P.O.V Annabeth

A cortina balançava com o vento. A luz do Sol batia apenas na minha perna. Não queria levantar, parecia que no dia anterior eu havia corrido uma maratona toda. Como queria continuar deitada, me enrosquei no lençol e virei para o lado.

Tinha um garoto deitado com a bunda pra cima.

Sufoquei um grito e olhei de baixo do lençol, ops. Então, flashs da noite anterior invadiram minha mente que tive que respirar fundo para me acalmar.

Não sou mais virgem.

- Ai senhor - murmurei, me arrastando para fora da cama, e procurando alguma roupa para vestir. Calcinha e uma blusa longa estava bom? Meu quarto estava uma zona absurda, com moveis arrastados e objetos caídos no chão. Toquei um pouco acima do meu coxis, aonde tinha sido pressionada contra a cômoda.

- Deuses - sentei ao lado do garoto, e baguncei seu cabelo - Percy, acorde.

Percy se virou, sem tampar nenhuma parte.

- Bom dia - ele sorriu.

- Êh bafo.

Ele resmungou alguma coisa.

- Levanta. - Joguei suas roupas em cima dele - Aproveite e escove os dentes.

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Não foi planejado, mas agradecia internamente que minha mãe estava viajando em uma de suas reuniões no exterior. E já que eu não morava com meu pai, aquela casa - planejada detalhe por detalhe pela minha mãe - estava só para mim. Casa vazia + namorado = diversão.

- Bom dia - Percy parou na porta da cozinha. Ele vestia apenas sua cueca boxer. Para me provocar, talvez.

- De novo - ele completou, e logo depois me beijou. Comemos o café que eu preparei - pão e geleia - em silêncio absoluto, e eu ficava observando-o comer. Percy tinha olhos verdes e cabelo preto. Era bronzeado por ficar bastante tempo exposto ao Sol, e era musculoso. Não aquele musculoso feio que nem conseguia coçar o nariz de tanto músculo. E sim aquele musculoso bonito, bom de ficar abraçada... O meu deus grego.

Percy terminou de comer e me ajudou a lavar a louça, e é claro que resolveu brincar de me sujar com a espuma. O que tecnicamente era uma coisa difícil, já que espuma do detergente devia ser limpa, não é?

Já que minha cozinha ela relativamente grande, ele corria atrás de mim por ela, enquanto eu tinha um ataque de risos. Mas estava muito... Quente ver Percy correndo atrás de mim só de cueca. Quando ele me alcançou e "sujou" boa parte do meu rosto, e me abraçou me girando, ainda rindo.

- Eu amo você - ele dizia, e me dava beijos de tirar o fôlego.

- Eu amo você - sussurrei de volta - Muito, muito, muito.

Suas mãos apertavam minha cintura, enquanto eu brincava com os fios de cabelo da sua nunca. Nossos corpos estavam colados um no outro, e era muito excitante e constrangedor seu amigão encostando-se à minha parte.

 Percy me ajudou a arrumar as partes da casa em que havíamos esbarrado no caminho do quarto. Meu quarto foi o que mais demorou, pois estava uma zona absurda.

- Percy, nós usamos proteção, não usamos?

- Am?

Revirei os olhos.

- Cabecinha lenta de alga, nós usamos camisinha?

- Usamos – Percy franziu as sobrancelhas, e começou a procurar alguma coisa pelo quarto – Acho que joguei por aqui...

- Percy! – resmunguei – Sério que você...

Percy virou-se e mostrou a camisinha usada, com um sorriso malicioso no rosto.

- A camisinha da nossa primeira vez, acho que vou enquadrar e botar na parede.

- Que nojo cara.

Ele riu e foi no banheiro jogar fora.

- Então... Foi sua primeira vez?

- Foi – ele admitiu. Suas bochechas estavam levemente avermelhadas.

- Hm – não sei quem estava mais sem graça, eu ou ele. Mas esses assuntos tinham que ser conversados – A minha também. Eu perguntei por que sei lá, você parecia bem experiente.

Os olhos de Percy se iluminaram. Ele balançou o cabelo fingindo ser um bad boy gostosão.

- Meu nome começa com P de Poderoso, E de Experiente. R e Romântico, C de Carinhoso e Y... Y porque torço pelo Yankees.

Comecei a rir. Esse era o meu Cabeça de Alga.

- Thalia ficou mal nesses dias - falei.

- Que merda - ele se sentou e me puxou para o colo dele.

Isso não ia dar certo.

- To pensando em trazer ela pra morar aqui. Viver com a mãe dela deve ser difícil.

- Tá tão ruim assim?

- Aham.

- Vamos ajudá-la. - Percy sorriu, me beijando tão intensamente que já me preparava psicologicamente para repetir a noite anterior, quando subitamente ele parou, se levantou e vestiu a calça.

- Vamos lá pra casa.

- Fazer?

- Tomar banho.

Sorri maliciosamente.

- E depois? - perguntei, seguindo as linhas do seu abdome.

- Depois? - Percy beijou meu pescoço - Depois a gente continua o que começou no banheiro - Beijou meu lábio, mordendo meu lábio interior - E por último, já estará na hora de buscar Nico no aeroporto.

- Hm - mordisquei sua orelha - Aí comeremos uma pizza junto com eles? - Percy concordou, e eu o beijei de novo e de novo.

- E a voz da experiência a chama para mais um milagre do amor – ele fez uma voz de locutor de jogo de futebol.

O dia ia ser bastante... Divertido.