Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

HEEEYYYY...
Meus Bruxos e Bruxas favoritos *-*
voltei aqui.. com mais um capitulo...
ainda hoje ou amanhã terá um capitulo Bônus *-*
O próprio (Cap. Bônus)
será respondido por uma personagem... ♥
A Dani *-*
Agradeço o carinho de todos
e amo as reviews fodásticas de vcs



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— Bom dia querido!

Minha mãe estava em observação no hospital. Meu pai não me deixou vir ontem a noite, então acordamos cedo para podermos vê-la. Ela parecia bem, parecia saudável, só que numa cama de hospital. Meu pai falou antes de virmos, que acreditar que a doença esteja na minha mãe, é difícil de aceitar, e é. Eu não tinha prestado atenção aos sinais que ela me dava todo esse tempo, eu não tinha lhe dado a atenção necessária e isso me dói com força. De certa forma eu me sinto culpado pelo que está acontecendo, eu deveria ter visto isso antes, eu sentia algo diferente quando olhava pra ela, até mesmo antes de ser descoberto pelas linhas mágicas. Sentei ao lado de minha doce e amada mãe, tão frágil, tão linda, tão minha.

— Bom dia!— Sorri, passando as mãos em seus finos fios de cabelos castanhos. beijei sua testa e me forcei a não chorar, o medico falou que o apoio da família é essencial neste momento.

— Tão cedo aqui meu anjo? Tomou seu café?— Não mãe eu queria te ver o mais rápido possível.

— Claro mãe! Papai fez panquecas hoje!— Olhei pra ele e pisquei um dos olhos. Ele sorriu de canto e sentou do outro lado da cama, lhe deu um beijo e sorriu pra ela.

— Erick me perdoe!— Ela falou apertando minha mão sem muita força.

— Pelo quê mãe?

— Por não ter te contado antes meu amor!— Cada palavra que minha mãe usava para falar comigo, me balançava. Me fazia engolir o choro.

Não sei o que muitas pessoas fariam, mas eu daria minha vida por minha mãe sem exitar. Morreria por ela sem olhar para trás, ou duvidar do que estaria fazendo, e sinto que ela faria o mesmo por mim. Aliás, estamos conectados não?Ela cuidou de mim, ela me carregou por tempos em sua barriga imaginando como eu seria, temendo se nasceria saudável, sentindo dores horrendas para poder me dar a luz e ainda sim, depois de me deixar sair de seu ventre, me guiou, me ensinou o que era certo e errado. Se você perguntar para alguém, quem foi seu primeiro professor? As pessoas se esforçaram para lembrar, ou chutaram o nome de seus professores escolares, buscando no mais profundo de suas memórias, lembranças de sua infância de escola. Mas a resposta certa não seriam nosso pais? Eles nos ensinarão nossas primeiras palavras, eles nos ensinarão a ser quem somos. E o pior de tudo é que mesmo esquecendo disso, nós não agradecemos pelos pais que temos. Por motivos tão fúteis, que se pararmos pra pensar, eles só querem nosso bem, sempre quiseram nosso bem.

— Você não tem que pedir desculpas mãe!— Sorri pra ela.

Mamãe estava num quarto só para ela, o quarto parecia mesmo aconchegante (para um hospital). A cama dela fica abaixo de uma janela grande, com uma cortina semi automática, aquelas de puxar e o tecido subir. Tinha uma criado mudo com os pertences dela e dos visitantes, e um vaso cheio de jasmins recém colocadas por mim. É a flor preferida dela.

Cara por que estou me lamentando? Finalmente essa porcaria que aconteceu comigo de ser bruxo, pode funcionar afinal. Dizem que tudo na vida tem um propósito, e se eu sou bruxo, por ter o propósito de salvar minha querida mãe? É isso! Tem que ser algo assim! Porque eu tô cansado, desde que virei essa droga de ser sobrenatural, nada na minha vida dá certo, tudo gira em torno de problemas, perigos e maus assustadores.

— Mãe, pai! Se vocês me dão licença tenho que ir, a aula vai começar daqui apouco!— Sorri tranquilo pra mamãe, Beijei sua face e ela me abraçou o mais forte que podia, que nem foi tão forte assim. Papai apertou meu ombro e ficou fazendo companhia pra ela.

Assim que saí do hospital tirei meu celular do bolso, já estava discando o numero do Jhon quando alguém esbarrou em mim.

— Hey olha por onde anda!— Gritei. A pessoa se virou e não acreditei quando vi aquele sorriso. Williams. O que ele vai fazer dentro do hospital? Voltei de imediato e puxei seu braço, fazendo com que ele batesse com as costas na parede.— Não me force a estourar seu crânio aqui mesmo!— Eu basicamente rugi. Meus olhos queimaram e senti como se uma onda de sombras, fizessem meus cílios pesarem. Eu sabia que meus olhos tinham ficados por inteiros brancos, mas por mais incrível que pareça, não senti as trevas me dominarem como antes. Olhei bem pro rosto dele e só o que vi foi um garoto assustado, nem com o Allan o moleque se parecia.— Desculpa! Achei que fosse outra pessoa!— O soltei e ele correu para dentro do hospital. Como assim vi o Williams? Estou ficando maluco, tem muita coisa acontecendo.

Saí de lá o mais rápido que pude. Enquanto esperava o ônibus senti como se alguém me vigiasse, mas onde estou não tem ninguém. Olho para os lados a procura de alguém que esteja me observando, ou me fitando sem que eu perceba, mas de fato as ruas estão meio vazias, a unica pessoa que está aqui sou eu. Nossa que sensação estranha, finalmente o ônibus escolar chegou.


*--Mansão do Kefrer--*

Alexa estava se deliciando com as iguarias de seu café da manhã, acabara de colocar calmamente mel em suas deliciosas panquecas, feitas com precisão e destreza pelo mordomo da família, o Oliver. Marcus Kefrer acabara de entrar na sala de jantar, onde toda família se reunia nas refeições importantes do dia. Desde que se lembram, comer juntos era habitual e quem não fizesse este ritual diário, basicamente estaria desrespeitando os outros membros da família. Neste caso só haviam Alexa e Marcus Kefrer nesta imensa mansão, desde que a mãe da Alexa se fora, a garota tem se unido mais ao seu avô. Algumas ideias entre eles eram controversas, mas ela nunca deixaria de amar seu avô, por terem pensamentos diferentes. Ultimamente eles não tem se dado muito bem, os pensamentos e segredos mudarão bastante o modo de um ver o outro, estar no mesmo ambiente que seu avô agora, não era sua prioridade, ele é muito inteligente e ela tem medo de contar algo que não possa.

— Bom dia minha querida neta!—Falou ele ao sentar a mesa.

— Bom dia querido vovô!— A jovem respondeu com tanto sarcasmo que era perceptível, estava tentando agir indiferente e criando alguma distancia, para que ele não venha a lhe fazer perguntas.

— Mas por que está de mal humor? O dia está apenas começando!— Ele sorrir, enquanto o Oliver colocara um pouco de creme numa xícara com café.

— Não estou de mal humor, apenas me deixe ok?

— Tudo bem neta querida, mas antes gostaria que você conheça alguém!— Ele a olha com um breve e simpático sorriso ferido a sarcasmo.

— Alguém?

— Sim, sua prima!

— Prima? Como assim? Minha mãe não era filha única?— A garota de franja branca e cabelos castanhos preso a um rabo de cavalo, coloca os talheres de prata na mesa de forma grosseira.

— De sua vó sim! Digamos que antes de conhecer sua avó, eu tivesse algumas aventuras!— O ancião sorriu vitorioso para sua neta que estava perplexa com a novidade, ele levanta de sua cadeira e em fim fala num tom de voz mais alto.— Pode entrar querida neta!

Uma bela jovem de cabelos negros entrara na sala de jantar, suas vestes eram correspondentes ao seu gosto obscuro. Calça de couro preta, gargantilha e outros acessórios cobertos por espinhos de prata e caveiras, camisa escura com alguma banda de metal, sua maquiagem é deprimente e sua beleza impecável. Ela ficou diante a mesa esperando a ordem de Kefrer para que pudesse sentar junto a eles. Mesmo com uma aparência rebelde, ela parece um tanto obediente ao avô.

— Sabrina! Quero que conheça a Alexa, sua prima!— Alexa levanta surpresa. A garota não tinha traço algum de parentesco com a família, fora um pressentimento que lhe cutucava a mente de já conhecer essa garota de algum lugar, como se esta garota e ela já tivessem se esbarrado milhares de vezes.

— É um prazer te conhecer prima Alexa, o vovô fala muito de você!— Um sínico sorriso brotou na perfeita face da gótica. Alexa no entanto, colocou parte de sua franja branca por trás da orelha e apertou a mão de sua suposta prima.

O aperto de mão entre as damas foi intenso e forte como se uma rivalidade tivesse acabado de nascer. Uma olhava nos olhos da outra, como se pudessem matar apenas olhando e franzindo a testa discretamente. Alexa no entanto respondeu sua prima recém conhecida com desdém, sem muita formalidade, mas conseguiu seguir um padrão de educação aceitável.

— Bem vinda prima querida! E... Fica pela sombra!— Ela olhou para seu avô, que via toda a cena, como um cachorro olha para uma máquina de assar frangos, em frente a qualquer padaria num dia de domingo. Ele realmente adorava rivalidades e intrigas.— Perdi a fome com sua licença!

Alexa pega sua bolsa que estava na cadeira ao lado e sai da sala de jantar. Sabrina sorri levantando a sobrancelha para Kefrer, ela tinha em seus lábios o mesmo sorriso que ele mostrara com orgulho.

— Sente-se minha cara! Oliver, se retire por favor, tenho alguns assuntos para discutir com minha neta!— O mordomo se inclina para frente, em sua demonstração de obediência e sai do local, trancando as portas do lado de fora. A gótica senta a frente do velho ancião, o sorriso dela apagou no mesmo instante em que ficaram a sós. Ela sabe exatamente do que ele é capaz, e sabe principalmente que não irritá-lo é a melhor opção.

— Como foi seu primeiro dia de aula ontem?— Ele apoia seus dois cotovelos a mesa, e encosta seu queixo nas costas de sua mão, por cima de seus dedos entrelaçados.

— Não teve muita coisa, só fiz a matricula!— Ela começa a sentir um mal estar, um injou lhe atingia de forma abrupta, isso sempre acontecia quando conversara diretamente com ele.

— Nada de mais aconteceu?— Ele perguntou a encarando, franzindo a sua já enrugada testa.

— Nada!— Era mentira e ele sentia, mesmo com Sabrina lhe passando muita confiança do lado de fora, em sua face fria e aparentemente sem sentimentos, Kefrer sabia que ela mentia para ele.

Ela no entanto sabia que mentir não era a melhor opção, mas algo sobre esse garoto, o Allan, fazia ela ter certeza que não podia falar nada sobre ele para o velho e irritado ancião. Não era certo e não fazia parte da missão que Kefrer tinha lhe dado. Sua missão é apenas se tornar amiga de Erick, descobrir o que ele esconde e porque. Allan não tem nada a ver com a curiosidade semi igual do velho, ela pensara quieta ainda sentada. Uma dor acabara de tomar conta do corpo da bela jovem. Era tanta dor que depois de se contorcer ela cai da cadeira, batendo seu corpo contra o duro chão de mármore, ela se encolhera tentando afastar a dor mas sem sucesso algum ela começa a gemer e chorar. A dor se comparava a milhares de agulhas de tricô, entrando vagarosamente em seu corpo. A culpa de tudo isso era dele, de alguma forma era o próprio Kefrer que trazia aquela dor insuportável para ela.

— Ainda não entendeu Sabrina?— Ele levantou de sua mesa. Foi até o outro lado para ver a jovem agonizar no chão, se virando de um lado para outro, tentando escapar de agulhas invisíveis que entravam devagar em sua pele. Ela chorava rangindo os dentes e implorando, para que aquela dor passasse, mas sua reza interior era inútil.— Sempre que mentir ou me desobedecer, sentirás essa incontrolável e insuportável dor. Até admitir o que realmente está acontecendo, você irá senti-la! Então, minha querida netinha, como foi seu primeiro dia de aula?— Em meio a gemidos desagradáveis e dolorosos, ela gritou a verdade, ou quase parte dela.

— Conheci alguns alunos!— A dor no entanto já começara a aliviar. Como se estivesse sumido parte das agulhas que a furavam, ela continuou.—Virei amiga de um deles, ou...— Agora a dor já tinha desaparecido, o que estava em seu corpo era o latejamento de lembrança, um pequeno trauma que seu corpo sentira momentaneamente.

— Ou?— Ele repetiu para que ela desse continuidade.

— Ou acho que ele também virou meu amigo!— Por fim um suspiro sem dor e aliviado, fez a gótica engolir o choro, concentrar toda sua raiva e desgraça encarando os olhos daquele homem.

— Você só precisa ser amiga de uma pessoa Sabrina! Erick Mackdayne! Você não terá uma vida normal, aceite isso de uma vez por todas!— O ancião se abaixa e segura com a palma da mão, o fino e suave maxilar da jovem. Ele a levanta, deixando ela de pé, e logo depois a suspende, tirando os pés dela do chão. Fazendo ela engasgar, apertando sua jugular.— Se não fizer o que estou mandando, te devolverei para forma de estatueta de corvo, me entendeu?— Fala o ancião rudemente.

Sabrina balança a cabeça confirmando, um sofrido e rápido sim. Ele a solta, fazendo com que a mesma caia novamente ao chão. A gótica apoia seu braço direito na cadeira onde outrora estava sentada e com a outra mão massageava onde doía em seu pescoço, graças ao apertão que estava lhe sendo dado. Desde que o conhecera de verdade, Sabrina soube que ela nunca mais seria feliz novamente. Ele mudou totalmente a visão que a garota tinha de um famoso ditado popular, a primeira impressão é a que fica.


*--Williams--*

Uma noite inteiramente mal dormida, não consigo parar de pensar na Sabrina. Que mistérios ela tem? Por que vi aquelas imagens ao tocar nela? Será que ela também viu algo sobre mim? Fiquei a noite inteira tentando juntar o pouco que vi, tentando achar qualquer conexão que possa existir entre nós, nada, eu nunca a vi. Tento pensar em algo lógico, ela podia estar possuída por um fantasma e quando a toquei, vi as dores mais profundas desse espirito inconformado, ou tento achar em minhas memórias de estudo, um ser sobrenatural que tenha essa reação em contato com bruxo. Mas nada vinha em minha mente. A Nicole, minha mãe figurativa está subindo as escadas, posso ouvir seus passos se aproximando desta porta. Fingi que estava lendo um livro, quando na verdade estava perdido em meus pensamentos. Ela abre a porta, e entra no quarto.

—Querido? Você não vai para escola hoje?— Ela nem parecia preocupada, acho que pra ela tanto faz o Allan ir para escola ou não. Ela só queria agradar seu filho, ela olha envolta e vê o quarto todo organizado e limpo, estava impecável e na verdade, tive muito tempo de madrugada já que não consegui dormir.— Você organizou mesmo seu quarto?— A ignorei, só a olhei de lado e voltei a fingir que estava lendo aquele livro.— Uh? Você está lendo? Desculpe por interromper!

— Não precisa se desculpar, a casa é sua!— Eu disse foleando mais uma página.— E sim, vou para escola hoje não se preocupe!— Sorri rápido e olhei de novo para o livro, era realmente uma deixa pra ela se tocar e se mandar. Eu me prometi que não iria fazer o que o filho dela fazia com ela, a humilhar e a maltratar, não falei nada em aturar coisas imbecis.

— Tudo bem querido o café da manhã esta na mesa!— Ela saiu do quarto olhando para os lados, parecia não reconhecer o lugar. Pra falar a verdade nem estou com fome, quero mais é saber da Sabrina, o que ela é?

Não é bruxa, suas unhas não tinham a marca, mas senti um pouco de mágica ao tocar nela, o que significa que ela é sobrenatural. Além de tudo o que ela quer aqui em Mágica Nerfal? Sei que essa cidade é misteriosa, e cheia de segredos quase inexplicáveis. Sabrina é um desses segredos que faço questão de desvendar. Do que ela é capaz e quais são suas reais intenções? Coço a cabeça pensativo e inclino, meu pescoço para trás encostando na cabeceira da cama. Olho para o teto branco de gesso, suspiro frustrado, por não conseguir juntar as peças.

Pulo da cama dando um mortal e pegando minha mochila em um único movimento, ela estava no criado mudo, então foi fácil fazer isso com destreza. Fui até a cozinha peguei um pão assado que estava no centro da mesa, num prato branco. Fiz a imagem clichê do filho atrasado que vai para escola, saindo pela porta de trás pela porta da cozinha, logo depois claro, de abraçar a Nicole e lhe desejar um bom dia. Ela ultimamente nem reage muito as coisas que eu faço, só estranha um pouco seu filho ter melhorado tanto, em tão pouco tempo. Peguei o carro e fui para escola.

Liguei o som do carro e uma música cheia de críticas estava tocando. Era boa, muito boa, creio que o nome do cantor seja"Eminem", Passei por uma rua mais calma hoje. A rua me faria com que eu demorasse mais a chegar na escola, mas não tô nem aí. Tudo estava silencioso e calmo até de mais, até que nem acreditei quando a vi, caminhando no meio da calçada de cimento. Sabrina, andando de vagar com os braços cruzados, de cabeça baixa, parecia pensativa. Dirigir o carro lentamente, tentando acompanhar seus apertados passos, buzinei.

— Hey, que tal uma carona até a escola gata?— Ela revirou os olhos, continuou andando como se não tivesse visto ninguém ali.

Buzinei mais uma vez, esperando que ela reagisse e entrasse no carro, ela esticou uma de suas mão para mim e mostrou o dedo do meio, num gesto obsceno. Com quem ela pensa que está falando, essa garota tem que ao menos me dar atenção. Girei o volante rápido para cima da calçada.

— Você está maluco?— Ela gritou andando para trás. Na verdade só amassei umas latas de lixo que estavam por cima da calçada, o carro nem arranhão teve.

Abri a porta e sai do carro, olhei bem para ela. Mas acho que a assustei de mais ela estava chorando? Oh merda.

— Por que você está chorando? Eu não ia te atropelar de verdade!— Corri até ela.

— Não estava chorando por causa disso!— Ela tenta dar a volta no carro, mas fico em sua frente. Mesmo chorando essa garota é perfeita, ela consegue deixar as lágrimas escorrerem pelas maçãs de seu rosto, com delicadeza. Uma dessas lágrimas estava em seu queixo, enxugo com as pontas de meu dedos. Quase outro flash me atingiu , mas ela se afastou antes que acontecesse. — Me deixa!— Ela andou para o outro lado mas puxei seu braço. Desta vez não tive a visão dela com um vestido preto, ou algo melancólico como da ultima vez, tudo que vi agora foram penas negras, para todos os lados, caindo suaves por uma grama cinza. Ela estava por depois das penas negras, abraçada com um homem sem face, o rosto dele estava sendo escondido por uma escuridão densa.

— Por que isso acontece quando te toco?

— Por que isso acontece quando me toca?— Perguntamos ao mesmo tempo. Por um momento eu estava completamente com cara de imbecil, com o rosto queimando e corado.

— O que acontece com você quando te toco?— Pergunto evitando tocar de novo em seu braço.

— É melhor nos afastarmos!— Sabrina corre. Obviamente sou mais rápido, usei a velocidade anormal que tenho, a surpreendendo e ficando a sua frente.— C-como você fez isso? O que você é?— Ela parecia confusa, mas também estou. Sabrina é, ou não sobrenatural?

— Podemos conversar em outro lugar?— Perguntei a olhando nos olhos.

— Desculpe! Mas não podemos ser amigos. Eu não posso!— Ela explica olhando para os lados desconfiada, como se procurasse ver alguém a espionando.

— Por que não?

— Por favor Allan, se afaste de mim! Será melhor para nós dois!— Ela pede aflita.

— Eu não consigo! Passei a noite inteira em claro pensando em você Sabrina! O que você é? O que você tem que me faz pensar tanto em você? Por que vejo essas coisas quando te toco?

A bela moça já estava chorosa em minha frente, ela parecia correr grandes perigos e estava assustada, alguém só pode estar a maltratando ou a perseguindo. O que tem nela que me atrai tanto? Eu não sou atraído pro beleza exterior, mas tudo nela me fazia querer tocá-la, querer tomar posse dela. Uma força maior como um imã, fazia-me querer tocar nela, a cada segundo, sempre que olho seu rosto.

— Eu não sei Allan! Não sei por que isso acontece, me assusta! Apenas não é seguro!

— Você não me conhece!— Falei firme tentando lhe passar confiança.— Quem está te fazendo mal? Sou poderoso, quer dizer... Não agora, mas eu sou! Posso te proteger!

— Você não vai desistir não é?— Ela sorriu por breves segundos, em meio ao seu rosto infeliz.

— Não, não vou desistir!— Dou um sorriso de canto.

— Ok! Depois da aula na praça Luce Nerfal!— Ela disse.

— Estarei lá! V-você que carona até a escola?— Depois de ter quase atropelado ela, para lhe oferecer o mesmo, essa frase saiu mais irônica do que eu esperava. Rimos um pouco desta piada imbecil. Mas ela logo ficou séria.

— Como te disse, não posso!

— Mas por que? Por que você não pode?

—Por causa da maldição!

— Que mald...

— Shhh...— Ela iria colocar o dedo indicador em meus lábios para que eu calasse a boca, mas exitou, o toque. Não queria ter mais aquelas visões.— Na praça nos falamos! Por favor Allan, não conte a ninguém que irá se encontrar comigo! Promete?

— Com certeza!— Eu disse.

A bela Sabrina correu pela calçada, com seus belos e lisos cabelos negros, sendo erguidos pelo vento.


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Notas finais do capítulo

Ok fim do capítulo...
Próximo não vai demorar pra chegar
Promess..
Então até mais... ;)