Beautiful Soul escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 18
Permanente.


Notas iniciais do capítulo

Apareceu a margarida ô lê, ô lê, ô lá!
Did you miss me?
Seguinte girls, lembram da minha ideia de fazer uma one sobre a primeira vez do Ian e da Peg? Uma one restritinha? Pois é, vou colocar a ideia nos trilhos e tentar postar ainda essa semana!!!
Mas voltando, aqui está o capítulo dezoito, bem amorzinho, pra vocês!!
Espero que gostem e que me digam se curtiram ou não.
Beijossss



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E ele estava. Ian havia permanecido ali como prometera. Mais uma vez ele havia cumprido o que dissera, e era justamente isso, que me fazia amá-lo ainda mais.

Quando eu estava presa naquele abraço, não haviam mais mentiras, nem desconfianças, o medo não fazia morada dentro de mim.

Ainda esperávamos por uma noite em que dormiríamos em paz, sem nos preocuparmos se estaríamos vivos e seguros na manhã seguinte. E eu, me forçava a acreditar, que esse tempo de paz completa, chegaria em breve por mais que tudo o que acontecia lá fora, gritasse o contrário.

Me remexi na cama, meu corpo se chocou no de Ian bruscamente, nossas peles se tocaram num carinho agradável. O sol começava a nascer, as paredes de barros começavam a esquentar levemente em minhas costas, e os braços de Ian permaneciam ao meu redor.

Aquele era o único momento em que eu me sentia em casa, confortável, como se nada nem ninguém pudesse me ferir. Fora dali, daquele abraço aconchegante, as coisas mudavam; havia desconfiança, havia medo e mentiras, o mundo seguia o mesmo não importava o quanto eu tivesse mudado.

Ele se remexeu ao meu lado, estava na hora de levantarmos, mas eu só conseguia pensar em como seria bom permanecer ali exatamente como estávamos: colados em um abraço aconchegante e caloroso.

Ian abriu seus olhos, seu rosto levemente amassado me fazia querer sorrir. Não importava o que acontecesse, os olhos de Ian eram sempre amistosos, seu rosto era sempre sereno, como se a raiva ou o rancor jamais passassem por ali.

– Bom dia. - Murmurou com a voz preguiçosa, seu rosto se escondeu na curva do meu pescoço como de costume. Sua respiração quente ardeu em minha pele, e me fez encolher brevemente. Ian riu. - Está melhor Peg?

A pergunta era a mesma, e eu ainda não tinha resposta. Estava me preocupando demais no dias que passaram, e isso deixava Ian nervoso, o fazia repetir diariamente que "não havia nada que eu pudesse fazer". E não havia, havia?

Mas eu estava bem, na medida do possível. Ou quase bem. Estava feliz, ao menos.

Assenti com a cabeça, me mantendo em silêncio.

– Qual o problema?

– Hoje é domingo. - Ri baixo. Mas esse não era o problema. O grande problema era a dúvida que me rondava de como seriam as coisas dali para frente. - Não gosto de domingo.

Ian parecia ter acreditado, pois uma risada rouca escapou de sua garganta.

– Sabe o que isso significa? - Seus lábios tocaram a pele de meu pescoço, variando em diferentes partes. Neguei com a cabeça, a sensação costumeira de nostalgia estava chegando. - Que podemos ficar aqui o quanto quisermos.

– Na cama?

Ele concordou, deixando escapar um som rouco em concordância. Meu corpo se arrepiou brevemente.

– Consigo imaginar mil coisas para fazer hoje.

Seus olhos encontraram os meus, e eu sorri. Era exatamente daquilo que eu estava falando. Aquela coisa boa que Ian transmitia quando me olhava nos olhos, aquele sentimento bom.

Mas antes que pudêssemos ter a chance de levar a conversa em diante, passos se aproximaram da porta, e logo em seguida a voz de Kyle imundou nossos ouvidos.

Ian rodou seu olhos, e mais uma vez eu ri.

– O que foi?

– Jeb está chamando todos nós no salão.

O rosto de Ian ficou rígido, e suas mãos apertaram minha cintura com força. Franzi a testa, esperando que Kyle falasse algo mais. Mas naquela altura, ele já havia partido.

– Qual o problema?

– Não sei, Peg. - Ian riu nervoso se levantando, enquanto caminhava até o guarda roupa improvisado e pegava algumas peças para nós. - O que vai vestir?

– Tanto faz. - Murmurei, me erguendo da cama e me aproximando dele. Toquei suas costas com meus lábios, e deixei que minhas mãos seguissem o caminho para sua cintura, a contornando. - Qual o problema, Ian?

Ele suspirou, se rendendo aos poucos. Ele sabia que eu não desistira, me conhecia bem o bastante para saber que eu insistiria até saber de tudo. Quando tudo o que acontecesse ao redor parece ser culpa sua, cada mísero desconforto das pessoas ali presentes, te perturba.

– Ontem, antes de vir para cá, Jeb convocou Jared e eu para um pequena reunião. - Assenti, encostando minha testa em sua pele. - Ele teme que algo de ruim esteja a caminho. Que mais Buscadores estejam a caminho.

– Por que acham isso?

Eu sabia que não queria ouvir a resposta, mas sentia que era necessário. Um arrepio percorreu meu corpo, antes mesmo de Ian se pronunciar. Como se eu soubesse o que estava por vir. E eu sabia.

– Jeb acha que eles querem você. - Ele suspirou, suas mãos que antes seguravam uma camisa, cairiam ao lado de seu corpo. Seus olhos familiares não estavam mais presentes quando me encararam. - Não concordo com eles, Peg. E no fundo, Jeb sabe que não é a você que eles querem.

– Talvez Jeb esteja certo em achar que é á mim que procuram. - Murmurei me afastando e caminhando até a cama e me sentando. - Quer dizer, depois de que cheguei aqui muitas coisas ruim aconteceram.

Ian se aproximou passando a camisa azulada por seu pescoço, e depois se abaixou, ficando de cocoras para olhar em meus olhos.

– Coisas ruins acontecem. - Sussurrou acariciando meu rosto com uma das mãos. - Mas isso não significa que a culpa é sua.

Ergui meus olhos encarando os dele. Ian parecia ser sempre compreensivo demais, protetor demais. Ele sempre me fazia ter fé em mim mesma, acreditar em suas palavras era uma coisa fácil demais. E seria fácil dessa vez, como foi em todas as outras, se eu não tivesse uma constatação real de que o que estava acontecendo era culpa minha.

– Nesse caso, é.

– Não, não é. - Rebateu, sua voz se tornando inquieta. - O mundo é um lugar ruim agora Peg, mas isso não quer dizer que seja sua culpa.

– Foi minha espécie que transformou seu planeta em um lugar ruim. - Repeti suas palavras. - É minha culpa.

– Esse não é o assunto aqui. - Resmungou se levantando. Ian concordava comigo no fundo, sua mudança de assunto era prova disso. - O ponto é, que não é atrás de você que os Buscadores estão.

– Como pode ter certeza? - Chiei. - Viemos para cá para nos aculturarmos e conviver com vocês amigavelmente, mas quando chegamos, só encontramos destruição e ódio! - Bufei saindo da cama, sentindo minhas pernas ficarem inquietas, assim como minhas mãos. - E pela primeira vez, não nos adaptamos á vocês. Nós modificamos vocês!

– Peg qual é o real assunto dessa discussão? - Indagou nervoso. - O que você quer tanto que eu entenda? Por que, sinceramente, eu não consigo compreender essa sua mania de querer que tudo seja sua culpa.

Nem eu entendia, para falar a verdade. Eu não sabia mais qual era o meu objetivo com aquela discussão; mas ainda assim, algo dentro de mim, queria fazer Ian entender e aceitar tudo o que acontecia ao nosso redor. Queria fazer com que ele entendesse que era culpa minha sim, porque eu era uma daquelas almas que dominara seu planeta.

– Não tenho nenhum objetivo. - Desconversei. - Só quero que saiba que sou uma resistente agora, e nós, não gostamos de resistentes.

– Eu sei bem disso.

A voz irônica de Ian veio em resposta á minha, me surpreendendo. Escolhi por não me abalar com ela, e continuei falando tudo o que estava entalado dentro de mim há muito tempo.

– Sou mais valiosa para eles agora do que vocês. - Fechei meus olhos. - Eu os traí, e provavelmente serei exilada por isso.

– Eles não vão pegar você Peregrina. - As mãos de Ian se agarraram em meus ombros, e seus olhos fuzilaram os meus. - O exílio é uma coisa que você nunca vai sofrer, porque eu não vou deixar que te peguem.

Eu queria acreditar nas palavras de Ian, queria mais do que qualquer coisa no mundo. Mas eu conhecia minha espécie e sabia como eles lidavam com a traição. E além do mais, Ian era só um homem, que chance teríamos contra os outros?


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