Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 43
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Hey bruxinhos *-*
Sei que demorei, tô sem PC ¬¬
Por isso passei tudo pro blog e copiei aqui,
(Tô numa Lan House) Sei que demorei,
mas foram problemas técnicos (sempre quis dizer isso).
Boa leitura ;)



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Um pulo. Foi assim que eu levantei hoje da cama. Além de baile da escola é o dia em que o anel sanguessuga estará pronto, nem consigo explicar o quão ansioso e feliz pareço. Olho para meu terno pendurado por um cabide na porta do meu guarda-roupas, o que me lembra vagamente, ainda não chamei ninguém para ir ao baile comigo. Balanço a cabeça tentando retomar meus pensamentos importantes, anel comedor de doenças. Um sorriso realmente alegre brota em minha face.

O sábado amanheceu ensolarado, o que é bom. As coisas parecem tão simples, se eu olhar bem o mundo não mudou nada, o que realmente mudou foram minhas expectativas referentes a ele. Há alguns meses eu era apenas um carinha qualquer, bem, eu ainda sou um carinha qualquer, mas de um jeito diferente. Em poucos meses eu não me sinto como se estivesse na sombra da D. ou do Ruan, tenho amigos por conta própria, estou apaixonado por uma garota bruxa muito fofa e o não menos importante, posso fazer coisas incríveis.

Abri a porta do guarda-roupa sem nem ao menos tocar nele, levitei algumas peças de roupas para cima de minha cama e um rápido sorriso se alinhou em meus lábios. Só de pensar que eu não queria ser bruxo me sinto um retardado, isso realmente faz parte de mim. Se eu vou contar aos meus pais? Eu não tenho certeza, meus pais são muito religiosos o que me deixa muito angustiado.

Depois de me vestir fui até a geladeira que estava vazia. Meu pai deve estar com a mamãe no hospital, sem minha mãe a casa fica em uma desordem sem noção. Não que nós não nos ajudamos com tarefas domesticas, mas ela é sempre mais detalhista. Com a barriga roncando fecho a porta, seguro meu celular e disco uma mensagem conjunta para o Jhon e Lexa.

"Me encontrem no Nerfal Express"

Passado alguns minutos, onde eu já estava com um cappuccino duplo em mãos e um prato cheio com deliciosos e fumaçantes pães de queijo, Lexa passa pela porta de entrada. Ela vem sorridente em minha direção.

— Ai como adivinhou? — Ela me rouba um dos pãezinhos — Hmm delicia, já vim pensando num desses. — Apenas dei de ombros e também saboreei um. — O Jhon disse se vem agora? Ou ele vai nos encontrar na floresta?— Ela pergunta de boca cheia.

— Yeah, — engoli rápido pra responder, como isso tá quente — ele chega daqui a uns cinco minutos. — Respondi.

— Você tá bem? — Ela estreita os olhos enquanto me encara preocupada — Você parece um pouco vermelho.

— Tô legal — respirei fundo — nada pode estragar meu dia.

— Então tá, — Lexa sorrir descontraída — vou pedir uns desse pra mim e um café, já volto. — Ela levanta da mesa e vai até o balcão.

Assim que Lexa pegou um lugar na fila, uma pessoa conhecida entra no lugar. Lucy, assim que a vi entrando corei, meu olhos arregalaram e eu nem sei o que fazer. Eu aceno ou fico na minha? Vou até ela ou continuo na minha? Assim que ela me olhou de relance eu me levantei num pulo ansioso, destampando sem querer meu cappuccino e fazendo-o derramar sobre alguns pãezinhos. Droga! Por que tão sou desajeitado? Eu sabia que era pra ter ficado na minha.

— Oi Erick? — Enquanto estava tentando limpar a bagunça, ouvir aquela voz fez meu coração parar, olhei pra cima e quando vi a Lucy em minha frente ele acelerou novamente.

— Oi, é, eu, quer dizer — desde quando eu gaguejo? — sou um idiota. — Eu sorri coçando a cabeça confuso e sorri de novo, ao perceber o que tinha acabado de dizer.

Lucy endireita seus óculos quadrados e sorri de um jeito tímida.

— Tá tudo bem?

— Yeah, quer dizer — olhei para a bagunça na minha mesa — só uma mistura exótica pra dar sabor, sabe quando colocam biscoito no leite? — Ela fez uma cara de estranheza — É tipo isso, só que cappuccino no pão de queijo. — Sorri sem graça.

— Nossa que imundice, — reclama Lexa — oi Lu, tudo bom?

— Tudo mentora. — Lucy fala naturalmente. Com a Alexa parece que a Lucy perde um pouco dessa timidez. — Bem, eu vou pegar meu café, só passei pra dar bom dia na verdade.

— Bom dia. — Desejei com minhas bochechas avermelhadas de vergonha.

Enquanto Lucy entrava no final fila uma das garotas que trabalha no Nerfal Express limpava a mesa.

— Você tá caidinho por ela. — Lexa rir brincalhona.

— Cala a boca e come seu pãozinho aí vai. — Briguei um pouco constrangido, mas não de um jeito agressivo.

— Por que não chama ela pra ir ao baile da sua escola? — Lexa morde a bolinha macia de queijo como se não tivesse dito nada.

— Não posso. — Olhei-a tentando soar sensato — Só autorizado pessoas da escola. — Expliquei.

— Sério que você é do tipo certinho que segue regras? — Ela debochou revirando os olhos — Em menos de uma semana você estava roubando o museu. — Alexa cochichou de um jeito irritante, mais irritante por ela ter razão. Eu até abri a boca pra debater mas não o fiz.

— Quer saber? Você tem razão. — Sorri, suspirei, encarei, levantei e andei em direção a Lucy. — Lucy!

— O-oi Erick. — Os olhos dela são tão azuis, ok concentre-se.

— Sei que é muito em cima da hora, — cocei o queixo um pouco sem jeito — mas tipo, hoje a noite tem um baile na minha escola, — engoli em seco — gostaria de ir comigo?

— No baile das rosas?

— Yeah! — Me empolguei — Como você sabe?

— Quem não conhece o baile das rosas? — Ela pareceu sabichona, mas não como a Alexa cuspindo isso, de um jeito fofo, insegura. — Eu queria estudar lá, mas meus pais acharam melhor optar por outra escola, já que é tradição em minha família, minha família é cheia de... — A interrompi colocando o dedo indicador, o mesmo com a marca bruxa em seus lábios.

— Você me daria a honra de me acompanhar hoje ao baile? — Perguntei sério, ela se afastou um pouco avermelhada.

— Você tem que parar de me fazer calar a boca assim digo, eu aceito ir ao baile com você. — Ela sorriu.

— Passo na sua casa as oito. — Falei gentil, Lucy apenas assentiu rápido, pegou seu pedido que estava pronto e saiu do Nerfal Express.

— Cara, você mandou bem. — Diz Lexa de um jeito amiga zombadeira, só sacudi a cabeça e rir abobalhado.

Quase uns dez minutos depois o Jhon chega, mas mal deixamos ele entrar, puxamos ele para fora do estabelecimento.

— Hey, qual é gente — ele reclama — eu tô com fome.

— Cappuccino triplo — Lexa lhe entrega um grande copo — e um sanduíche natural para viajem. — Ela lança um biquinho debochado, deixando um sanduba empacotado na mão dele.

— Quanto te devo? — Ele pergunta pegando o copo e o pacote.

— Que tal me chamar pro baile da sua escola que vai ser hoje? — Ela diz sarcástica.

— Acho justo. — Concordei enquanto entrávamos no carro.

— O que? — Jhon reclama entrando no carro da Lexa e sentando no banco de trás.

*--*--*--*--*

Depois de muita discussão o Jhon topou levar a Lexa, o que acho digno já que ele nem iria. Pegamos a estrada e entramos na parte desmatada da floresta. Isso aqui de manhã parece bem menos assustador que a noite, nem parece o mesmo lugar. Caminhamos até o carvalho desmatado, que agora está negro, seco como se tivessem o carbonizado. Nós três ficamos ao redor do tronco apodrecido nos encarando.

— Será que deu certo? — Jhon questionou.

— Claro que funcionou. — Lexa diz sem muita certeza.

— Só há um jeito de saber. — Falei ansioso.

— Yeah o Erick tem razão. — Concorda Lexa dando um passo a frente, eu e Jhon a imitamos e nós três nos abaixamos.

Alexa começou a descascar a árvore com sua pequena faca encantada, a mesma que se encontra em grimórios. Jhon e eu apenas nos aproximamos e observamos. Ela fez um grande buraco e então pudemos ver, o anel sanguessuga. A perola estava numa tonalidade marcante de escarlate, olhando rápido qualquer um confundiria com um pequeno rubi, o aro estava em um prata reluzente e levemente trançado, fazendo uma perfeita circunferência presa a pérola.

Lexa retirou a relíquia de dentro da árvore e após admirar, me entregou.

— Aqui Erick — Ela riu encantada — conseguimos. — Algumas lágrimas orgulhosas caem de seus olhos.

— É... — Eu pausei enquanto admirava esta raridade — Incrível!

— O que estamos esperando? — Jhon diz ansioso — Vamos logo! Sua mãe precisa deste anel.

— Sim! — Sorri eufórico. — Claro que vamos. — Meus olhos se encheram de lágrimas. É magnífico pensar que uma pequena coisa como esta, pode salvar a vida de minha mãe.

*--Daniella--*

— Cuidado com esse arranjo imbecil! — Gritei enquanto caminhava no salão de festas. O lugar já tava quase pronto, mas a noite terei um sério problema, assim que disser pro DJ que não tenho mas o pagamento dele. Droga, bati três vezes na cabeça.

— Estressada Senhorita Rindley?

— Você não tem mesmo o que fazer? — Me virei reclamando, Patryck é mesmo irritante. Quando esse bibliotecário me deixará em paz?

— Só quero avisar que hoje a noite o sangue de seu amigo estará entre as folhas do precioso grimório mágico dele. — Ele sorriu maldoso, mas não me deixei ser intimidada.

— Até parece. — Mostrei os dentes num sorriso sarcástica — Para começo de história, nem o livrinho você tem.

— Uma dica. — Ele disse parecendo vitorioso — Os alunos sempre acham que os responsáveis pela escola, não possuem as combinações dos armários. Como vocês crianças são ingênuas. — Ele levantou o pequeno livro de capa negra e dura, balançando-o com aquela mão nojenta. Tentei por reflexo agarrar mas ele afastou. — Observe seu pequeno bruxinho ser revelado.

— Você está ficando maluco. — Resmunguei baixo, não queria chamar atenção dos outros alunos — O Erick não é o que você pensa que ele é. Eu que vou rir de você Patryck, quando as cortinas caírem e o coelho não estiver na cartola.

— É o que veremos. — Ele se afastou mais — Bom trabalho com o salão a propósito. — Ele levantou a voz chamando atenção dos outros ao redor, alguns agradeceram, outros apenas acenaram mas eu o encarava enquanto ele saia.

Peguei meu celular e disquei o numero um, é onde se encontra o número discagem rápida para chamar o Rick.

"O numero que você ligou está fora de área ou desligado, deixe seu recado na caixa postal após o sinal"

— Alô! Rick! Aqui é a D. assim que ouvir essa mensagem, me liga por favor. — Desliguei, não posso deixar meu amigo se meter em encrenca por causa de um erro meu.

— Dani. — Me viro e a Paty estava logo atrás — O DJ tá ligando e disse que só virá com pagamento adiantado, o que digo? — Fechei os olhos estressada tentando viajar para qualquer lugar, ou numa tentativa maluca de abrir e acordar de um pesadelo. Infelizmente esta é a minha realidade, não posso fugir disso mesmo se quisesse.

— Apenas me dê o telefone. — Eu disse tentando não dar um piti. — Oi querido.

— Olha só, se vou trabalhar quase a noite inteira exijo que me paguem adiantado. — Ele disse quase gritando.

— Olhe aqui você queridinho, — elevei minha voz — se está achando que é o único DJ da cidade, pode tirar seu cavalinho da chuva. É sobre nossas condições e ponto final, ou pagamos depois do trabalho feito, ou não receberá nada.

— Então danem-se.

— Oh! Ele desligou na minha cara. — Fiquei pasma e Paty ficou com cara de choro estérico.

— E agora D.? Sem DJ a festa não será nada.

— Querida, — Respirei tão fundo que meu pulmão doeu — apenas deixe comigo. Por que você não vai pro salão se cuidar?

— Hã?

— É Paty, vaza. — Falei aparentemente relaxada — Tá tudo sobre controle.

— Se você diz. — A chata saiu de fininho e eu só ganhei mais um problema. Não que aquele DJ seja o único da cidade, mas ele era o mais barato que conseguimos, SACO!

*--Williams--*

Os pais do Allan já estavam acostumado com o "novo" filho. Eles parecem mais felizes do que as lembranças contidas nesse corpo.

— E como vai a escolha filhão? — Matheus o pai dele perguntou.

— Bem pai. — Respondi frustrado enquanto engolia a panqueca, feita pela Nikoly mãe do Allan.

— O que ouve com sua mão meu amor? — Ela pergunta olhando curiosa para minha mão.

— Nada eu só quero usar luvas. — Escondi a mão cujo estava coberta por uma luva de couro preta, uma das luvas de motoqueiro que o Allan tinha nas gavetas. — Fui! — Levantei-me da cadeira — Tem uma gata me esperando na escola. — Dei uma piscadela para o pai, que sorriu orgulhoso. Não sei se é fácil fingir ser o Allan, ou se estou me tornando igual a ele. Este corpo possuem necessidades, vontades. Já estou a muito tempo nele e agora corro contra o tempo.

Dirigir até a praça onde me encontrarei com ela, Sabrina. Enquanto esperava perto da fonte eu admirava as folhagens, o céu azul e como tudo hoje parece bonito. Um dia calmo no inferno.

— Adivinha quem é? — Sentir as mãos gélidas cobrirem meus olhos, meus lábios se arquearam e me virei abraçando-a. Olhei para seus incríveis e apaixonados olhos cor mel, embarcando na quebra de cores entre castanhos claros, quase formando um tom tão claro quanto amarelo. — Você está ferrado. — Ela diz quebrando o clima.

— Como? — A soltei.

— Meu mestre sabe sobre você, — ela diz sem se mover — não que você tá dentro do corpo do Allan, mas sobre você.

— Isso é muito ruim? — Perguntei nervoso.

— Sim. — Sabrina toca em meu ombro — Mas ainda estamos com vantagens, quer dizer, ele não sabe sobre isto.

— Entendo. — A encarei novamente — Sabe, — segurei em seu macio rosto — quero uma folga de tudo isso.

— Como assim? — Ela afastou o rosto — Você tá maluco?

— Não, — eu ri indiferente — ainda vou pegar meu corpo de volta e te livrar desse cara...

— Mas... — A linda e sombria garota me apressa a dizer.

— Mas, — Eu sorri — queria ir ao baile com você. — Ela corou.

— Bem, acho isso muito nobre, — Sabrina pareceu triste — mas eu não posso.

— Por que não? Vamos nos dar esse dia, eu gosto de você.

— Gosto de você também, — Enquanto alisava seu rosto com as costas da mão, ela fechara os olhos. — tudo bem. — Ela concorda. Nós soltamos um sorriso um para o outro e nos beijamos. Hoje será uma noite especial, quero mesmo estar com ela, dançar com essa garota e principalmente demonstrar o que sinto por ela. Hoje tem que ser especial.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido o capítulo.
Até o próximo. Pq esse baile PROMETE. 3:)



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