O Mistério Da Fera escrita por Liz
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente!
Aqui está mais um capítulo e espero que gostem...
Boa leitura!
- Gisele, acorde!
- O que houve? – Fernan entrou no quarto e se deparou com a cena.
Estevão estava segurando a menina, tentando acordá-la.
- Vá se lavar e tire estes lençóis daí. – Fernan disse. – Vou tentar acordá-la.
Era praticamente uma ordem. Estevão olhou para Fernan, indignado e o mordomo lhe lançou um olhar repreendedor. Afinal, era para o bem dela.
- Gisele! – Fernan dava leves batidas no rosto dela, e nada.
- Pronto. – Estevão disse, depois de ter feito tudo o que ele havia pedido.
- Preciso levá-la para repousar.
Estevão a colocou em sua cama.
- Ela apenas desmaiou, eu acho.
- Mas é claro que sim! – Estevão disse.
Gisele abriu lentamente os olhos. Primeiramente, viu Fernan em pé, à beira da cama. Olhou o ambiente a sua volta e viu que não lhe era estranho. Olhou para o interruptor e logo Estevão tomou sua visão. Ela exclamou um grito assustado, e foi se encolhendo.
- Fique calma! Eu posso te explicar!
- Fica longe de mim! – Gisele saiu correndo e se trancou em seu quarto.
Estevão se sentou em sua cama, com os cotovelos apoiados em seus joelhos e as mãos no rosto, e chorou.
Fernan estava tão surpreso que não sabia o que dizer.
- Acho que precisa ficar sozinho, não?
- Ah, Fernan... – Ele chorava mais.
Fernan estava feliz por tudo aquilo: não teria mais que esconder nada de ninguém e Estevão havia revelado um lado sensível e humano.
Ele foi até o quarto de Gisele e viu a menina sentada na cama, abraçando seus joelhos, com o olhar fixo na parede. O corpo dela tremia como se estivesse com a temperatura baixíssima.
- Fernan? – Gisele disse.
Ele entrou no quarto e levou a menina para lavar a mão no banheiro que ficava ao lado de seu quarto. Voltaram para lá.
- Sei que está assustada, mas peço para que durma.
- E se ele entrar aqui? – Ela se sentou na cama.
- Ele não vai vir.
- E se Bruno vier atrás de mim? – Ela se deitou.
- Estevão irá te proteger. – Ele a cobriu com um lençol branco.
- Estevão? Ele não! – Ela gritava.
- Durma, Gisele. Ninguém te perturbará esta noite.
- Fernan... – Uma lágrima caiu do olho esquerdo de Gisele.
O mordomo limpou seu rosto e acariciou seus cabelos. E então, ela pegou no sono.
***
No dia seguinte, Fernan foi até o quarto de Gisele para acordá-la.
- Gisele? – Ele tocou os ombros dela.
- Oi... – Ela abriu os olhos.
- Quer comer algo?
- Não, obrigada. – Ela sorriu.
- Mas você precisa se alimentar.
- Depois, Fernan.
- Bom, então, você quer fazer alguma coisa?
- Eu estou indisposta. Minha mente pesa mais do que o meu corpo.
- E a estufa?
- Ah, não, Fernan.
- Você disse que não ia parar.
- Eu disse, mas...
- Você vai ter coragem de descumprir o que disse?
- Isso é chantagem! – Riram.
- Consegui te arrancar um sorriso. Isso é bom.
- Eu não consigo atravessar aquela porta, Fernan. E se eu encontrá-lo?
- Vocês não vão se ver, se você não desejar.
- Eu estou com medo dele, Fernan. Medo!
Ela não esperava que Estevão estivesse ouvindo tudo pelo pequeno buraco que ligava seu quarto com o quarto dela.
- Não tem porquê.
- Como assim?
- Ele vai te explicar um dia.
- Um dia... Eu quero uma explicação hoje! Não vou aguentar viver com esse pânico dentro de mim. Eu pensei que estivesse em segurança aqui.
- E está. Garanto-te que ele nunca lhe fará mal algum.
- Ah, Fernan...
- Ele já lhe fez algum mal?
- Não.
- E então? – Ela respirou fundo. – Vamos terminar de encher a estufa?
- Vamos. – Ela sorriu.
Foram em direção ao jardim e começaram a levar alguns dos vários vasos que Estevão havia comprado para que Gisele cuidasse de suas flores e plantas.
Ele observava tudo da janela de seu quarto e ela não percebia. Estevão sorria quando Gisele sorria e de certa forma estava mais calmo por ela não ter ficado tão assustada, mas estava um pouco magoado pelo medo dela.
Haviam passado a tarde inteira ali, até que resolveram parar. Gisele foi descansar em seu quarto. Deitou-se em sua cama e ficou olhando para o teto. Percebeu que alguém havia entrado em seu quarto. Gisele soltou um gemido de medo.
- Você tem medo de mim? – Estevão disse e foi se aproximando.
- Eu...
- Você disse que não tinha medo de mim.
- Eu...
- Você também disse que a minha aparência não importava.
- Eu...
- Eu? Só sabe dizer isto?
- Eu confesso que minha mente está uma bagunça.
- Eu posso te explicar. – Ele estendeu a mão.
- Eu não consigo.
- Se você não confiar em mim, meu mundo está perdido.
- Você está exagerando.
- Não estou, Gisele. Minha felicidade nestes últimos meses foi você quem trouxe para mim. Se eu não tiver você, não tenho nada.
Ela silenciou e ele, sem reposta, saiu do quarto e foi para o seu. Sentou-se em sua cama e começou a chorar, como ontem.
Sentiu um toque suave e gelado em seu ombro nu. Desde a noite de ontem, não havia mudado de roupa. Sua única preocupação foi colocar suas botas. Ficou sem camisa e apenas com sua calça. Isso deixava Gisele, de certo modo, constrangida, afinal, Estevão era um homem, fisicamente, muito bonito.
- Eu nunca imaginei que poderia te ver chorar deste jeito. – Ela sorriu. – Isso é culpa minha?
- Bem... É que eu preciso te explicar tudo isso.
- Eu vou te ouvir.
- Primeiro precisa me dizer se não vai ficar com medo de mim ou fugir, como fez ontem.
- E eu tive motivos, não tive?
- Eu sei, mas...
- Eu só me assustei, Estevão. – Ela segurou uma de suas mãos. – Você sabe que eu gosto de você como você é.
- Espero que continue gostando depois do que eu vou dizer.
- Mas é tão ruim assim?
- Diria que foi a pior coisa que aquela feiticeira fez para mim.
- Pior do que a sua aparência? – Estevão a olhou. – Sem ofensas... – Ela ergueu as mãos. - É que você sempre diz que não gosta. – Ela sorriu de lado.
- Eu sei que não quis me ofender, mas é pior sim.
- Então, me diz.
Gisele fez questão de olhar no fundo dos olhos de Estevão e isso o deixou mais a vontade para contar sua história.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada por ter lido!
Fique com Deus!
Beijos...