Faces Da Morte escrita por Ayelli


Capítulo 8
Divisor de Águas


Notas iniciais do capítulo

Depois de tudo o que aconteceu, nada mais poderá ser como antes...



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Bom, já faz um bom tempo que não a vejo.

Compartilhamos boas histórias, algumas até divertidas. E é, eu sei que é muito estranho dizer isso se tratando de minha “amiga” ser quem é, mas se tudo na vida é um aprendizado, então tiremos sempre o melhor de tudo o que vivermos.

Também compartilhamos outras histórias não mais fáceis de contar do que de se conviver com as lembranças, mas eu penso que no fundo, talvez ela não tenha culpa de ser quem é. Afinal, alguém teria que fazer esse trabalho e, sendo assim, ainda que eu tenha feito parte quase que diretamente de um desses episódios, o pior deles, diga-se de passagem, e mesmo que a tenha odiado por algum tempo, agora chego a ter pena dela.

Tento imaginar como é ser a “morte”, solitária e sem perspectivas. Sem ter escolhas. Pelo menos é o que se deduz, já que seu trabalho é o de buscar as pessoas quando o tempo delas aqui na terra acaba, sem importar se simpatiza com elas ou não, e, pior, sem ter o direito de simpatizar, já que isso poderia influenciar diretamente o cumprimento do dever. E quando isso acontecesse, como imagino que foi o “nosso” caso, inevitavelmente acabaria infringindo as “normas” do seu trabalho e, no final das contas, não garantiria a simpatia de ninguém. Sei que ela infringiu essas normas quando me deixou viver naquele acidente no México.

Ela me deixou viver mesmo sabendo que, muito provavelmente, não teria minha companhia como antes, que minha amizade e simpatia não estariam garantidas apesar desse gesto. Ela tinha consciência de que, ao contrário disso, poderia fazer com que eu a quisesse o mais distante de mim possível.

Agora que minha raiva já se dissipou e, como eu disse, consigo sentir pena dela por ser quem é, diante da sua tentativa de aproximação livre de interesses “profissionais”, chego à conclusão de que a falta de companhia a incomoda, que a solidão dói nela tanto quanto imagino que doa em uma pessoa comum.

Sim, simpatizo com ela e a compreendo, mas não acho que seja possível dar continuidade a essa “amizade”. Não creio ser possível conceber a ideia de que cada vez que estiver prestes a perder alguém que amo terei o “privilégio” de saber com antecedência. Se isso fosse natural já viríamos com um “dispositivo” de alarme! Além de que não sei se há algum tipo de punição para a “morte” que deixa passar a vez de alguém, e não gostaria que lhe fosse acrescido nenhum sofrimento além daquele que já é pertinente à sua função, também fico imaginando qual será o meu destino por ter sido “deixada para trás”, por assim dizer.

Eu não a vi mais. Acredito que veio me ver em algum momento, mas se veio não permitiu que eu tivesse certeza disso. Se esteve por aqui enquanto eu tirava minhas conclusões, provavelmente soube que eu não a queria por perto antes da hora, e é esse respeito que ela demonstra ter por mim o que mais me comove, intriga e, de certa forma, até me assusta. Seja como for, acredito que quando a vir novamente, nosso encontro será definitivo.

Nossa! Quanto mais eu penso, mais bizarra me parece essa história toda. Imagino que devam me achar uma louca e, é claro, não espero que acreditem em nada do que já contei. De qualquer forma, não deixaram de ser boas histórias.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao final desta aventura, pelo menos por enquanto, afinal, afeições verdadeiras jamais se dissipam. Gostaria de agradecer a todos que me acompanharam até aqui, aos que comentaram um muito obrigado especial♥, saibam que vocês foram o combustível que me impulsionou sempre em frente, mesmo quando eu me sentia muito cansada era por vocês que eu sempre continuava! Aos que não comentaram, mas acompanharam com interesse, eu agradeço de coração, pois, se gostaram é mais uma confirmação de que valeu a pena eu ter me empenhado!
Então é isso,até a próxima!



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