Only Unexpected escrita por Lenny Peters


Capítulo 11
Temor


Notas iniciais do capítulo

bem, eu demorei, desculpa
desculpa mesmo, de verdade
foram tantas coisas, que acho que obviamente minha escrita não está mais a mesma coisa, e talvez até tenha perdido um pouco a essencia real do que desejava transmitir.
Enfim, espero que gostem, apesar de ter sido um dos capítulos dos quais menos gostei
é do pov do gus, e um tanto curtinho, mas acho que dá pra ler



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Fico parado a espera de todos os outros. A maioria de nós se encontra enfileirada, quieta e apreensiva. Olho para meu lado direito e consigo ter o ralance das ondas acobreadas de Katy, balançando a cada leve movimento que ela faz com a cabeça. Ela se encontra a duas pessoas de distância de mim, levemente inclinada pra frente, e com o canto dos olhos nota que eu a observo, fixa os olhos castanhos em mim e sorri de forma discreta.

Sinto meu coração palpitar, como se fosse sair de meu corpo, e sorrio de voltaa, desajeitado, querendo enterrar minha cabeça no chão como um avestruz, pois sinto minhas bochechas ruborizarem. Viro o rosto para o outro lado, esperando que ela não tenha percebido.

Mas que droga, Gus. Aja normalmente, droga.

Me inclino levemente para frente e observo a porta, vejo Adam entrar.

Cerca de alguns instantes depois, vejo Carl entrar, com os olhos perdidos e as mãos trêmulas. Não tenho a mínima ideia do que aconteceu.

Carlyn tem me preocupado muito ultimamente; sempre taciturna, sempre quieta. Embora a conheça tenha pouco tempo, sei como ela é. Ah, meu Deus, ontem a noite.

Não voltei com ela para o dormitório, como deveria ter feito. Aonde ela foi?

Droga, droga.

Eu deveria ter sido mais atento, deveria ter tido cuidado, deveria...

O último a entrar é Tyler, nosso mentor na iniciação, com seu moicano escuro e ensebado e piercings no rosto. Por algum motivo, não consigo gostar desse cara, talvez seja em parte porque seja a personificação de todos os esteriótipos que minha antiga facção colocava na Audácia, e outra parte porque ele parece ser um completo idiota. A lunática aura de membro da Audácia, que adorável.

Acho que também sou um tanto lunático, por ter insistido nessa ideologia claramente quebrada há tempos, mas ela me fascina tanto. Sim, me sinto fascinado por algo, e isso é bastante gay.

Voltando ao mundo real, Tyler pisa com mais força que o necessário no chão e anda até o quadro que se encontra na parede; e então ele vira-se para nós e começa a falar. Procuro não ouvir por completo tudo o que ele diz, mas cato algumas palavras-chave que vêm a ser importantes.

Combate Classificação Eliminatória

Há uma agitação entre os iniciandos, principalmente os transferidos, pois é bem provável que ninguém tenha treinado em quaisquer estilos de luta antes; e daí, Tyler volta-se novamente para o quadro e escreve:

AJ

Gus

Eu paro de respirar.

Não, não, não.

Não vou lutar, não sei lutar.

Mas, ei otimismo! Eis algo que conheço muito bem: estatísticas.

E sei que Adam, com seus ombros largos e porte atlético e estatura acima da média, poderia me vencer em menos de cinco minutos, se quisesse.

Libero a respiração, pois estou começando a sentir a pressão nos pulmões. Caminho para frente, e na metade do caminho, vejo Katy me olhar e sorrir daquela maneira que só ela consegue. Parece que está tudo dando errado, e ela sorri; de alguma forma, ela sabe que vou dar um jeito nisso. Ah, Katy, Katy, como queria que tivesse razão. Seus olhos castanhos brilham de encorajamento, ela é tão linda.

Ela não quer que eu sinta medo.

Avanço com mais velocidade até o lugar demarcado no centro do local, ao mesmo tempo em que AJ avança devagar na direção oposta, ele me olha, mas não demonstra nada. Espero que seja um bom sinal.

Alguns longos instantes estendem-se entre nós como tapetes até que estejamos frente a frente, e com o sinal, ambos montamos defesa.

E então, a coisa mais bizarra acontece, meu oponente me olha e sorri. E ele se vira para trás.

E ataca o nosso treinador.

E, bem, depois disso, foi uma bagunça só. Os dois se desferem socos e pontapés até que AJ desmaie, e alguém grita.

Viro para trás e vejo Carlyn correndo na nossa direção, e vejo ela chegar perto de AJ e dar tapinhas em seu rosto, tentando acordá-lo. Vejo ela gritando com Tyler e pedindo para que alguém a ajude a levar seu ex-colega de facção até a enfermaria.

x-x-x-x

Olho para July da porta da sala de primeiros socorros, enquanto ela segura a mão de Carl, como se fosse a coisa mais importante do mundo, e seu cabelo alvo e curto cai sobre seu rosto pálido. Ambas encontram-se sentadas ao lado da cama de AJ, enquanto eu as observo. O que diabos foi aquilo?

As encaro com a mão na boca até perceber que Carl está com os olhos úmidos, e já se passou algumas horas que estamos aqui.

Ouço leves passos saltitados e logo em seguida a garota de cabelo louro escuro aparece ao meu lado, com alguns bolinhos nas mãos. Rio de leve dela enquanto pego um dos bolinhos e o mordo.

–Onde arranjou isso? - pergunto, enquanto ela tenta engolir a massa de bolinho que se acumula em suas bochechas pálidas e macias, ao mesmo tempo em que segura mais desses doces nas mãos do que alguém normal seria capaz. Ela dá mais uma mordida no muffin e se segura para não cuspir em mim.

–Há pessoas já comendo lá fora. - eu arregalo os olhos.

–Estamos aqui há tanto tempo? - ela concorda com a cabeça, as bochechas menos cheias. Ela parece um hamster comendo desse jeito, e seus olhos levemente inclinados demonstram ousadia. -Estão muito encrencados? - digo baixinho, inclinando a cabeça para a direito, na direção das meninas e do amigo de Carl.

Katy baixa o olhar e mexe os pés, como se comunicasse algo muito importante com eles. Ela não quer me dizer. Eu sei.

Decido não falar mais nada com Katy, apenas pego os bolinhos que ela trás nas mãos -deixando uns três com ela- e levo até July e Carl.

–Fome?- falo, oferecendo um muffin no rosto das minhas amigas. A irmã de Katy praticamente se atira nas minhas mãos e pega uns dois bolinhos, Carl se contenta em pegar a metade de um só. -Se incomodaria de deixar-nos a sós?- pergunto para a garota loura, que assente e sai. A outra levanta o olhar para mim e continua em silêncio.

–Carl, por favor, me diga alguma coisa. Qualquer coisa. me explique o que aconteceu. Anda.

Seus olhos verdes tremem levemente e ela concorda comigo, olha para algum ponto do além e em seguida desfere um beijo na testa de seu amigo adormecido.

–Vou te contar tudo, mas aqui, não. Vamos. - e a sigo até nosso dormitório, que se encontra vazio. Ela fecha a porta com uma delicadeza demasiado apressada e senta em alguma cama aleatória.

–Foi alguma coisa que aconteceu naquela noite, não foi? - e ela não me responde, apenas me abraça e deixa o silêncio responder à todas as minhas perguntas. E então, ela me conta tudo.


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Notas finais do capítulo

é isso, e gostaria de saber a opinião de vcs que ainda esperaram por mim
espero que tenham gostado, e se não gostaram, que digam mesmo assim
Beijos



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