O Mistério Da Fera escrita por Liz


Capítulo 13
Capítulo 13 - No centro daquela pequena cidade


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Aqui está mais um capítulo... Já estou começando a escrever a minha próxima fic... Acho que vocês vão gostar ;P
Boa leitura!
Espero que goste!



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É como se você fosse meu espelho...

Meu espelho olhando de volta para mim

Eu não poderia ficar maior com ninguém mais ao meu lado

E agora está claro como essa promessa que estamos fazendo

Dois reflexos em um

Porque é como se você fosse meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim.

Justin Timberlake – Mirrors

***

Estevão esperou que as coisas se acalmassem dentro de uma semana, mas não foi o suficiente. Gisele ficou mal humorada durante um mês porque queria sair daquela mansão pelo menos um pouco. Ele não aguentava mais ouvir Fernan dizendo as reclamações da menina que seu exagero parecia ser proposital para que Estevão a deixasse sair dali.

- Bom dia, alteza. – Fernan colocou a bandeja com o café da manhã na cama de Estevão e saiu do quarto.

Bom dia, Fernan. – Se sentou para comer. – Gostaria de te pedir para que leve Gisele para passear.

- Mas...

- Leve-a, por favor.

- Está bem.

E saiu do quarto de Estevão, que finalmente percebeu que não era a melhor solução deixá-la presa.

***

- É sério?

- Não sei o que deu nele, mas ele concordou.

- Melhor irmos logo antes que ele mude de ideia.

- Então vá se arrumar para sairmos.

- Está bem!

Gisele subiu até seu quarto, colocou uma calça jeans, uma blusa meio larga com a palavra Queen estampada, que era o nome de uma de suas bandas favoritas.

Desceu até a sala e viu que Fernan já estava esperando-a lá fora. Ela entrou no carro, no banco de trás, e ele também, no banco da frente.

Fernan dirigiu até o centro daquela pequena cidade. Estacionou, em uma vaga que, por sorte, achou, em uma rua bem movimentada.

- Chegamos. – Abriu a porta para ela.

Gisele saiu do carro emocionada. Fazia um bom tempo que ela não via coisas diferentes e sentia muita falta disso.

- Você tem duas horas para fazer o que quiser. Vou te esperar aqui. Se precisar de algo, me liga na hora, entendeu? É só apertar o botão verde duas vezes que meu número já é discado. – Entregou-lhe um celular.

- Entendi. Mas não precisa me esperar se quiser.

- Vou lhe esperar. – Insistiu. – Tome isto também. – Entregou-lhe cerca de duzentos reais.

- Não sei se vou gastar tanto assim.

- Gaste a vontade. Se precisar de mais, já sabe. – Apontou para o celular.

- Obrigada.

- Não agradeça. – Sorriu. – Pode ir.

E foi, caminhando sorridente. Entrou em diversas lojas e gastou os duzentos reais que Fernan lhe deu. Olhou no celular e viu que ainda lhe restavam 15 minutos. Resolveu voltar do mesmo jeito.

De repente, sentiu alguém lhe pegar pelo braço. Olhou para trás e viu quem temia ver. Bruno.

- Surpresa? – Sorriu. – Senti saudades.

- Me solta. Ou eu grito.

- É uma ameaça?

No momento em que tentava distrair Bruno com tanta conversa, discou o número de Fernan.

- E se for? O que vai fazer?

- E ainda pergunta? – Ele sorriu, sugestivamente, como sempre.

- Preciso de ajuda. – Ela disse, rapidamente. E correu.

Bruno correu atrás dela e ela corria mais do que podia.

Com a sorte que Gisele tinha, Bruno não contava. Fernan havia achado-a facilmente e ela entrou no carro rapidamente.

Bruno ficou parado observando o carro se afastar cada vez mais.

Chegaram na mansão.

- Fernan... Contaremos isso a Estevão?

- De jeito nenhum! Se ele souber que você correu perigo não te deixará sair mais. A não ser que...

- A não ser que?

- Que ele a acompanhe amanhã.

- Não quero conversar com ele, Fernan.

- Terá que fazer isso. – Ela silenciou. – Tem medo dele?

- Não é medo. É algo que não sei explicar, mas não é medo.

- Você aceita a proposta de ir com ele?

- Se não há outro jeito, aceito. – Fez pouco caso.

Fernan ajudou Gisele a levar as sacolas para dentro da mansão. Estevão se aproximou da porta, com um sorriso. Apoiou-se nesta com uma xícara na mão.

- Boa tarde, alteza. – Fernan passou.

- Boa tarde, Fernan.

Gisele o ignorou completamente e tentou passar reto. Só não passou reto porque ele segurou seu braço.

- Não podemos nos ignorar para sempre.

- Até que você aprenda a ter compaixão, podemos.

- Como foi lá no centro da cidade?

- Fernan disse que é melhor que você me acompanhe amanhã. – Se soltou dele e foi até a cozinha.

- E quem lhe disse que deixarei sair amanhã?

- Faça como quiser.

- Eu lhe acompanho se me tratar melhor. – Colocou a xícara sobre a mesa.

- E eu lhe tratarei melhor se você pedir desculpas. – Pegou a xícara e colocou-a dentro da pia.

- Desculpas?

- Você sabe o porquê.

- Não vou pedir desculpas. Amanhã vou lhe esperar dentro do carro às 14h. – E saiu da cozinha.

Gisele se apoiou na pia e respirou fundo.

*** No dia seguinte ***

Eram 13h30. Gisele estava almoçando e Fernan apenas parado, em pé, olhando para frente.

- Fernan...

- Pois não?

- Não quer se sentar?

- Não, obrigado.

- Não tem problema. Não vou deixar Estevão brigar com você por isso.

- Coma antes que esfrie. – Sorriu e Gisele retribuiu com outro sorriso.

- Acha que Estevão não tem sentimentos?

- Acho que ele tem sim. Só não gosta muito de demonstrar.

- Entendo.

Terminou de comer e foi esperar Estevão lá fora, e Fernan a acompanhou.

Estevão, como é pontual, chegou às 14h. Entrou no carro e se sentou no banco do motorista. Gisele ia se sentar no banco de trás.

- Sente-se ao meu lado. – Estevão disse e Gisele o fez.

Fernan acenou para eles e apenas Gisele o correspondeu. O mordomo abriu o portão e aguardou que saíssem para fechá-lo.

- Vai me levar a algum lugar em especial?

- Sim. Gostaria de deixá-la feliz.

- Espero que me deixe mesmo porque não parece que é isso o que quer.

Respiraram fundo e permaneceram em silêncio. Até que chegaram ao local. Gisele observou o local e reconheceu. Era seu antigo lar. Mas estava com a cor laranja que é diferente da cor antiga que era azul.

- Eu não acredito que me trouxe aqui. – Colocou a mão sobre sua boca e seu nariz. Sentiu uma lágrima escorrer em sua face. Estevão sorriu, satisfeito com o que havia feito.

- Vamos entrar. – Estevão tocou a campainha.

A mãe de Gisele saiu para atender e, quando reparou quem era, correu para pegar as chaves e chamar seu marido, que correram para abrir o portão e abraçaram com muita vontade sua filha.

- Que saudades! – Gisele disse, em meio a muitos soluços.

Depois de muitas lágrimas de saudades, os dois entraram na casa dos pais de Gisele. Estevão se sentiu muito bem recebido e até esqueceu de tampar seu rosto, o que não era necessário já que os pais de Gisele eram como ela: não se importavam e nem ligavam para esse tipo de coisa.

- Entra, gente! – O pai dela disse. – Sentem!

Ambos se sentaram no sofá e a mãe o pai sentaram no outro.

- A gente queria te agradecer por cuidar tão bem da nossa filha. – Gisele o olhou de forma indecifrável.

- Eu que os agradeço por me dar a oportunidade de conviver com uma menina tão boa como ela.

- E ela é mesmo. – Riram com o que a mãe disse.

Ficaram conversando durante muito tempo, até que Estevão viu a necessidade de irem embora.

- Então, acho que é a hora de irmos. – Se levantou.

- Mas já? – Os pais de Gisele disseram.

- Infelizmente, sim. – Estevão respondeu. – Mas vamos voltar em breve. – Sorriram, sem outro tipo de resposta.

- Gisele, antes que vá, quero que fique com isto. – O pai dela lhe entregou uma chave. – É a chave da nossa casa. Sempre que quiser vir, não precisa nem tocar a campainha. - Gisele os abraçou.

- Vai lá testar a chave. – Brincou a mãe dela. – Que Deus te ilumine.

- Que Ele ilumine a vocês também. – Ela sorriu.

Os pais dela lhe deram mais um abraço e observaram a menina abrir, fechar e trancar o portão. Gisele lhes mandou um beijo dali.

Entraram no carro.

- O que achou? – Estevão disse, olhando sorridente para Gisele.

A menina, sem hesitar, lhe abraçou fortemente. Depois de alguns segundos, depois que se tocou da reação da menina, Estevão a abraçou com mais força.

Estevão sentiu a blusa molhar e se afastou da menina, vendo que ela estava chorando.

- Por que está chorando?

- Muito obrigada por isso.

- Não agradeça. Aceite isso como um pedido de desculpas. – Sorriram um para o outro.

- Então, vamos? – Tentou apressar porque, apesar de estar feliz por ter matado a saudade de seus pais, temia que Bruno pudesse aparecer ali.

- Antes de irmos, aceita minhas desculpas?

Mas é claro que aceito! – Sorriu. E se abraçaram novamente.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!
Fique com Deus...
Beeeeeijos :*



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