O Mistério Da Fera escrita por Liz


Capítulo 2
Capítulo 2 - Tudo o que eu não sou


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Aqui está mais um capítulo... Peço desculpas por demorar a atualizar. Essa semana foi cheia de provas na escola, então eu nem consegui entrar aqui pra atualizar.
Espero que goste!
Boa leitura!



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- Bom dia, alteza. – Fernan entrou em seu quarto e abriu as cortinas.

Levantou-se da cama e avistou uma bandeja com um copo suco e um lanche. Fernan estava pronto para ir atrás de Gisele.

- Acha que ela virá, senhor?

Ela não tem opção, Fernan.

- E se ela não quiser vir?

- Converse com o responsável dela e argumente a segurança da menina. Ela terá que vir por bem ou por mal para que fique protegida. Aqui na mansão, a única coisa que poderá lhe fazer algum mal sou eu e não serei capaz disso.

- Está bem, alteza.

Ele saiu pela porta. Comeu o que havia na bandeja e desceu para ler. Era uma das coisas que ele mais gostava de fazer, se não a coisa que ele mais gostava de fazer.

Leu um livro inteiro e começou a ler outro. Ouviu o barulho da porta da mansão. Observou de cima Fernan e Gisele.

- Onde está o dono da casa?

- Por que quer saber?

- Porque preciso conhecê-lo.

- Vocês já se conheceram ontem.

- Eu sequer vi o rosto dele.

- E creio que não verá tão cedo.

- E por quê?

- Não é de seu interesse por enquanto, madame.

- Não vou ficar na casa de um estranho. E me chame pelo nome.

- Perdoe-me, Gisele.

- Eu quero ver o dono da casa!

- Verá em breve. Acompanhe-me.

Fernan subiu as escadas e ele continuou escondido. Gisele seguia o mordomo e passou bem próxima a alteza, que os seguiu devagar. O quarto de Gisele era perto de seu quarto. Podia observá-la em seu quarto através de um pequeno buraco quase imperceptível na parede. Entrou em seu quarto e observou os dois.

- Por que eu não posso vê-lo?

- Porque ele não deseja. Tudo o que ele diz por aqui, é uma ordem.

- Vejo que não gostarei nada de morar aqui.

- Mas será dessa forma.

- Posso ir onde quiser nessa mansão?

- Contanto que me avise antes, pode.

- Obrigada. – Ela sorriu.

- Só não vá ao quarto ao lado.

- E por quê?

- Não gostaria de aborrecer o nosso amo, gostaria? – Ela negou com a cabeça. – Então, apenas fique aqui e aguarde ordens dele.

- Jantaremos junto?

- Talvez um dia. - Fernan saiu do quarto.

Gisele tirou um par de sapatilhas de uma de suas malas. Ela tirou sua calça e colocou um short. As curvas corporais de Gisele eram tão lindas quanto as curvas do sorriso dela, pensava ele, enquanto a observava. Ela vestia uma jaqueta de moletom cinza.

Ela colocou as sapatilhas e começou a cantarolar uma música enquanto dançava. “Que voz maravilhosa a dela!”. Ela dava várias piruetas, até que ela caiu no chão. Fernan logo chegou no quarto.

- Está bem?

- Sim, eu estou. É só um machucado no meu dedo que me fez cair. – Ela olhou para ele, surpresa. – Como soube que me machuquei?

- Eu consegui ouvir o estrondo que fez no chão. Tenho meus sentidos aguçados.

- Nossa. – Ela sorriu, enquanto Fernan a ajudava a sentar na cama. – Esse mistério todo está me matando, Fernan.

- Pois trate de ter paciência. Ele não é muito tolerante. – Fernan se levantou e foi em direção a porta. – Se precisar de algo, é só me chamar.

- Está bem. Obrigada. – Ela sorriu, meio que esperando que Fernan revelasse algo para ela.

O misterioso dono da mansão havia parado de observá-la e dormiu um pouco.

Gisele havia percebido que ia ser muito difícil conhecer a tal “alteza”. Ela sequer sabia o nome do indivíduo. Não viu, sequer, seus olhos, sua boca. Apenas ouviu sua voz. É tudo o que ela tem em mente.

Sentia-se totalmente entediada naquele quarto. Resolveu sair dele e explorar o castelo. Sentou na cama, tirou as sapatilhas e ficou descalça. Saiu do quarto.

- Fernan? – Ela sussurrava já que a audição dele era bem aguçada.

- Pode ir onde quiser, Gisele. - Desceu até lá e ficou olhando, sorrindo, para o que Fernan fazia. – Deseja algo?

- Por que tenho que te avisar antes de sair do quarto?

- Porque a alteza não quer que você o veja.

- E por que não?

- Já percebi que você faz muitas perguntas. – Gisele silenciou, meio que ofendida, mas não muito. Havia percebido que a sinceridade é um forte traço na personalidade de Fernan.

- Aqui tem biblioteca?

- Sim.

- Algum instrumento musical?

- Sim.

- Qual?

- Piano, violão, flauta...

- Piano?

- Sim, e, caso você queira outro, me avise que comprarei, conforme as ordens da alteza.

- O que ele lhe ordenou em relação a mim?

- Eu devo fazer tudo o que você pedir.

Fernan aparentava ter uns 60 anos. Como alguém pode exigir tanto de um velhinho?

- Você não cansa?

- Nenhum pouco. Prefiro isso a ficar sentado o dia inteiro sem fazer nada.

- Tem razão. – Silenciaram por um tempo. – Eu poderia usar o piano?

- E sabe tocar?

- Sei. – Ela sorriu e foi em direção ao piano que ficava na sala de estar.

A alteza havia acordado com o barulho de seu piano na sala de estar. Abriu a porta, meio sonolento. Vestiu sua capa, colocou o capuz e desceu até a sala. Enquanto descia as escadas, tentando não fazer barulho, observava Gisele com um toque de ternura. 

Sentou-se de costas para ela. Gisele não havia percebido sua presença ainda. A menina sabia tocar cada nota com esperteza. Ela sabia o que estava fazendo. Não é apenas um passatempo para ela. “É tão bonita, tão educada, tão encantadora... Ela é tudo o que eu não sou”.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!
Fique com Deus...
Beeeeeeeijos :*



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