O Mistério Da Fera escrita por Liz


Capítulo 1
Capítulo 1 - Uma figura feia e abominável


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Espero que vocês gostem da minha fic. É baseado no conto "A Bela e a Fera" (:
Boa leitura!



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Ele odiava ter que olhar para aquele reflexo temível. Odiava ter que ser assim para o resto de sua vida. Uma figura feia e tão abominável.

– Senhor? – Fernan, o mordomo, bateu na porta e abriu uma fresta desta.

– O que foi?

– Gostaria de jantar neste momento?

– Sim.

– A mesa está pronta.

– Estou descendo.

Olhou mais uma vez no espelho, com a esperança de que aquelas cicatrizes sem causa saíssem de seu rosto tão facilmente, assim como apareceram. Desceu até a sala de jantar e se sentou à beira da mesa.

Ele vivia em uma mansão totalmente isolada do mundo, junto com Fernan, há uns dois anos, desde que foi transformado.

– Fernan, - Engoliu o que estava em sua boca. – prepare meu casaco. Vou à cidade pela madrugada.

– Sim, senhor.

Fernan acreditava que lhe devia obediência pelo resto da vida ou até que ele salvasse sua vida de algum perigo, pois ele salvou sua vida há alguns meses. Fernan tinha uma arma em sua cabeça e ele o ajudou, acertando a cabeça do bandido com um pedaço de madeira. O mesmo desmaiou e Fernan declarou submissão. Ele veio para a mansão e faz tudo o que ele pede sem ele ao menos dizer nada. É como se Fernan o conhecesse antes mesmo dele ter nascido. Fernan sempre ficava parado, olhando-o. Cada movimento que ele fazia em sua frente, Fernan observava.

– O que há de errado, Fernan? – Perguntou, finalmente.

– Por que pergunta, amo?

– Responda.

– Vossa alteza nunca me disse o porquê de tantas cicatrizes pelo corpo.

– Não tenho tantas.

– Mas tem, alteza.

– Acho que devo te contar.

– Se quiser, é claro.

– Eu fui enfeitiçado.

– Isso é possível? – Ele ficou espantado e se aproximou um pouco.

– Sim.

E por que lhe fizeram essa crueldade?

– Uma feiticeira, que era amiga de meus pais, disse que sou muito frio e que só a aparência importa para mim. E ela me transformou nisso.

– Deve haver algum jeito de destruir esse feitiço, não?

– Não, não há. – Fernan silenciou.

– Isso pode ser útil a vossa alteza, algum dia. – Ele sorriu. - Com licença. – Ele se retirou.

Na verdade, havia apenas um jeito de quebrar esse feitiço. Ele precisava se apaixonar. E mais: o amor deveria ser recíproco e o seu exterior voltaria a ser como era antes. Essa hipótese poderia, com certeza, ser excluída. Ele não se apaixona de verdade desde que se entende por gente. Amava apenas seus pais, mas foram eles que o colocaram ali, portanto não mereciam seu amor. Então, sua única escolha era amar alguém com ternura. Mas ele achava que isso é menos provável ainda que aconteça.

– Fernan! – Ele o chamou.

– Aqui está alteza. – Se levantou da mesa e Fernan o ajudou a vestir a capa.

Ele sempre usava a mesma roupa: calça preta que ia até o joelho; botas pretas que terminavam de cobrir suas pernas; e blusa branca com os dois primeiros e únicos botões desabotoados.

– Boa noite, alteza.

– Boa noite, Fernan.

Saiu da mansão e foi em direção à cidade. Chegou nesta em pouco tempo. Andou pela cidade e viu muitos lugares vazios que amedrontariam uma pessoa qualquer, mas não a ele. De repente, ouvia-se gritos desesperados e passos apressados. Viu uma moça correndo de um rapaz. Ele se escondeu e observou o que estava acontecendo. O rapaz havia conseguido alcançá-la, segurando-a pelo pulso.

– Solte-me! – Ela gritava.

– Sabe o que deve me dar antes que eu a solte!

– Não!

– Então, vou ter que pegar a força.

– Não! Por favor, não!

Ele começou a beijar seu pescoço e acariciá-la por seu corpo. Ele devia intervir de algum modo. Colocou o capuz de forma que tampasse seu rosto e se intrometeu.

– Solte a moça. – Disse, de cabeça baixa.

– E por que deveria?

– Porque posso ser muito pior do que você imagina.

– Eu não tenho medo de você.

– Mas deveria ter. – Lhe deu um soco. O rapaz caiu no chão e a moça ficou aterrorizada. – Venha comigo. – Ele pegou a moça pelo pulso.

– Ainda acabo com a sua vida, Gisele!

Correu para um pouco longe de onde estavam.

– Você deve ir comigo.

– Quem é você?

– Não lhe importa. Você não está segura.

– Mas eu não lhe conheço. Deixe-me ver seu rosto. – Ela tocou seu capuz.

– Não! – Ele tirou sua mão. – Venha comigo e lhe protegerei.

– Sei me proteger.

– Eu pude ver como você conseguiu se proteger. – Ele disse, sarcasticamente.

– Eu não vou com você.

– Então, vá para sua casa. Mando meu mordomo lhe buscar amanhã. Eu prometo.

– Não vou, nem com você, nem com seu mordomo.

– Eu fiz uma promessa e não sou desses que descumpre o que promete.

Não se obteve resposta porque Gisele já havia ido embora. Ele foi até a esquina e a viu correndo em direção a um portão. Ela o abriu e entrou. Pelo menos ele sabia onde ela morava.

A garota havia mexido com ele. Ele sequer viu seu rosto. Não podia levantar o seu para vê-la porque, se o fizesse, o capuz cairia e ele logo a assustaria. Se ela iria morar com ele, como podia deixá-la assustada? Apesar de não gostar de visitas, ele queria essa como nunca, afinal, podia se apaixonar por ela e ela poderia amá-lo e, dessa forma, quebrariam o feitiço e todo aquele sofrimento acabaria de uma vez.

Resolveu voltar para a mansão.

***

– Você vai buscá-la pela manhã.

– Está bem, senhor. Deseja algo mais?

– Não, Fernan. Você pode descansar.

Obrigado. Tenha uma boa noite.

Ele não conseguia parar de pensar na segurança daquela menina. Se algo acontecesse a ela, a culpa seria totalmente dele. Por que foi se intrometer naquela briga?

Você pode pensar que ele estava apaixonado. Pois lhe digo que não. Mas ele desejava muito que isso acontecesse.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado!
Fique com Deus...
Beeeeeeijos!



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