte.– penso enquanto o avalio atentamente.

–Vamos? Afinal, sou eu que vou levar vocês até a casa da Annie.

–Só vamos pegar a bagagem – diz Peeta, educado como sempre.

–Certo. Espero vocês aqui.

Peeta pega a minha mão e assim nos dirigimos ao local onde várias pessoas formam uma fila para pegarem suas malas.

Depois de um bom tempo de silêncio Peeta finalmente fala alguma coisa.

–Acho que isso era algo na qual você não esperava, certo?

Eu apenas olho para ele com uma carranca no rosto, indicando que ele está certo.

– E o que você está achando disso?

– Não sei – digo com toda a honestidade, afinal, não sei dizer se estou ou não brava – E você?

– Bom... Eu até que esperava por isso. - diz ele meio hesitante no começo - Pois eu não acredito que nós seriamos os únicos aqui.

Olho para surpresa com essa nova ideia. Afinal, quem mais poderia estar aqui? Eu jurava que seria apenas eu e ele.

– Acho que estou um pouco arrependida de ter vindo.

Isso faz com que ele ria. Fico imaginando seriamente se ele não me contou sobre essa sua ''suposta'' ideia sobre ter mais pessoas aqui, provavelmente achando que isso com certeza me faria desistir da viajem.

Bom, se ele pensou nisso... ele está certo.

–Qual é Katniss, vai desistir só por causa de mais algumas pessoas? – Ele diz rindo da minha cara, o que me irrita um pouco.

– Eu não disse que ia desistir.

–Sério? – diz ele rindo mais ainda da minha cara – Porque eu jurava ter ouvido você falar: Acho que estou um pouco arrependida de ter vindo. - diz ele com uma péssima imitação de minha voz.

Encaro-o com uma expressão que indica raiva e indignação.

–Cala a boca Peeta – digo já lhe dando um leve soco no braço, fazendo com que as pessoas ao redor nos olhem devido a sua reação exagerada, fingindo que estava com dor.

–Próximo! – diz o funcionário do trem que está encarregado de entregar nossas malas. E é assim que vemos que somos os próximos da fila.

Depois de pegar a bagagem, nos dirigimos a Gale, que nos leva em direção a um carro, que está nos esperando. Não demora muito para que ele comece a se mover.

–A viajem não será longa – diz Gale – uma duração de apenas 10 minutos.

–Ótimo – digo encerrando o assunto. Afinal, não temos nada pra conversar.

–Quando você chegou aqui? - Pergunta Peeta, tentando puxar assunto.

–Há uma semana. O Distrito 2 me deu duas semanas de folga. Afinal, o trabalho no esquadrão não está sendo nada fácil – diz Gale – Nosso trabalho é colocar o país em ordem - explica ele devido a expressão confusa de Peeta.

–Pensei que as coisas tinham melhorado – diz Peeta.

–E melhoraram. Mas a maioria das pessoas ainda então tentando se estabilizar. Afinal, muitos perderam a família durante a guerra. E a maioria está tentando se decidir em que distrito morar e tal.

É estranho ver os dois tendo uma conversa amigável. Afinal, eles não são amigos. Já havia os ouvido conversarem antes, mas o assunto era sobre mim. Gale e Peeta jamais tiveram uma conversa antes que não fosse ao meu respeito.

–Estamos quase chegando – diz Gale.

Pronto. Bastou isso para que o nervosismo tomasse o lugar da raiva. Então decido olhar pela janela, para tentar me distrair com a paisagem.

O Distrito 4 parece não ter mudado muito. Está em construção é claro, as praias estão mais limpas do que antes, várias casas então sendo construídas no lugar que antes era um lugar totalmente vazio. Mas ele não parece ter sofrido muitas alterações durante a guerra.

–Ali está! – diz Gale apontando para um lugar onde há várias casas grandes e perfeitamente construídas. Deve ser a Aldeia dos Vitoriosos,afinal, não foi construída recentemente. E eu duvido que a Capital teria permitido casas assim nos distritos.

Assim que chegamos, passamos pelos enormes portões, e em menos de 1 minuto, o carro diminui a velocidade. Sinto minhas mãos sendo pegas por outras. Olho para o lado, e vejo que é Peeta, que sabe que estou nervosa e que faz o possível para que me acalme.

Descemos do carro, pegamos nossas malas, e andamos até chegar a uma casa, cujo jardim é cheio de flores. Tornando o ambiente agradável e convidativo.

Gale bate na porta, e não demora muito para que uma garota extremamente bonita abra a porta.

–Katniss! – diz Annie – A quanto tempo! Como você vai?

–Annie – digo depois de receber um caloroso abraço – Eu vou bem, e você?

–Ótima. Peeta! – diz ela assim que o vê, correndo para abraça-lo – Como vai?

–Ótimo Annie – diz ele em um tom de voz gentil – É bom vê-la novamente.

Ela não mudou muito. O rosto continua o mesmo, bonito e jovem. Quanto ao corpo, continua magro, mas com algumas curvas que indicam que ela acabara de ter um filho. Eu também repara que ela parece ter deixado a loucura de lado e que depois de anos, aparenta ter ficado estável. Fico imaginando se não é por causa do bebê.

–Entrem – diz ela nos convidando para dentro da enorme casa – E obrigada por buscá-los Gale.

–Não foi nada Annie - responde ele em um tom de voz normal.

Assim que entramos na casa, reparo em como está cheia de sacolas de presentes, fazendo com que me lembre de que não trouxemos nada.

– Sintam-se a vontade - diz ela animada.

–Obrigada Annie – digo observando atentamente o local.

–Então... Está gostando de ser mãe? - pergunta Peeta.

–No início eu admito que foi estanho. Afinal, Finnick não está aqui – diz ela com uma expressão vazia – Mas com o tempo, eu me acostumei...

–E onde está o bebê? – pergunto depois de um tempo.

–Dormindo, vocês querem vê-lo agora?

– Claro – Peeta e eu respondemos juntos. Afinal, esse é o principal motivo da nossa vinda.

Ela nos leva até o andar de cima, e depois para um quarto, azul e decorado com vários bichinhos de pelúcia e um enorme berço, onde dentro é possível ver um bebê que dorme tranquilamente.

Meu coração acelera. Afinal, eu estou curiosa para ver esse pequeno ser, que acaba de vir para um novo mundo.

Assim que paramos diante do berço, vejo um bebê extremamente lindo, com as pequenas pálpebras agitadas, indicando que ele está sonhando. Fico imaginando com Finnick estaria se estivesse aqui.

–Parabéns Annie – diz Peeta.

–Obrigada Peeta - diz ela se aproximando do berço e colocando uma das mãos sobre sua grade.

–Qual é o nome dele? - Pergunto enquanto a observo balançando levemente o berço.

–Finn – diz ela – Em homenagem ao pai.

–Ele é lindo – digo com honestidade.

–Obrigada Katniss.

O bebê se agita dentro do berço. Provavelmente deve ter acordado o som de nossas vozes.

–Acho melhor descermos – diz Gale. Fazendo com que finalmente note sua presença.

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Passamos o resto do crepúsculo conversando sobre como nossas vidas eram e como estão sendo agora, até que alguém bate na porta e Annie imediatamente vai atender.

–Foi mal a demora Annie. Estava dando uma volta na praia – reconheço a voz.

–Johanna – digo assim que a vejo – Você também está aqui?

–É claro sua desmiolada – diz ela com sua grande gentileza – Como você está?

–Bem – digo – Quando você chegou?

–Há uma semana. Mas vou embora amanhã. Afinal, tenho coisas para serem resolvidas lá no Distrito 7.

–Ah – é tudo que eu digo.

Ela também parece bem. Um pouco acabada talvez. Os cabelos que antes estavam começando a crescer, estão aquase em seu ombro. Ela também está bem magra, e provavelmente consumindo morfinácio. Afinal, as marcas de agulhar ainda estão visíveis em seu braço.

–Eu tenho que preparar o jantar – diz Annie.

–Gostaria de ajuda Annie – pergunta Peeta

–Claro.

E assim os dois se dirigem a cozinha, restando apenas eu Gale, e Johanna, que não demora muito para ir para o seu quarto tomar um banho. Sobrando eu e Gale.

O ambiente fica tenso, afinal, não sabemos o que dizer um para o outro - talvez seja o medo do que um irá dizer - Depois de um bom tempo assim, Gale decide falar.

–Sua mãe também está aqui sabia?

–Sabia. Estava pensando em visita-la –faço uma pausa- Você sabe onde ela mora? - pergunto

–Sei, eu fui vê-la – diz ele olhando para as próprias mãos.

–Como ela está?

–Aparentemente bem - faz uma pausa - Ela está reconstruindo o hospital.

–Ótimo – digo.

Fico imaginando porque estou falando em um tom tão formal... Afinal, somos amigos, certo? Ou talvez seja apenas coisa da minha imaginação. Pois a ultima vez que nos falamos, foi no dia em que matei Coin, o que na minha opinião, é tempo o suficiente para que uma amizade se acabe.

–Estava pensando em vê-la - digo tentando aliviar o clima de tensão criado por nós.

Ele da um leve balançar de cabeça antes de responder:

–Quer que eu te leve ate a casa dela? - pergunta ele.

–Claro – digo.

–Ótimo.

É tudo que temos para dizer um para o outro.

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Depois do jantar, Peeta e eu vamos para o terceiro quarto de hóspedes - já que o primeiro está ocupado por Jahanna, e o segundo por Gale - e desfazemos nossas malas.

–Você ficou quieta o jantar inteiro – diz ele.

Isso é verdade. Não falei durante o jantar. Todos estavam tendo uma conversa animada sobre a mesa - dizendo coisas como o clima, trabalho e etc...- menos eu.

–Eu não tinha assunto - é tudo o que digo, antes de começar a dobrar as roupas dentro de uma gaveta.

Ele avalia meu rosto cuidadosamente. Provavelmente não quer perder nenhum detalhe que eu poderei demonstrar através de minha expressão.

–É por causa do Gale? - pergunta ele.

Será que demonstro tão fácil assim meus pensamentos?

–Eu vi que vocês estavam conversando antes do jantar - diz ele vindo me ajudar com as roupas.

–E você está chateado com isso? - pergunto sem conseguir encara-lo.

–Não. Na verdade, eu acho que vocês deveriam se entender.

É verdade que acabei de ouvir isso? Afinal, Peeta gostaria que eu não falasse mais com Gale certo? Ou talvez eu esteja mais uma vez errada ao seu respeito.

–Pensei que você tinha ciúmes dele? - a pergunta escapa de meus lábios sem a minha permissão.

Um sorriso se forma em seu rosto devido a minhas palavras recém ditas.

–Eu tinha. Afinal, você não gostava de mim.

É verdade. Eu não gostava do Peeta antes. Mas eu também nunca cheguei a gostar do Gale. Simplesmente porque eu o considerava meu amigo. Nada alem disso.

Se eu o amava? Sim o amava. Mas apenas como um irmão.

–Mas por que você acha que eu devia voltar a falar com ele? - pergunto agora o encarando.

–Porque eu não acho que uma amizade de anos deveria acabar simplesmente do nada – diz Peeta que logo em seguida que termina de falar, sai do meu lado e entra no banheiro com uma toalha sobre os ombros.

Me sento em cima da cama para refletir o que acabara de ouvir. Peeta está certo. Afinal, Gale e eu somos amigos desde que eu tinha 12 anos. Não acho que deveríamos simplesmente acabar com uma amizade.

Escuto alguém bater na porta e quando a abro, vejo Gale.

–Gale – digo em um tom surpreso – o que faz aqui?

–Podemos conversar Katniss?

Ficamos nos olhando durante um tempo. Ele esperando a minha resposta, e eu tentando decidir se devo ou não ir.

–Claro – digo.

Saio do quarto e fecho a porta, e logo em seguida, nos dirigimos para a varanda da sala.

Ficamos nos encarando por um bom tempo. Que ótimos amigos nós somos hein? Mesmo depois de anos de amizade, não somos nem mesmo capaz de começar uma conversa.

–Gale eu... – começo a dizer quando o clima de silêncio paira ao nosso redor.

–Katniss eu queria te pedir desculpa – as palavras saem tão rápido de sua boca, fazendo com que seja interrompida.

Uau, essa eu não esperava. Pra falar a verdade, eu não esperava nada além de um ''como vai a vida''.

–Eu não queria que aquilo tivesse acontecido - continua ele.

–Gale eu... –tento dizer de novo, mas novamente sou interrompida.

–Me desculpe Katniss. Eu sei que fui eu que criei as bombas... Mas eu não tinha a intenção de usa-las contra Prim e nem em nenhuma criança – da para perceber que ele está sendo sincero.

Eu o conheço a anos, e eu sei que ele nunca teria sido capaz de fazer isso com alguém.

–Gale eu não sei o que dizer – digo com sinceridade. Afinal, o que há para se dizer?

–Eu só quero que você saiba que eu sinto muito. Afinal, eu fui o responsável.

Ele espera que eu diga algo. Mas como não digo nada, ele se dirige para dentro da casa. Mas as palavras saem de minha boca antes que ele o faça:

–Espera Gale – ele para, e da meia volta – Eu acho que você não devia pedir desculpas Gale. Por nada. Afinal, não foi você que ordenou o ataque.

Ele me olha sem acreditar

–Mas Katniss... – dessa vez sou eu que o interrompo.

– Eu acho que você não deveria viver com esse peso na sua vida Gale. Afinal, eu sei que não foi a sua intenção. Eu acho que nós deveríamos esquecer tudo isso e seguir em frente.

Ele me olha sem entender. Afinal, eu não tomo esse tipo de atitude com muita facilidade.

O silêncio paira no ar, afinal, não temos mais nada para dizer um para o outro.

–Você realmente mudou nesses últimos meses com o Peeta.

–Não é que eu mudei - digo - Eu simplesmente tentei seguir em frente... E acho que você deveria fazer o mesmo.

–Ele que te disse isso?

–Foi – respondo imediatamente – E eu concordo com ele.

Ele ri, e depois de um tempo fala:

–Você está feliz com ele?

–Sim, estou – digo com um tom de voz que indica confiança e certeza.

–Isso é o que importa.

O assunto acabou, de modo que eu decida que deveríamos dormir.

–Vamos dormir? - pergunto olhando para o seu rosto, que só agora reparo que está com uma pequena barba crescendo.

Fico imaginando se é obrigatório os soldados do 2 a possuírem.

–Claro. Se quiser que eu te leve amanhã até sua mãe, eu levo... certo?

–Certo – digo.

–Boa noite Catnip - diz ele enquanto o observo indo em direção a sala.

–Boa noite Gale.

Ele sai da varanda, e fico um bom tempo reparando que apesar dos pedidos de desculpa e de nossa conversa, nós não demonstramos afeto um pelo outro. É como se uma barreira tivesse sido erguida entre nós, e derruba-la, seria quase impossível.

Vou para o meu quarto e assim que abro a porta, encontro Peeta deitado na cama me esperando acordado.

–Katniss, aonde você se meteu? – pergunta ele.

–Conversei com o Gale.

–E como foi? - pergunta ele se sentando na cama.

–Nós nos entendemos - digo, embora eu ainda ache que nunca voltaremos a ser o que eramos antes - Afinal, você estava certo. Nossa amizade não devia acabar.

–Que bom Katniss – diz ele com um sorriso no rosto – Acho que deveríamos dormir. Já está tarde.

Pego as minhas coisas, e me dirijo ao banheiro e depois de um rápido banho, vou para o quarto e me deito ao lado de Peeta, que coloca os braços ao meu redor. E não demora muito para que eu adormeça.


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Notas finais do capítulo

E ai gostarem? Ficou bom ?Comentem por favor!!!